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quinta-feira, 27 de março de 2014

Fazenda Ipueiras,Cenário de Histórias e Decisões Cangaceiras

Por: Maria Thereza e Aristides Camargo
Maria Thereza Camargo e Neli Conceição no Cariri Cangaço 2013

Inspirados nos relatos apresentados por expositores, durante o Cariri cangaço 4 –,  em Setembro de 2013, evento sediado em Juazeiro do Norte CE, reunindo eminentes estudiosos de assuntos ligados à história do cangaço, procuramos desenvolver um texto relacionado aos episódios, os quais colocaram em evidência, nos idos de 1927, historicamente, a Fazenda Ipueiras. Localizada no município de Aurora, compreende área em pleno Cariri, num cenário de caatinga, este, um bioma tipicamente brasileiro. Todavia, colocamos em destaque Ipueiras, simplesmente, por ter sido ali, palco de inusitadas e históricas decisões vivenciadas num período efervescente do “coronelato”, com seus mandos e desmandos e as atividades do cangaço aterrorizante, protagonizado, em sua maioria, por sertanejos  injustiçados, jurando vingança.

Embora já conhecendo bastante do que já vem sendo escrito sobre os bandos de cangaceiros agindo por todo o sertão nordestino, imaginamos o quanto, ainda, se tem para ser elucidado, já passado quase um século dos acontecimentos, tendo como principal protagonista, Lampião, o rei cangaço e seu bando.

 Conselheiro José Cícero e a primeira visita do Cariri Cangaço a Ipueiras 

É natural que feitos históricos, com o passar do tempo, venham a inspirar obras literárias de cunho ficcional da realidade histórica, sobretudo, por cordelistas em seu dom inato de versejar. Todos, porém, com o mérito de manterem viva uma história real, de um passado que já vai longe e que o tempo vem mitifiando.

Porém, temos consciência de que, desvendar a realidade histórica de fatos que ocorreram em tempos passados, dos quais restam poucas fontes testemunhais, é tarefa, sem dúvida, difícil.  Neste sentido, sabemos que as fontes mais corretas a serem consultadas estejam em testemunhas da época que, direta ou indiretamente participaram ou tomaram conhecimento dos fatos em foco ou em documentos impressos – jornais, revistas, etc. – os quais passavam a circular, noticiando as ocorrências de interesse histórico.   Todavia, sabemos que tais meios de divulgação e depoimentos pessoais, representam fontes sujeitas a incorreções. Porém, esta, passíveis de comprovações a partir de novos documentos de época ou de novos depoimentos com remanescentes dos períodos vivenciados pelos fatos investigados, a fim de se chegar o mais próximo possível da realidade histórica.

 
Cel. Izaias Arruda 

O presente texto não tem a pretensão de trazer à luz documentos mais esclarecedores, das ocorrências históricas, ainda por serem esclarecidas, se é que, ainda, as há, sobre os episódios ocorridos, por exemplo, na fazenda Ipueiras. Este, o local onde teria sido elaborado o fracassado plano para atacar Mossoró e, o mesmo local, de retorno de  Lampião e seu bando, onde os aguardava,  o fracassado plano visando o extermínio do rei do cangaço e seu bando. Plano de extermínio, arquitetado pelo mesmo coronel Izaias Arruda, aquele que os municiou, através para aquele frustrado ataque e que, naqueles primeiros dias do mês de Julho, tenta eliminá-los (Mello, 2011:82, 240).

O que nos inspirou a elaborar este texto foram os seguintes  quesitos:

1. Buscar em fontes documentais impressas – jornais e revistas – as notícias referentes à fazenda Ipueiras e seu envolvimento com o histórico assalto a Mossoró, no Rio Grande do Norte, ocorrido no mês de Junho de 1927. Para a pesquisa em jornais, optamos pelo Jornal O Estado de São  Paulo, visando conhecer como foram as notícias sobre aqueles fatos históricos, as quais via telégrafo, em tempo real, iam chegando à redação do mesmo.  Tais noticiários eram divulgados, ora  na coluna Notícias dos Estados, ora em local mais destacado, com o título O banditismo no Nordeste. Tal pesquisa visa, ainda, disponibilizar tais notícias para fins comparativos com outras fontes impressas – jornais e revistas – ou outras fontes apontadas por pesquisadores, conforme vão por eles mencionados em suas obras e, por nós, relacionadas no final do presente texto.

2. Cientes da possibilidade de que tais noticiários, já sejam do conhecimento dos experientes pesquisadores do cangaço, mas, possivelmente, não, de todos, sua apresentação aqui, visa, sobretudo,  despertar discussões, as mais abrangentes possíveis, em torno dos vibrantes temas relacionados ao fracassado assalto a Mossoró, no mês de Junho e ao retorno de Lampião e seu bando a Ipueiras, naqueles tumultuados primeiros dias de Julho de 1927.

3. Dar ênfase à posição geográfica em foco, abrangendo a região do Cariri cearense  envolvida pela caatinga, esse bioma exclusivamente brasileiros, encerrando  características próprias, importantes de serem preservadas o que, ainda, resta dela. 

Além do jornal O Estado de São Paulo, o presente artigo recorreu a outras fontes, cujas referências vão destacadas no texto, na medida em que vão sendo citadas. Chamamos a atenção para as reticências, entre parênteses, substituindo trechos apagados devido ao envelhecimento do papel impresso, assim como substituem trechos das notícias que foram eliminados, por não focarem, exatamente, o que nos interessava transcrever. 

Continua... 

Maria Thereza Camargo, Etnofarmacobotânica, especialista em plantas medicinais na medicina popular no Brasil. Aristides Camargo, Arquivista, especialista em patrimônio cultural brasileiro. 

http://cariricangaco.blogspot.com 
 http://blogdomendesemendes.blogspot.com

ROXINHO ou VINTE E CINCO (cangaceiros)...?




Acima, temos duas fotos. A foto nº 01, estudiosos (Dr. Amaury) afirmam ser do cangaceiro ROUXINHO, que pertenceu ao grupo de CORISCO, e, que morreu em combate, sendo seu nome, confirmado pela cangaceira DADÁ.


A cangaceira Dadá

A foto nº 2, temos o cangaceiro cognominado de "VINTE E CINCO", por ocasião das ENTREGAS, após, a morte de Lampião.

A PERGUNTA:
 
Analisando as feições em ambas as fotos (queixo, boca, lábios, nariz, maçãs do rosto, sobrancelha, etc...), É POSSÍVEL SE AFIRMAR, QUE SE TRATA DA MESMA PESSOA? DÊ SUA OPINIÃO À LUZ DOS ELEMENTOS EXPOSTOS... Agradeço...

Fontes:
Volta Seca
Lampião, Cangaço e Nordeste

Adendo - http://blogdomendesemendes.blogspot.com

Eu diria que o cangaceiro que aparece nas duas fotos, é um só, e é o cangaceiro Vinte e Cinco. Mas eu estou apenas dando a minha opinião. Os estudiosos pegaram informações dos remanescentes de Lampião. A minha opinião sobre as duas fotos, não tem valor para a literatura lampiônica.    

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Lançamento do livro " LAMPIÃO CONTRA O MATA SETE" na cidade de Feira de Santana - Bahia.



Autor Archimedes Marques

Hoje à noite, em Feira de Santana no Estado da Bahia, acontecerá o lançamento do livro "LAMPIÃO CONTRA O MATA SETE", de autoria do escritor e pesquisador do cangaço Archimedes Marques.


O evento será realizado (hoje, 27 de Março de 2014 às 19:30 horas, no MUSEU DE ARTE CONTEMPORÂNEA RAIMUNDO DE OLIVEIRA, situado na Rua Germiniano Costa, 255 (ao lado da Biblioteca Municipal) e terá o patrocínio da SECRETARIA DA CULTURA DO MUNICÍPIO DE FEIRA DE SANTANA.

Para entrar em contato com o autor, aí está o seu e-mail:


archimedes-marques@bol.com.br 


Não perca este evento.

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Os cangaceiros que se destacaram


Segundo o escritor Franklin Távora o primeiro cangaceiro que surgiu no Nordeste brasileiro, em Recife, em meados de 1776, foi o Cabeleira, de nome José Gomes. E era apenas um bandido cruel e sanguinário, que entrou na vida do crime, influenciado pelo seu pai, o não menos perverso Joaquim Gomes, um homem mal e cruel, que muito cedo ensinou o filho a arte violenta de matar e sangrar as pessoas indefesas, apenas por puro prazer. Juntamente com seu pai e um negro de nome Teodósio, Cabeleira aterrorizou toda a zona da mata pernambucana, desde Vitória de Santo Antão, até o centro do Recife.

Cabeleira não escolhia suas vítimas. Era um herói sem causa social, e não tinha para si um código de ética e de conduta. Matava por matar e roubava por roubar. José Gomes foi aprisionado num canavial em Paudalho, zona da mata de Recife, e levado à forca no Forte das Cinco Pontas em 1776. Das estórias de Cabeleira, só contadas pelo romancista Franklin Távora, ficam os versos que imortalizou a figura desse cangaceiro na alma do nordestino. Mas quem fechou o cangaço em 1940 foi o famoso Diabo Loiro, Corisco, quando foi assassinado no dia 25 de Maio deste ano. 
 

No tempo de Lampião os cangaceiros que mais se destacaram com as suas perversidades foram: Virginio Fortunato da Silva (Moderno), este, o próprio escritor Franklin Távora diz que não confirmado, que possivelmente ele era do Rio Grande do Norte. Luiz Pedro (de Neném), Antonio de Ingrácia, Cirilo de Ingrácia, Sinhô Pereira, Antonio Rosa, Cassimiro Honório, Zé de Julião (de Enedina), Moreno (de Durvinha), Antonio Matilde, Azulão, Gato (de Inacinha), Zé Sereno (José Ribeiro - de Sila), Pancada (de Maria de Pancada), Chico Pereira (de Jarda), Corisco (de Dadá), Zé Baiano (de Lídia), Labareda (Ângelo Roque), Massilon Leite, Sabino das Abóboras, Jararaca (José Leite de Santana), Balão, Meia Noite, Tubiba, Bom Deveras e Baliza. 

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