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domingo, 19 de maio de 2019

80 ANOS DE ANGICO - PARTE 4

Por Aderbal Nogueira
https://www.youtube.com/watch?v=ilLGU8Q3_qQ

A subida da trilha pro Angico e a divisão da tropa.
Quarta parte do vídeo documentário dos 80 anos da morte de Lampião - Combate de Angico

LUIZ GONZAGA O REI DO BAIAÃO



Luiz Gonzaga do Nascimento (Exu13 de dezembro de 1912 – Recife2 de agosto de 1989) foi um compositor e cantorbrasileiro.[2] Conhecido como o Rei do Baião, foi considerado uma das mais completas, importantes e criativas figuras da música popular brasileira.[3]

Cantando acompanhado de sua sanfonazabumba e triângulo, levou para todo o país a cultura musical do nordeste, como o baião, o xaxado, o xote e o forró pé de serra. Suas composições também descreviam a pobreza, as tristezas e as injustiças de sua árida terra, o sertão nordestino.

Admirado por músicos como Dorival CaymmiGilberto GilRaul SeixasCaetano Veloso, Luiz Gonzaga ganhou notoriedade com as antológicas canções Asa Branca (1947), Seridó (1949), Juazeiro (1948), Forró de Mané Vito (1950) e Baião de Dois (1950).[4][2][5]

Primeiros anos[editar | editar código-fonte]


Em 1957.

Nasceu na sexta-feira, dia 13 de dezembro de 1912, numa casa de barro batido na Fazenda Caiçara povoado do Araripe, a 12 km da área urbana do município de Exu, extremo noroeste do estado de Pernambuco, cidade localizada a 610 km de Recife. Foi o segundo filho de Ana Batista de Jesus Gonzaga do Nascimento, conhecida na região por ‘Mãe Santana’, e oitavo de Januário José dos Santos do Nascimento. O padre José Fernandes de Medeiros o batizou na matriz de Exu em 5 de janeiro de 1920.[6][7]

Seu nome, Luiz, foi escolhido porque 13 de dezembro é o dia da festa de Santa Luzia, Gonzaga foi sugerido pelo vigário que o batizou, e Nascimento por ser dezembro, mês em que o cristianismo celebra o nascimento de Jesus.[1]

A cidade de Exu fica no sopé da Serra do Araripe, e inspiraria uma de suas primeiras composições, Pé de Serra. Seu pai trabalhava na roça, num latifúndio, e nas horas vagas tocava acordeão; também consertava o instrumento. Foi com ele que Luiz aprendeu a tocar o instrumento. Muito jovem ainda, já se apresentava em bailes, forrós e feiras, de início acompanhando seu pai. Autêntico representante da cultura nordestina, manteve-se fiel às suas origens mesmo seguindo carreira musical no sudeste do Brasil.[4] O gênero musical que o consagrou foi o baião.[2] A canção emblemática de sua carreira foi Asa Branca, composta em 1947 em parceria com o advogado cearense Humberto Teixeira.

Antes dos dezoito anos, Luiz teve sua primeira paixão: Nazarena, uma moça da região.[8] Foi rejeitado pelo pai dela, o coronel Raimundo Deolindo, que não o queria para genro, pois ele não tinha instrução, era muito jovem e sem maturidade para assumir um compromisso. Revoltado com o rapaz, ameaçou-o de morte. Mesmo assim Luiz e Nazarena namoraram às escondidas por meses e planejavam se casar. Januário e Ana, pais de Luiz, lhe deram uma surra ao descobrirem que ele se envolveu com a moça sem a permissão da família dela, e ainda mais por Luiz tê-la desonrado: os dois disseram isto propositalmente, com o intuito de serem obrigados a se casar. Na época, a moça tinha que casar virgem e se houvesse relação sexual antes do matrimônio o homem era obrigado a casar-se ou morreria. Nazarena revelou ao pai o ocorrido e foi espancada por ele, no entanto Nazarena não engravidou. O coronel Raimundo ficou enfurecido e tentou matar o rapaz, que o enfrentou na luta. Raimundo revela que, mesmo desonrada, iria arrumar um casamento para a filha com um amigo mais velho que já sabia da situação dela, ou a internaria num convento, mas com Luiz ela não se casaria. Revoltado por não poder casar-se com Nazarena, e por não querer morrer nas mãos do pai dela, Luiz Gonzaga foi para Fortaleza e ingressou no exército em 5 de junho de 1930. Durante nove anos viajou por vários estados brasileiros, como soldado, sem dar notícias à família. Em agosto de 1932 foi para Belo Horizonte, onde ficou por quatro meses. Neste mesmo ano mudou-se para Juiz de Fora, onde viveu por cinco anos e teve a oportunidade de aprimorar sua habilidade com a sanfona. Em seguida, foi para Ouro Fino, também em Minas Gerais, onde permaneceu por dois anos. Deu baixa em 27 de março de 1939, no Rio de Janeiro.[9][10]


Estátua de bronze que, ao lado da escultura de Jackson do Pandeiro, está em frente ao Açude Velho de Campina Grande.

Antes de ser o rei do baião, conheceu Domingos Ambrósio, também soldado e conhecido na região pela sua habilidade como acordeonista. A partir daí começou a se interessar pela área musical.

Depois da baixa do exército, estando decidido a se dedicar à música. No Rio de Janeiro, então capital do Brasil, começou tocando em bares, cabarés e programas de calouros. Nessa época, tocava músicas de Manezinho Araújo(emboladas), Augusto Calheiros (valsas e serestas) e Antenógenes Silva (xotes e sambas).[6] Apresentava-se com o típico figurino do músico profissional: paletó e gravata. Até que, em 1941, no programa de Ary Barroso, foi aplaudido executando Vira e Mexe, com sabor regional, de sua autoria.[11] O sucesso lhe valeu um contrato com a gravadora RCA Victor, pela qual lançou mais de cinquenta músicas instrumentais. Vira e Mexe foi a primeira música que gravou em disco.

Veio depois sua primeira contratação, pela Rádio Nacional. Lá conheceu o acordeonista catarinense Pedro Raimundo, que usava trajes típicos da sua região. A partir de então, surgiu a ideia de apresentar-se vestido de vaqueiro, figurino que o consagrou como artista.

Em 11 de abril de 1945, gravou sua primeira música como cantor, no estúdio da RCA Victor: a mazurca Dança Mariquinha, em parceria com Miguel Lima.

Entre 1951 e 1952 a marca Colírio Moura Brasil celebrou um contrato de teor promocional com o cantor, custeando-lhe uma excursão por todo o país, fato este registrado por Gilberto Gil.[12]

Vida pessoal e familiar[editar | editar código-fonte]

Em 1970.

Em 1945 conheceu em uma casa de shows da área central do Rio, uma cantora de coro e samba, chamada Odaléia Guedes dos Santos, conhecida por Léia. A moça estaria supostamente grávida de um filho ao conhecer Luiz. Foram morar em uma casa alugada, e Luiz assumiu a paternidade da criança, dando-lhe seu nome: Luiz Gonzaga do Nascimento Júnior, que acabaria também seguindo a carreira artística, tornando-se o cantor Gonzaguinha. A relação entre o casal era boa no início, mas depois começou a se desestabilizar e tornar-se conflituosa, levando Odaléia a sair de casa com o filho, com menos de dois anos de convivência. Luiz a buscou na pensão onde ela voltou a viver, e não aceitava que ela saísse de casa, mas depois decidiu deixá-la lá com o filho. Léia, então, voltou a trabalhar como dançarina e cantora, e criou o filho sozinha, mas Luiz a ajudava financeiramente e visitava o menino.


Em 1946, Luiz voltou pela primeira vez à sua cidade natal Exu, e reencontrou seus pais, que havia anos não tinham notícias do filho. O reencontro com seu pai é narrado em sua composição Respeita Januário, em parceria com Humberto Teixeira. Ele ficou meses vivendo com os pais e irmãos, mas logo voltou ao Rio de Janeiro.

Ao chegar ao Rio, ainda em 1946, conheceu a professora pernambucana Helena Cavalcanti, em um show que fez, e começaram a namorar. Ele precisava de uma secretária para cuidar de sua agenda de shows e de seu patrimônio financeiro, e antes de a pedir em namoro, a convidou para ser sua secretária. Helena precisava de um salário extra para ajudar os pais, já idosos, com quem ainda morava, e aceitou. Nos dias em que não dava aula para crianças do primário, cuidava das finanças de Luiz em um escritório que ele montara. Eles noivaram em 1947 e casaram-se em 1948, permanecendo juntos até o fim da vida de Luiz. Não tiveram filhos. Helena não conseguia engravidar e o casal adotou uma criança, uma menina recém nascida, a quem batizaram de Rosa Cavalcanti Gonzaga do Nascimento.[13]

Ainda em 1947, a sua primeira companheira Léia morreu de tuberculose, quando seu filho Gonzaguinha tinha dois anos e meio. Luiz queria levar o menino para morar com ele e pediu para Helena criá-lo como se fosse dela, mas ela não aceitou, assim como sua mãe Marieta. O casal na época ainda não tinham adotado Rosa, e Helena queria uma filha, não um filho, e também não queria nenhuma ligação com o passado do marido, o mandando escolher entre ela ou a criança. Luiz decidiu manter o casamento, e entregou Gonzaguinha para que fosse criado por seus compadres, os padrinhos de batismo da criança, Leopoldina, apelidada de Dina, e Henrique Xavier Pinheiro. Este casal, apesar de muito pobre, criou o menino com seus outros filhos no Morro do São Carlos. Luiz sempre visitava Gonzaguinha e o sustentava financeiramente. Xavier o considerava como a um filho e lhe ensinava a tocar viola. O menino também os considerava como seus pais.[13]

Os anos se passaram e Gonzaguinha jamais aceitou que Luiz não o tivesse criado. Luiz passou a visitar cada vez menos o rapaz, e sempre que se encontravam, discutiam. Dina e Xavier tentavam aproximar os dois, mas Helena revelou que Luiz era estéril e não era o pai do rapaz. Isso acarretava brigas entre ele e Helena, que usava a filha Rosa, dizendo que se ele não parasse de visitar o filho, Luiz não veria mais a menina. Luiz Gonzaga ficava furioso com os ataques de ciúme e chantagem de Helena, e sempre desmentia para todos a história da paternidade de Luizinho, já que não queria que ninguém soubesse que o menino era seu filho somente no registro civil. Amava o menino de fato, independente de não ser seu filho de sangue.[13]

Gonzaguinha tornou-se rebelde e não aceitava o pedido do pai para ir morar com ele, mesmo que para isso tivesse que se separar da esposa. Tudo piorou quando chegaram até ele os boatos sobre a paternidade, e acabou por ouvir a confissão de Luiz de este não era seu pai verdadeiro. Gonzaguinha revoltou-se e parou de falar com o Luiz. Apesar da infância pobre, cresceu feliz ao lado dos irmãos de criação e dos pais de acolhimento. Nesta época Gonzaguinha contraiu tuberculose aos catorze anos, e quase morreu. O tempo passou e aos dezesseis anos, Luiz o levou à força para morar com ele na Ilha do Governador. Havia muitas brigas entre o rapaz e Helena, e Luiz o mandou para um internato. Entre idas e vindas, Gonzaguinha só deixou definitivamente o internato aos dezoito anos. Depois de vencer o vício do álcool, Gonzaguinha conseguiu concluir a universidade (nessa época ele morava na Tijuca, zona norte da cidade do Rio de Janeiro), tornando músico como Luiz Gonzaga. Os dois passaram a se entender e ficaram mais unidos, chegando a viajar pelo Brasil em 1979 e a compor juntos.


Últimos anos, morte e legado[editar | editar código-fonte]

Mural do artista visual Eduardo Kobra em homenagem a Luiz Gonzaga no edifício da prefeitura do município onde o músico faleceu, Recife.

Luiz Gonzaga sofreu de osteoporose por anos. Em 2 de agosto de 1989, morreu vítima de Parada cardiorrespiratóriano Hospital Santa Joana, na capital pernambucana.[4]. Seu corpo foi velado na Assembleia Legislativa de Pernambuco, em Recife e posteriormente sepultado em seu município natal.[14]

Usina Hidrelétrica Luiz Gonzaga é uma homenagem ao cantor.[15]

Em 2012 Luiz Gonzaga foi tema do carnaval da GRES Unidos da Tijuca, no Rio de Janeiro, com o enredo "O Dia em Que Toda a Realeza Desembarcou na Avenida para Coroar o Rei Luiz do Sertão", fazendo com que a escola ganhasse o carnaval carioca daquele ano.[16]

Ana Krepp, da Revista da Cultura escreveu: "O rei do baião pode ser também considerado o primeiro rei do pop no Brasil. Pop, aqui, empregado em seu sentido original, de popular. De 1946 a 1955 foi o artista que mais vendeu discos no Brasil, somando quase 200 gravados e mais de 80 milhões de cópias vendidas. 'Comparo Gonzagão a Michael Jackson. Ele desenhava as próprias roupas e inventava os passos que fazia no palco com os músicos', ilustra [o cineasta] Breno [Silveira, diretor de Gonzaga — De pai para filho]. Foi o cantor e músico e também o primeiro a fazer uma turnê pelo Brasil. Antes dele, os artistas não saíam do eixo Rio-SP. Gonzagão gostava mesmo era do showbiz: viajar, fazer shows e tocar para plateias do interior."[17]

Em 2012, o filme de Breno SilveiraGonzaga - De Pai pra Filho, narrando a relação conturbada de Luiz com o filho Gonzaguinha, em três semanas de exibição já alcançara a marca de um milhão de espectadores.[18]


Em 13 de dezembro de 2012 o Correio Brasileiro, seguindo uma tradição filatélica, emitiu um selo postal em homenagem ao centenário de nascimento de Luiz Gonzaga.[19]


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PADRE CÍCERO



Eu não tinha conhecimento disto, mas o pesquisador Francisco Davi Lima afirma que o padre Cícero Romão Batista de Juazeiro do Norte morreu cego, surdo, pobre e se sentindo triste. Só sei que o padre Cícero faleceu no dia 20 de julho de 1934.




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PILÃO

*Rangel Alves da Costa

No pilão antigo, ainda hoje fincado no quintal como relíquia imorredoura de gerações que se foram, toda a representação e memória de um tempo de lutas e sacrifícios, onde a sobrevivência tantas vezes dependia da batida da mão do pilão sobre a fundura na madeira.
Pilão. Um nome qualquer e até mesmo desconhecido por muitos. A maioria dos jovens não sabe o que é um pilão, não conhece o seu significado, nada sabe sobre a história que se esconde além da velha madeira. Também nem todo adulto o conhece bem. Para muitos, apenas um pedaço de velharia escondido ou esquecido num canto qualquer. E pronto.
Hoje em dia, o pilão está apenas no museu ou guardado por aquele que o tem como verdadeira relíquia. Qual a serventia disso, pergunta o aluno ao professor. Isso aqui, diria o professor, é um livro aberto. E suas páginas contêm relatos de luta, de dor, de sobrevivência. Por isso mesmo o pilão nunca silencia. Sua batida, ou o peso de sua mão na madeira, ainda ecoa por todo lugar.
Aquele talvez o último dos muitos pilões que sofreram nas entranhas a batida forte do roliço tronco de madeira de lei. Quando as mãos levantam a madeira e em seguida descem com força bruta, sem tempo para gemer, então se ouve um grito rouco, seco, saindo das entranhas do tronco. E gritos que se repetem compassadamente, segundo o tempo da batida, até a mão-de-pilão ser deitada após o trabalho feito.
O pilão, nos tempos idos, estava em tudo e por todo lugar. Não havia tribo sem pilão, não havia senzala sem pilão, não havia casa-grande sem pilão, não havia cortiço sem pilão, não havia quintal sem pilão. Para esmagar caroço de milho, tirar a casca do arroz, tornar em pó o grão do café, esfarelar a folha seca, para moer raízes e frutos. Mas ele sumiu.
O pilão sumiu, ou quase sumiu. E só não sumiu de vez por que os mais antigos possuem verdadeiro amor familiar àquele tronco agora adormecido num canto do quintal. Quando abrem as portas dos fundos e caminham pelos arredores, basta avistar o velho pilão e logo começam a recordar o passado e a canção da mão-de-pilão. Canção esta jamais escrita, jamais cantada com voz melodiosa, apenas ouvida e guardada na memória pelo som da mão descendo sobre o pilão.


“Tum-tum-tum. Levanta do chão a mão do pilão, limpa as pontas da mão do pilão. Coloca o grão dentro do pilão. A mão levanta a mão do pilão. Tum-tum-tum. Dentro da fundura a maior aflição, com o grão gemendo sob a mão-de-pilão...”.
As velhas mãos, já tão cansadas de tempo e idade, não têm mais forças sequer para levantar a mão do pilão. Mas noutros idos, ao amanhecer e entardecer sempre ecoava a canção do pilão. Precisava transformar o milho em xerém, bater o café em caroço, tirar a casca do arroz de várzea. Ou assim se fazia ou pouco se tinha como alimento do dia a dia, para o homem e para o bicho.
“Tum-tum-tum. Bate que bate o pilão na boca da noite, e bate mais forte senão logo chega o açoite. Negra mão na mão-de-pilão, pilão escravo de toda aflição. Tum-tum-tum. Bate que bate o pilão sem mostrar o cansaço, pois o algoz se aproxima tendo a mão o ferro e o laço...”.
A tecnologia do pilão é das mais antigas existentes. A necessidade fez com que o homem primitivo buscasse meios para esfarelar, triturar ou amassar, aquilo que encontrava como grão, raiz ou folha. Como perdia muito ao simplesmente bater sobre o grão numa pedra, então achou por bem abrir uma fundura num tronco, de modo que ao bater e triturar nada se perdesse. Depois separava com peneira o farelo ou o pó e o problema estava resolvido.
“Tum-tum-tum. Enquanto sobre e desce a mão-de-pilão, da voz se ouve uma canção. Mas é canto triste e de lamentação, falando de saudade e de solidão, mareando os olhos e o coração. Tum-tum-tum, assim bate o pilão, assim também a vida em recordação...”.
Não há melhor café que aquele nascido com o grão batido em pilão. Quando o pó desce pela peneira sobre o pano limpo e depois é levado para a chaleira já com água fervente, em cima de fogão de lenha, então logo tem início uma verdadeira magia. Tudo se perfuma, tudo se encanta, pois não há nada mais aromatizado e saboroso que o café de pilão borbulhando seu negrume precioso.
“Tum-tum-tum. A memória ainda guarda a batida do pilão, a nostalgia ainda relembra a mão sobre a mão do pilão, num misto de sofrimento e emoção. Tum-tum-tum, pois assim batia o pilão. E de saudade somente bate o coração...”.

Escritor
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80 ANOS ANGICO - PARTE 3

Por Aderbal Nogueira
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Publicado a 18/05/2019

A prisão dos coiteiros e a cachaça. Terceira parte do vídeo documentário dos 80 anos da morte de Lampião - Combate de Angico
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ANTÔNIO SILVINO 1907 - O ATAQUE DO CANGACEIRO A BARRA DE SÃO MIGUEL, PB

Material do acervo do pesquisador do cangaço Kiko Monteiro
Antônio Silvino - Jornal do Commercio (1915)

No fim do século XIX e início do século XX o Brasil assistiu a emergência do fenômeno do cangaço, cujo expoente foi Lampião e seu bando. Todavia, na região da divisa entre Pernambuco e Paraíba o principal nome do cangaço foi o conhecido Antônio Silvino. Vejamos acima uma imagem do mesmo:

Antônio Silvino e seu bando passaram diversas vezes pelo território do município de Barra de São Miguel- PB, como veremos nesta e em outras reportagens desta série. Contudo, o principal ataque ocorreu no dia 26 de janeiro de 1907, quando a Barra de São Miguel era ainda a Sede do município de Cabaceiras e possuía uma rentável mesa de rendas. 

A seguir, vejamos como a imprensa da época noticiou este ataque. Segue reportagem do Jornal A República de Natal - RN, que reproduz matéria do jornal paraibano A União.

Segue a transcrição literal do relato jornalístico:

Antonio Silvino

A ultima façanha

Sobre a ultima façanha de Antonio Silvino, o ataque da villa da Barra de S. Miguel, na Parahyba, lemos o seguinte, na ,:

Segundo informações fidedignas recebidas dessa villa sertaneja, eis o que se passou por ocasião da estada ali do bandido Antonio Silvino.

No dia 26 de janeiro, depois de 11 horas da noite, entrou o grupo formado de 13 cangaceiros, inclusive o chefe, na villa, onde não havia a menor noticia da sua aproximação. Cerca de uma hora antes, estiveram na casa do delegado de policia, cidadão Nicolau Vitalino Correia de Araujo, distante da villa um kilometro e obrigara o mesmo delegado a acompanha-lo e a servi-lhe de guia.

Ao entrar na villa, Antonio Silvino dirigiu-se a cada uma das residências das praças de policia, que em um número de três guarneciam a localidade e foi prendendo-as cada uma por uma vez. Tomou-lhes as armas e os fardamentos, e obrigou-as a acompanha-lo.

Presa e desarmada a ultima praça, dirigiu-se o facínora á casa de João Anastácio, ex-praça do Batalhão de Segurança, que a cerca de quatro annos sutentara fogo contra ele na povoação do Boqueirão.

A voz do delegado, prisioneiro de Antonio Silvino, João Anastacio abriu a porta, sendo subitamente amarrado pelo grupo e arrastado para a rua, onde recebeu grande numero de açoites e duas facadas.

Depois seguiu o grupo para a casa do capitão Manoel Henrique do Nascimento Araujo, escrivão da Mesa de Rendas, ao qual intimou a entregar todo o dinheiro existente na repartição, no que foi obedecido.

Assim passou ás mãos de Silvino a quantia de trezentos e tantos mil reis, único dinheiro existente na Mesa de Rendas porque o respectivo administrador major Deodato Pereira Borges, tinha vindo pouco antes á capital recolher a arrecadação do ultimo trimestre.

Os bandidos obrigaram o referido escrivão a abrir a repartição, onde se apoderaram de todos os livros, papeis e estampilhas que conduziram para a rua e queimaram completamente. Silvino recomendou então ao escrivão que da arrecadação que fizesse, guardasse-lhe cada mez 50$000, que ele viria ou mandaria buscar.

Foram d’ahi á casa do subdelegado de policia, Candido Casteliano dos Santos, contra quem Antonio Silvino estava prevenido, e que recebeu a exigência de um conto de réis, sob pena de ver incendiado o seu estabelecimento comercial.

O sr. Candido Casteliano respondeu que não dispunha de quantia tão elevada porque fizera pouco antes remessa para a praça do dinheiro apurado, pelo que Silvino aceitou a importância de 400$000, tirando porem fazendas no valor de 200$000.

Exigiu e recebeu 50$000 do cidadão Olyntho José de Vasconcelos, 1º suplente do Substituto do Juiz Seccional.

Mandou esbordoar uma praça do destacamento de nome Pedro Rodolpho, porque esta declarou que só se entregara sem resistência por ter sido sorprehendida.

Tudo se fez no maior silencio de modo que as pessoas, que se achavam agasalhadas no interior das casas não presentiam o que se passava na rua.

Antes de retirar-se, Antonio Silvino mandou bater na porta do tenente-coronel Manoel Melchiades Pereira Tejo, que até então ignorava o que se estava passando, e que despertando, abriu a porta.

D’elle exigiu Silvino café para si e seus companheiros no que foi satisfeito, retirando-se da villa ás 3 horas da madrugada.

Em breve apresentaremos os desdobramentos deste ataque de cangaceiros a Barra de São Miguel - PB.
João Paulo França, 06 de julho de 2017.

Fonte: 

Jornal A Republica. 13 de fevereiro de 1907, Natal. Ano 19, número 33
Jornal do Commercio, 02 de janeiro de 1915, Manaus. Ano 12, número 334
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