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sábado, 19 de dezembro de 2020

CHIQUINHO RODRIGUES

 Por Aderbal Nogueira

https://www.youtube.com/watch?v=lMk2AwmAmtk&list=PL_ljFMyPaW5NNglqbhE-VMgl6DfM8iuqU&index=10&ab_channel=AderbalNogueira-Canga%C3%A7o

Aderbal Nogueira - Cangaço

Depoimento de Chiquinho Rodrigues, um dos defensores da cidade de Piranhas durante o ataque de Corisco e Gato, por conta da prisão da cangaceira Inacinha. Depoimento gravado em 1998.

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A VISITA DE LAMPIÃO A ERONIDES DE CARVALHO

 Por Nas pegadas da história

https://www.youtube.com/watch?v=6MMvX1qaF9U&t=40s&ab_channel=NASPEGADASDAHIST%C3%93RIA

NAS PEGADAS DA HISTÓRIA

Virgulino Ferreira da Silva em Sergipe era guardada por um grande círculo de amizades, transformadas quase sempre em coitos e em fornecimento de víveres, munições, animais, dinheiro e outras coisas necessárias à sobrevivência do chefe e do seu bando. Um dos bons amigos de Lampião foi o capitão médico Eronídes de Carvalho, que depois da revolução de 1930 passou a ser figura destacada da vida política sergipana, ocupando o Governo da Interventoria e sendo, com a constitucionalização de 1934, Governador do Estado. Em agosto de 1929, ano que Lampião passou quase todo em Sergipe, na fazenda Jaramantaia no município de Gararu, houve um encontro entre os dois amigos. Foram longas conversas documentadas pela câmera fotográfica de Eronídes de Carvalho, em fotos que o cangaceiro usa perneiras, o que era raro. Além de ser amigo do militar, Virgulino Ferreira da Silva tinha fortes laços com Antonio Carvalho, o Antonio Caixeiro, pai de Eronídes e influente senhor de terras em Canhoba, Gararu e Porto da Folha e em outros locais do sertão do São Francisco. * A narrativa desse vídeo foi baseada na obra "As quatro vidas de Volta Seca do escritor e pesquisador Robério Santos. *CANAL ROSINHA - VIDA MINHA https://www.youtube.com/channel/UCE32... #Cangaço #Lampião ACESSE NOSSA LIVRARIA COM DIVERSOS LIVROS COM A HISTÓRIA DO CANGAÇO: https://jflavioneres-nph-livraria.fre... * Maria Bonita: Sexo, violência e mulheres no cangaço https://amzn.to/2YHc66l * Apagando o Lampião: Vida e morte do rei do Cangaço https://amzn.to/3jie84M *Benjamin Abrahão: Entre anjos e cangaceiros https://amzn.to/3hAayTc * Cangaço uma ampla bibliografia comentada https://amzn.to/3lmGRao

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LAMPIÃO EM MOSSORÓ SAQUEIA A FAZENDA VENEZA

 https://www.youtube.com/watch?v=brptLLGeUH4&ab_channel=NaRotaDoCanga%C3%A7o

Na Rota Do Cangaço

Pouca coisa se fala sobra as façanhas de Lampião e seu bando de cangaceiros em terras potiguares. Além da famosa defesa de Mossoró no dia 13 de Junho de 1927 contra os cangaceiros, a história guarda alguns feitos do bando, pouco explorados, trazemos agora esse relato que ate hoje é contado nos arredores da antiga fazenda Veneza. Fique-se registrado. Bom estudo. Crédito fotográfico: Blog Tok da História. Agradecimento: Aos queridos amigos, Rostand Medeiros por nos ceder gentilmente as fotos que compuseram o vídeo a Raimundo Filho pela Criação da trilha sonora e a todos que diretamente ou indiretamente nos ajudaram nesse trabalho. 

http://bit.ly/link-convite-grupo-what... 

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CANGAÇO URBANO - EXU 1978 A BRIGA DAS FAMÍLIAS ALENCAR E SAMPAIO

 

https://www.youtube.com/watch?v=RiMS-V-EmMQ&ab_channel=KinkoPelegrine

Kinko Pelegrine

CANGAÇO URBANO - EXU 1978 A BRIGA DAS FAMÍLIAS ALENCAR E SAMPAIO VEJA OUTROS TEMAS https://www.youtube.com/channel/UCPtq... #Cangaço

Licença

Licença de atribuição Creative Commons (reutilização permitida)

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VISITA AO LOCAL DA PRISÃO DO CANGACEIRO ANTÔNIO SILVINO.

 https://www.youtube.com/watch?v=ZIJYA_QE_8U&ab_channel=FranciscoIvanN%C3%B3bregadeOliveira

Francisco Ivan Nóbrega de Oliveira

Neste documentário, você irá conhecer a antiga fazenda do Sr. Joaquim Pedro, localizada no sítio Lagoa da Laje (no município de Frei Miguelinho, antes pertencente a Taquaritinga, no Agreste pernambucano), onde há cerca de 100 anos atrás, ocorrera neste local a prisão do famoso cangaceiro Manoel Baptista de Morais o famoso "Antônio Silvino" também conhecido por " Rifle de Ouro", em 28 de Novembro de 1914, na primeira metade do século XX, pelo alferes da Polícia de Pernambuco Teófanes Ferraz Torres ( delegado do município de Taquaritinga), Zé Alvino (sargento), e outros soldados da volante. *DADOS BIOGRÁFICOS DE ANTÔNIO SILVINO: -Nome completo: Manoel Baptista de Morais -Data e local de nascimento: 02 de novembro de 1875, na fazenda Colônia no município de Afogados da Ingazeira-PE. - Apelidos de infância: Batistinha e Nezinho -Filiação: Francisco Baptista de Morais e Balbina Pereira de Morais -Prisão: Ficou preso por 23 anos na antiga Casa de Detenção (hoje Casa da Cultura) no Recife, em Pernambuco; na Cela 35, do Raio Leste. Era o prisioneiro de Nº 1122. É libertado no governo de Getúlio Dornelles Vargas, através de um indulto presidencial. -Ano e causar para entrar no cangaço: Inicia-se no cangaço em 1896, aos 21 anos de idade, junto com seu irmão Zeferino, após o assassinado do seu pai "Batistão do Pajeú" (também bandoleiro), na feira-livre de Afogados da Ingazeira, no Sertão do Pajeú, em Pernambuco. -O nome de guerra: Adota o nome de Antônio Silvino, em homenagem ao tio Silvino Aires Cavalcanti de Albuquerque, que era também bandoleiro. -Data e local de falecimento: Faleceu aos 69 anos de idade em Campina Grande na Paraíba, no dia 30 de julho de 1944.

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A MORTE DE ANTÔNIO SILVINO | O CANGAÇO NA LITERATURA | #209

 Apresentado por Robério Santos

https://www.youtube.com/watch?v=ynqwm71X9wk&ab_channel=OCanga%C3%A7onaLiteratura

Paraíba chegamos!!!!! Pois bem, vamos começar uma série em Cinco episódios sobre a vida de um dos mais incríveis cangaceiros que já existiu, é o rifle de ouro, ou Nesinho, ou melhor: Antônio Silvino.

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OS ESCOTEIROS DE MARIA BONITA - CONTOS DO CANGAÇO - CANGACEIRO LAMPIÃO

Por João Filho De Paula Pessoa
 https://www.youtube.com/watch?v=fhYY88S9CZ4&feature=share&fbclid=IwAR0EutEgiM3EuM9Zi2fnptlQFROp5KvGVoiO6AxW0L_HJs_ElzIAQxbVIvc&ab_channel=ContosdoCanga%C3%A7o

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O CANGACEIRO QUE CHEGOU NO DIA DE NATAL

Por Beto Rueda

José Alves Matos nasceu em Paripiranga - Bahia, na fazenda Alagoinha, no dia 08 de março de 1917.

Cresceu em uma zona pobre influenciada pelo cangaço. De uma família numerosa, contando oito irmãos, seis irmãs e mais cinco homens e três mulheres de um casamento posterior de seu pai. Teve vários primos e sobrinhos no cangaço, tais como: Santa Cruz, Chumbinho, Zepelin, Ventania, Pavão e Azulão.

Entrou para o bando de Corisco aos 16 anos, em 25/12/1933, dia de Natal e, recebeu pela data, o apelido de "Vinte e Cinco". Com o passar do tempo, por desavenças com Dadá companheira do chefe, foi para o grupo de Lampião.

Após quatro anos e sete meses de batalhas nos sertões nordestinos, no dia 28 de julho de 1938, no coito de Angico, onde foram mortos Lampião, Maria Bonita e mais nove cangaceiros, ele escapou da tragédia por sorte do destino: tinha ido buscar munições e mantimentos fora do local, com os irmãos Velocidade e Atividade.

Depois da morte de Lampião, Vinte e Cinco se manteve escondido até se entregar as autoridades, em novembro de 1938 junto com outros cangaceiros, em Poço Redondo - SE. Ficou preso por quatro anos em Maceió e começou a estudar dentro da cadeia. Quando recebeu o alvará de soltura conseguiu entrar no Estado como guarda civil. Mais a frente prestou concurso para ao Tribunal Regional Eleitoral, onde se aposentou.

Último cangaceiro do bando de Lampião(hoje só resta Dulce, companheira do cangaceiro Criança), o sevidor público de 97 anos morreu na manhã de domingo, 15/06/2014, na sua residência em Maceió - AL, vítima de insuficiência respiratória.

FONTE:

-https://recantodasletras.com.br

-lampiaoaceso.blogspot.com

-G1.globo.com

-https://istoe.com.br

-www1.folha.uol.com.br

IMAGENS:

https://joaodesousalima.blogspot.com/…/cangaceiro-vinteecin…

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https://www.facebook.com/groups/508711929732768

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MEMÓRIA DE UM SONHO DE DELICADEZA. CENA DE "LUZES DA CIDADE" COLORIZADA POR MIM.

 Por Rubens Antonio

https://www.facebook.com/photo?fbid=5062551463785107&set=a.4837797889593800

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NOTA DE PESAR!

 Por Relembrando Mossoró

Felipe Caetano e Lindomarcos Faustino

O Relembrando Mossoró vem comunicar aos amigos o falecimento do Professor Felipe Caetano, um grande mestre da educação mossoroense, aqui fez sua história e deixou seu legado, partiu pra sempre e deixará saudades. Foi vítima da covid.

O professor Felipe Caetano nasceu no dia 13 de setembro de 1946, no município de Apodi-RN; filho de Antônio Caetano de Oliveira e Joana Batista de Oliveira.

Em 1958, aos 12 anos, veio para Mossoró e passou a residir no bairro Alto da Conceição até 1976. Posteriormente, passou a residir no bairro Abolição I, onde permanece até os dias atuais. É casado com Maria do Socorro Cunha de Oliveira, com quem tem quatro filhos: Yano, Lidiana, Ana Karina e Felipe Filho.

Seus estudos foram iniciados em sua terra natal, Apodi/RN, no Grupo Escolar Ferreira Pinto, em 1956, e concluídos em 1960, no Grupo Escolar Cônego Estevam Dantas, em Mossoró/RN. Em seguida cursou o ginasial e colegial, ambos feitos em Mossoró, de 1962 a 1968, na Escola Técnica de Comércio União Caixeiral. Mais tarde, se formou em Ciências Sociais, Licenciatura Plena, na Faculdade de Filosofia e Ciências Sociais e Faculdade de Educação da UERN, em Mossoró-RN – período: 1969 a 1972; Possui curso de Especialização para Docentes em Estudos Sociais (Disciplinas isoladas), Unidade de Ensino: FURRN – UFRN, Mossoró-RN – período: 08/1975 a 05/1976; Curso de Especialização para Docentes do Ensino Superior – Área Sociologia, Promotores: MEC – DAU – CAPES – FURRN, Mossoró-RN – período: 03 a 29/07/1978 – 15/01 a 29/02/1979; Curso de Especialização em Planejamento Agrícola, Unidade de Ensino: ESAM, Local: Mossoró-RN – período: 23/03 a 21/08/1981.

Vejamos sua participação em estágio, pesquisas e treinamento: Especificação: Levantamento da Mão-de-obra Liberada pela Mecanização da Indústria Salineira de Mossoró, Entidade: Prefeitura Municipal de Mossoró, Mossoró-RN – Período: 11/11 a 18/12/1971; Especificação: Estágio sobre Técnicas de Turismo, Entidade: Prefeitura Municipal de Natal – Secretaria de Turismo e Certames, Natal-RN – Período: 26/06 a 04/08/1971; Especificação: Pesquisa sobre o Analfabetismo em Mossoró, entidade: Prefeitura Municipal de Mossoró, período: 01 a 28/02/1972; Especificação: Projeto Rondon – participante, Projeto Rondon/FURRN, local: Guararapes-SP – Período: janeiro e fevereiro de 1975.

Suas experiências em docência: Cargo: Professor de Organização Social e Política Brasileira – OSPB, no Colégio Estadual de Mossoró, hoje Centro Educacional Jerônimo Rosado, período: de 1969 a 1999; Professor de Educação Moral e Cívica no Colégio Estadual de Mossoró, hoje Centro Educacional Jerônimo Rosado (1969 a 1999); Professor de Técnicas de Audiovisual, na FURRN – Curso de Licenciatura Curta – Esquema I, Mossoró-RN (outubro a novembro de 1973); Professor de Antropologia Cultural, entidade: Curso Superior de Enfermagem da UERN, Mossoró-RN (2° Semestre de 1974); Professor de Sociologia Regional, no Instituto de Ciências Humanas da UERN (1974); Professor de Sociologia Educacional, no Instituto de Ciências Humanas da URRN (1975); Professor de Métodos e Técnicas de Pesquisa Social I, II, III e IV, no Instituto de Ciências Humanas e Faculdade de Educação da FURRN, Mossoró-RN (março de 1975 a 1985); Professor de Educação Artística no Colégio Normal de Mossoró (1973 a 1995); Professor de Sociologia Educacional, no Colégio Normal de Mossoró (março de 1973 a 1995); Professor de Organização Social e Política Brasileira – OSPB, no Colégio Diocesano Santa Luzia (1980); Professor de Educação Artística, no Colégio Diocesano Santa Luzia (1980); Orientador e Supervisor de Estágio dos Licenciados em Ciências Sociais, na Faculdade de Educação da URRN (março de 1976 a setembro de 1985); Professor de Fundamentos da Sociologia, na FAEN/UERN (1° semestre de 1998 a 2° semestre de 2004); Professor de Antropologia da Saúde, na FAEN/UERN (2° semestre de 1998 a 2° semestre de 2004); Professor de História do Teatro do Rio Grande do Norte, na UERN (2005); Secretário de Faculdades, na Faculdade de Enfermagem, Faculdade de Economia e Instituto de Ciências Humanas – UERN (1972 a 1980); Coordenador do I Festival de Cultura Popular Brasileira, na Escola Normal de Mossoró (1973); Coordenador do I Festival de Fantoche, no Colégio Normal do Centro Educacional Jerônimo Rosado (1974); Coordenador do I Festival de Música Popular Brasileira, no Colégio Normal do Centro Educacional Jerônimo Rosado (1974); Coordenador da I Feira de Cultura em Mossoró, no Colégio Normal do Centro Educacional Jerônimo Rosado (1975); Coordenador do Departamento Artístico Cultural, no Centro Social Urbano da Secretaria de Trabalho e Bem-Estar Social do RN, Local: Mossoró-RN (01/08/1976 a 18/04/1977); Idealizador e Coordenador da I e II Feiras na Escola de Criatividade – FEC, no Centro Educacional Jerônimo Rosado (1979 e 1980); Orientador e Supervisor de Estágio dos Licenciados em Ciências Sociais, na Faculdade de Educação da URRN (março de 1976 a setembro de 1985); Vice-Diretor, no Instituto de Ciências Humanas da FURRN (07/03/80 a 07/03/84); Coordenador do Projeto Cultura do Sal, no MINC/FURRN, Local: Mossoró/Areia Branca/ Grossos/ Macau/ Carnaubais/ Guamaré/RN, (1982 a 1986); Diretor Pró-tempore, no Instituto de Ciências Humanas – ICH (09/05/84 a 15/08/85); Pró-Reitor de Extensão, na Universidade do Estado do Rio Grande do Norte (16/08/1985 a 07/06/1988 e de 29/09/1997 a 28/09/2005); Vice-Presidente, na Fundação Municipal de Cultura de Mossoró (15/02/1993 a 31/12/1993); Assessor Nível Superior, no Gabinete Civil da Governadoria do Estado do Rio Grande do Norte, em Natal-RN (01/03/1995 a 15/09/1997); Presidente da Fundação Municipal de Cultura de Mossoró (outubro a dezembro de 1996); Coordenador Geral do Programa Especial de Educação de Jovens e Adultos – PROEEJA

Entidade: SECD/UERN, em 54 municípios do Estado do Rio Grande do Norte (2002); Idealizador e Coordenador Geral do I, II e III Festivais de Teatro da Universidade do Estado do Rio Grande do Norte – FESTUERN, pela UERN e Petrobras (2003, 2004 e 2005); Idealizador e Coordenador Geral do Curso de Iniciação ao Trabalho Teatral, pela UERN e Prefeitura Municipal de Mossoró (2004 e 2005); Assessor de Nível Superior do Palácio do Governo do Estado do Rio Grande do Norte, na Governadoria do RN, em Natal-RN (01/03/1995 a 26/09/1997); Presidente da Comissão Elaboradora das Comemorações Alusivas aos 30 Anos da UERN (18/03 a 03/05/1998); Presidente da Comissão Organizadora das Comemorações Alusivas aos 37 Anos da UERN (06/07 a 28/09/2005); Sócio Fundador da Comissão Mossoroense de Folclore (15/03/2006); Secretário Executivo da Primeira Edição do Prêmio Dorian Jorge Freire de Jornalismo, pela Prefeitura Municipal de Mossoró (25/03 a 22/05/2006); Secretário Executivo da Segunda Edição do Prêmio Dorian Jorge Freire de Jornalismo, pela Prefeitura Municipal de Mossoró (19/12/2006 a 17/05/2007); Idealizador e Coordenador Geral da Primeira Cavalgada Heróis da Resistência, entidades promotoras: Prefeituras Municipais de: Mossoró, Governador Dix-sept Rosado, Caraúbas, Umarizal, Martins, Antônio Martins, Lucrécia, Frutuoso Gomes, Marcelino Vieira, Major Sales e Luiz Gomes (viagem precursora de 27/02 a 02/03/2007 e realização da Cavalgada de 10 a 13/06/2007); Coordenador Geral das comemorações alusivas aos “80 Anos da Resistência do Povo Mossoroense ao Bando de Lampião”, pela Prefeitura Municipal de Mossoró, no períodos: fase preparatória de janeiro a abril de 2007 e fase de execução de maio a junho de 2007; Secretário Adjunto da Secretaria Municipal da Cultura de Mossoró (25 de julho de 2014 a 20 de fevereiro de 2015) e atualmente é Diretor do Teatro Municipal Dix-huit Rosado da Prefeitura Municipal de Mossoró, desde 01 de abril de 2015.

Ao longo de sua vida, por seus esforços e talentos, conseguiu uma coleção de medalhas e títulos: Medalha do Mérito Educacional Prof. Sólon Moura, concedida pela Câmara Municipal de Mossoró, através da Lei n° 26/84 de 06/11/84; Título de Cidadania Mossoroense, concedido pela Câmara Municipal de Mossoró, através da Lei N° 58/84 de 04/12/1984; Título de Mérito Universitário 1977, concedido pelo Diretório Central de Estudantes da Fundação Universidade Regional do Rio Grande do Norte, em 28/09/1977; Título de Mérito UERN 37 Anos concedido pelo CONSUNI da Universidade do Estado do Rio Grande do Norte, através da Resolução No 006/2005 de 11/08/2005; Nominador da Medalha do Mérito Artístico, no ano de 2006, conforme a Resolução No 002/2006 – CONSUNI, da Universidade do Estado do Rio Grande do Norte, em 16/08/2006 e Título Honorífico de Cidadão Antônio-martinense, concedido pela Câmara Municipal de Antônio Martins, através do Decreto Legislativo Nº 012/07- CM, em 19 de março de 2007.

Na sua carreira profissional foi ator, nos “autos” e “dramas”, do movimento teatral da Paróquia de Nossa Senhora da Conceição, em Mossoró/RN de 1964 a 1966; Compositor (terceiro lugar, com a música “Mendigo de Feira”, no I Festival Estudantil da Canção Popular) promovido pelo Centro Estudantal Mossoroense – CEM, em Mossoró/RN em 1968; Membro do Grupo Universitário de Teatro da Universidade Regional do Rio Grande do Norte – URRN, Mossoró/RN, de 1969 a 1972; Criador e Diretor do Teatro Infantil de Mossoró – TIM, do Centro Educacional Jerônimo Rosado, Mossoró/RN, em 1977; Propositor da criação do Coral da Universidade do Estado do Rio Grande do Norte – UERN, tendo sido, oficialmente, criado no ano de 1988 e feita a homenagem ao seu primeiro regente, nominando-o Coral Professor Josafá Inácio da Costa, a partir de 23 de agosto de 2005; Propositor da criação do Curso de Licenciatura Plena em Teatro, aprovado pelo Conselho de Ensino, Pesquisa e Extensão da UERN, em setembro de 2005; Idealizador e Coordenador Geral do Curso de Iniciação ao Trabalho Teatral (680 horas) Instituição Promotora: UERN Período: 2004 e 2005; Idealizador e Coordenador geral do Curso de Iniciação Teatral, promovido pela Secretária da Cidadania da Prefeitura Municipal de Mossoró em 2007; Ator em Peças Teatrais e outros Projetos: “Alvorecer” (1971), “Arena conta Zumbi” (1972), “Pedro Mico” (1972), “Caatinga Vermelha” (1975) e “Projeto os Dias de Domingo – I e II” (2006 e 2007); Ator de Shows: “I e II Festivais dos Municípios” – Rádio Rural de Mossoró; Diretor Teatral: “A Revolta dos Brinquedos” e “Caatinga Vermelha”; Pintor de óleo sobre tela, já tendo participado em 2009 de uma exposição coletiva no SESC/Mossoró e até o ano de 2010 já pintou 27 quadros; Diretor Geral do espetáculo teatral “Santa Luzia, Virgem e Mártir”, apresentado no Adro da Catedral de Santa Luzia, em Mossoró, de 03 a 13 de dezembro de 2007, tendo o período de ensaios iniciado em 05 de outubro de 2007.

O professor Felipe Caetano também realizou algumas publicações científicas: “Caatinga Vermelha” - Peça Teatral (mimeografada); “Estudo Tipológico dos Municípios: Apodi, Pau dos Ferros, Caraúbas, Umarizal e Ipanguaçu” – Trabalho Científico (mimeografado); “Estudo Monográfico da Comunidade de ‘Bom Destino’, Formada por Salineiros Liberados pela Adoção de Mecanização nas Salinas de Mossoró-RN” – Trabalho de conclusão de Curso de Especialização; “Apontamentos para o Folclore do Sal” - Trabalho resultante de pesquisa financiada pela FUNART/MINC; “Escola e Cultura: vontade que essa integração aconteça” – Livro elaborado conjuntamente com Maria de Lourdes Lima Farias – FURRN/1987; “PROEEJA: uma experiência de educação de jovens e adultos na UERN” – Livro elaborado em parceria com Maria Auxiliadora Alves Costa, Maria Cleonice de Holanda Melo e Sandro Soares de Souza – UERN/2002; “Curso de Extensão Preparatório para o II FESTUERN” – Caderno de estudos publicado para orientação de alunos de educação à distância – UERN/2004; Organizador do livro “Prêmio Dorian Jorge Freire de Jornalismo: trabalho vencedor da categoria mídia impressa” – Prefeitura Municipal de Mossoró e Fundação Vingt-un Rosado, através da Coleção Mossoroense em 2006; Autor do livro “Reverências – 70 Anos da Paróquia de Nossa Senhora da Conceição”, lançado em agosto de 2011 e idealizador e Diretor da produção do DVD dos 70 Anos da Paróquia de Nossa Senhora da Conceição, lançado em agosto de 2011.

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1910 – A MISTERIOSA NOITE DOS HOLOFOTES EM NATAL

 


Quando a Pequena e Provinciana Natal Foi Iluminada Por Poderosas Luzes Desconhecidas – Causou Medo e Preocupação no Povo – As Portas da Igreja de Bom Jesus foram Arrombadas Para as Pessoas Rezarem por Proteção  – O Fenômeno Foi Testemunhado Por Câmara Cascudo – Diferente do Que se Pensou na época, Não Foi o Encouraçado Minas Gerais Que Iluminou a Capital Potiguar

Rostand Medeiros – IHGRN

Estamos na capital potiguar em uma quarta-feira, dia 29 de março do ano de 1910, então uma bucólica cidade com pouco mais de 27.000 habitantes, que naqueles dias acordava em meio a muito frio para a sua realidade, com temperaturas que variavam entre 22 e 23 graus por volta das sete da manhã[1].

Além disso, de manhãzinha bateu um vento sudoeste e caiu uma chuva e ao longo do dia as temperaturas máximas nem sequer chegaram aos 29 graus[2]. Com a forte precipitação do dia anterior, onde foram testemunhados trovões e relâmpagos sobre a cidade, o pluviômetro marcou mais de 100 m.m. de chuvas em Natal[3].  

Pela manhã cedo era comum nessa antiga Natal que as pessoas seguissem para o Mercado Público na Avenida Rio Branco, o principal entreposto de vendas de alimentos. Outros locais procurados sempre pela manhã o povo natalense seguiam para orar, ascender velas, participar de missas nas igrejas de Nossa Senhora da Apresentação, do Galo, a de Nossa Senhora do Rosário, ou de Bom Jesus. Sendo as três primeiras localizadas na Cidade Alta e a última na Ribeira.

Próximo da estação da Great Western.

Nessa cidade calma e tranquila, em meio a um tempo frio e talvez bem nublado, o dia 29 de março de 1910 foi avançando e logo a noite foi chegando. 

Bom, quem estiver lendo esse texto deve imaginar que nessa noite em Natal os lampiões da Empresa de Iluminação a Gás Acetileno estariam acesos em seus postes de ferro, com os bicos de gás com potência de iluminação de apenas “15 velas”, clareando basicamente o bairro da Ribeira. Mas isso não ocorreu naquela data. Teria havido algum problema na iluminação?

Um dos lampiões de gás acetileno, que iluminavam a Rua do Comércio, atual Rua Chile, onde vivia em 1910 a família de Luís da Câmara Cascudo.

Recorremos então a Luís Câmara Cascudo para descobrir em seu livro História da Cidade do Natal, que essa iluminação ficava apagada três dias antes e três dias depois da fase em que a lua estava cheia[4]. E naquele mês de março de 1910, conforme está na primeira página do jornal A República de 26 de março, a lua cheia estava marcada para o dia 27.

Para completar a situação, na Natal de 29 de março de 1910 não existia luz elétrica nas residências. Em um mundo sem rádio, televisão, computador, aparelhos celulares, internet e outras maravilhas modernas que utilizam a energia elétrica para seu funcionamento, grande parte da população dormia bem cedo.

Feixes de Luzes Misteriosos e o Pânico em Natal

Rua Dr. Barata, na Ribeira.

Pesquisando os jornais da época vi que o jantar era servido normalmente às seis da noite e depois o que havia para fazer era se reunir com os parentes em casa, ler algo a luz de um candeeiro a base de querosene, ou simplesmente pegar uma cadeira, um tamborete e sentar nas calçadas com os vizinhos e conversar.

Mas naqueles dias a temperatura estava fria, de vez em quando chovia, e, mesmo com a pequena capital potiguar iluminada pela luz natural da lua, acredito que às nove da noite desse dia muita gente já estava em casa, se preparando para ir para cama. É possível que por volta das nove da noite a “Guarda Nocturna” já se encontrasse nas ruas com seus apitos e cassetetes realizando suas patrulhas, para uma ronda que se apresentava sem maiores alterações.

Foi quando repentinamente e de forma surpreendente, o céu foi iluminado por feixes de uma luz clara, branca, radiante e muito forte.

Luís da Câmara Cascudo, então com apenas 11 anos de idade, rememorou aquela noite inesquecível quase 32 anos depois na sua coluna “Acta Diurna”, no jornal natalense A República. Ele então morava com seus pais na Rua do Comércio (atual Rua Chile), no número 44. Eles viviam em uma casa com a parte posterior voltada para o Rio Potengi, onde certamente o jovem e sua mãe viram os feixes de luzes “cortarem os céus em súbitos safanões luminosos”, conforme descreveu em 1942.

Justino Cascudo, sua esposa e seu filho Luís.

Do seu local de visualização Cascudo comentou que as luzes iluminaram o mangue do outro lado do rio, as águas tranquilas do Potengi, coqueiros, dunas e chegavam até o Refolés, onde atualmente se encontra a Base Naval de Natal. Do seu ponto de observação Cascudo viu os feixes se elevarem no firmamento, onde depois escreveu que “Cruzavam-se, confundindo no espaço como num duelo dantesco de enormes serpentes vestidas de relâmpagos”.

Texto publicado por Luís da Câmara Cascudo no jornal natalense A República no dia 6 de fevereiro de 1942, em sua coluna “Acta Diurna”, onde detalhou o caso dos holofotes em Natal.

O pai de Cascudo, o comerciante Francisco Justiniano da Oliveira Cascudo, colocou o filho para rezar em alto e bom som um “Salve Rainha” e que fosse dito “sem errar”. Mas não foi apenas na casa da família Cascudo que a reza, embalada pelo medo do desconhecido, ecoou com força e fé. Cascudo informou que nas casas vizinhas na Rua do Comércio dava para ouvir as ladainhas dos desesperados em busca de proteção divina. Até uma das portas da Igreja do Bom Jesus das Dores da Ribeira foi arrombada (“voou em pedaços”, segundo Cascudo), para os fiéis adentrarem o templo e pedirem a salvação dos céus.

Igreja de Bom Jesus, no bairro da Ribeira.

Horas depois, certamente após tomar conhecimento com outras pessoas na cidade sobre aqueles feixes de luz, o coronel Cascudo explicou ao filho o que acreditava ser aquele fenômeno e a calma voltou na casa às margens do rio Potengi e também na cidade.

As luzes vistas no dia 29 de março repercutiram bastante, pois dois dias depois o jornal A República trazia na sua primeira página a nota que reproduzimos abaixo e que acredito ter sido a explicação aceita sem contestação sobre o estranho caso.

Não demorou e um interessante artigo assinado por Hernani Fontes apontou como a passagem do Minas Gerais por Natal chamou atenção da comunidade e era o motivo de conversas das “pessoas gradas” da comunidade[5].

Logo o medo do povo natalense se tornou coisa do passado e surgiu certo encantamento, pela capital potiguar ter sido a “Primeira cidade brasileira iluminada pelos potentes holofotes do encouraçado Minas Gerais”, considerado então o mais poderoso navio de guerra a singrar os sete mares.

Mas NÃO foi essa nave de guerra que realizou esse procedimento diante de Natal, pois na noite de 29 de março de 1910 o encouraçado Minas Gerais não se encontrava na costa brasileira!

O Encouraçado Minas Gerais e Como ele Veio Navegou Para o Brasil?

As obras de construção desse grande navio se iniciaram em abril de 1907, no estaleiro W. G. Armstrong Whitworth & Co Ltd, na cidade deNewcastle-on-Tyne, ou simplesmente Newcastle, no norte da Inglaterra.

Era uma nave verdadeiramente espetacular para seu tempo. Possuía doze canhões com calibre de 305 mm, uma verdadeira bateria de ferro e fogo. Para nível de comparação, o famoso o encouraçado russo Potemkin, muito ligado a Revolução Russa de 1917, tinha apenas quatro canhões desse mesmo calibre. Além desse armamento superpesado, o Minas Gerais tinha nos seus costados quatorze canhões de 120 mm e couraças de proteção que variavam de oito a nove polegadas de espessura e confeccionados pela empresa Krupp. O Minas Gerais e seu irmão gêmeo, o São Paulo, poderiam alcançar uma velocidade máxima de 21 nós (39 km / h) e as tripulações desses navios podiam chegar a 106 oficiais e 887 marujos. A nave deslocava quase 20.000 toneladas, sendo lançada nas águas em setembro do ano seguinte e comissionado em abril de 1910.

Batimento da quilha do encouraçado Minas Gerais.

No final de 1910, segundo o jornal The Times de Londres, em sua edição de 3 de março de 1911 (pág. 7) a Inglaterra tinha doze encouraçados e o resto das grandes potências mundiais outros treze, dos quais cinco pertenciam à Alemanha e quatro aos Estados Unidos. Mas naquele momento o Brasil tinha dois dos mais recentes e maiores poderosos encouraçados navegando e prontos para entrar em ação[6]. E na Inglaterra estava sendo construído um terceiro encouraçado, o gigantesco Rio de Janeiro[7].

Minas Gerais descendo para água.

E qual a razão do Brasil, uma grande nação repleta de recursos naturais, mas muito pobre e quase sem indústrias, drenou milhares de libras esterlinas para os ingleses construírem aqueles três colossos dos mares?

Na virada do século XX, a Marinha do Brasil era inferior às rivais argentinas e chilenas em qualidade e tonelagem total. Em 1904, o legislativo brasileiro votou pela alocação de uma quantia significativa de recursos para resolver esse desequilíbrio naval. Os proponentes dessa estratégia acreditavam que uma marinha forte ajudaria a tornar o país uma potência internacional. Esses navios de guerra, os mais poderosos do mundo, entrariam em serviço em uma época em que os encouraçados estavam rapidamente se tornando uma medida de prestígio internacional. Eles, portanto, chamaram a atenção global para o que era percebido como um país recém-ascendente.

Minas, como os marujos simplificavam o nome do encouraçado, era comandado pelo veterano capitão de mar e guerra João Batista das Neves, um oficial com mais de trinta anos na Marinha de Guerra. Ele tivera um papel de destaque na conhecida Revolta da Armada de 1893, comandando o cruzador Andrada. Neves assumiu o comando desde a saída do encouraçado dos estaleiros de Newcastle-on-Tyne, no dia 4 de fevereiro de 1910.

O Minas Gerais já completamente pronto.

Mas o navio brasileiro não seguiu direto para o Brasil. Primeiramente rumou para os Estados Unidos, para o porto de Norfolk, no estado da Virgínia. Antes atracou no porto de Plymouth, sudoeste da Inglaterra, onde desembarcou alguns marinheiros que estavam doentes. Partiu no dia 8. Pouco mais de 24 horas depois o navio brasileiro se viu diante de um fortíssimo temporal e seu comandante decidiu seguir para a ilha de São Miguel, nos Açores, aonde chegou em 15 de fevereiro. Nessa ilha o Minas recebeu carvão e zarpou no dia 21 para os Estados Unidos[8].

O Minas Gerais, em uma pintura do inglês Charles L. De Lacy.

Chegaram na costa americana no dia 2 de março, mas só puderam entra no canal de Hampton Roads dois dias depois devido a um pesado nevoeiro. Antes de atracar no porto de Norfolk, o encouraçado seguiu para um local chamado Old Point Confort, defronte ao Fort Monroe, uma das maiores fortificações militares americanas na época. Nesse local o Minas Gerais disparou uma salva de 21 tiros de canhão em saudação a nação anfitriã. O navio brasileiro foi então saudado pela guarnição do forte e do encouraçado USS Lousiana.

USS North Carolina

Depois de treze dias o Minas Gerais se juntou ao cruzador blindado USS North Carolina, da Marinha dos Estados Unidos (US Navy), e seguirem para o Rio de Janeiro. A missão do North Carolina era transportar o corpo de Joaquim Nabuco, então embaixador do Brasil nos Estados Unidos e falecido em janeiro de 1910. Os dois navios zarparam às dez e meia da manhã de 17 de março.

Na sequência os dois navios realizaram no dia 22 de março uma parada para abastecimento de carvão na ilha de Barbados, no Caribe, então uma colônia britânica. No outro dia as duas naves seguiram em direção ao Brasil[9].

Salva dos poderosos canhões do Minas Gerais.

E é aí onde começa o mistério da noite em que Natal foi iluminada por holofotes.

Quem Iluminou Natal?

Os primeiros brasileiros que comunicaram terem visualizado a dupla Minas Gerais e North Carolina, foi o pessoal do farol de Salinas, atualmente Salinópolis, no Pará. O caso ocorreu na tarde de 31 de março de 1910, quase dois dias depois do caso de Natal ter sido misteriosamente iluminada por luzes que aparentemente eram de holofotes[10].

É certo que esses navios passaram por Natal no começo da manhã do dia 4 de abril, onde provavelmente não foram vistos por ninguém. Sabemos disso porque nessa mesma data, às duas da tarde, eles passaram diante do porto de Recife, onde diminuíram a marcha, emitiram sinais de luz e foram vistos por muitas pessoas[11]. Dependendo da condição do mar, um navio que siga entre Natal e Recife a 21 nós de velocidade, leva cerca de sete a oito horas de navegação[12].

Se não foi nem o Minas Gerais e nem o North Carolina, quem então iluminou Natal?

Sabemos que não era incomum nessa época, anterior a criação do radar, que navios utilizassem seus holofotes. Evidentemente que a quantidade desses aparelhos por navio dependia da sua utilização, no caso do Minas Gerais, uma nave de guerra, haviam nove holofotes de 90 centímetros de diâmetros, que tinha um alcance de até seis minhas náuticas, ou cerca de onze quilômetros.

O uso desse tipo de aparelho de iluminação marítimo estava condicionado a situações variadas. Desde necessidade de navegação segura, localização de obstáculos, transmissão de sinais, busca de náufragos no mar e muito mais.

Holofotes de 90 cm em uma nave inglesa durante a Primeira Guerra Mundial, iguais aos utilizados no encouraçado Minas Gerais.

Então seria errado algum navio ligar seu farol para tentar entrar no porto de Natal e assim evitar bater nas rochas que durante séculos atrapalharam a entrada de naves no rio Potengi? Teoricamente não!

Inclusive nessa época já existia na Fortaleza dos Reis Magos um farol de sinalização que orientava os navegantes a ultrapassar a barra do rio e chegar ao porto. Mas em 1910 o procedimento normal era esses barcos entrarem no nosso porto com o apoio de um prático de navios durante o dia. Esse é tipo de profissional até hoje, mesmo com todos os avanços tecnológicos, conhece os detalhes e obstáculos de um determinado corpo de água e trabalham orientando navios a adentrarem e atracarem com segurança nos portos de todo mundo.

Uso de holofotes na Marinha do Canadá, na década de 1910.

Percebemos que um barco que utilizasse de maneira indiscriminada holofotes de alta potência e longo alcance sobre uma cidade, sem adentrar o seu porto (o que justificaria o uso dos holofotes), assustando toda uma população, não sei se é considerado algum tipo de crime. Mas certamente não é uma situação normal, pois não conheço outro caso.

Pelos dias posteriores a 29 de março de 1910, as notícias sobre o encouraçado Minas Gerais que circularam no jornal natalense A República, o principal da cidade, focaram basicamente na sua chegada ao Rio de Janeiro, então Capital Federal. Comentaram principalmente sobre a retumbante festa que aconteceu no porto da cidade, onde não faltaram manifestações patrióticas e nacionalistas. Em tempo – Afora as notícias publicadas em A República, nenhum outro jornal, ou qualquer documento oficial, trouxe novas informações sobre a passagem do encouraçado Minas Gerais diante da capital potiguar e sobre a utilização de holofotes iluminando a cidade.

Não tenho meios para dizer o que foi que iluminou Natal e assustou sua população em 29 de março de 1910.

O mistério permanece!

NOTAS————————————————————————————————————————————————————–


[1] Sobre a população de Natal na época e outros dados ver Cascudo, C. História da Cidade do Natal, 3ª ed., Natal-RN, Edição IHGRN, 1999, página 95.

[2] Nesse tempo em Natal existia uma estação pluviométrica e suas medições eram publicadas diariamente na primeira página do jornal A República, o principal jornal do Rio Grande do Norte na época. Chama atenção as temperaturas bem mais amenas que nos dias atuais.

[3] Como ocorre até hoje em uma região afetada pelas secas, a boa notícia naqueles dias frios era que no interior do Rio Grande do Norte as chuvas caiam em todo sertão e os rios Assú, Mossoró, Ceará-Mirim e Potengi estavam com grande volume de água. Como naquela época o algodão, o gado e outros produtos agropastoris eram os motores da fraca economia potiguar, aquelas chuvas eram ótimas notícias depois de dois anos de seca.

[4] Ver Cascudo, C. História da Cidade do Natal, 3ª ed., Natal-RN, Edição IHGRN, 1999, página 301.

[5] Ver jornal A República, Natal-RN, ed. 18/03/1910, pág. 1. Não consegui encontrar nenhuma informação sobre quem era Hernani Fontes, mas seu artigo é muito interessante e aponta com antecedência o que ocorreu na Revolta da Chibata.

[6] Pesquisadores e jornalistas do ramo de defesa nacional apontam que durante um curto período após seu lançamento e incorporação na Marinha do Brasil o encouraçado Minas Gerais, assim como seu irmão São Paulo, realmente foram os navios de guerra mais poderosos em termos de armamentos no mundo. Ver o canal https://www.youtube.com/watch?v=4tMAxMwob70

[7] Em razão de falta de dinheiro, decorrente de uma da muitas crises econômicas que atingiram o Brasil em sua História, o encouraçado Rio de Janeiro foi vendido para o Império Otomano, atual Turquia, em outubro de 1913 e rebatizado Sultân Osmân-ı Evvel. Com o início da Primeira Guerra Mundial o navio foi assumido pelos ingleses e denominado HMS Agincourt. Ver http://www.dreadnoughtproject.org/tfs/index.php/H.M.S._Agincourt_(1913)

[8] As quase 20.000 toneladas de deslocamento permitiam ao Minas Gerais enfrentar a maioria dos temporais marítimos,  mas a tripulação a bordo estava reduzida a 836 homens e, na avaliação do comandante João Batista das Neves, estes se encontravam “bastante fatigados”. Por isso a necessidade dav parada nos Açores. Ver jornal A Imprensa, Rio de Janeiro-RJ, 17/04/1910, págs. 3 e 4.

[9] É possível conhecer todos os detalhes da viagem do encouraçado Minas Gerais para o Brasil em 1910 em uma grande reportagem publicada nos jornal A Imprensa, Rio de Janeiro-RJ, 17/04/1910, págs. 3 e 4.

[10] Ver notas sobre essa visualização nos jornais  A Imprensa, Rio de Janeiro-RJ, 17/04/1910, págs. 3 e 4. E A Província, Recife-PE, 02/04/1910, pág. 1. O farol do município de Salinas foi construído em 1852, reformado em 1916 e continua em funcionamento até nossos dias. Sobre esse farol ver – https://pt.wikipedia.org/wiki/Farol_de_Salin%C3%B3polis. Sobre o município de Salinópolis ver https://pt.wikipedia.org/wiki/Salin%C3%B3polis.

[11] Ver Jornal de Recife, Recife-PE, 05/04/1910, pág. 1.

[12] Sobre a distância marítima entre Natal e Recife e o tempo de navegação, ver www.geografos.com.br

https://tokdehistoria.com.br/2020/12/18/1910-a-misteriosa-noite-dos-holofotes-em-natal/

http://blogdomendesemendes.blogspot.com