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terça-feira, 27 de agosto de 2019

MACEIÓ: NOSSA SENHORA DOS PRAZERES

Clerisvaldo B. Chagas, 26 de agosto de 2019
Escritor Símbolo do Sertão Alagoano
Crônica: 2.169

FOTO: (deolhonosruralistas.com.br).
Naturalmente o amigo, a amiga, já conhece a palavra quilombola. Mas, para quem não sabe, é bom lembrar que os quilombolas, eram negros escravos fugidos dos engenhos de cana-de-açúcar, das fazendas, dos garimpos que se refugiavam em grupos, nas matas. A palavra tem origem no tupi-guarani Cañybó e significa: “aquele que foge muito”. Existem mais de quinze mil comunidades quilombolas no Brasil. Interessante, porém, é que essa palavra é usada na burocracia, na papelada pelo reconhecimento, nas organizações, mas popularmente é nula ou tem pouco uso. Hoje são os remanescentes dos quilombolas que moram no campo, nos sítios ou mesmo em lugares que se tornaram povoados.
Em Alagoas, terra de Zumbi dos Palmares, eles estão espalhados por todo o território. São organizados pela Fundação Palmares e que agora estão entrando no Programa de Cisternas. Cidades do Sertão e Agreste onde existem as comunidades quilombolas serão contempladas com cisternas de placas com capacidade para 16 mil litros cada. Trata-se de um programa exclusivo para essas comunidades, para água de consumo e produção de alimentos. Segundo divulgação, 35 cidades serão contempladas com um todo de 219 mil cisternas. Os órgãos envolvidos são Ministério da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos (MDH); Ministério da Cidadania (MC); Secretaria de Estado da Agricultura, Pecuária, Pesca e Aquicultura de Alagoas (Seagri).
A divulgação nos permite aplaudir mais essa conquista dos descendentes quilombolas e sua central de organização. Palmeira dos Índios, Delmiro Gouveia, Olho d’Água do Casado, Estrela de Alagoas, Traipu, Craíbas e Taquarana, estão entre as 35 anunciadas. Em geral, os quilombolas de Alagoas dedicam-se à Agricultura e à Pecuária em pequenas propriedades, produzindo alimentos para eles e para nós.
A luta diária numa comunidade de descendentes, não é fácil, mas como a “união faz a força”, as lutas organizadas pelos direitos vão se materializando, nem que sejam de grão em grão.
Nada foi em vão, ZUMBI!
FOTO: (deolhonosruralistas.com.br).


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