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domingo, 1 de setembro de 2019

BENJAMIM ABRAÃO BOTTO - UM CORAJOSO LIBANÊS

Por José Mendes Pereira
Padre Cícero e Benjamim Abraão Botto (Zahlé, Líbano). 

Nasceu no ano de 1890 e foi assassinado no dia 10 de maio de 1938,  na cidade de Serra Talhada, no Estado de Pernambuco, 2 meses e 18 dias antes da morte do seu líder o Lampião.
  
Serra Talhada onde morreu Benjamim Abraão

Foi um fotógrafo sírio-libanês-brasileiro que se dedicou a fazer  registro iconográfico do cangaço, principalmente do seu mais admirado líder,  Virgulino Ferreira da Silva conhecido no mundo do crime por Lampião. 

Lampião

Com medo de ser convocado  pelo Império Otomano para lutar durante a Primeira Guerra Mundial Benjamim Abraão Botto tomou uma decisão no ano de 1915,  migrando-se  para o Brasil, só assim ele se livraria da convocação obrigatória para lutar em favor do seu país.
  
No Brasil, Benjamim dedicou-se ao comércio  com tecidos e miudezas, além de produtos típicos nordestinos, iniciando pela capital Recife. Posteriormente atraído pela grande frequência de romeiros, foi negociar em Juazeiro do Norte, levando consigo,  dois burros nomeados de "Assanhado e Buril" e um cavalo que ele o chamava de "Sultão".

Benjamim Abraão Botto acertou de cheio por ter ido comercializar  em Juazeiro, no Estado do Ceará, pois lá chegou a ser secretário do maior religioso do nordeste, o Padre Cícero Romão Batista.

Em 1926, o mais temido dos cangaceiros do Nordeste, o Lampião fez uma visita a Juazeiro (segundo relatos, havia sido convidado pelo Padre Cícero), a fim de receber a bênção do célebre vigário e a patente de capitão, para auxiliar na perseguição da Coluna Prestes.  A nomeação fora feita a mando do padre, pelo funcionário federal Pedro de Albuquerque Uchoa.

 Pedro de Albuquerque Uchôa

Esta ordem de patentear Lampião a capitão, havia sido autorizada pelo deputado Floro Bartolomeu um dos grandes políticos na época, com ordem do próprio presidente da república, Artur Bernardes, e que mesmo com todo poderio, a ordem da patente de Lampião não foi considerada em alguns Estados do Nordeste. Decepcionado, Lampião jamais se envolveu  com a coluna Prestes. 

Dois anos após a morte de Padre Cícero Abraão solicitou do "Rei do Cangaço" permissão para acompanhar o bando na caatinga e realizar as imagens que o imortalizaram. 

E para que isso ocorresse com sucesso Benjamim Abraão recebeu ajuda do cearense Ademar Bezerra de Albuquerque, dono da ABAFILM, que, além de emprestar os equipamentos, ensinou o fotógrafo seu uso. Por ao menos duas ocasiões esteve junto ao bando de Lampião, realizando seu mister. Mas na "ditadura Vargas" Abraão teve seus trabalhos apreendidos, que nele viu um antagonista do regime. Guardada pela família de libaneses Elihimas, em Pernambuco, a película foi analisada pelo Departamento de Imprensa e Propaganda (DIP), um órgão de censura.

Benjamim Abraão morreu esfaqueado, recebendo quarenta e duas facadas sem piedade,  e o crime jamais foi  esclarecido,  donde se especula ter sido mais uma das mortes arquitetadas pelo sistema, como outras mortes aconteceram no período da ditadura.

Este trabalho eu o fiz adquirindo de várias informações de autores, por isso não disponho de fonte.

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LIVRO SOBRE CANGAÇO ADQUIRA LOGO O SEU


O cientista cearense de Lavras da Mangabeira Melquiades Pinto Paiva, publicou entre 2001 e 2008 uma coleção de 5 exemplares com o titulo "Bibliografia Comentada do Cangaço. 

Em 2011 resolveu reunir os 5 volumes, com mais outros apontamentos, num único Volume, com o titulo" CANGAÇO: uma ampla bibliografia comentada", com 390 páginas, capa dura, papel especial, edição de luxo, Editora IMEPH. 

Este trabalho contém o comentário sério e fundamentado de 200 livros, 55 Revistas, 200 artigos de jornais, 140 cordéis e 12 filmes e documentários. 

Livro da mais alta importância para quem deseja fazer um estudo sistemático do fenômeno do Cangaço e formar uma boa biblioteca sobre este tema. Quem desejar adquirir este e outros livros: 

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LEMBRANDO AOS AMIGOS QUE HOJE ÀS 19:30 HORAS...


Por Geraldo Júnior

... estará sendo apresentada na TV SENADO a reprise do documentário DUELO NO SERTÃO - O HOMEM QUE ENFRENTOU LAMPIÃO COM UMA CÂMERA, que foi produzido pelo Jornalista Élcio Braga do Jornal O Globo (Rio de Janeiro) em que eu tive a honra de participar prestando depoimento sobre o tema em questão.

Um bom domingo e um forte abraço a todos.
Geraldo Antônio De Souza Júnior


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LAMPIÃO INFORMADO


Do acervo do pesquisador Pedro Melo

Gostava de ler, ou mandava alguém ler pra ele, de preferência jornais e revistas que falassem a seu respeito.

Fonte: IRMÃO, J.B.L. -2014- Salvador/BA
Foto: Lampião lendo jornal, auxiliado por Manoel Maurício, vulgo Barra Nova. Autor Benjamim Abraão,1936.


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UM SOLDADO CHAMADO ADRIÃO



Adrião Pedro de Souza o soldado Adrião, foi a única baixa da Força Pública no ataque à grota do riacho Angico, em 28 de julho de 1938.

Mas, quem fora Adrião?

Adrião Pedro de Souza nasceu na cidade de Chã Preta, AL, no dia 1º de março de 1915. Era filho do casal Sr. Sebastião Alves de Oliveira e de D. Rosa Maria de Souza.

Adrião Pedro de Souza - o soldado "Adrião". única baixa militar no ataque aos cangaceiros no dia 28 de julho de 1938.

Naquele tempo, Adrião viveu e fazia o que toda criança fez e viveu comumente. As diversões daquela época eram poucas, pois a criançada não tinha tempo para isso. A vida de toda criança, assim que se pode com uma lata d’água, ficasse taludinho, era ajudar seus pais nas lidas diárias da roça.

Seus pais, mesmo necessitando dos seus serviços, o colocam na escola e ele aprende a ler e escrever. Destaque para época em qualquer pessoa.

Sua história nos faz ver que ele não seria mais um sertanejo a viver exclusivamente do ‘cabo da enxada’.

Assim, aquela criança continua seu aprendizado para a vida, parte ao lado dos pais e parte com os ensinamentos do professor.


Já adolescente conhece uma moça chamada Tereza Brandão de Jesus. Começam a namorar e aparece uma forte atração entre eles. Terminando por casarem-se civilmente no dia 04 de março de 1933, em Viçosa, cidade alagoana.

No dia 20 de abril, nasce sua primeira filha Maria Belizia de Souza. No dia 28 de julho de 1934, vem ao mundo seu segundo filho, Geovane de Souza. Porém, quis o destino que oito meses depois de nascido, venha a óbito.

No dia 21 de março de 1938, nasce seu terceiro filho, José Adrião de Souza.

A renda retirada dos serviços da agricultura não estava dando para o sustento da família. Foi então que Adrião Pedro de Souza no dia 21 de março de 1936, contando com seus 21 anos de idade incorpora-se na Força Pública de Alagoas.

É designado para fazer parte da volante do Aspirante Francisco Ferreira de Melo.

Aspirante Francisco Ferreira de Melo

“(...) Ferreira de Melo foi o responsável pela hecatombe do Angico naquela fria manhã do dia 28 de julho de 1938. Ali, o famigerado Lampião, Maria Bonita e sua horda deixaram este mundo, terminaram seus dias de crimes decapitados pelos facões afiados dos “macacos” e seus corpos serviram de alimento para os urubus (...).” (“A OUTRA FACE DO CANGAÇO – Vida e morte de um praça” – SOUZA, Antonio Vilela. 1ª edição, Recife, 2012)

Maria Belízia filha do casal Adrião e dona Tereza Brandão. Ao lado do professor/pesquisador/historiador Antonio Vilela de Souza, autor da obra "A Outra Face do Cangaço".



O cangaço, Fenômeno Social gerado dentro de outro Fenômeno Social, o “Coronelismo”, é um tema incrivelmente complexo e recheado de ‘mistérios’. Tendo início no princípio da segunda metade do século XVIII, fora divido pelos pesquisadores historiadores em duas fases. A primeira fase encerra-se, dando lugar para o início da segunda, na fracassada tentativa de Lampião, Virgolino Ferreira da Silva, e seu bando, o nome maior do cangaço dentre os chefes cangaceiros, saquear a cidade de Mossoró, RN, em junho de 1927. Onze anos, um mês e alguns dias depois, 28 de julho de 1938, da tentativa desse ataque, Lampião e seu bando são atacados entre as barreiras de um riacho seco em terras sergipanas. Desse ataque, resulta a morte do “Rei dos cangaceiros”, sua “Rainha”, Maria Bonita, mais nove cangaceiros e um soldado da Força Pública alagoana, Adrião Pedro de Souza.

O que realmente aconteceu naquele ataque, jamais se saberá. Várias e várias hipóteses já foram feitas, mas, a realidade ainda não veio à tona, e acredito que jamais virá. Pelo simples fato de que, aqueles que sabiam, não disseram a verdade. Com suas mortes, morreu também o que sabiam.

Soldados da PMAL - Da esquerda para direita: Adrião, Abel, José Araújo e Antonio Vicente. Registro em 17 de novembro de 1936.



O pesquisador/historiador Antônio Vilela, citando Alcino Alves Costa, diz: “O nosso amado decano, caipira de Poço Redondo, é quem melhor fala dos ‘Mistérios e Mentiras do Angico’. “

“(...) É como se uma névoa escura envolvesse aquele lugar em mistérios indecifráveis. Ali, os segredos, mentiras e mistérios jamais serão revelados (...).” (Ob. Ct.)

Tive o privilégio de participar de uma expedição de estudos lá na grota.

Estudando, em outras duas viagens feitas ao local, maio de 2014 e julho de 2015, o lugar do desembarque da tropa e a trilha seguida por a mesma. Além das citações de várias pessoas de lá, do local, tanto do lado alagoano como sergipano, mostram-nos que a tropa subiu a trilha até o Alto das Perdidas pelo lado esquerdo do riacho. Isso é confirmado para nós pelo ilustre Alcino Alves em suas obras literárias e oralmente por um dos maiores conhecedores do fato Angico do tema estudado, 
José Sabino Bassetti. Onde hoje se encontra o Restaurante Eco-Parque, não foi aonde à tropa desembarcou, e sim mais acima, contrário a correnteza do Rio São Francisco, onde ainda está à casa de Durval Rosa, irmão de Pedro de Cândido que morava em Entremontes, AL, bem abaixo do local em que a tropa ancorou.

Após chegarem ao Alto das Perdidas, o comandante da tropa, tenente João Bezerra, divide a mesma em colunas e passa para seus oficiais as coordenadas a serem seguidas.

Historiadores/pesquisadores como Alcino Alves Costa, Jairo Luiz e Antônio Vilela e outros, nos mostram as brechas que ficaram quando do movimento, deslocamento, de aproximação para onde se encontrava Lampião.

O cabo Bertoldo e o Aspirante Ferreira de Melo com seus homens, descem em sentido leste, por uns 200 metros, pois a margem esquerda do riacho fica a essa distância e, depois de transporem essa distância, dentro da mata, Bertoldo segue subindo na margem esquerda do riacho, o aspirante transpõe a grota naquela altura, e começa a subir com seus homens, inclusive o soldado Adrião, no sentido contrário a correnteza das águas do riacho em direção ao acampamento do “Rei Vesgo”. O sargento Juvêncio, com sua coluna, sobe direto do lado esquerdo do riacho, a partir do Alto das Perdidas até certa altura e atravessam o riacho para o lado direito, seguindo a partir dai a correnteza das águas em direção ao acampamento de Lampião.

Chã Preta - terra natal do soldado Adrião Pedro de Souza



As outras últimas colunas restantes, a do sargento Aniceto e a do comandante João Bezerra, estavam muito próximos. Do Alto das Perdidas para o local onde estava a tolda de Lampião distam uns 200 metros. 

Tenente João Bezerra da Silva - Detalhe: o comandante militar, nesse registro, está usando parte da indumentária do chefe cangaceiro 'Lampião', como seu lenço de pescoço, suas cartucheiras, seu bornal e etc...



Seguindo direto, a coluna do tenente Bezerra, segundo Alcino Alves e Jairo Luiz, era a que deveria ter chegado primeiro, pois não tinham que descer nem subir, apenas seguir em frente. Não chegando junto, ficou a primeira “brecha”. A coluna comandada pelo sargento Aniceto, atrasa-se, também, e depois surge a conversa que se perdeu, deixando a outra “brecha”. E é justamente por essas duas “brechas” que fogem a maioria dos cangaceiros.

Quem primeiro atira, segundo relatos, são os soldados da coluna do Aspirante Chico Ferreira, a qual também é tida como a que mais matou inimigos naquele ataque. Abaixo, mostramos parte de um diálogo entre os pesquisadores, lá, nos arredores da Grota.

“- Espere aí! Nós vamos descer... Nessa descida não tinha volante. Uma estava na ponta do riacho e a outra volante na extremidade do riacho.” – disse Alcino.

“- Alcino, eu estou mostrando a você que o correto era uma volante descer por aí, eles estavam bem próximo.” – disse Jairo.

“- E quem atacou primeiro?”. - Pergunta Jairo.

“- Chico Ferreira”. - Respondeu Alcino.

“- E quem matou mais cangaceiros?” - Pergunta de novo, Jairo Luiz a Alcino.

“- Chico Ferreira.” – Respondeu o caipira de Poço Redondo.

“– Jairo, você está me ajudando. Na realidade a volante do Aspirante Francisco Ferreira de Melo foi quem tomou a iniciativa do ataque ao bando de Lampião”. – Conclui Alcino. (Ob. Ct.)

Quando se inicia “o pego – pra – capá”, os homens da coluna do Aspirante Ferreira de Melo, se ‘avexam’ tanto que, segundo historiadores, alguns têm que recuar para poderem atirar nos cangaceiros, e isso tudo no miolo da grota, no leito seco do riacho.

Nesse reboliço todo o valente soldado Adrião é morto. Relatos posteriores de um cangaceiro, em revistas e livros, diz que atirou em um soldado. Lá, naquele dia só teve uma baixa militar. Estando deitado, quase que encostando o cano do mosquetão em um soldado, que o mesmo, ao receber o impacto, é atirado longe. Já vemos em outras obras literárias de que o digníssimo soldado da coluna do Aspirante Ferreira de Melo, Adrião Pedro de Souza foi abatido por fogo “amigo”.

Fonte "A OUTRA FACE DO CANGAÇO - Vida e morte de um Praça" - SOUZA, Antonio Vilela. 1ª edição. Recife, 2012.
Foto Ob. Ct.
cariricangaco.com


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NECO DE PAUTILHA DEIXA A FORÇA VOLANTE E VAI TRABALHAR COMO BARBEIRO NO POVOADO CABOCLO NAS ALAGOAS.

Por Sálvio Siqueira

Sempre alerta na expectativa Neco reconhece um pequeno bando de cangaceiro adentrando o povoado e seguem em direção à barbearia... 

Um cangaceiro afoito. "Pó Corante" tomba dentro da barbearia e vai visitar seus antepassados.


Dentro do recinto só tem um fuzil e dois homens... O restante vocês saberão pelo próprio Neco de Pautilha.

Publicado a 30/08/2019

Neco de Pautilha fala de um momento perigoso que passou com o bando de Lampião invadindo o lugar onde ele morava.

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O CANGACEIRO acervo Lampiônico



Mecha de cabelos e um caderno de notas de Lampião. A família lança um apelo a todos que possuem objetos pessoais do capitão para que colaborem na formação do acervo do museu.

Fonte: Revista Manchete, Rio de Janeiro 1980
Foto: Isabel Garcia
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Minhas inquietações: 

A caderneta poderá ter sido do velho guerreiro, mas a mecha de cabelos eu, minha pessoa, acha muito difícil, vez que só quem teve acesso à cabeça de Lampião foram as autoridades militares e o Instituto Nina Rebouças. 

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GRUPO CABRAS DE LAMPIÃO EMBARCA PARA O MÉXICO

Por Valesca Araújo

Grupo Cabras de Lampião se apresenta no Festival Internacional de Folclore no México

O Grupo de Xaxado Cabras de Lampião, de Serra Talhada, sertão pernambucano do Pajeú, é a única atração brasileira a se apresentar no Festival Internacional de Folclore Latino-americano, que acontece em Iguala de la Independencia, cidade histórica do estado de Guerrero, no México. O evento é um dos maiores festivais de arte e cultura de todo o mundo e acontece de 05 a 17 de setembro.

Dez grupos de diversos países vão participar do Festival e apresentar-se em cidades mexicanascomo: Pachuca, Huichapan, Actopan, Tulancingo, San Agustín Metzquititlan, Huasca de Ocampo, Zimapán, Mineral de la Reforma e Mineral del Monte.

O Festival Internacional de Folclore Latino-americano é uma festa da cultura que exalta as raízes mais autênticas da espiritualidade latino-americana, projetando Grupos Tradicionais e artistas para o mundo inteiro, demonstrando o impacto internacional que atingiu o Festival. O evento reúne Grupos tradicionais de toda América Latina, numa festa de valorização das tradições e dos costumes legados pelos antepassados, numa mescla das mais distintas manifestações culturais. É um intercâmbio artístico-cultural entre os inúmeros grupos participantes.

Para a presidente da Fundação Cabras de Lampião, Cleonice Maria, é gratificante ver o trabalho do Grupo de Xaxado Cabras de Lampião, a cultura e a história de Serra Talhada sendo reconhecidos no mundo e, em especial no México, pelo grupo sair da Terra de Lampião e ir dançar xaxado na terra de Zapata e Pancho Villa.

A viagem tem o apoio cultural do Funcultura; Fundarpe; Secretaria Estadual de Cultura e do Governo de Pernambuco, visando a promoção e divulgação do Xaxado - Patrimônio Cultural Imaterial de Pernambuco, de acordo com a Lei Estadual nº 13.776.

Contatos para entrevista: Cleonice Maria – presidente da Fundação de Cultura Cabras de Lampião – (87) 99938-6035.

Enviado por Valeska Araújo

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VOLTA SECA CONTA COMO FOI PRESO

Se você quiser ler a entrevista completa é só clicar neste link: - http://lampiaoaceso.blogspot.com/2009/12/entrevista-de-volta-seca-jornal-o.html - O abaixo é apenas parte do todo.


(...)

Jaguar - Bom, conta cumé que você foi preso?

- Bom, o seguinte foi esse: a minha prisão foi por causa de um colega meu mesmo. Foi mais por causa de eu me doer por causa dos outros e, no fim, me deram um chute. E quem padece sempre sou eu. Mas agora eu já deixei isso prum lado, que não dá certo. O caso foi esse: nesse combate de Massaranduba, onde morreram três e saiu um baleado – o baleado chamava-se Bananeira. Foi baleado na rótula, mas nós não tinha visto ele. Nós tava brigando, e quando terminou a briga, que nós se arretiramos e chegamos na frente, ele ficou dando com a mão de lá. 

Então, eu olhei e falei: 

- Ô capitão, lá tem um chamando e é um dos nossos. 

Aí ele suspendeu a cabeça e eu vi que era o Bananeira e ele tava baleado. 

E eu disse: 

- Vamos lá. 

Ele disse: 

- Eu já saí e num vou voltar mais lá. 

Eu digo: 

- Mas como é que é que o senhor falou que é um por todos e todos por um? Vamos salvar o rapaz, ele tá vivo, num tá morto ainda. Aí ele disse: 

- Eu num vou mais, se você quiser ir, vai. Eu num vou. 

Eu chamei o Fortaleza e falei que o Bananeira tava baleado e ele perguntou: 

- Já chamou o capitão?

Eu disse: 

- Já. Ele disse que já terminou o combate e que ele não vai lá mais. 

Eu disse:

- Você é forte, cê carrega ele e eu agüento o fogo. Então fomos. Aí, chegamos lá e botamos o fogo. O rapaz botou ele no ombro e tiramos ele pra fora. Quando nós tiramos ele fora e trouxemos, eu disse: 

- Capitão, o rapaz taí e tá baleado na perna. Nós temos que salvar ele, levar ele pra um lugar qualquer aí e dar remédio que o homem vai ficar bom". 

Lampião disse: 

- Bom, então você leva ele. Você que foi lá buscar, então, você leva ele.

Ziraldo - Mas por que o Lampião tomou essa atitude? Você não tem uma ideia?

- Num sei. Ele se aborreceu justamente porque eu disse que ia buscar ele. Aí, eu apanhei o rapaz, levamos e chegando na frente ele disse: 

- Bom, você fica aí que eu vou ver se pego um animal pra montar ele. Porque nós não podemos levar ele na rede.

Aí o Fortaleza disse: 

- Mas cumé que o capitão faz uma coisa dessas? 

Eu disse: 

- Eu acho que ele tá mal satisfeito!

 Aí Lampião disse: 

- Então, você vai, pega o animal e leva ele

Aí chamei um outro, nós pegamos um cavalo lá, fizemos uns negócios, montamos ele e saímos. 

Lampião disse: 

- Bota ele na frente que quando os macacos aparecerem, nós tamos aqui. É tempo de você ir e tirar ele pra lá.

Eu disse:

- Tá bem.

Aí ele disse: 

- Como é, bota ele pra frente! 

Eu digo: 

- Mas outra vez? Cê num tá vendo que ele tá machucado e não pode ir assim?

-  Ele disse: 

- Mas você num foi tirar ele de lá? Então cê pode. 

Aí eu vi que ele queria me provocar e digo: 

- Bom, se é isso, não tem problema não. O senhor manda um outro aí ajudar que eu monto ele e passamos pra frente".

Ele disse: 

- Não, monta ele sozinho. Aí, o Bananeira disse assim pra mim: 

- Nada, deixa isso pra lá, ele fica com pilunga contigo. Eu num sei porque. Eu não tive culpa de ser baleado.

Eu digo: 

- Não, mas você num vai ficar sozinho não. Cê vai comigo. Aí, chamei um rapazinho que tinha lá - Pocorante (Pó Corante). Chamei ele e disse: 

- Vamos embora. Aí, pegamos ele e fomos embora. Nós levamos ele pra frente, quando chegamos lá no lugar que ia tratar dele, na fazenda, eu digo:

- Eu vou viajar. Mas o rapaz tem que ser medicado. Num vai ficar assim não

Lampião disse: 

Ah, porque num sei o quê

- Eu digo: 

- O senhor tem razão de falar, porque o senhor é o chefe. Mas o senhor não devia fazer isso não. 

Mas esse Pocorante, esse colega meu, tava mesmo procurando um negócio. Aí, Lampião pegou e disse:


- Você vai lá pegar o meu burro. 

Aí, depois, Lampião chegou pra mim: 

-  Ele não encontrou o burro, não. Você vai lá e dá umas voltinhas, vê se encontra o burro. 

Aí, eu saí e o burro tava em pé ali. Eu cheguei e disse: 

- Mas você não encontrou o burro? O burro tava aqui, como é que você não viu o burro?

-  Lampião então falou pra ele: 

- Eu tava bem era de dar um murro na sua cara.

E o Pocorante ficou calado. depois eu fui procurar o Pocoronte e disse: 

- Escuta rapaz, cumé que um home diz que dá um tapa na sua cara e você fica calado? Escuta, pra que é que você tem um fuzil na mão? Pra que que você tem tanta bala? É pra você mesmo? Ah, num pode dizer nada, que é com o capitão? Ah, bom, então, amanhã ele se enche de gozo e diz que bate na minha cara e eu dou-lhe um tiro na cara dele também". 

Aí, Pocorante disse: 

- É, mas é todo mundo colega da gente mesmo. Na hora ele opina contra, não sei o quê...

- Digo: "Não sei o quê, nada. 

Ele saiu, amarrou a camisinha e foi direto a ele. 

- Ó capitão, o senhor disse que ia bater na minha cara. Eu disse pro Volta Seca e ele disse que se o senhor dissesse que ia bater na cara dele, ele dava um tiro na sua cara. Fez uma fofoca direto. 

Aí, eu venho de lá pra cá e Lampião mandou me chamar:

- Você disse que se eu te desse um tapa você me dava um tiro. 

E eu: 

- Dava, não, eu dou. Dava é uma coisa, eu dou. Quer ver? Experimente. 

Aí, ele ficou falando, num sei o quê...

Jaguar - Ele num tava num bom dia, hein, rapaz?

- Sei não.

Millôr - Enquanto isso, onde estava o ferido, o Bananeira?

- O Bananeira tava numa fazenda, sendo medicado.

Ziraldo - Eu acho que Lampião não tava querendo arriscar o bando dele por causa de um que já tava morrendo.

- Eu acho que era isso. Bom, aí ele pegou com aquele negócio comigo, todo dia tendo uma conversinha. E quando foi de noite, mandou me chamar. Eu fui, chegou perto, me fez a mesma pergunta e eu respondi a mesma coisa. Aí, veio a Maria mesmo e disse: 

- Lampião, você deve deixar isso pro lado. Você fica toda hora procurando uma coisa e deve deixar. Ele é seu amigo, você é amigo dele, é superior a ele, é tudo. Mas ele tá certo. Ninguém vai querer tomar tapa na cara, isso num fica certo. Então, você não deve fazer isso. Deve parar com esse negócio. 

Aí, bem, parou. Quando é de noite, ele mandou me chamar e eu mandei dizer que não ia mais lá. Aí, ele ficou falando que no outro dia de manhã ia me almoçar, num sei o quê... Os outros vinham e me diziam: 

- Olha, cuidado, o Lampião disse que vai te almoçar amanhã.

Eu disse: 

- Num faz mal, não. Diz pra ele que eu janto ele agora de noite também.

Aí, quando foi mais ou menos meia-noite, ele botou gente em roda pra eu não sair, que queria falar comigo de manhã.

Eu disse: 

- Num faz mal. Aí, veio o cunhado dele mesmo, o Virgínio:

- Volta Seca, cê sabe que eu gosto de você, o Mariano também. É todo mundo seu amigo, ele pode mandar matar você e nós num pode fazer nada. E vai ser uma coisa. Então, vai embora, vai por teu caminho, vai embora.

Eu digo: 

- Tá certo. Aí, ele mandou pedir as armas e eu disse que não dava. Mandou que eu entregasse fuzil e munição e eu disse que não entregava. Mas não entregava mesmo. Aí, com o auxílio dos outros, eu fui embora.

Ziraldo - A pé ou a cavalo?

- A pé. Eu fui embora. Aí, ele mandou recado pra tudo quanto é fazenda, que no lugar que eu passasse, ia me matar.

Ziraldo - Aí você ficou numa ruim, né?

– Pois é. Aí, fiquei contra. Mas não tem nada, não. O destino é esse, é esse mesmo. Se morrer hoje, morri; se morrer amanhã, morri. É tudo a mesma coisa. Quatro dias depois encontro com o oficial com a volante. Um cara lá, que era meu amigão, moleque sem-vergonha, me cagoetou.

Jaguar - Qual era o nome dele?

- Chamava-se Adão.

Jaguar - Onde você conheceu ele?

- Lá na fazenda.

Ziraldo - Ele já morreu?

- Eu não sei se ele tá vivo ou se tá morto. Só sei que chamava Adão. Então, ajuntou lá um time e me cagoetou com a polícia.

Sérgio Cabral - Isso onde?

- Lá no Estado da Bahia.

Ziraldo - Que cidade?

- Não é cidade não, é mato mesmo, Lagoa da Onça. Aí, eu cheguei lá e um rapaz falou comigo que era pra eu tomar cuidado que a polícia tava por ali. 

Eu disse: 

- Pode deixar comigo que eu sei sair. Quando foi de manhã, eu saí e matei um garrote. Quando eu tava tirando o couro do garrote, eles me cercaram dentro de uma roda...

Millôr - Estava matando o garrote pra comer?

- É. E aí mandaram bala em mim. Tinha um rapazinho comigo ali e ele logo recebeu um na cabeça e caiu logo ali.

Jaguar - Era amigo, seu, esse cara?

- Era, tava comigo.

Sérgio Cabral - Num queriam nem prender, queriam era matar?

- O negócio num era prender, não. Era matar.

Ziraldo - Como é que você escapou dessa?

- Como que eu escapei? Eu saí, arrombei a cerca por baixo, cheguei por detrais dele, dei uns dois tiros e caí fora. Eles ficaram lá, brigando umas duas horas, eles mesmos, sozinhos. Eu fui embora. Cheguei lá, fiquei sentado, chupando melancia. E a minha vontade era de ir lá, só escutando eles gastando bala feito diabo. E eu quieto, quietinho lá no meu canto. depois, eu saí e fui na casa desse cara. Num sabia de nada.

Millôr - Do Adão?

- É, desse Adão. E ele já tinha chamado a turma dele toda lá, tava tudo dentro de casa. Eu num sabia de nada, era amigo, né? Aí, quando cheguei lá, ele disse: 

- Ôpa, que que há, rapaz?

- Eu digo: 

- Nada. Ele diz: 

- O que que foi aquele tiroteio? 

- Eu digo: 

- Eles me encontraram ali e me deram uns tiros: eu dei uns dois também neles e caí fora. 

Ele diz: 

- Ô rapaz, a tua mão num tá de calo, não? Olha, cê vê como que pode. A falsidade dói como o diabo... Ele de novo:

- Escuta, rapaz, sua mão num tá de calo, não? E eu: 

- Que nada, rapaz, isso é bobagem. Ele pegou a minha mão e apertou. Quando ele apertou, eu digo: 

- Ô rapaz, deixa disso. 

- Ele disse: 

- Você tá preso. 

Eu digo: 

- Preso? Olha, rapaz, eu pego você sem Deus me ajudar.

Foi a palavra mais errada que eu disse na minha vida. Ele aí avançou em cima de mim. Quando ele avançou, eu chamei ele e botei no chão. Aí ele gritou: 

- Me acode!

-  Quando eu vi, já tava todo mundo em cima de mim. Uns 15.

Millôr - Você tinha uns 14 anos, né? Um menininho...

- Era garoto, mas era forte. Andei tombando uns dois lá, e aí, pronto. Eles me amarraram igual um porco. Diziam: 
- Eu mato, num mato...

Aí, veio a irmã dele, que queria dar boa vida a ele, e disse: 

- Num façam isso com ele não. Já que vocês prenderam, leva ele e entrega na polícia. 

Eu, amarrado, o que que podia fazer? Eles me pegaram e foram me entregar justamente a esse tenente que estava baleado. Lá no tiroteio ele tomou um tiro e tava com as costas toda esfacelada. Aí, quando chegaram lá e me entregaram, foi o mesmo que entregar um mosquito nas mãos de urubu. Empurra pra lá, empurra pra cá, eu num vi mais nada. Eu olhava pra cara daqueles fedorentos e endoidei, fiquei maluco. Aí, chegou um crioulão com um chapelão: 

- O negócio é matar". 

Aí foi dar um tapa na minha cara. Eu abaixei e dei um pontapé nele...

Millôr - Tava amarrado ainda?

- Amarrado. Aí, veio o tenente lá, todo emplastado: 

- Num toca nesse homem não! 

É um tenente alagoano – eu esqueci o nome do homem. E foi logo dizendo: 

- A hora de vocês matarem ele era lá, na hora que vocês estavam brigando. Eu recebi esse tiro e vocês saíram correndo. Então, era nessa hora que vocês deviam ter matado ele. Aqui ele tá garantido por um homem e pela lei e ninguém precisa pôr um dedo nele.

Ziraldo - Cê acertou o coice no sargento?

- Acertei e foi um coice desgraçado. Ele caiu lá com a mão, rolando pelo chão. 
Eu digo: E se dane. 

O tenente é Joaquim, Zé Joaquim. Ele disse: 

- O homem tá garantido e eu não entrego a ninguém a não ser o (sic) chefe da polícia. Num sendo ele, num sai da minha mão. E qualquer coisa que triscar nesse homem aí, já pode saber que vai expulso e preso.

- Ziraldo - Ele sabia que você era o Volta Seca?

- Sabia.

Millôr - Isso foi em Alagoas?

- Foi na Bahia mesmo, Santo Antonio da Glória. Aí, eu fiquei lá, num comia nada.

Ziraldo - Na prisão eles não davam comida?

- Não, vinha de tudo, farinha pura...

Jaguar - Você ficou preso em Santo Antonio da Glória?

- Foi. Não tinha fome nem sentia nada, revoltado.

Ziraldo - Os jornais anunciaram essa prisão lá na cidade?

- Só depois. Aí, eu digo, tá certo. Viro daqui, viro dali, o tenente diz:

- Aqui ninguém toca em você, nem nada. 

- E  passou logo um telegrama pra polícia, pro chefe da polícia, que era o capitão João Facó. Aí, ele mandou reforço: 

- Diga que garanto o homem, num toca num dedo dele, nem nada, me traz o homem. E disse: 

- Entrega pro coronel Costinha que ele recambia ele daqui pro Rio, pra Bahia. 

O coronel Costinha mesmo foi me buscar, mas o tenente disse: 

- Não, eu mesmo levo e entrego lá. Num tenho confiança de deixar vocês levarem ele".

Millôr - Bacana o homem, hein?

- É, tá certo, bacana. Nós saímos e quando nós chegamos lá no trem, ia pra mais de 300. Um carro do trem, uma traça daquela, não cabia ninguém, a não ser eu e a polícia só. Um carro só, e veio cheio que não tinha lugar pra sentar.


Millôr - Cheio de polícia pra levar você, né?

- É. Pra me levar. Eu tava amarrado, porque Lampião mandou recado que se não me segurasse, eles iam me pegar no lugar que eu tivesse. No trem, no caminhão, no diabo que fosse. E botou diversas emboscadas, mas eles souberam fazer o troço. Chegando lá, me entregaram, e de lá me tocaram pra Bahia.


Millôr - Eles te entregaram perto de Canudos?

- Não, muito pra baixo.


Ziraldo - Se o Lampião pegasse você, cê tava perdido dos dois lados, né?

- Tava não, ele já queria me salvar. O negócio era esse.


Millôr - A essa altura ele já queria te salvar, né? Então, você chegou na Bahia...

- Me tocaram pra Salvador.


Millôr - Você nunca tinha ido à capital?

- Não.


Jaguar - Quanto tempo você esperou pra ser julgado? Uns dois anos?
- Uns dois anos.

Ziraldo - Quando você foi julgado, aqueles dois primeiros crimes estavam no julgamento?

- Não, aqueles já tinham sido prescritos.


Ziraldo - Eles não ficaram sabendo daquilo, né? Aquilo era lá dos cafundós...

...Jaguar - Só foi julgado pelos casos do cangaço, né?

- Só, e eles mesmo num davam nada não.


Aparício - Quem te defendeu?

- Quem me defendeu foi Deus e eu mesmo. Não tinha ninguém por mim.


Ziraldo - Cê num teve advogado?...

Millôr - Cê num teve julgamento com promotor de acusação?

- Na hora teve uma moça, uma advogada, chegou e disse: 

- Eu vou defendê-lo e vou botá-lo na rua. 

O juiz num aceitou.

Ziraldo - Quem era esse juiz e essa advogada?

- Ela eu num me lembro do nome, não. Era uma moça de Vila Nova da Rainha. O juiz eu num quero nem tocar no nome dele, deixa esse negócio de juiz pra lá.


Millôr - Agora, Volta Seca, é verdade que você tem um jornal guardado pra fazer o Jorge Amado engolir?

- Isso eu falei, mas agora já acabou.


Millôr - Acabou o jornal ou acabou a pinimba?

- Acabou a pinimba.


Jaguar - Por quê?

- Ele escreveu num livro dele que me conheceu muito, em Água de Menino, na Bahia. E se ele me conheceu, foi quando fui preso, porque, na Bahia, eu nunca tinha ido na capital. E ele então escreveu que tinha visto eu em Água de Menino, sendo capitão de areia.


Sérgio Cabral - Ele falou mal de você?

- Me chamou de capitão de areia. 

- Então, eu disse mesmo: Eu tenho o jornal guardado pra um dia dar pra ele comer. Mas eu já deixei pra lá. Deixei até de ganhar dinheiro um dia desses, só porque me disseram que ele ia também. Era no Hotel Serrador, ia ter uma peça e ele ia também. Então, quando me falaram que ele ia, eu disse: "Pode me tirar fora, vou não.

Ziraldo - Num gosta de mentiroso...

- Eu não. Quando falar, fala verdade. Tá certo falar aquilo que aconteceu, mas mentir!...


Jaguar - Você cumpriu a pena onde?

- Na Bahia.


Jaguar - Fugiu quantas vezes?

- Só duas.


Jaguar - Voltou ou te pegaram?

- Pegaram, voltou o quê? Se eu fugia, cumé que eu ia voltar?


Ziraldo - Podia. Tá ruim cá fora, né?

- Tava não, eu fazia grana.


(...)


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