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segunda-feira, 30 de junho de 2025

AQUELA SANFONA BRANCA...

  Contribuição: Compadre Lemos


Lá vou eu, com mais uma...

Contam que, um dia, Luiz Gozaga chegou, de avião, ao Rio de Janeiro.
Numa mão, uma sacola com roupas e na outra, a inseparável sanfona. Ele não andava sem ela!

No hall do aeroporto, algumas pessoas o cercaram, pedindo autógrafos. Ele já era famoso, naquele época.

Depois de atender todo mundo, como sempre fazia, notou que um adolescente alto e magro, cabelos compridos, ficara timidamente a uma certa distância, olhando insistentemente para ele. Lua se aproximou e perguntou, com seu jeitão espontâneo:

- Ôxente! E ocê, mô fi? O que que tu qué?

- Seu Luiz... - disse o jovem - eu queria... carregar sua sanfona, até o carro. Posso?

- E tu vai me cobrar quanto? - perguntou Luiz, estranhando o pedido do rapaz.

- Nada, Seu Luiz. Só pelo prazer de carregar ela mesmo. O senhor deixa?

- Ôxente... a gente vê cada uma!... Então tá. Qué carregá... carrega! Mais ói, faz besteira não, que eu tô de olho em tu, viste?

E o jovem, alegremente levou a famosa Sanfona Branca de Luiz do hall do aeroporto até o táxi, que o esperava.

- Obrigado, mô fi. Essa danada dessa sanfona é bem pesada mêrmo, né não?

- De nada, Seu Luiz. Foi uma honra!

- Iscuta... como é o seu nome? Perguntou Luiz, curioso.


- Benito! - disse o rapaz.

- Benito de que? Tu nun tem sobrenome não, peste?

- Benito de Paula, Sêo Luiz. Benito de Paula!...

Anos depois, "estourava" no Brasil inteiro uma canção do Benito de Paula, provavelmente inspirada naquele dia tão feliz, da sua adolescência. E Benito encantou nosso povo, cantando:

" Aquela sanfona branca,
aquele chapéu de couro,
é quem meu povo proclama,
Luiz Gonzaga é de Ouro ".

https://www.youtube.com/watch?v=V4AAzs97FQ4

 
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1928 LAMPIÃO E SEU GRUPO DEIXAM PERNAMBUCO E ATRAVESSAM O RIO SÃO FRANCISCO RUMO AO ESTADO DA BAHIA.

 Por Geraldo Júnior

Foto: Alcides Fraga

Lampião e um pequeno grupo composto pelos cangaceiros: Ponto Fino II (Ezequiel Ferreira), Luiz Pedro, Virgínio Fortunato da Silva (Moderno), Mariano Laurindo Granja e Mergulhão I, deixam o Estado de Pernambuco e atravessam o Rio São Francisco rumo ao Estado baiano. Em solo baiano, o pequeno grupo é reforçado com a chegada do cangaceiro Corisco e de seu primo "Arvoredo".

Lampião aproveita a calmaria no novo Estado para descansar e recompor seu grupo com novos integrantes.

Pouco tempo depois grande parte da Bahia e Sergipe conheceriam a verdadeira face de Virgolino Ferreira da Silva "o Lampião".

Nas quebradas do sertão.
Geraldo Antônio de Souza Júnior (Administrador do Grupo)


https://www.facebook.com/HistoriasdoCangaco/photos/a.435268929895318.1073741828.435240783231466/1159062400849297/?type=3&theater

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O CORONEL DOS CORONÉIS.

 Por Dilton Cândido Santos Maynard


A INCRÍVEL VIDA DE DELMIRO GOUVEIA, AUDACIOSO MÁRTIR DA INDÚSTRIA NACIONAL

Era um homem temido e extremamente sedutor. Dizem que tinha ímã nos olhos e detestava gente preguiçosa. Quando ia à cidade, vestia-se elegantemente, com direito a bengala e cartola. Estava sempre perfumado. No sertão, manejava com habilidade o chicote e sabia fazer-se respeitar. Em todo o Nordeste, chamavam-no coronel Delmiro Gouveia, ou simplesmente “coronel dos coronéis”.

Em meio à pobreza e ao atraso do sertão, Gouveia criou a usina hidrelétrica Angiquinho, encravada nas paredes de uma cachoeira, para obter eletricidade das águas do Rio São Francisco. Com a energia, impulsionou a Companhia Agro-Fabril Mercantil (CAM), conhecida como Fábrica da Pedra — a primeira a produzir linhas de coser no país.

(...)

http://www.revistadehistoria.com.br/secao/retrato/o-coronel-dos-coroneis

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DAVID JURUBEBA UM HERÓI NAZARENO.

 Por Jose Irari


Livro que demonstra a força e valentia dos Nazarenos. São boas memórias descritas pelo valoroso Davi Jurubeba.  


O próprio Lampião muitas vezes afirmou que os Nazarenos eram inimigos destemidos. Fica a dica de leitura. 


Se você tem interesse de adquirir esta obra entre em contato com o professor Francisco Pereira Lima, ou através do seu e-mail: 
franpelima@bol.com.br

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PIONEIROS - Adolfo Meia-Noite

 por Yoni Sampaio

Em 1877, quando Antonio Silvino tinha apenas 2 anos de idade, Adolfo Meia-Noite já dominava a região como cangaceiro. Ele com seus dois irmãos Manoel e Nobelino, por uma questão de honra, tiveram que se armar contra o desafeto conhecido como padre Quaresma (apelidado de padre, não se sabe por quê) - um comissário de polícia, subdelegado naquela época. A razão dessa animosidade: uma paixão amorosa.



Adolfo era o galã da vila, disputado pelas garotas da localidade e, por inveja, o subdelegado traiçoeiramente o prendeu na localidade Varas, enviando-o à Ingazeira.

Como não havia segurança nas cadeias daquela época, é colocado em um tronco. Quinze dias se passaram sem que seus familiares soubessem, porque o mesmo se achava incomunicável.

Através de um conhecido foram informados que Adolfo tinha sido fichado como ladrão de cavalo e que, se não o libertassem, ele iria morrer. A essa altura Adolfo não sabia qual a razão de estar preso, até que o tenente responsável por sua prisão lhe disse:
- Você conhece Padre Quaresma?
- Sim, disse o preso.
- Pois ele mandou um presente.
Ele respondeu:
- Nada tenho a receber de um homem que me botou aqui sem eu merecer.
Então o tenente lhe deu vinte lapadas com uma vara de espichar couro. A partir daquele momento ele ficou sabendo por quem e por que estava preso. E veio o desejo de vingança que tanto prejuízo causou a si e à família.

A partir daí a vingança prevaleceu, sendo o comissário a primeira vítima e, em conseqüencia, sua família se viu obrigada a se mudar.

Por mais de cinco anos Adolfo e seus cangaceiros dominaram o Pajeú. Não só por esse trio era formado o grupo; Oiticica - cangaceiro de destaque - que também era seu parente, tombou em combate contra os “Quicés” que moravam no sítio Tamanduá e foram testemunhas contra Adolfo, quando foi preso. Nesse combate os ‘Quicés’ perderam dois membros da família. Eram eles parentes de Praxedes José Romeu, muito valente. Sob o comando de Praxedes cercaram a fazenda Volta e, por não encontrarem Adolfo, assassinaram o seu irmão Pacífico, que além de criança era retardado. Daí por diante o “granadeiro” falou.

Adolfo chegou a comandar dez cangaceiros. Não se registrou nenhuma Vila ou Cidade que ele não tivesse assaltado. Mas, ainda se vê no distrito de Jabitacá suas tradicionais trincheiras construídas de pedras soltas. As que mereceram mais atenção foram as da serra do Brejinho.

Sobre aos nomes dos seus cangaceiros pouco se sabe, a não ser o de “Manoel do gado”, antigo marchante; e Almeida, filho natural da serra da Colônia, assassino frio que matou um primo do sítio Extrema por uma simples rapadura.

Adolfo não estava presente e censurou essa atitude. Era Almeida de inteira confiança do chefe. Num certo dia pediu para visitar a família e quando retornou vinha “peitado” para matar Adolfo. Mas, foi mal sucedido, ganhando a morte pela infidelidade. Adolfo foi considerado a ovelha negra da família.

Outra versão sobre Adolfo Meia-Noite - “Era considerado um homem manso e romântico. Seu grande pecado foi a paixão que tinha pela prima, filha de um rico e poderoso fazendeiro daquelas ribeiras que, não achando ser o negro merecedor da donzela, mandou prendê-lo e açoitá-lo ao tronco colonial.

Quando foi liberado do castigo, seu pai, sabendo do ocorrido, recusou-lhe a bênção porque ele não havia lavado sua honra com o sangue do tio. Na mesma noite, Adolfo esgueirou-se para dentro da casa do tio e o matou, fugindo em seguida para o vale do Rio Pinheiro. Como havia matado pessoa influente na região, virou foragido da justiça tendo que passar o resto de sua vida a fugir da polícia, levando consigo os irmãos Manuel e ‘Sinobileiro’.

Apesar de ter se tornado cangaceiro, Meia-Noite era tido como homem justo e pacífico. Isto ficou evidenciado num episódio em que ele e seu bando prenderam o negro Periquito, que levara consigo alguns bens do seu patrão.

O bando pressionava Periquito, querendo o dinheiro que este levava, quando Adolfo colocou-se contra aquela situação, dizendo aos companheiros:
- Vocês não vêem que se ele leva dinheiro, este não lhe pertence?
E dirigindo-se ao escravo pergunta:
- Levas dinheiro contigo?
- Sim, senhor - respondeu periquito.
- Levo 500 mil réis do Sr. Paulo Barbosa.
Ao ouvir esta resposta o bando se excita, mas o cangaceiro os repele:
- Vá embora. Se precisar de alguma quantia, irei tomá-la do seu senhor, e não de você, que não é dono, pois se eu o fizer, certamente seu amo não irá acreditar na sua estória, e irá castigá-lo."

Adolfo morreu na Paraíba, em confronto com a polícia.

[O cangaceiro era neto do inglês Richard Breitt, traduzido logo pela gente da terra como Ricardo Brito, (embarcadiço, que chegando ao Recife, com 11 anos, no início do século XIX, internou-se pelo interior, no lugar Volta e não mais regressou. Ligou o seu destino ao de uma sertaneja, da família Siqueira Cavalcanti, conforme informações, e, segundo outras, a uma descendente do mameluco Amorim, que provinha dos índios da serra de Jabitacá. Richard Breitt depois de muitos anos foi convidado a regressar a sua terra, Londres, para receber grande fortuna, de herança que lhe pertencia. Por amor à família tudo renunciou. Chegou a ir até o porto da capital, mas lembrando os filhos, foi tirando os troços de volta já na hora da partida). Chegou à decadência devido a um dos seus netos - o temido Adolfo Rosa Meia-Noite (filho de sua filha Riqueta com Leandro) ter se tornado cangaceiro.]


Fonte: "Jabitacá" - Dois documentos para a sua história (Yoni Sampaio);
Pescado no açude: Afogados da Ingazeira

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PASTORIL

Clerisvaldo B. Chagas, 27 de junho de 2025

Escritor Símbolo do Sertão Alagoano

Crônica: 3.256

Homenageando meu primo velho, escritor João Neto Chagas, fui buscar no passado da década 60, os pastoris de Santana do Ipanema que ainda proliferavam por ali. Ao lado dos “Guerreiros”, “Reisados”, “Tapagens de casas”, “Forrós” e “Novenas” que divertiam o povo ainda naquela metade de século. Funcionava o Pastoril com duas alas de mocinhas, enfileiradas em azul e encarnado. Comandava a fileira do azul, a Contramestra e, a fileira do encarnado, a Mestra. A coluna do meio só havia uma pastorinha denominada Diana, que se dividia entre as cores Azul e encarnado. Colocavam nas cabeças das fileiras, as mais altas e bonitas figuras para que elas atraíssem dinheiro que pediam à multidão. A disputa era para ver quem mais ganhava dinheiro para as suas cores

Ainda havia outras figuras como a borboleta e o pastor. As   apresentações aconteciam durante o período Natalino, a multidão torcia pelo azul ou pelo encarnado, chamava as pastoras de uma ala ou de outra e pregava dinheiro nas blusas de ambas. Às vezes a agraciada era a Diana. Aliás foi dessa disputa de pastoris que nasceram o CSA e o CRB, os dois principais clubes esportivos de Alagoas: Encarnado e Azul. Quase sempre os palanques eram armados entre o “prédio do meio da rua” e o “sobrado do meio da rua”.  Daí ter falado o “primo Véi”, a cantiga inicial do Pastoril:

Meu São José

Dai-me licença

Para meu pastoril dançar

Viemos

Para adorar

Jesus nasceu para nos salvar...

Mas como dissemos outras vezes, a televisão, o divertimento em casa, acabou todas as tradições do interior.

Fecharam-se teatros, clubes de futebol, cinemas, clubes sociais e foram extintos os folguedos. Fazer o quê?

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A MULHER E O CANGAÇO Remanescentes, vítimas e familiares.

 Por: João de Sousa Lima

 *Ximando o almoço de Durvinha

Há um fascínio natural quando se fala da mulher no cangaço. Em uma época tão difícil o que levou tantas mulheres - meninas a entrarem para esse mundo desconhecido e de certa forma brutal? Que tipo de atração o mundo feminino viu no movimento cangaceiro? Quais foram os motivos que causaram tanto deslumbramento aos olhos daquela juventude?

A sergipana Adília

Apreciando o silencio de Maria de Jurity

Essas são algumas perguntas que fazemos tentando entender os reais motivos da entrada da mulher no cangaço. Mesmo diante dos depoimentos de algumas que foram forçadas a seguir seus companheiros, como foi o caso de Dadá que foi raptada por Corisco, no caso de Dulce que foi trocada por jóias pelo cunhado, de Aristéia que seguiu o cangaceiro Catingueira por sofrer maltrato da policia, Tanto Antônia quanto Inacinha forçadas por Gato, podemos citar vários casos dessa natureza, porém a maioria foi por pura paixão como é o caso de Durvinha que se apaixonou por Virgínio, Lídia por Zé Baiano, Maria por Lampião, Nenê por Luiz Pedro, Eleonora por Serra Branca, Naninha por Gavião, Aninha por Mourão, Catarina por Nevoeiro, Joana por Cirilo de Engrácia.

Edson Barreto, Ex Cangceira Dulce, João e Maria Cícera irmã de Dulce com "103 anos de idade"

João vive a mimar a ex cangaceira Aristéia

Alguns cangaceiros não concordaram com a entrada das mulheres no cangaço como foi o caso de Balão que deixou depoimentos confirmando que as mulheres atrapalhavam as caminhadas dentro da mataria, principalmente quando ficavam grávidas. Os tiroteios diminuíram e Balão era um dos cangaceiros que gostava dos confrontos.

Dona Rita, vitima de estupro praticado pelo cabra  Sabiá

A centenária Dona Mocinha (irmã de Lampião)

Para outros, com a mulher no cangaço, os estupros diminuíram, a violência sem aparente razão se atenuaram.

A verdade é que com a mulher no cangaço o movimento ganhou uma áurea romanesca, as histórias contadas sempre falam do amor entre casais famosos, no cinema, nos versos tantos eruditos quanto populares, no livreto de cordel, na arte plástica, na música, no teatro, na literatura, os romances sempre mexeram com a capacidade de imaginar o cavaleiro em seu cavalo alado salvando as mocinhas e donzelas para viverem o amor eterno.

Dona Joana ( irmã de Dadá)

Uma irmã da cangaceira "Moça" de Cirilo

A mulher cangaceira deixou para sempre na historiografia do nordeste brasileiro o nome da mulher sertaneja como sinônimo de mulher guerreira, bravia, independente, sem perder sua feminilidade, sua capacidade de amar, independente das circunstâncias.

*Ximar? É o mesmo que  desejar

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HISTÓRIA DOS VOLANTES - O MAJOR "MENÊIS".


Acima foto e nota de falecimento publicada na época pela revista da Policial Militar. 

Manoel Campos de Menezes, nascido em Chorrochó no ano de 1906, escolheu este distrito para regimentar o seu batalhão de caça aos bandoleiros. Dada sua localização as forças instruídas os fazendeiros para abandonarem suas propriedades e passarem a morar em Chorrochó, tanto para se livrarem dos bandidos e massacres de Lampião e seus cabras, como também para doarem asilo aos cangaceiros. O distrito de Chorrochó ficou incólume dos ataques dos bandidos, mas muitas propriedades foram saqueadas, destruídos massacrados os fazendeiros, o arraial de Várzea da Ema foi incendiado, apesar da eficiência do comando do Major Menezes.

Tinha um orifício de bala na face, recebido em um combate que segundo a literatura foi provocado pelo próprio Lampião. Que nutria um certo "respeito" pelo oficial chegando a apelidar um de seus cães com o nome de "Menêis". 

Tornou-se comandante das F.O.N.E. (Forças em Operações no Nordeste) baianas... Mas faleceu muito jovem, acometido de meningite em 1937, ainda comandando a unidade.

 Abaixo foto e nota de falecimento publicada na época pela revista da Policial Militar. 

Fonte: Chorrochó on line 
Créditos para Rubens Antônio  

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REVISTA "A NOITE ILUSTRADA", EDIÇÃO DE 30 DE NOVEMBRO DE 1932 QUANDO LAMPIÃO FICOU SEM AÇÚCAR.

  Por Ivanildo Silveira







Cabeça de Açúcar

(Cortesia de Rubens Antônio)

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