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sexta-feira, 3 de fevereiro de 2017

FINALMENTE, FINALMENTE

Por Clerisvaldo B. Chagas, 3 de fevereiro de 2017 - Escritor Símbolo do Sertão Alagoano - Crônica 1.629

O crescimento da capital alagoana tem sido para o norte e para a parte setentrional continuará. A planura do tabuleiro facilita sua expansão que se estira rumo a Rio Largo e Messias, favorecido por duas importantes rodovias federais. Quem trafega acima do local da Polícia Rodoviária Federal, fica abismado com a beleza do trecho falado acima. Aí também se começa a entender a parte poderosa de Maceió. Está localizado nas imediações, o Hospital Universitário, a UFAL, o DETRAN, a CEASA e a própria Polícia Rodoviária, grande ponto de referência da área.

Sede da Polícia Rodoviária Federal. Foto: (alagoas24horas).

O fluxo rodoviário cada vez mais crescente trouxe a necessidade do chamado viaduto da Polícia Rodoviária. Solicitado incessantemente através de décadas, parecia mesmo destinado ao esquecimento. Ontem, porém, foi publicada a boa nova. Dizia a manchete que o “Estado projeta início de obra de viaduto da Polícia Rodoviária Federal” e que as previsão do Governo de Alagoas é que obras sejam iniciadas no primeiro semestre. Veja:

“As etapas preliminares à implantação do viaduto da Policia Rodoviária Federal (PRF), na capital alagoana, chegam à fase final. Depois da validação oficial do projeto em dezembro de 2016, o edital de licitação segue agora junto ao Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (DNIT), para aprovação. A previsão do Governo do Estado é que as obras sejam iniciadas ainda no primeiro semestre deste ano”.

“Conduzindo uma das principais ações estruturantes na garantia de mobilidade urbana em Maceió, o viaduto da PRF chega para otimizar o tráfego intenso na parte alta da cidade. Com rotatória, dois túneis, passeio e ciclovia, a obra atuará como alternativa viária no entroncamento entre duas importantes rodovias federais, as BRs 316 e 104, como explica o secretário de Transporte e Desenvolvimento Urbano (Setrand), Mosart Amaral”. Finalmente, finalmente.

Não é nada demais lembrar o outro viaduto no entroncamento do interior, São Miguel dos Campos-Rio Largo, com gigantesca obra inacabada há anos. Não existe um só motorista que ao passar por ali não fale mal da cachorrada política deixada como presente. E como diria Chico Anísio: “Vamos comendo...”.



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O TRISTE RETRATO DA TERRA

*Rangel Alves da Costa

Não faz muito que escrevi um texto relatando sobre o retrato da terra sertaneja ao longo do tempo, acentuando suas transformações nos últimos anos. Cuidei de avistar um sertão de mata nativa, rica em fauna e flora, com a pujança de sua peculiar vegetação, até chegar aos tempos outros onde o próprio homem cuidou de ir transmudando sua riqueza em desértica nudez. E o que se tem hoje é mais desalentador ainda, visto que o olho sertanejo não consegue avistar senão a coivara aberta em terra nua: o sol descendo e abrasando tudo por falta de pá de pau.

A verdade é que pouco resta do verdadeiro sertão. Somente o conceito geográfico permanece, mas ainda assim sem aquelas características descritas nos livros. A catingueira vive seu desalento de solidão, as cactáceas não são mais avistadas como outrora. Com a devastação da mataria não restou bicho nem passarinho. Sem tufo de mato o bicho não tem moradia, sem galho de planta não há ninho de passarinho. Sem a vegetação a terra fica desprotegida, os riachos secam, o calor aumenta, a feição desértica torna em fornalha a aridez.

Em seu contexto maior, a terra em si não se modifica senão pelo desejo da própria natureza. Se o passado era de abastança de árvores e espécies nativas e hoje não existe, certamente que não foi a natureza que tirou o seu véu de abundância para se mostrar desnuda, magricela e feia. Tudo pela mão do homem, pela foice do homem, pela máquina do homem, pela insensibilidade do homem, pela sua imensa cobiça de usar e abusar até não restar mais nada.

Certamente alguém se lembrará da fruta do mato, como a quixaba e o araçá, que noutros tempos vingavam de encher bacia. Bastava a pessoa enveredar na mataria e não demorava muito para encontrar o doce negrume ou o saboroso pingo dourado. Hoje quase não existem mais. Bem assim ocorre com o bicho de caça. Nas vastidões secas e empobrecidas, sem o que colher pra comer, famílias inteiras sobreviviam unicamente da presa do mato. Preá, caititu, veado, nambu, perdiz, era presença constante no fogo de lenha de sertanejo. Hoje em dia nem adianta tocaiar que é tempo perdido. E não se deve esquecer que o sertão já foi paisagem até de onça pintada.


Impossível rebuscar o passado como presença, inimaginável seria ter a continuidade do ido no passo presente e futuro. Tudo nasce com a validade do seu tempo e depois o próprio tempo cuida de amarelar o retrato e fragilizar a moldura. Ao olhar o passado através do que restou na parede da memória, outra coisa não se encontrará senão o espanto de quase nada mais encontrar daquilo que tão belamente existiu.

O sertão possui muitos retratos na parede da memória, mas nenhum parecido com o que se tem agora. Difícil acreditar, mas o novo, sempre forjado com a promessa de não apagar o passado, nem de longe parece com os encantos singelos de antigamente. Enquanto o novo sertão se esmera e se maquia para fugir cada vez mais de sua real feição, aquele outro sertão encantava pela sua singeleza bucólica, humilde e verdadeira.

Ninguém haveria de esperar, contudo, que aquele sertão permanecesse inalterado pelas forças do tempo. Tudo muda, tudo se transforma. Num tempo distante houve um sertão intocado, de vegetação nativa se alastrando por todos os quadrantes. Com o desbravamento e povoamento, os espaços foram divididos entre o novo habitante, suas criações e o já existente. Entretanto, no processo histórico de desenvolvimento, coube ao homem reduzir os espaços naturais para ampliar seus meios de subsistência. Mas os objetivos de exploração econômica foram devastando a terra sertaneja e fazendo surgir no seu meio um sertão diferente a cada ciclo.

Tal processo se constituiu num desenvolvimento predatório. A cada passo de transformação também o da regressão. A pujança da natureza, das espécies nativas, dos bichos próprios do bioma caatinga, do homem no seu mundo próprio, tudo isso foi sendo afetado pelo progresso. Como aconteceu com o Velho Chico, um rio antes pujante e caudaloso, bastou a chegada da hidrelétrica e tudo afinou de fazer dó. O ribeirinho restou abandonado perante o seu rio igualmente maltratado, fino e feio pela sua essência sugada.

São muitos os exemplos. Até o século passado eram comuns os latifúndios com suas áreas imensas de terras, muitas vezes mantidos improdutivos, mas garantindo a preservação natural. E as terras de eréu num período mais longínquo, quando muitas léguas de terras se mantinham sem dono e estas acabaram sendo transcritas como de propriedade dos poderosos de então. O latifúndio foi também fruto das terras de eréu.

Hoje, em nome da reforma agrária e da distribuição de terras para os que desejam nela trabalhar, criou-se uma ilusão verdadeiramente depredatória. A rica vegetação encobrindo léguas e léguas aos pouco foi tombando pela foice e pelo machado, deixando em campo aberto o mundo da catingueira e do mandacaru, o mundo da baraúna e do juazeiro. E para nele nada produzir. A pobreza se alastra impiedosa, não há planta nem fruto, não há quintais nem criações, não há sequer esperança. O que se tem é um sertão desfigurado e transformado num deserto de sol e calor.

Escritor
Membro da Academia de Letras de Aracaju
blograngel-sertao.blogspot.com

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O ASSALTO DA CASA CARRAPATELO - 1ª PARTE

Por Campos Monteiro

Freguesia de Penha Longa, concelho de Marco de Canaveses, distrito do Porto - 8 de Janeiro de 1852, cerca das 8 h da noite - Documentação histórica e Tradição

A Casa de Carrapatelo, situada próxima da Barragem do Carrapatelo no rio Douro, pectence à freguesia de Penha Longa e naquela época fazia parte do julgado de Benviver. Fica na margem direita do rio, a pouco mais de dez quilómeuos do Marco, a sede do concelho (1).

Quem embarcar na pequena praia do Lavadouro e descer pelo rio Douro abaixo, após cerca de meia hora de viagem poderá ver, olhando lá para cima, à direita, empoleirada no alto da escarpa, uma casa de feição fidalga - é a casa da quinta de Carrapatelo. Sozinha. Isolada.

O solar exibe a sua frontaria principal virada para o rio Douro, como que a mirar-se nele. Em frente da casa, um pequeno largo com um parapeito muito baixo; depois é a escarpa, e lá ao fundo, a menos de cem metros, as águas do rio.

Esta é a fachada sul. Mas existe uma segunda, virada ao nascente, para cuja porta se sobe por uma elegante escadaria de granito, com um corrimão também de granito. Ao cimo da porta ostenta-se o brasão da família Abreu e Lemos.

Do lado de trás, voltada para norte, fica a porta da cozinha.

Vista de frente, pela fachada principal, a casa tem as portas ao rés do chão e por cima os aposentos, e num andar superior alguns quartos que ficam ao nível das águas-furtadas. Naquela época, a casa ainda não tinha a capela nem a pequena construção com a latada (do lado esquerdo, na foto).

A Casa de Carrapatelo pertencia ao rico fidalgo provinciano José Joaquim de Abreu e Lemos, de 73 anos, sargento-mor das milícias do julgado de Benviver, que aí habitava na companhia de sua filha, D. Ana Vitória de Vasconcelos e Abreu Lopes da Fonseca Lemos, de 39 anos, viúva; de sua filha natural D. Rita de Cássia; e de sua neta D. Ana Amélia, de 19 anos, solteira; além dos criados e criadas da casa. Tinha ainda outra neta, D. Maria de Melo, de 22 anos, que casara havia um ano com João da Silveira Osório de Vasconcelos e vivia na margem de lá do Douro, na Póvoa ou Quintã de Antemil.

A 3 de Janeiro de 1852 faleceu o sargento-mor.(2)

Todos os fidalgos e autoridades das redondezas tinham acorrido ao funeral e a apresentar condolências à família enlutada, além do muito povo que comparecera, pois era geral a estima pelos fidalgos de Carrapatelo e conhecida a bondade de D. Ana Vitória.

Durante a tarde do dia 7 iam partindo as últimas visitas.
***
Por trás do Carrapatelo ergue-se a serra de Monte de Eiras. Nas faldas da serra, num planalto com cerca de 150 metros de altitude, fica a capela de S. Brás, e, perto dela, uma corte que constitui uma espécie de abrigo. Esta corte era do Carvalhais, homem de confiança do Vinagre, de quem falaremos já a seguir.

Neste reduto encontravam-se, ao entardecer do dia 7, o José do Telhado e os seus homens. Dali ao solar de Carrapatelo, descendo por atalhos quase a pique, seriam 1500 metros.

"Tendo atravessado o Tâmega no Barco do Canal [situado em Abragão, concelho de Penafiel], a quadrilha dirigiu-se para o monte do Castelinho, onde passou parte da tarde fingindo que caçava. Dali foi para a corte de Fandinhães, aonde o Fragas lhe enviou comida. Já noite, dirigiu-se a um alto que fica próximo da casa de Carrapatelo, onde José Teixeira destinou os postos de cada um."(3)

Enviado de Lisboa capital de Portugal pelo pesquisador Roberto Emídio

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ESCRITOR LUIZ SERRA ESTÁ EM NATAL


Reunião pauta lançamento livro em Natal - Instituto Câmara Cascudo - ao centro, Daliana Cascudo, curadora, e neta de Luís da Câmara Cascudo, Emérito Folclorista e Escritor Brasileiro.

Recebendo, com renovada alegria, a visita do querido casal Ana Maria Tresse e Luiz Serra em nossa instituição.

Adquira-o através deste e-mail: franpelima@bol.com.br

Luiz Serra é professor, escritor e pesquisador, autor da monumental obra "O Sertão Anárquico de Lampião", onde aborda o cangaço, Canudos, Padre Cícero, Coluna Prestes, Coronelismo e Estado Novo: o Nordeste no início do século XX.

Uma obra essencial para se conhecer mais sobre o vasto e controverso tema do cangaço!

https://www.facebook.com/instcascudo/photos/a.213234862113843.39133.210570395713623/1020369384733716/?type=3&theater

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A MORTE DE ZÉ DE DÉIA...IRMÃO DA CANGACEIRA MARIA BONITA...!

Material do acervo do pesquisador Volta Seca

Segundo o escritor Sabino Bassetti depois da morte de Lampião Zé de Deia, seu pai, e o irmão Isaías brigaram com o primo Gêncio e mais dois ou três. Um desentendimento corriqueiro que acabou em tiros e facadas. 

Zé de Deia foi ferido a tiro e facada, seu pai também foi ferido e seu irmão Isaías acabou morrendo. Do outro lado, um irmão de Gêncio e outro primo foram mortos por Zé de Deia. Logo depois, Zé de Deia veio para São Paulo, morava pelos lados da Vila Guarani. 

Certa noite, quando ele e um amigo passeavam pela Vila, passou por eles um táxi, Zé de Deia jogou uma ponta de cigarro dentro do veículo, o motorista voltou, e ao chegar perto apontou o revolver. Zé de Deia abaixou e foi atingido na coluna. Foi socorrido para um hospital asilo e, acabou morrendo. 

Certamente, esse amigo era um amigo de bar, pois só soube informar o nome incorreto, e que Zé era operário. Não sabia o endereço, filiação, procedência nem nada. Ele foi enterrado como indigente. Claro que depois a família deve ter tomado conhecimento do fato e, tomado as providências normais.

Essa matéria mostra que a família de MARIA BONITA companheira de Lampião não era tão mansinha, como prega alguns autores. Havia grandes conflitos familiares e, quase nada se escreveu sobre esse assunto.

Abs

Fonte das informações: Escritor José Sabino Bassetti

https://www.facebook.com/photo.php?fbid=627102034158441&set=gm.595994590609489&type=3&theater

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E NA SUA OPINIÃO, QUEM ERA O CANGACEIRO MAIS VALENTE DO NORDESTE BRASILEIRO?

Por José Mendes Pereira

Afirmar qual deles era o mais valente é muito difícil, porque cada um tinha um comportamento. Existiram cangaceiros perversos, mas ser perverso, não significa que é valente.


Alguns escritores dizem que o cangaceiro Mané Moreno era perverso ao extremo, mas era muito frouxo, que na hora do “pega pra capar” (como diz o ditado popular) pelas volantes policiais, ele saía correndo das matas, e às carreiras, entrava em outras matas, temendo ser morto e degolado por ali mesmo pelos policiais.

Foram 5 os mais falados cangaceiros chefes de bandos de facínoras:

O Cabeleira

1 - José Gomes o verdadeiro Cabeleira. Um indivíduo totalmente desajustado, ele mesmo não sabia o motivo de suas perversidades contra as pessoas. Matar para ele, era o seu lema, matar, matar, matar... Não merece ser classificado como valente.

Jesuíno Brilhante

2 – Jesuíno Alves de Melo Calado Jesuíno Brilhante. Foi considerado um cangaceiro gentil-homem, um tipo de Hood, adorava e era adorado pela população pobre. Exigia que o que era dos pobres era dos pobres. Além disto, também era defensor dos fracos, das crianças agredidas, dos velhos e das moças ultrajadas. Tinha coragem para lutar contra os poderosos, mas só matava caso fosse obrigado. Por isso não podemos considerá-lo homem valente. Apenas, justiceiro.

O cangaceiro Antonio Silvino

3 – Manoel Baptista de Morais ou Antonio Silvino escolheu como nome de guerra Antônio Silvino, em homenagem a um tio, Silvino Aires também bandoleiro. Antonio Silvino era apelidado de "Rifle de Ouro".

Conforme a pesquisadora da Fundaj, Semira Adler Vainsencher, ele representou um pouco antes de Lampião, o mais famoso chefe de cangaço, substituindo cangaceiros célebres tais como Jesuíno Brilhante, Adolfo Meia-Noite, Preto, Moita Brava, o tio Silvino Aires e o próprio pai. Mas Lampião o chamou de covarde 

“- Antonio Silvino foi um covarde, porque se entregou às forças do governo em consequência de um pequeno ferimento”.

Entre suas façanhas, arrancou trilhos, prendeu funcionários, e sequestrou engenheiros da Great Western, que implantava o sistema ferroviário na Paraíba. Homem covarde não é valente. 

Sinhô Pereira. Só o tamanho dava medo a quem o encontrasse por aí.

4 – Sebastião Pereira da Silva o Sinhô Pereira. Este poderia ter sido considerado o homem mais valente chefe de cangaceiros, mas infelizmente, teve que abandonar o cangaço por solicitações do Padre Cícero Romão Batista, e também se queixava de problemas reumáticos.

O Sinhô Pereira era tão bravo, tão valente, que em uma entrevista que cedeu ao jornal “O Globo” 02 de setembro de 1971, ele já estava com 75 anos disse o seguinte: 

Foto do Sinhô Pereira

“- Prefiro ficar aqui com as minhas netas, meus parentes e meus amigos. Aqui enterrei o passado. Minha presença em Pernambuco pode reacender velhos ódios”. 

No meu entender, este sim, era um homem muito valente. Mas desistiu do cangaço por motivos de saúde, e a pedido do religioso padre Cícero Romão Batista. Mas devido ter desistido do cangaço não é merecedor do título de homem valente. Mas era muito valente. Só não pode receber o título.


O rei Lampião

5 – Virgolino Ferreira da Silva (O nome Virgolino do cangaceiro Lampião é com “O”, segundo documento que recebi do pesquisador Chagas Nascimento e também informação do escritor João de Sousa Lima. Habituem-se escrever com “O”) o Lampião.

Na minha simples e desconfiada opinião, de todos os tempos, incluindo facínoras comandados e chefes de bandos, o cangaceiro mais valente foi o rei Lampião. Mas, por quê?

Virgolino Ferreira da Silva - o Lampião, ao seu lado o irmão Antonio Ferreira da Silva. Atrás está o outro irmão Levino Ferreira da Silva e Antonio Rosa.

O cangaceiro Lampião vivia no cangaço protegido pelos seus irmãos Antonio e Livino, mas em 1925, perdeu o Livino Ferreira da Silva, assassinado em combate. 2 anos após, foi a vez de Antonio Ferreira da Silva assassinado por acidente, pela arma do cangaceiro Luiz Pedro no momento em que jogavam cartas de baralho.

Antonio Ferreira da Silva irmão de Lampião

A partir daí Lampião começou a ficar sozinho no cangaço, isto é, sem irmãos. Mas em 1927, mais ou menos, Ezequiel Ferreira da Silva o irmão mais novo resolve registrar a sua carteira de bandido na empresa do irmão “Empresa de Cangaceiros Lampiônica & Cia”. Por último, apenas 2 Ferreiras estavam no cangaço.

Ezequiel Ferreira da Silva

Mas no início da década de 30, o Ezequiel Ferreira da Silva foi assassinado, e a partir daí o velho guerreiro Lampião teria que ficar sozinho no meio daquelas feras humanas. Ninguém por ele, ninguém a defendê-lo de uma possível traição de cangaceiros, apenas Maria Bonita fazia parte da sua vida, por ser sua companheira fiel. 

Lógico que Maria Bonita era a sua amada que muito o respeitava e jamais foi usou traições conta ele. Mas o homem tem 5 sentidos: 2 errados e 3 perdidos, já a mulher tem 3: Faz, diz e nega. Os outros cangaceiros poderiam ser seus amigos, ou inimigos a qualquer momento.

Maria Bonita e Lampião

Mas parece que o rei do cangaço o Lampião havia nascido mesmo para administrar homens maldosos, malucos, perversos, irritados, estressados, porque todos o respeitavam, todos o admiravam, todos o obedeciam, e sabe-se que ele batia forte (verbalmente) no momento de educar um louco da sua empresa, mas o apanhado baixava a cabeça, e ali mesmo, o ouvia sem dizer uma palavra contra ele.

Imagina bem, um homem sem nenhum mais da família para protegê-lo ou defendê-lo de uma possível traição, ficar ali, no meio de homens, que a qualquer momento, poderiam organizar uma rebelião contra ele, matando-o pelo o poder, pelo ouro, pelo dinheiro, etc...

Sila a cangaceira companheira do Zé Sereno

Muitos ali, estavam no cangaço, porque existiam ramificações de membros da família envolvidos no cangaço, como: os irmãos Sabonete e Borboleta, Sila e seus irmãos, Os Engrácias como Zé Sereno, Cirilo, Mané Moreno, Zé Baiano...

Mané Moreno, Zé Baiano e Zé Sereno primos entre si. O cangaceiro Zé Baiano é primo carnal do cangaceiro Zé Sereno

Ainda bem, que praticamente não houve traições de cangaceiros contra ele, apenas o Antonio de Engrácias lhe fez algumas gracinhas... e outro que eu não estou lembrado do seu nome no momento.

Por tudo isso, eu considero o cangaceiro e perverso sanguinário Lampião como o mais valente de todos.

O que escrevi não tem nenhum valor para a literatura lampiônica.

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LUIZ PEDRO UM CANGACEIRO TRIUNFENSE

O cangaceiro Luiz Pedro

Luiz Pedro foi um cangaceiro triunfense que nasceu no Sítio Retiro, o mesmo era de uma família de agricultores, e ainda jovem, aos 16 anos, resolveu abandonar sua terra natal e entrar no grupo de Lampião. 

Luís Pedro foi o mais leal de todos os cabras de Lampião, ficando com ele durante 14 anos, até ser morto com os outros cangaceiros na Gruta de Angico, no dia 28 de julho de 1938. 

Luiz Pedro e sua companheira Nenê do Ouro

Ele era um homem de extrema confiança do rei do cangaço, devido a sua lealdade, honestidade e a valentia incontestável diante de qualquer batalha com as forças volantes daquele tempo. 

Devido o fato de o mesmo ser cangaceiro, sua família foi duramente perseguida pela polícia daquele tempo, especialmente pela volante de Clementino Quelé, diante desta situação, os seus familiares tiveram que abandonar o Retiro e migrar para Calumbi-PE e Delmiro Gouveia-AL. 

Policial Quelé

Este senhor foi um dos maiores cangaceiros que o Nordeste conheceu, durante a sua passagem pelo cangaço, o mesmo disparou a sua arma acidentalmente, e atingiu gravemente o coração de Antônio Ferreira, um dos irmãos de Lampião, ao qual teve morte instantânea. 


Diante deste episódio, ele jurou ao chefe que morreria ao lado dele, como garantia de fidelidade pelo fato ocorrido.

Fonte: facebook
Página Adinildo Carvalho

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OS "CALIFONS" FORAM QUEIMADOS


(“Como vingança da morte de Lampião, Corisco incendiou até carros” - Revista Fatos&Fotos)

Naquele tempo, muito das peças do vestuário feminino não existia, principalmente para camponeses criadas ao vento, livres por entre as serras, baixios e tabuleiros do sertão nordestino. E quando existiam, ou só chegavam, eram só para pessoas de um elevado posicionamento social que as usavam e, quando usavam.


Os grupos de cangaceiros sempre procuravam passar despercebidos de todos em suas andanças fugitivas. Certa feita, um grupo margeava uma das margens do “Velho Chico”, procurando não serem vistos por quem nas águas navegavam ou por quem nas estradas, que tinha, por ventura aparecesse, quando de repente escutam um baralho desconhecido e vindo em direção deles. Estavam quase na beira de uma estrada. Rapidamente todos colocam balas nas agulhas das armas e ficam prontos para o que der e vier.


Esse grupo de cangaceiros era chefiado pelo cangaceiro “Moderno”, Virgínio Fortunato, ex cunhado de Lampião e companheiro da cangaceira Durvinha. Moderno distribui seus homens e monta uma ‘arapuca’. O barulho vinha dos motores de dois automóveis que serpenteavam acompanhando a estrada, em uma velocidade mínima, pelos próprios automóveis e pelas estradas. Então, ao estarem bem perto dos cabras de Moderno, estes, tendo colocado algumas pedras maiores no caminho, saltam de repente na frente dos dois veículos. Ao pararem, bruscamente os automóveis, os motoristas dão no pé antes que fossem agarrados pelos cangaceiros, deixando-os para seja lá quem fossem.


Os cangaceiros se aproximaram com cautela e fizeram uma vistoria detalhada nos carros. Após verem que não havia viva alma dentro deles, resolveram ver o que traziam aquelas gerigonças. No seu interior havia caixas. Estas foram retiradas e abertas de todo jeito. Dentro dos caixotes tinha vários pacotes com umas peças que eles não sabiam o que era. A companheira do chefe se achegou e pegou algumas peças. Depois de examiná-las detalhadamente, tentou colocar as mesma, vesti-las, em partes do seu corpo, menos no lugar correto.


“(...) Durvalina pegou algumas peças e tentou colocar na cabeça, na expectativa de ser algum tipo de chapéu. Muitas formas de utilização dos sutiãs foram tentadas e descartadas (...).” (“Moreno & Durvinha – Sangue, amor e fuga no cangaço” – LIMA, João de Sousa. 1ª Edição. 2007)

Na verdade, nunca que uma cabocla do sertão, filha de catingueiros, saberia o que era aquela peça. Se suas mães as tivessem, usassem, elas as guardavam a sete chaves para que não vissem. Essa era a regra.


O que os cangaceiros queriam era algo de valor, para eles claro, dinheiro, joias, armas, balas e etc., o que não fora encontrado. Zangados por terem perdido o ‘bote’, fizeram uma coivara em cima de cada automóvel e tocaram fogo. O fogo se alastra com muita velocidade devido as partes de madeira e encerados que tinha nas carcaças dos carros daquela época. Rapidamente só restaram dois punhados de ferro, retorcidos pelo calor das chamas do fogaréu.

O pesquisador/historiador, João De Sousa Lima, após grande pesquisa, veio trazer-nos o que realmente aconteceu quando do tempo em que existia o Fenômeno Social Cangaço. A revista Fatos e Fotos e sua matéria de 8 de dezembro de 1962, nº 97, refere na manchete:

“Como vingança da morte de Lampião, Corisco incendiou até carros”.

Para chamar atenção dos leitores, ela ainda publica fotos onde se via os carros, ou o que restou deles, rodeados por policiais.

A companheira do chefe de subgrupo, Durvalina Gomes de Sá, a já ex cangaceira Durvinha, muitos anos depois, ao lado do ex cangaceiro Moreno em território das Minas Gerais, relata ao pesquisador citado na matéria de que fora, realmente Virgínio Fortunato e seus homens quem tocaram fogo nos veículos. E vejam só, Virgínio fora morto em 1936, já o “Rei dos Cangaceiros”, em meados do ano de 1938. Corisco nada tem a ver com essa história, apesar da revista ter feito à reportagem.

Fonte “Moreno & Durvinha – Sangue, amor e fuga no cangaço” – LIMA, João de Sousa. 1ª Edição. 2007
Foto Acervo João De Sousa Lima
Benjamin Abrahão
Fatos&Fotos

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SOLIDARIEDADE!

Por Kydelmir Dantas

No momento de dor pela perda de suas companheiras amadas os ex-presidentes - FHC (2008) e LULA (2017) - esqueceram a política e solidarizaram-se... Só os iníquos vibram e torcem pela tristeza de outrem... 


A ignorância e a insensatez, a desumanidade e a falta de respeito ao próximo independente do grau de escolaridade... Que Deus dê conforto a Família Lula da Silva... E perdoe os fracos de atitudes Cristãs.

Kydelmir Dantas é poeta, escritor, pesquisador do cangaço e gonzaguiano.

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NOTÍCIA

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