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quinta-feira, 31 de maio de 2018

NOVO LIVRO DE ARCHIMEDES MARQUES

Chegou o volume 2 de 'Lampião e o Cangaço na historiografia Sergipana'

Recebi, ontem, o novo livro do escritor sergipano Archimedes Marques, 'Lampião e o cangaço na historiografia Sergipana'. Essa magnífica obra e, fiquei surpreso com o grande conteúdo e, novidades que o mesmo traz. São quase 400 páginas, com fatos novos, inclusive uma certidão do casamento da cangaceira Dulce, com o também, cangaceiro, Criança. Uma iconografia muito rica, que vale a pena ter em sua biblioteca.


Foto: TV Aperipê

Neste segundo volume passeamos sobre a estada, a passagem, a vida das cangaceiras naqueles inóspitos tempos, suas dores e seus amores nas guerras do cangaço e também após esse tempo para aquelas sobreviventes.

A história do município de Carira, seus arruaceiros, seus bandoleiros, seus pistoleiros, os cangaceiros e policiais que por ali atuaram, também é minuciada e melhor estudada com a participação inequívoca de historiadores locais de renome que remontam esse tempo.

A histórica e linda Laranjeiras dos amores e horrores, não poderia ficar de fora, pois além de tudo, há a grande possibilidade de Lampião ali ter pisado, até mais de uma vez, para tratamento do seu olho junto ao médico Dr. Antônio Militão de Bragança. Nesse sentido a história, a ficção e as suposições se misturam para melhor compreensão do leitor.
  

O autor a esquerda, na ocasião do coquetel de lançamento em Aracaju.
Fonte Site do Bareta.

Boas novidades também são apresentadas neste volume, uma com referência ao “desaparecido” Luiz Marinho, cunhado de Lampião, então casado com a sua irmã Virtuosa, outra referente ao casamento de um casal de cangaceiros ainda na constância desse fenômeno ocorrido em Porto da Folha, com a prova documental e, em especial o extraordinário fato novo relacionado a Maria Bonita em Propriá na sua segunda visita àquela cidade para tratamento médico.

Fotos inéditas também estão apostas neste volume, que acredito será bem aceito pelos pesquisadores do cangaço. A excelente obra pode ser adquirida diretamente com o autor, através do email: archimedes-marques@bol.com.br

Resenha e Transcrição de Volta Seca, administrador do grupo Lampião, Cangaço e Nordeste - Facebook.

http://lampiaoaceso.blogspot.com/2018/05/novo-livro-de-archimedes-marques.html

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HELENA BRAGA EM FESTA

Clerisvaldo B. Chagas, 31 de maio de 2018
Escritor Símbolo do Sertão Alagoano
Crônica 1.912
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 Excelente a festa de ontem acontecida na Escola Estadual Professora Helena Braga das Chagas. Dia transferido de homenagem às mães, elas compareceram em massa e assistiram emocionadas a seguinte programação: Abertura do evento com palavras do novo diretor, Ivanildo Ramalho dos Santos. Presente do livro 230 ao padre Jaciel Soares Maciel, pelo autor e o diretor da Escola. Entrega de documento ao pároco, pelos escritores Clerisvaldo B. Chagas e Marcello Fausto. Documento este que narra fatos sobre Ana Tereza, a primeira devota de Senhora Santa Ana no município, inclusive reivindicando um lugar para o seu nome na Paróquia e outras providências. Palestra do vigário sobre o Dia das Mães, realizada com brilhantismo pelo padre Jaciel Soares Maciel.
Escola Helena Braga. Foto: (B. Chagas - Livro 230).

Em seguida, a professora Vilma de Lima, iniciou a segunda parte, com a crônica humanista, de cunho ecológico,”Beija, Beija, Beijando”, do mesmo autor do livro 230. As mães não arredavam o pé e, uma banda musical acompanhava as homenagens abrilhantando os festejos merecidos. Em seguida, os alunos de várias turmas foram ao palco do evento, realizando apresentações ensaiadas com seus eficientes professores. Era grande o entusiasmo estudantil aguardando a vez de cada uma das apresentações. Jesus participou mandando uma chuvarada boa que fazia coro na terra com as páginas musicais. De fora só se ouviam as salvas de palmas da plateia demonstrando a imensa satisfação matinal.
E o entusiasmado evento que teve início às oito da manhã, parou para um lanche às donas da festa, aproximadamente às dez horas. Era a escola do Bairro São José reforçando o liame entre educadores e as famílias pela batalha da vida. O esforço de cada um que faz a Escola Helena Braga, valeu à pena em contemplar o semblante de felicidade de mães, filhos e filhas, nessa manhã inesquecível. Bastante aplaudido o antigo diretor, Marcello Fausto, pelos relevantes serviços prestados por duas gestões sucessivas. Já o novo diretor,  Ivanildo Ramalho, procura estruturar a Unidade e partir para novas conquistas que elevarão o nome do Ensino em Santana.
Como será o próximo Dia das Mães? Imaginemos nós.

http://clerisvaldobchagas.blogspot.com/2018/05/helena-braga-em-festa.html

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LEMBRANÇAS DA CASA

*Rangel Alves da Costa
Rangel Alves da Costa

Ah, as lembranças da casa. E como doem as lembranças da casa. Como são doces e alegres, dolorosas e torturantes as lembranças da casa. Era rica ou pobre, era de barro ou tijolo? Não precisa saber. Era lar. E tudo.
A casa. Lar que era vivo e transbordante  nos tempos idos, com portas e janelas abertas, pessoas chegando e saindo, fumaça subindo da lareira e cheiro de café torrado ao entardecer.
A casa. O ninho familiar, com pessoas vivendo os seus destinos, compartilhando instantes de alento e desalento, sem imaginar quanto o tempo vai transformando a existência, tornando solidão aquilo que era tão presença.
“Menino cuidado com pingo de chuva, pra cair gripado e febril é num instante. Menina venha cá arrumar essas bonecas dentro da casinha. Pensa que boneca de pano não tem sentimento, é? Maria coloque o café no pilão e depois estenda a roupa no varal...”.
“Zezinho, já avisei que não quero ver você subindo sozinho naquele cavalo alazão. O bicho ainda tá brabo, arreliento, e é arriscado por demais que desembeste com você em cima. Também não quero que saia por aí de arapuca na mão pra pegar passarinho. Tem cobra e bicho perigoso por todo lugar. Se quiser brincar que vá correr na malhada com seu cavalo de pau ou cuidar da sua fazenda de ponta de vaca...”.
“Mãe, Zezinho roubou o cabo de minha vassoura. Mãe, eu vi Aninha pegar seu talco de pó pra botar nas bonecas dela. E também saiu do quarto com uma alfazema escondida. E também ouvi quando conversava com uma boneca e dizendo que um príncipe encantado qualquer dia vai aparecer na janela do quarto dela. E que vai mandar o bicho-papão ficar debaixo de minha cama...”.
“Cale a boca vocês dois. Mas quem já se viu duas criaturinhas iguais a vocês duas. Um vem e diz que a outra fez isso, a outra vem e diz que o outro fez aquilo. Mas que coisa mais feia. Agora venha cá Zezinho, e depois venha você Aninha, pois quero saber direitinho dessas histórias. E vão preparando o lombo...”.
Os anos foram passando e a movimentação na casa continuava intensa, mas as vozes tomavam outros tons, os gritos já não eram da criançada nem dos pais ordenando a convivência. Outras palavras, e até alvoroços, começaram a se espalhar pelas paredes e arredores.


“Corra, corra Zezinho, vá chamar o doutor. Aninha se apresse aqui, me ajude a abanar sua mãe que parece sufocada, sem um pingo de ar. Abra a janela, tire essa cortina da porta. Faça uma garapa, traga aquele chá. Abane aqui que ela parece que nem pode mais respirar...”.
“Corra aqui pai, chega, venha logo pelo amor de Deus. Não estou sentindo mais nenhuma respiração. Será que ela morreu, será que ela morreu? Responda, será que ela morreu? Ela não pode morrer, ela não vai morrer. Será que ela morreu? Responda, responda pelo amor de Deus...”.
No mês seguinte o pai não suportou a dor do luto e também faleceu. Estava de lenço à mão sentado numa cadeira na varanda quando pendeu a cabeça para o silêncio da vida. Parecia sorridente na feição envelhecida mil anos em poucos dias. Quando a filha encontrou-o assim, talvez já caminhando em busca de sua amada, pela última vez um grito ecoou na casa.
Foi o último grito, mas cujo som continua ecoando nas sombras escondidas do passado. Apenas os dois irmãos continuando ali, apenas as palavras inevitáveis eram pronunciadas.
“Não suporto mais viver aqui nesse sofrimento. Vou embora daqui. Vou morar na casa de Tia Tonha, lá na cidade. Só tenha pena de lhe deixar sozinho aqui. Nessa idade e ainda não pensou em casar. Parece que nossa sina é viver na solidão pela vida...”.
“Também vou sentir muito sua falta. Mas também sei que não pode continuar nessa situação de desalento. Ninguém vive feliz numa casa que só traz tristeza e dor no coração. Olho pro lado e parece que vejo nossa mãe, olho pra outro e sinto a presença do nosso pai. E eles olhando tudo pelos retratos na parede. Mas vá. Também não vou demorar aqui não. Vou vender tudo, entregar a sua parte e depois penso que estrada tomar...”.
Vendeu a casa. Quem a adquiriu nunca usou como habitação. Os anos foram passando e tudo envelhecendo, se deteriorando, numa dolorosa paisagem. As janelas abertas, a porta caída. Folhagens mortas sendo levadas pelo vento e ali fazendo moradia. Tudo abandono e solidão, apenas a ventania zunindo triste ao redor.
Quando chegava o entardecer um cheiro forte de café torrado era sentido por quem passava ao redor. E vozes, e vozes na noite. E depois um grito desesperado. E novamente o silêncio dos tempos.
E tudo nos idos da memória que alegra e chora. Tudo na relembrança daquela casa, tudo na folha do tempo, tudo no sopro do vento.

Escritor

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CABROBÓ CIDADE PERNAMBUCANA EM CONTA DE CHEGADA

 Por Dênis Carvalho
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Contempla a história de Cabrobó e a história da transformação de Cabrobó. Na primeira etapa estão presentes temas como origem de Cabrobó, nome e localização da fazenda de origem, fundação, fundador, construção da primeira igreja, extensão do território primitivo, evolução político-administrativa, exploração de cebola, e tentativa de mudança do nome de Cabrobó. Estão citados fatos e nomes de diversas pessoas, como eleições antigas e ocupantes de cargos legislativos e executivos, além de novidades acerca de Brígida de Alencar e Lampião entre outros.

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CAMURUPINS NO RIO APODI-MOSSORÓ, EM TERRITÓRIO MOSSOROENSE.


Por José Romero Araújo Cardoso
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Em épocas pretéritas, era comum camurupins subirem o rio Apodi-Mossoró quando das grandes marés altas. Ficavam impossibilitados de voltarem para a água salgada, sendo caçados principalmente pelos moradores das áreas rurais do município de Mossoró. Topônimo de espaço rural em Mossoró - Camurupim - localizado à esquerda da ponte Lourenço Menandro Cruz, sentido de quem segue para o vizinho município de Governador Dix-sept Rosado, ou à direita, para quem vem, tem sua gênese no aprisionamento dos camurupins quando esses peixes adentavam o curso do rio Apodi-Mossoró e não conseguiam mais voltar para o mar.







Enviado pelo professor, escritor, pesquisador do cangaço e gonzaguiano José Romero de Araújo Cardoso

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SOBRE O PUNHAL DO CANGACEIRO ASA BRANCA E SOBRE O LIVRO LAMPIÃO CONTRA O MATA SETE

Por Rogério Dias Xavier
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Conheci um integrante do bando de Lampião que visitou cordialmente Mossoró em 13 de junho de 1927, digo cordialmente porque se fosse uma invasão ele nunca teria avisado as autoridades dessa terra sobre a sua vinda.

Quanto aos dois livros opositores que vem dando o que falar no meio da cultura nordestina, acredito no trabalho do livro LAMPIÃO CONTRA O MATA SETE e nas pesquisas do seu autor Archimedes Marques sobre o cangaço, mas é bom ficar em alerta porque no meio desses pesquisadores de araque existem muitos da marca desse cidadão que escreveu "Lampião o Mata Sete", um livro sem base de sustentação alguma.

SOBRE O PUNHAL DO CANGACEIRO ASA BRANCA E SOBRE O LIVRO LAMPIÃO CONTRA O MATA SETE

Referente a esse punhal da fotografia exposta eu recebi das mãos de Asa Branca, figura que comentam dezenas de histórias sobre o mesmo, mas, no entanto quando o conheci em Mossoró, na época ainda existiam pouquíssimos pesquisadores sobre o cangaço e nunca nenhum deles contestou sobre a vida de Asa Branca, entretanto, alguns atuais já disseram que esse PUNHAL é história "pra boi dormir" como se eu ou o Asa Branca estivéssemos mentido. Ninguém sabe o porquê dessas pessoas não contestarem a veracidade dos fatos pessoalmente ao próprio Asa Branca como todo e bom pesquisador deve fazer.

História se faz com pesquisas não com suposições e é dentro desse contexto que afirmo que o Asa Branca realmente foi um cangaceiro, como também parabenizo o livro LAMPIÃO CONTRA O MATA SETE, não só pela quantidade de fatos narrados baseados na verdadeira história do cangaço, mas também pela excelente pesquisa realizada pelo seu autor, Archimedes Marques, que em tudo bem contradiz o seu opositor, também sergipano, Pedro de Morais.

Rogério Dias Xavier


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O MÉDICO E O CANGACEIRO?

Por Archimedes Marques
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A minha avó Helena Motta Marques, quando ainda com vida e lúcida, contava uma história ocorrida em Nazaré das Farinhas, cidade do sertão da Bahia, na madrugada do dia 27 de maio de 1929, época em que ela e o meu avô Archimedes Ferrão Marques, então médico, naquele município residiram por alguns anos.

O médico e o cangaceiro?
Dr. Archimedes Ferrão Marques.

A minha avó Helena Motta Marques, quando ainda com vida e lúcida, contava uma história ocorrida em Nazaré das Farinhas, cidade do sertão da Bahia, na madrugada do dia 27 de maio de 1929, época em que ela e o meu avô Archimedes Ferrão Marques, então médico, naquele município residiram por alguns anos.

O meu avô que era médico daqueles que de tudo fazia para ajudar as pessoas, além de ter um cargo estadual como sanitarista possuía também uma farmácia tipo drogaria onde atendia aos doentes e ali mesmo quase sempre manipulava e vendia os remédios que ele próprio receitava. A farmácia que servia de aprendizado e de complemento de renda familiar lhe dava outros bens de consumo, além da satisfação de curar doentes e salvar vidas, vez que, quando os seus pacientes não podiam pagar com dinheiro, presenteavam-no com galinhas, patos, cabritos, porcos e outros animais. Assim eles viveram uma vida dura e simples em Nazaré das Farinhas naquele tempo de muito trabalho, mas também de boas realizações e excelentes lições de vida.

O meu avô Archimedes era muito caridoso e atendia qualquer um a qualquer hora, independente da pessoa ter ou não como pagar pela consulta ou pelo medicamento utilizado. Bastava bater na porta da sua casa que ficava anexa a sua farmácia, que ele medicava, fazia curativos, pequenas intervenções cirúrgicas, engessamento em traumatismo de pernas e braços e até partos realizava com o maior prazer possível. Era médico por vocação, amava a sua profissão e tentava seguir fielmente o Juramento de Hipócrates.

Naquele dia, mais de perto na calada da madrugada, em meados das primeiras horas, chegaram a sua casa dois homens montados a cavalo, um deles com um dente bastante inflamado e "urrando" de dor, querendo a qualquer custo que ele o arrancasse e lhe livrasse daquele atroz sofrimento. Não bastaram as desculpas do meu avô em dizer que somente poderia aliviar a sua dor, pois não era dentista e sim um médico e, além disso, nunca tinha arrancado um dente na sua vida, além de não possuir os instrumentos pertinentes necessários para uma perigosa extração como aquela demonstrava ser.

O homem desesperado puxou de um punhal dizendo que se ele não arrancasse o seu dente seria sangrado ali mesmo sem dó ou piedade. Diante do novo "argumento" não restou outra alternativa senão cumprir a vontade do bandido. Aflita e trêmula de medo a minha avó logo foi buscar um alicate comum na caixa de ferramentas e o colocou para esterilizar em água fervente, enquanto o meu avô aplicava injeção de morfina na boca inchada do intransigente paciente e depois de muito suor, desespero, gemidos e luta do alicate com a boca, o dente do cidadão finalmente foi extraído. Em seguida o meu avô fez uma boa limpeza em toda a boca infeccionada do paciente, aplicando-lhe uma injeção antibiótica e, recomendando por fim, além da higiene necessária, repouso absoluto nos dois dias seguintes.

O homem agradecido e aliviado, em demonstração de possuir algum sentimento, tirou um anel de ouro de um dos seus dedos e o deu como paga ou presente para o meu avô que então mais à vontade, criou coragem para perguntar pelos nomes deles, obtendo a resposta do outro cidadão acompanhante, que os seus nomes não lhe interessava e se ele tivesse juízo que ficasse calado sobre o ocorrido para não ter um dia a sua garganta cortada. Em seguida montaram nos seus cavalos e desapareceram no escuro da noite para sempre.

Por via das dúvidas, diante do iminente perigo da ameaça e com receio dos homens voltarem em vingança caso fossem denunciados e presos, os meus avós preferiram guardar segredo dos fatos durante o tempo em que naquela cidade permaneceram, não prestando queixa à Polícia nem tampouco comentando com vizinhos e amigos sobre o desespero e terror pelos quais passaram naquela noite.

Diz o velho ditado que não há um mal que não traga um bem. Assim, a lição e o exemplo vividos pelo casal que inclusive já tinha filhos menores, serviram para que o meu avô adquirisse os instrumentos dentários essenciais e passasse também a extrair dentes, sendo então, mais uma fonte de satisfação e caridade aos mais necessitados que passavam pela angustia dessa insuportável dor, além do somatório próprio da renda familiar, vez que no município não existia um dentista sequer. Contava a minha avó que por vezes a fila para extrair dentes era bem maior do que as consultas médicas tradicionais realizadas pelo meu avô Archimedes.
Quanto aos dois desconhecidos que a minha avó dizia ser de compleição física sertaneja e rude, de cor morena queimada pelo sol e que usavam roupas grosseiras com bornais de couro e outros apetrechos, nunca souberam de quem se tratavam.

Teriam sido cangaceiros desgarrados de algum grupo de Lampião ou teriam sido criminosos outros procurados pela Polícia?... Como não há nenhum registro de ataque ou presença de cangaceiros no município de Nazaré das Farinhas é mais provável a segunda opção.

A título de ilustração transcrevo o breve currículo do meu avô, colhido no site http://linux.alfamaweb.com.br/asm/dicionariomedico/dicionario.php?id=31900:

Archimedes Ferrão Marques.

Nasceu em 2 de julho de 1892, em Salvador/BA, filho de Ernesto dos Santos Marques e Ana Ferrão Moniz Marques. Formou-se pela Faculdade de Medicina da Bahia em 1917, defendendo a tese "Raspagem Uterina". Iniciou suas atividades médicas em 1918, combatendo a epidemia de varíola que grassava em todo o interior da Bahia, sendo em razão disso nomeado Inspetor Sanitário do 10º Distrito da Bahia e membro da Comissão Sanitária Federal de Combate à Febre Amarela. Em seguida, ainda em Salvador, foi transferido para o serviço de Saneamento Rural, onde fez carreira como médico, subinspetor, inspetor e chefe de distrito e zona até dezembro de 1930. Nomeado Sanitarista do Ministério da Saúde, atuou na Delegacia Federal de Saúde da 5ª Região da Bahia. Transferiu-se para Recife, onde atuou na Delegacia Federal de Saúde e Inspetoria de Saúde dos Portos, durante a 2ª Guerra Mundial. Em 1945 é designado para a Delegacia de Saúde da 6ª Região, em Aracaju.

Cumulativamente exerceu o cargo de médico da Caixa de Aposentadorias e Pensões da Leste Brasileira. Atuou como clínico e obstetra. Faleceu em 17 de março de 1968, em Salvador/BA, com 76 anos.

(*Delegado de Policia no Estado de Sergipe. Pós-Graduado em Gestão Estratégica de Segurança Publica pela Universidade Federal de Sergipe) archimedes-marques@bol.com.br



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CURIOSIDADE SOBRE LAMPIÃO

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1 - Na foto o Cine Capela, onde Lampião assistiu ao filme Anjo das Ruas, com a atriz Janet Gaynor.

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2 - O rifle Winchester (modelo 1873, calibre 44, cano octagonal), conhecido com rifle papo-amarelo, foi a arma usada até 1926. O fuzil Mauser (modelo 1908, calibre 7×57) passou a ser a arma do bando de Lampião após a ida a Juazeiro do Norte.

3- Em 1929, na cidade de Capela, Sergipe, Lampião pesou sua carga. Sem as armas e com os depósitos de água vazios, chegou a 29 quilos.

4 - Lampião levava em um de seus bornais uma botica improvisada com tintura de iodo, pó de Joannes, água forte, pomada de São Lázaro, linha e agulha, algodão, um estojo de perfumes com brilhantina, óleo extratos e essências baratas.

5- Lampião levou sete tiros e perdeu o olho direito, mas acreditava que tinha o corpo fechado. Em 1921, foi ferido à bala no ombro e na virilha, no município de Conceição do Piancó-PB. Em 1922, atingido na cabeça. Em 1924, baleado no dorso do pé direito, em Serra do Catolé (Belmonte-PE). Em 1926, ferimento leve à bala, na omoplata, em Itacuruba, em Floresta-PE. Em 1930, atingido levemente no quadril, em Pinhão, município de Itabaiana-SE.

6 - Em tempos de calmaria, os cangaceiros jogavam cartas, bebiam, promoviam lutas de homens e de cachorros, faziam versos, cantavam, tocavam e organizavam bailes. Para essas ocasiões se perfumavam muito. Lampião tinha preferência pela fragância francesa Fleur d’Amour.

7 - Os dezoito anos no cangaço forjaram um homem de personalidade forte e temido entre todos, mas também trouxeram riqueza a Lampião. No momento da sua morte, levava consigo 5 quilos de ouro e uma quantia em dinheiro equivalente a 600 mil reais. “Apenas no chapéu, ele ostentava 70 peças de ouro puro”, ressalta Frederico de Mello.


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CARIRI CANGAÇO

Por Benedito Vasconcelos Mendes

Enviado pelo professor, pesqusisador do cangaço Benedito Vasconcelos Mendes

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MARIA DE DÉIA A MARIA BONITA


Por Ricardo Beliel

Maria de Déia, como era chamada Maria Bonita por parentes e vizinhos, viveu até a adolescência nessa modesta moradia com onze irmãos e os pais, José Gomes de Oliveira, que a construiu com as próprias mãos, e Maria Joaquina da Conceição, a Déia. Um de seus irmãos, Ozéas Gomes de Oliveira, formou família e continuou morando lá, mas em outra casa, distante apenas um quilômetro em plena caatinga. Durante muitos anos se protegeram no anonimato, temendo represálias após a morte da irmã. Nos anos 50 e 60, quando a temática do cangaço se tornou a preferida no cinema brasileiro, viram quase todos os filmes que falassem da Rainha do Cangaço, mas entravam e saiam do cinema em Paulo Afonso em silêncio, sem que ninguém desconfiasse de seu parentesco com a protagonista da história. Em casa se recusava a falar da irmã para seus 9 filhos e quando um, mais audacioso, ousasse desvendar o tabu, apanhava sem dó. Seu Ozéas lembrava de um Seu Virgolino amável com sua família, embora uma vez tenha ameaçado cortar a língua de seu pai, quando chegou para acampar com a cabroeira em baixo das árvores do seu pedaço de terra.

Maria estava casada com um primo, o sapateiro Zé de Nenê, que atendia às encomendas de Lampeão fazendo chapéus e alpercatas de couro. "O casamento não ia lá das pernas e nem os sapatos do marido garantiam o seu futuro", lembra Seu Ozéas. Mulher de personalidade forte e independente, mesmo tendo se casado aos quinze anos de idade, Maria não admitia a fragilidade e o gosto do marido pela pinga e seguidas traições conjugais. Já, sua mãe, Déia, não escondia uma calorosa admiração por Lampeão e, há quem diga, influenciou intimamente a filha na escolha de sua paixão. 

Oitenta anos e os primeiros sinais do Alzheimer separavam Seu Ozéas de suas reminiscências infantis. Lembrava vagamente de quando sua irmã se despediu da família para se lançar no oco do mundo. Contudo não se esqueceu de quando prenderam seu pai em Geremoabo e Lampeão ameaçou invadir a cidade para libertá-lo. Não foi necessário, pois o coronel João Sá, líder político da cidade, era mancomunado com o cangaceiro e bastou a ameaça para Virgolino ter seu sogro de regresso à casa. Aos dois anos de idade, em 1930, pouco contato teve com o bando de Lampeão e não confirmava, nem descartava, qualquer das versões sobre como o casal mais famoso da história do cangaço se conheceu. Muitos afirmam ser o cangaceiro Luis Pedro o responsável e intermediário, fazendo comentários elogiosos ao seu capitão, depois de tê-la conhecido na casa que hoje transformou-se em centro cultural. O próprio Luis Pedro apaixonou-se por sua beleza, mas aquietou-se e passou a vez para o chefe. Maria, quando conheceu Lampeão foi amor à primeira vista. Largou a família, cinco anos de casamento e com vinte anos de vida partiu da Malhada da Caiçara para ganhar o mundo na companhia do seu grande amor. Maria do Capitão, no batistério do cangaço, tornou-se a Maria Bonita das manchetes de jornais, dos cordéis e cantorias das feiras.

Trecho do livro "Memórias Sangradas" de Ricardo Beliel e Luciana Nabuco.
Foto de Denise Ribeiro.

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SEU ZÉ FELIPE PAI DE MARIA BONITA

Por Noádia Costa

José Gomes de Oliveira era conhecido como Zé Felipe. Era o pai da rainha do Cangaço Maria Bonita. Seu Zé Felipe faleceu em 5 de Março de 1965 com 85 anos de idade .

Na foto acima seu Zé Felipe e seu genro Edvard Ferreira.


Foto extraída do livro : A Trajetória Guerreira de Maria Bonita.

Infelizmente perdi o site

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EM HOMENAGEM AO POETA LUIZ CAMPOS



Livreto (EM HOMENAGEM AO POETA LUIZ CAMPOS) organizado por José Augusto com colaboração dos poetas Kydelmir Dantas, Antônio Francisco e Nildo da Pedra Branca para apresentar no Sesc/Mossoró no Projeto Ação Sesc de Incentivo a Leitura no dia 28 de outubro de 2014.



https://www.facebook.com/geraldo.maiadonascimento

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