Seguidores

domingo, 10 de maio de 2020

DAS ASSOMBRAÇÕES DO CANGAÇO – A CABEÇA PROCURANDO O CORPO

*Rangel Alves da Costa

Eis uma história que já se alquebrou de velhice, mas que de vez em quando ainda sai assombrando de boca em boca. E sempre contada durante o dia, pois muita gente tem medo de ouvi-la depois do anoitecer.
Uma história envolvendo um cangaceiro que foi morto nas matarias duma fazenda nos arredores de Poço Redondo. Depois de morto, contudo, sua cabeça, na altura do pescoço, foi cortada a punhal e levada para outras bandas como troféu, e o restante do corpo enterrado ali mesmo, um pouco mais adiante do local da morte.
Pois bem. A separação da cabeça do restante do corpo passou a causar estranhezas nunca vistas antes nos sertões poço-redondenses. Os mais velhos contavam histórias de arrepiar acerca desse episódio, mas não pelo fato da separação dos membros, mas pelo que isso provocaria depois.
As noites pela fazenda, nos arredores e por toda aquela região, passaram a ser mais temidas que tudo. Como o corpo sem cabeça estava enterrado no meio do mato, debaixo dum umbuzeiro, então dizem que o que mais se via era, no meio da noite, uma cabeça procurando um corpo.
Nas fazendas e pequenas propriedades, em noite fechada, abrir a porta e sair era temeroso demais. Certa feita, um sertanejo foi fumar um cigarrinho de palha na malhada e de repente viu, bem ao lado, suspensa no ar, a cabeça horrenda perguntando onde era a cova de seu corpo.
Arrepiou-se todinho, mijou na calça, sentiu-se sem forças para correr, mas conseguiu sair em disparada. Mas o medo era tanto que errou o caminho. Ao invés de correr pra dentro de casa, o que fez foi sair em correria por uma vereda, e logo em direção ao lugar da cova.
Quanto mais corria mais sentia a cabeça atrás, perguntando e perguntando, “onde tá minha cova”. Sem querer, o cabra foi tropeçar bem em cima da cova. Tropeçou e caiu. Antes de desmaiar ainda ouviu: “agora me enterre!”.
Somente ao alvorecer recobrou a consciência, pensou no que havia acontecido, olhou onde estava, e reconhecendo a cova deu um pulo que quase pega umbu com a boca. Olhou para ver se a cabeça estava por ali, mas nada viu. Chegando a casa, contou a história e ninguém acreditou.
Naquela mesma noite olhou pela fresta e viu a cabeça, Não só ele, mas muita gente, na mesma noite, via essa cabeça procurando o corpo. “Onde tá minha cova?”. Era o que se ouvia antes de se mijar de medo.

Escritor
blograngel-sertao.blogspot.com

VAQUEIROS DO PAJEÚ PERNAMBUCANO, 1926.



Fonte:

MELLO, Frederico Pernambucano de. Guerreiros do sol: violência e banditismo no Nordeste do Brasil. São Paulo: A Girafa Editora, 2004.

http://blogdomendesemendes.blogspot.com

A MÃE DE LAMPIÃO


Por Osvaldo Abreu (Abreu)
Alto da Compadecida, 10 de maio de 2020

A incerteza da vida; a certeza da morte...
Estamos vivendo em prisão domiciliar.
Coronavírus determina a má-sorte
Triste quarentena! Qual o próximo a viajar?
Ninguém pode se achar forte,
O vírus ri da gente kkkk


O dia das mães amanheceu tristonho,
Uma mãe não pode o filho abraçar,
Lembrar tempo de criança, que sonho!
Uma mãe no berço o filho a beijar,
Mundo encantador e risonho.
Até quando o vírus vai perturbar?


Há muitos de coração de luto,
Perderam a mãe querida,
Falar mal de uma mãe é absurdo!
Quantas mães morreram de bala perdida?
Quantas morreram de coração e de susto?
Mãe é a grandeza da própria vida.


Tenho minha rosa querida,
De cadeira de roda, fazendo hemodiálise,
Guerreira, lutando pela vida.
Já teve câncer, triste fase!
Deus sempre alonga a partida.
A vida é difícil fazer análise.


Outro dia passei em São José do Deserto,
Distrito de Mata Grande nas Alagoas,
Vi e entrei em um cemitério aberto,
Cai no sertão a chuva boa,
Cheguei mais perto,
O vento corria e soprava soa, soa.


Naquele recanto do sertão,
Foram enterrados Seu Zé e dona Maria,
Pais de Virgulino, famoso Lampião,
Nove filhos, para o sertanejo, galhardia.
E Dona Maria que tinha Purificação,
Em 1920, em Alagoas morria.


Mãe, mãe, mãe é boa lembrança.
Quem, nesta vida, não tem uma saudade?
Recordar a mãe, tempo de criança.
Muitas mães chegaram a longa idade,
Outras de um filho a lembrança
De uma mãe no céu, na eternidade.


Osvaldo Abreu ( Abreu)
Alto da Compadecida

Lampião e a Família


http://blogdomendesemendes.blogspot.com

A CARTA DE SINHÔ PEREIRA PARA LAMPIÃO.



Teria Sinhô Pereira convidado Lampião a abandonar o cangaço? Afinal qual o conteúdo dessa polêmica carta endereçada pelo antigo chefe cangaceiro ao seu sucessor? Conheçam a história. Geraldo Antônio de Souza Júnior.

Categoria

http://blogdomendesemendes.blogspot.com

RESISTENTE DA CIDADE DE MOSSORÓ CONTRA O BANDO DE LAMPIÃO, FATO ACONTECEU NUMA SEGUNDA FEIRA NUBLADA NO DIA 13 DE JUNHO DE 1927



http://blogdomendesemendes.blogspot.com

DAVID GOMES JURUBEBA. SÉRIE: OS GRANDES INIMIGOS DE LAMPIÃO. RESUMO BIOGRÁFICO.

Por Gerlado Júnior

Cangaçologia

David Gomes Jurubeba ou simplesmente Davi Jurubeba como era conhecido, foi um dos maiores inimigos de Lampião de toda sua trajetória na vida da canga. Entre parentes e amigos, foram dezessete o total eliminado por Lampião e seus seguidores, entre eles o irmão Olímpio Gomes Jurubeba, morto em seus braços por um tiro disparado durante um confronto entre o bando de Lampião e os Nazarenos do qual fazia parte. Fato que ficou conhecido como o "Fogo das Baixas". Conheçam um pouco da biografia desse singular personagem da história cangaceira. Forte abraço, Cabroeira! Geraldo Antônio de Souza Júnior

Categoria


http://blogdomendesemendes.blogspot.com

MORRE LITTLE RICHARD, LENDA DO ROCK, AOS 87 ANOS



Um dos maiores astros da história do rock, músico foi responsável por hits como 'Tutti Frutti', 'Lucille', Rip it up' e 'Long tall Sally'


O Globo

RIO - Astro da história do rock, Little Richard morreu aos 87 anos, na manhã deste sábado (9/5). A notícia foi confirmada pelo filho do artista, Danny Penniman, à revista "Rolling Stone". À CNN, o ex-empresário de Richard, Dick Allen, disse que Richard faleceu em Nashville, com o irmão e o filho ao seu lado, de câncer ósseo.

Pioneiro do rock n’ roll, nascido na Georgia em 5 de dezembro de 1932, incansável músico, pianista e intérprete, Richard Wayne Penniman, como constava em sua identidade, foi um dos nomes sagrados do ritmo conduzido pelas guitarras elétricas.

Clique no link para ler a sua trajetória artística.


http://blogdomendesemendes.blogspot.com

PRIMEIRO CANGACEIRO DO NORDESTE BRASILEIRO

Por José Mendes Pereira

No ano de 1751 nasceu em Glória do Goitá pertencente à Vitória de Santo Antão, cidade da zona da mata pernambucana José Gomes o Cabeleira. O seu apelido possivelmente foi dado  devido suas compidas mechas. Era filho de branco com índio, de  olhos escuros, corpo debilitado, lábios delgados e nariz curto. Ele aterrorizou sua região.

Quando menino José Gomes tinha que escolher qualcaminho seguiria: ou seguiria os bons modos da mãe Joana,  de coração amoroso, ou seguiria o mundo pai Joaquim Gomes, um homem assassino  que o treinara para matar passarinhos, e depois gente. Sem escolha, o menino segue o pai para se tornar perverso e assassino tornando-se “O Cabeleira”, criminoso “perigoso” procurado da justiça. Infelizmente o menino escolheu seguir o pai pelas matas matando e judiando quem encontrava pela frente.

A literatura do cangaço afirma que o primeiro homem a agir como cangaceiro no Nordeste do Brasil teria sido o Cabeleira como era chamado o José Gomes, apesar de o termo (cangaceiro estava adormecido no dicionário) nem ter existido na sua época em que viveu. Um homem que se tornou perverso e sanguinário ao estremo ensinado pelo próprio pai Joaquim Gomes que com certeza era desequilibrado. O Cabeleira utilizava métodos bastantes violentos que sem dúvida resultavam em mortes.

No dia 1º de setembro de 1773 o Cabeleira em companhia do pai Joaquim Gomes de igual perversidade, e outro delinquente de nome Teodósio de grande confiança do Cabeleira e que esteve ao seu lado em diversos crimes. Até no momento de sua execução ele estava ao seu lado. O Estado de Pernambuco sofreu com assaltos e mortes praticados pelos três, mais o roubo de um armazém que findou na morte de um soldado e de um civil.  Em 1775 José Gomes com o pai Joaquim Gomes e o Teodósio bagunçaram os sertões nordestinos.

Os principais relatos sobre o criminoso foram escritos em 1876 pelo historiador e folclorista Franklin Távora, que lançou o primeiro romance denominado de "O Cabeleira". Posteriormente a vida do Cabeleira se tornou poesia escrita  pelo escritor e diplomata brasileiro João Cabral de Melo Neto.

Sua trajetória de crimes teve fim em 1776, ao fugir da polícia se escondendo num canavial em Paudalho, na zona da mata e foi capturado.

Na justiça nada foi perdoado tendo sido condenado à forca pelos assassinatos e roubos que fizera durante a sua vida de bandido, sendo executado no dia 28 de março de 1776, no Largo das Cinco Pontas dentro da capital de Recife.



http://blogdomendesemendes.blogspot.com

CACHORRO DE LAMPIÃO USAVA COLAR DE OURO E PRATA

Acervo do José João Souza

Um dos artigos publicado no jornal Diário de Pernambuco, de 30 de maio de 1935, assinala que até os cachorros de Lampião não escapavam ao gosto do luxo que reinava no grupo: "Dourado", o cachorro do cangaceiro, que será morto depois por uma "força volante", usava um "precioso colar de ouro e prata".

Fonte: site Observatório da Imprensa


http://www.observatoriodaimprensa.com.br/primeiras-edicoes/lampio-e-a-construo-do-mito/


http://blogdomendesemendes.blogspot.com

NA ÉPOCA DO CANGAÇO OS COMBATES ERAM FERRENHOS


Por Adalto Silva

Na época do cangaço, os combates eram tão ferrenhos, que pesquisadores acharam esses dois projéteis que se encontraram... Pergunta-se, em que combate esses projéteis foram encontrados:

1. Entre os Ferreiras e os Saturninos;
2. Entre os Ferreiras e os Nazarenos;
3. No combate de Maranduba;
4. Pura invencionice.


http://blogdomendesemendes.blogspot.com