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terça-feira, 27 de agosto de 2019

LANÇAMENTO DE LIVRO


Por Wasterland Ferreira

Há pouco durante o lançamento do livro Apagando o Lampião. Vida e Morte do Rei do Cangaço (Global Editora, 1a. edição 2018).

O evento se deu na sede da Academia Pernambucana de Letras, no bairro das Graças, Recife.


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LANÇAMENTO DE LIVRO

Por Ruy Lima

Hoje, na Academia Pernambucana de Letras, no lançamento oficial do livro "Apagando o Lampião - Vida e Morte do Rei do Cangaço", do renomado pesquisador e historiador Frederico Pernambucano de Mello.


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MACEIÓ: NOSSA SENHORA DOS PRAZERES

Clerisvaldo B. Chagas, 26 de agosto de 2019
Escritor Símbolo do Sertão Alagoano
Crônica: 2.169

FOTO: (deolhonosruralistas.com.br).
Naturalmente o amigo, a amiga, já conhece a palavra quilombola. Mas, para quem não sabe, é bom lembrar que os quilombolas, eram negros escravos fugidos dos engenhos de cana-de-açúcar, das fazendas, dos garimpos que se refugiavam em grupos, nas matas. A palavra tem origem no tupi-guarani Cañybó e significa: “aquele que foge muito”. Existem mais de quinze mil comunidades quilombolas no Brasil. Interessante, porém, é que essa palavra é usada na burocracia, na papelada pelo reconhecimento, nas organizações, mas popularmente é nula ou tem pouco uso. Hoje são os remanescentes dos quilombolas que moram no campo, nos sítios ou mesmo em lugares que se tornaram povoados.
Em Alagoas, terra de Zumbi dos Palmares, eles estão espalhados por todo o território. São organizados pela Fundação Palmares e que agora estão entrando no Programa de Cisternas. Cidades do Sertão e Agreste onde existem as comunidades quilombolas serão contempladas com cisternas de placas com capacidade para 16 mil litros cada. Trata-se de um programa exclusivo para essas comunidades, para água de consumo e produção de alimentos. Segundo divulgação, 35 cidades serão contempladas com um todo de 219 mil cisternas. Os órgãos envolvidos são Ministério da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos (MDH); Ministério da Cidadania (MC); Secretaria de Estado da Agricultura, Pecuária, Pesca e Aquicultura de Alagoas (Seagri).
A divulgação nos permite aplaudir mais essa conquista dos descendentes quilombolas e sua central de organização. Palmeira dos Índios, Delmiro Gouveia, Olho d’Água do Casado, Estrela de Alagoas, Traipu, Craíbas e Taquarana, estão entre as 35 anunciadas. Em geral, os quilombolas de Alagoas dedicam-se à Agricultura e à Pecuária em pequenas propriedades, produzindo alimentos para eles e para nós.
A luta diária numa comunidade de descendentes, não é fácil, mas como a “união faz a força”, as lutas organizadas pelos direitos vão se materializando, nem que sejam de grão em grão.
Nada foi em vão, ZUMBI!
FOTO: (deolhonosruralistas.com.br).


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AS PESSOAS E SUAS TRANSFORMAÇÕES

*Rangel Alves da Costa

Em muitas situações, a pessoa transmuda para um universo que nada tem a ver com o seu jeito próprio de ser. Por circunstâncias ou conveniências, de repente se torna em outra.
Não raro que surjam os comentários de como esta ou aquela pessoa mudou, e para pior ou pra melhor, segundo o julgamento do outro, e este sempre a partir de opinião pessoal.
Aqui diz respeito à mudança de comportamentos, atitudes, jeitos de ser e conviver, e não das transformações próprias trazidas na esteira do tempo.
Ocorre muito ante o poder, a função exercida e a graduação. Ora, raramente o ocupante de pedestal irá se comportar da mesma forma que fazia no seu passado.
O designativo “doutor”, muitas vezes, parece ser coisa do outro mundo, impondo uma limitação perante os pobres mortais. O anel e a caneta servem para mostrar o lugar de cada um.
A farda ou o fardão, a toga ou a gravata, a sala ou o gabinete, tudo isso serve como delimitação da esfera de cada um, e nesta hierarquia o afastamento daquele que nada é aos seus olhos.
Passa e nem olha. O cumprimento somente em mesmo nível. Quando necessária uma palavra com o dito “inferior”, esta sempre de modo arrogante, truculento, deseducado.
 “Sabe com quem está falando?”. Eis a síntese da transformação humana, quando homens deixam de ser homens e se tornam apenas em mero exercício de menosprezo perante os demais.
O poder abusa, é arrogante, é virulento, é demasiadamente desumanizado. O poder cospe no outro, chuta o próximo, fere qualquer, e pelo simples fato de ser poder, ainda que apodrecido na própria pessoa.
A autoridade é autoritária, tirânica, ditatorial. Quem se arvora de autoridade, logo se imagina comandando vidas, ditando comportamentos, fazendo o que bem entender perante aqueles que supõe  como súditos.

As provas estão aí. As salas e antessalas estão cheias de pessoas que merecem ser respeitadas por aqueles que, desejem ou não, estão à serviço da população. O povo deveria lembrar sempre disso.
Até mesmo no serviço público há reis e rainhas, soberanos e princesas, ditadores e tiranos, e todos até de uma vidraça tratando o contribuinte como cachorro, como asqueroso, como mero importunador.
Isso tudo me faz lembrar os escritos de um amigo meu, letras rabiscadas em seu caderninho, dizendo, em síntese, que o melhor da vida é o viver perante aquilo que se deseja e tendo, acima de tudo, humildade perante pessoas e coisas. Eis:
“Eu bem que poderia estar pisando no asfalto, passeando pelos shoppings ou pelos calçadões, mas eu estou aqui.
Eu bem que poderia ser adorador do terno e da gravata, devoto do anel no dedo, abnegado ao termo “doutor”, mas eu estou aqui do jeito que você é e como você está.
Eu bem que poderia chegar, fazer o que eu tenho a fazer, e depois simplesmente partir, mas eu vou onde você está.
Eu bem que poderia simplesmente passar por você, fazer que nem lhe reconheço mais e seguir adiante, mas eu lhe conheço sim, falo sim, abraço sim.
Eu bem que poderia caminhar pelas rodas de um carro, avistar o mundo atrás de um vidro fumê, sequer buzinar perante sua presença, mas eu vou caminhando e sorridente até onde você estiver.
Eu bem que poderia não me esforçar para lembrar o seu nome, mas sinto necessidade de lhe chamar como é conhecido e relembrar sobre tudo o que sei.
Eu bem que poderia não ir além do centro da cidade, não adentrar em ruelas, não visitar o chão batido, não avistar a pobreza, mas de nada disso eu sou distante.
Eu bem que poderia dizer além do que sou, subir estrelas em pedestais, mas bem sei que à escada sobe-se através do chão.
Eu bem que poderia ser egoísta, boçal, demagogo, e me adornar de ilusões para simplesmente querer ser mais que o mundo, mas todo dourado enfeia minha cor de couro e minha tez de areia.
Eu bem que poderia não bater em sua porta, não levar sorriso no olhar nem palavra boa comigo, mas eu sei o quanto deseja e precisa do olhar e da palavra.
Eu bem que poderia não aceitar seu café quentinho, não beber água em caneca, não querer sentar em sua mesa, mas agindo assim eu seria muito diferente do que realmente sou.
Eu bem que poderia não ser como sou e forjar ser outro, mas outro eu não sei ser. Eu bem que poderia negar minhas origens, omitir minhas raízes, ocultar de onde vem e por onde escorre o meu sangue, mas meu orgulho é ser sertanejo.
Eu bem que poderia aprender a dizer sempre não, mas não sei, mas não sei fazer assim, e tudo faço para dizer sempre sim.
Eu bem que poderia não estender minha mão à mão calejada de luta, fingir que não conheço o de roupa rasgada ou de pés descalço, fazer de conta que não é do meu mundo aquele mais desvalido, mas eu já não seria eu, e em mim eu já não estaria.
Eu bem que poderia ser diferente. Mas eu sou apenas eu. E um igual a você”.


Escritor
blograngel-sertao.blogspot.com

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A MULHER E O CANGAÇO REMANESCENTES, VITIMAS E FAMILIARES

Por: João "das meninas" de Sousa Lima

Há um fascínio natural quando se fala da mulher no cangaço. Em uma época tão difícil o que levou tantas mulheres - meninas a entrarem para esse mundo desconhecido e de certa forma brutal? Que tipo de atração o mundo feminino viu no movimento cangaceiro? Quais foram os motivos que causaram tanto deslumbramento aos olhos daquela juventude?
 *Ximando o almoço de Durvinha

A sergipana Adília

Apreciando o silencio de Maria de Jurity

Essas são algumas perguntas que fazemos tentando entender os reais motivos da entrada da mulher no cangaço. Mesmo diante dos depoimentos de algumas que foram forçadas a seguir seus companheiros, como foi o caso de Dadá que foi raptada por Corisco, no caso de Dulce que foi trocada por jóias pelo cunhado, de Aristéia que seguiu o cangaceiro Catingueira por sofrer maltrato da policia, Tanto Antônia quanto Inacinha forçadas por Gato, podemos citar vários casos dessa natureza, porém a maioria foi por pura paixão como é o caso de Durvinha que se apaixonou por Virgínio, Lídia por Zé Baiano, Maria por Lampião, Nenê por Luiz Pedro, Eleonora por Serra Branca, Naninha por Gavião, Aninha por Mourão, Catarina por Nevoeiro, Joana por Cirilo de Engrácia.
Edson Barreto, Ex Cangceira Dulce, João e Maria Cícera irmã de Dulce com "103 anos de idade"

João vive a mimar a ex cangaceira Aristéia

Alguns cangaceiros não concordaram com a entrada das mulheres no cangaço como foi o caso de Balão que deixou depoimentos confirmando que as mulheres atrapalhavam as caminhadas dentro da mataria, principalmente quando ficavam grávidas. Os tiroteios diminuíram e Balão era um dos cangaceiros que gostava dos confrontos.

Dona Rita, vitima de estupro praticado pelo cabra  Sabiá

A centenária Dona Mocinha (irmã de Lampião)

Para outros, com a mulher no cangaço, os estupros diminuíram, a violência sem aparente razão se atenuaram.
A verdade é que com a mulher no cangaço o movimento ganhou uma áurea romanesca, as histórias contadas sempre falam do amor entre casais famosos, no cinema, nos versos tantos eruditos quanto populares, no livreto de cordel, na arte plástica, na música, no teatro, na literatura, os romances sempre mexeram com a capacidade de imaginar o cavaleiro em seu cavalo alado salvando as mocinhas e donzelas para viverem o amor eterno.

Dona Joana ( irmã de Dadá)

Uma irmã da cangaceira "Moça" de Cirilo

A mulher cangaceira deixou para sempre na historiografia do nordeste brasileiro o nome da mulher sertaneja como sinônimo de mulher guerreira, bravia, independente, sem perder sua feminilidade, sua capacidade de amar, independente das circunstâncias.

*Ximar? É o mesmo que  desejar

Pescado no Açude do primo João


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TROUXE DO CARIRI - LANÇAMENTOS E RELANÇAMENTOS PARA SUA ESTANTE

Assim morreu Lampião, em sua 4ª edição

Lampião foi envenenado? Esta pergunta tem sido feita com muita constância 
pelos pesquisadores interessados na vida de Lampião. E a resposta foi dada pelo 
médico Dr. Leandro Cardoso, durante apresentação dos resultados de seus 
estudos a este respeito, através das análises feitas sobre os prováveis venenos 
utilizáveis à época, e seus respectivos efeitos nas vitimas, contribuindo assim 
para elucidar as questões levantadas a este respeito. 

O mesmo trabalho encontra-se transcrito na integra no presente livro, e foi apresentado em primeira mão na 2ª edição do Cariri-Cangaço. 


Alguém traiu Lampião?  A entrevista feita com Joca Bernardo, traz a resposta 
à esta pergunta, dada de viva voz pelo mesmo ao autor deste livro, reincidente 
entre os estudiosos do assunto.

A nova edição conta com 317 páginas.
• Valor de lançamento : R$ 45 (Quarenta e cinco reais) Frete a consultar.

Os pedidos serão feitos diretamente ao autor:
Antônio Amaury Corrêa de Araújo
Rua Guajurus, 156 – Jardim São Paulo
São Paulo – SP 

CEP: 02.045-070

E-mail: aamaurycangaceiro@gmail.com Tel.: (11) 2972  4824 

"Dé Araújo" Um cangaceiro Afamado, um soldado célebre

Trata o presente trabalho, em especial, da biografia, resumida, de um cidadão sertanejo, que, achando-se injustiçado, resolveu pegar em armas para executar sua vingança. Na sua espetacular trajetória de vida, tornou-se cangaceiro – ao ingressar no grupo liderado pelo Sinhô Pereira -,  incorporou-se a Força Pública de Pernambuco, virou desertor, reassumiu as fileiras do cangaço – mais uma vez sob o comando do Sinhô Pereira e, logo  a seguir, ficou sob a chefia do temível Lampião -, até o momento que não mais compactou com os bandoleiros, e, finalmente, sendo convencido por familiares e amigos, a tentar a sorte no Sudeste brasileiro, se incorporou no Regimento de Cavalaria da Força Pública de São Paulo e tornou-se um militar exemplar.

• Nº de páginas: 328. Valor R$ 50 (Cinquenta Reais) Frete incluso. Envie pedido para o autor pelo emailgeraldoferraz@uol.com.br

Sitio dos Nunes de Flores, vive saga cangaceira

Sítio dos Nunes é um distrito pertencente a Flores, sertão do Pajeú Pernambucano surgida no século XIX por Portugueses. Lá, Virgulino Ferreira da Silva e seus sequazes praticaram crimes gerando assim processos jurídicos do qual este, está compilado na íntegra neste trabalho pioneiro documental, onde resgatamos com muita seriedade e compromisso histórico este fato ocorrido no sertão nordestino dando início uma nova fase de estudos: o Judiciário nas Caatingas, termo corretamente aqui utilizado em sua forma original e grafia da época.
 

Para aqueles estudiosos, pesquisadores e admiradores da temática do Cangaço, este livro Sítio dos Nunes de Flores Vive uma Saga Cangaceira nada mais é do que um instrumento indispensável e de fundamental relevância para os que buscam elucidar, mediante análise documental, o fato ocorrido e vivido neste sertão, onde Lampião reinou por quase vinte anos sendo mitificado e se tornado lenda pelas suas façanhas.

Apreciem a leitura, pois o livro é de caráter inédito buscando novas perspectivas elucidativas.


• Nº de páginas: 46. Valor de lançamento R$ 25,00 (Vinte e cinco reais) Com frete incluso. Para adquirir entre em contato com a coautora Ana Lucia Granja Souzaannags.lucia@hotmail.com.

Como Capturar Lampião

Pesquisando os jornais da Bahia, começando do ano de 1928 até o final da década de 30, dentre eles, A Tarde, Diário da Bahia, Diário de Notícias, O imparcial, Nova Era, incluindo também jornais de outros estados, como, A República, de Alagoas, Diário Oficial do Poder Legislativo de Pernambuco, além dos Boletins da Polícia Militar da Bahia, para um trabalho onde parte dele publiquei em outros livros, observei que existia uma preocupação muito grande, não só do estado, mas, uma verdadeira fixação de grande parte da sociedade civil, com o extermínio do grupo de Lampião. 

Foi publicado na época, além das estratégias do estado, ideias, algumas absurdas e fantasiosas de como fazer isso. Assim, resolvi extrair da minha pesquisa, a parte que encontrei sobre esse assunto e transcrevo as matérias ao longo do livro....

• Nº de páginas: 142. Valor: R$ 30,00 (Trinta e cinco reais) Com frete incluso. Pedidos para o autor através do email graf.tech@yahoo.com.br


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MEMÓRIA DO CANGAÇO EM ADUSTINA, BA ZÉ PEQUENO CAÇADOR... COITEIRO DE CANGACEIROS

Por Kiko Monteiro

Com mais uma preciosa informação colhida pelo amigo professor Salomão o Cariri Cangaço foi levemente esticado para mim e para o confrade Narciso Dias, presidente do Grupo Paraibano de estudos do Cangaço – (GPEC).

No último dia 2 de agosto rumamos novamente para Adustina, logo alí no sertão baiano fronteiriço com Sergipe para conhecer mais uma das testemunhas oculares da saga 'lampiônica' naquela área que era considerada na época um “corredor de cangaceiro”.

Em breve reunião com nosso anfitrião resolvemos de supetão esticar até o município vizinho de Coronel João Sá, pra visitar as cruzes dos cangaceiros Mariquinha, Sofrê e Pé-de-Peba, mas por conta da distância que restava e horário incompatível com compromissos dele concordamos em adiar para uma próxima “incursão”.

No caminho da volta paramos no terreiro do seu José Dantas de Oliveira, exímio atirador que ficou conhecido como “Zé Pequeno Caçador”.  

104 anos de idade, espanta tanto pela aparência quanto pelo ritmo e disposição, só se queixa de uma "dor nas juntas". Apesar do seu documento indicar Paripiranga ele afirma ter nascido no Arraial da Mãe D’Água de Cipó, (hoje Cipó), também no sertão Baiano. Mudou-se  para o Bonfim do Coité, atual Adustina, quando ficou órfão de pai e mãe ainda menino e foi morar com parentes no sítio Algodão que já tinha este mesmo nome desde a época do cangaço.

Seu Zé, de memória ainda acesa nos relatou que assim como Seu Atanásio ele também foi coiteiro ou faz-tudo dos cabras de Lampião naquelas bandas.  

Essa história ele mesmo conta.

“Conheci Corisco, Boa Vista, Balão, “Anjo” Roque, o Saracura que era daqui e sabendo que eu atirava bem o próprio Virgolino pelejou que eu entrasse no meio deles.
Eu disse – “não, capitão, no que eu puder servir eu sirvo, trago caça, peixe, aponto caminhos, mas virar cangaceiro, quero não”.
Também fui amigos dos ‘macacos’, arrumei muita caça para Odilon “Fulô”, comandante da volante que perseguia os cabras por aqui. Mas eles jamais souberam que eu era amigo dos cangaceiros, nem Lampião soube que eu me dava com os soldados.

"Deus o líve”, os soldados faziam muita malvadeza quando pegava um coiteiro que soubesse o rancho dos cabras e não entregasse pra eles.
Seu Zé ainda contou que chegou a ficar por quinze dias acoitado com os cangaceiros. Ele diz que não presenciou nenhum fogo, ou morte isolada. Mas viu os cangaceiros Mariquinha, Sofrê e Pé-de–Peba, mortos no Curral do Saco pela Volante de Odilon.
A cangaceira Doninha
Um dos fatos mais interessantes narrados por ele foi o de quando encontrou a cangaceira 'Doninha'*, companheira do cangaceiro Boa Vista, perdida na mata. Ele não lembrou se ela estava tentando fugir do coito como outras assim tentaram.

O certo é que seu Zé pequeno cuidou da moça durante três meses, até que um dia estava caçando, topou com os cabras e perguntou se Boa Vista ainda era vivo, com resposta positiva pediu para informar a ele o paradeiro da companheira e precavido rogou:

“Diga a Boa Vista que a muié dele ta lá em minha casa, mas que fique certo que o que eu devo a ela eu devo a minha mãe, apesar de ser jovem e solteiro". 

Na linguagem sertaneja ele não se relacionou com a moça.

De acordo com a literatura, Doninha voltou para o convívio com Boa Vista e permaneceu com ele até o período das entregas.   
Professor Salomão, Kiko Monteiro e Narciso Dias.
Antes de nos despedirmos perguntei a seu Zé, o que foi confirmado pela sua esposa, que essa foi a primeira visita de pesquisadores do cangaço que ele recebeu durante todos estes anos. Tanto eu quanto Narciso não identificamos nenhuma afirmação que destoasse da historiografia fiel do cangaço naquela região. Até onde sua memória lhe permitiu não citou nome de nenhum cabra fora do território de atuação de seu subgrupo na época em questão, nem fantasiou combates ou eventos que não tenha presenciado. 

A convivência de seu Zé Pequeno com os cangaceiros só foi citada em 1980 no livro ‘A Serra dos dois meninos’ de autoria de Aristides Fraga Lima (1923-1996) que narra em um dos capítulos quando ele ajudou a encontrar os garotos que se perderam nas famosas matas de Paripiranga.

*A Doninha em questão era a "cabrocha" alagoana Laura Alves que a primeira vista chegou a escolher como companheiro o cabra Moita Brava, que a recusou. Ela findou se juntando com o Boa Vista. Consulta: ARAÚJO, Antônio Amaury Corrêa de. Lampião: as Mulheres e o Cangaço, Editora Traço 2ª Edição, 2012. Pág. 279


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LIVRO - VINGANÇA, NÃO.


A Academia Cajazeirense de Artes e Letras/ACAL, lançou ontem dia 21/08, no Teatro Ica, o livro PATRONOS & PATRONESSES, de autoria dos Acadêmicos, com as Biografias das personalidades históricas de Cajazeiras-PB que são Patronos e Patronesses das 40 Cadeiras da ACAL. São 521 páginas de conteúdos de primeira linha. Parabéns a todos os que fazem a ACAL.

Adquira-o através deste e-mail: franpelima@bol.com.br


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SEBASTIÃO PEREIRA DA SILVA O SINHÔ PEREIRA HOMEM DE CORAGEM

Por José Mendes Pereira

Facínora famoso é sempre visto e admirado pela população, mesmo ela sabendo que ele é faca de dois gumes, porque não é pessoa confiável, pois basta um olhar desagradável em sua direção, aquele olhar poderá se tornar um bom motivo para uma vingança por parte do marginal.

Veja o que disse Sebastião Pereira da Silva o cangaceiro Sinhô Pereira a um jornalista. (O recorte de jornal que eu apanhei esta informação não tem o nome do repórter e nem o nome do jornal, apenas o endereço do blog que eu o adquiri -  http://meneleu.blogspot.com.br).

"- Todos queriam me ver - dizia Sebastião Pereira da Silva o  ex-cangaceiro Sinhô Pereira.  Achei engraçado! Pra todo lado que eu fosse tinha uns 40 olhos em cima de mim". 

Continua o ex-cangaceiro:

"- Prefiro ficar aqui (aqui que ele referia era no Estado de Minas Gerais) com meus netos, com minha farmácia. Aqui enterrei meu passado. Minha presença em Pernambuco pode reacender velhos ódios".

Sinhô Pereira - http://meneleu.blogspot.com.br

Veja leitor, que o ódio de um facínora famoso permanece sempre consigo. É possível que quando o Sinhô Pereira cedeu esta entrevista a um repórter, ele já estava com a idade avançada (pela foto ver-se que a sua idade já passava dos 70 anos), porque só o encontraram em Minas Gerais depois de várias décadas passadas após o cangaço, mas mesmo assim, ele disse:

"Aqui enterrei meu passado. Minha presença em Pernambuco pode reacender velhos ódios". 

Pesquisador Antonio José de Oliveira lá da cidade de Serrinha, no Estado da Bahia, e Francisco Carlos Jorge de Oliveira lá do Estado do Paraná, vejam que homem valente era o Sinhô Pereira. Mesmo com a idade avançada, tranquilo, comerciante, e quem sabe, feliz, ainda temia reativar novas rixas se voltasse à sua terra natal Serra Talhada!

Continua o depoente:


"- Aqui recebi a notícia sem surpresa, a notícia da morte do compadre Virgolino. Quero morrer aqui com meus parentes e meus amigos. Não quero recordar o tempo do cangaço. Dele só poderia dizer como Virgolino: Só trouxe fome, sede e nudez".

Um pouco sobre a biografia de Sebastião Pereira da Silva o ex-cangaceiro Sinhô Pereira

Sebastião Pereira da Silva mais conhecido como Sinhô Pereira nasceu em Serra Talhada no dia 20 de janeiro de 1896, e faleceu em Lagoa Grande no Estado de Minas Gerais, no dia 21 de agosto de 1979. Era descendente do Coronel Andrelino Pereira da Silva, o Barão de Pajeú, que era tio-avô do empresário João Santos fundador da Fábrica de Cimento Nassau. 

Sinhô Pereira era alfabetizado e trabalhava no campo. Motivos familiares levaram-no a ingressar no cangaço, tendo recebido a insígnia de comandante de tropa. Pressionado politicamente e perseguido por forças policiais, viajou com o primo Luiz Padre para Goiás e Minas Gerais, onde obteve o título de cidadão mineiro. Ao deixar o cangaço, no ano de 1922, Sinhô Pereira entregou sua tropa para o comando de Virgulino Ferreira da Silva.

Sinhô Pereira sentado e Luiz Padre em pé - Dois primos valentes ao estremo.

O apelido de Lampião existem duas versões, mas sabemos que a mais provável é a que foi afirmada pelo cangaceiro Sinhô Pereira no ano de 1971, após 49 anos, quando visitou pela última vez sua terra natal "Serra Talhada" e deu entrevista ao seu primo Luiz Lorena e que fora prefeito de lá. - (http://lampiaoaceso.blogspot.com.br/2009/02/entrevista-c-o-ex-cangaceiro-sinho.html)
  
- Segundo o site www.fundacaocasadacultura.com.br este é Luiz Conrado de Lorena e Sá

VEJA O QUE PERGUNTOU LUIZ CONRADO DE LORENA E SÁ AO EX-CANGACEIRO SINHÔ PEREIRA:

Luiz Lorena - "Por que Virgolino Ferreira da Silva ganhou o apelido de Lampião?"

Sinhô Pereira respondeu:

- "Num combate, à noite, na fazenda Quixaba, o nosso companheiro Dê Araújo comentou que a boca do rifle de Virgolino mais parecia um lampião. Eu reclamei, dizendo que munição era adquirida a duras penas. Desse episódio resultou o Lampião que aterrorizou o Nordeste".

O que disse o Sinhô Pereira que era seu comandante sobre o apelido de Virgulino Ferreira da Silva para Lampião, não há mais dúvida, quem prevalece é a primeira versão, pois ela foi afirmada pelo poderoso cangaceiro, e não é mais necessário falar  naquela versão que diz que ele ficou atirando para o chão na intenção de encontrar um cigarro ou outra coisa parecida que tinha perdido. Agora sabemos que a outra versão é invenção de desocupado. Devemos evitar que complique a mente dos estudantes do cangaço que estão começando agora. 

Sebastião Pereira da Silva Sinhô Pereira faleceu numa manhã no final do ano de 1979, em Lagoa Grande, Estado de Minas Gerais, deixando para trás uma vida e uma história marcada de angústia, dores e vontade de viver feliz com sua família e amigos.

http://josemendespereirapotiguar.blogspot.com.br

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