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segunda-feira, 10 de janeiro de 2022

1926 - BAHIA - A PRIMEIRA INCURSÃO

 Do acervo do professor, escritor e pesquisador do cangaço.

14 de setembro de 1926, no “Diario da Bahia”:

LAMPEÃO INVADE A BAHIA

Communicações telegraphicas de ultima hora informam, com segurança, que o terrivel bandoleiro Lampeão atravessou o S.Francisco no logar denominado Barrinha, penetrando no municipio de Curaçá onde prendeu o coronel Joviniano e membros da familia Ribeiro, depredando e incendiando as propriedades dos que se reccusam attender ás suas criminosas exigencias de dinheiro – Telegramma do cel. Raul Coelho, Intendente de Curaçá confirma os informes acima, sollicitando providencias – Pelo 1° trem de hoje seguirá para aquella zona mais um forte contingente da força policial.


15 de setembro de 1926, no “Diario da Bahia”:

O bandido Lampeão

continúa em territorio bahiano
A sua columna é de 180 cavallarianos

A familia sertaneja continúa seriamente ameaçada em sua tranquilidade, nos seus haveres e na sua honra, ante a perspectiva de depredações e outras possiveis praticas infames do bandido Lampeão e sua gente.

Sabe–se que o destemeroso scelerado, ora no solo bahiano e já depredando–o, com a violencia que lhe é habitual, desenvolve os seus ataques com cavallarianos em numero de 180, de modo a tomar o mais rapida possivel toda a sua acção aggressiva e fugindo para evitar qualquer movimento de contra ataque ás suas forças.

O governo do estado não cessa de tomar todas as providencias possiveis, enviando fortes contingentes policiaes, no intuito de rechassar a terrivel horda de bandoleiros.
De Joazeiro, recebemos, hontem, mais o seguinte telegramma:

JOAZEIRO, 14 – Acabo de receber o seguinte telegramma de Curaçá:

– Positivo vindo de Orocó, diz que Lampeão está ali. Minha loja foi destruida. Grupo atravessando rio. Assignado. Barreirinho.

Lampeão promette invadir Curaçá e outros portos.
Reina o pavor.
Resta confiarmos medidas urgentes do governo.
.
15 de setembro de 1926, no “A Tarde”:

É O FLAGELLO DOS SERTOES DO NORTE

Lampeão atravessa a fronteira bahiana
MAS A POLICIA EM NUMEROSOS CONTINGENTES, CORRE-LHE NO ENCALÇO

Lampeão é o typo do nosso bandido nordestino, vagamente romantico e religioso até a superstição, matando e roubando com o rosario numa mão e o punhal na outra.

Em constantes razzias pelas regiões despoliciadas, constituem esses bandoleiros um flagello como são as seccas ou as enchentes, as febres epidemicas, males esses de origem commum, oriundos que são todos eles da nossa civilização defeituosa, da vagarosa e difficil penetração.

O sertanejo acceita-os todos, resignadamente, oppondo-lhes fraca resistencia, confiando na justiça e no amparo do governo, que nunca lhes falta, mas que por força da propria organisação politica, não é de molde a extirparl-os radicalmente, restabelecendo nesses rincões hostis, um regimen de ordem e continuada garantia do trabalho.

Lampeão, bandido a muitos annos, mas de celebridade recente, pode se orgulhar de um triste titulo – o de mais temido e poderoso pelo numero de capangas arregimentados, de quantos correm nos sertões do Nordeste. As suas victimas não mais numerosas que as figuras do seu bando. É esse salteador de estradas, rude e valentão, desconfiado e astuto, que dorme na campina, tendo o sellim por travesseiro, cheios de bentinhos e rezas cujo contato pensa absolver de todos os crimes – que acaba de invadir a Bahia, cahindo como uma tromba sobre as populações inermes, cujos haveres e vidas estão desgarantidos.

Immediatamente avisado, o chefe de Policia da Bahia não demorou em attender os appellos.

É claro que essas providencias por mais promptas fossem ordenadas, não evitarão os primeiros damnos, as primeiras lagrimas dos que assistem as scenas de vandalismo. Mas elles serão escorraçados como já teem sido de outros logares, até que melhor occasião se offereça para um cerco em regra, com a captura final.

A policia da Bahia, no particular, - e é justo que se diga – se moveu com uma presteza elogiavel.

O primeiro rebate veio de Santo Antonio da Gloria. Immediatammente partiram, com aquelle destino, um contingente de 100 homens, via Propriá, sob o commando do capitão Côrtes e mais dois, com menores efectivos, sob as ordens do tenente Alfredo Gomes e outro official. O governo utilizou assim novas forças, de preferencia a utilizar as do contingente do tenente-coronel Pedro, em outra missão qual a de combater os revoltosos e portanto subordinado ao commando supremo do general Mariante.

Ainda em defesa das populações ameaçadas por Lampeão, segue, hoje, um reforço de 100 homens, sob a direcção dos tenentes Hermogenes Pires e Othoniel dos Santos Lima.

UM APPELLO DESESPERADO

De Joazeiro, recebemos, hoje, mais o seguinte telegramma.

JOAZEIRO, 14 – Acabo de receber o seguinte telegramma de Curaçá:

“Positivo vindo de Orocó, diz que Lampeão está ali. Minha loja foi destruida. Grupo atravessando rio. Lampeão promette invadir Curaçá e outros pontos. Reina grande pavor. Resta confiarmos medidas urgentes do governo.” ( Do correspondente)

SANTO ANTONIO DA GLORIA JÁ ESTÁ TRANQUILLO

O sr. governador do Estado recebeu hontem esse despacho agradecendo as providencias tomadas:

“SANTO ANTONIO DA GLORIA, 14 – Em nome do commercio do povo, agradeço a Vossencia a presteza das providencias para guarnecer esta localidade, contra a imminente invasão do bandido, estabelecendo a tranquilidade. A população está satisfeita com a disciplina modelar do bravo Capitão Arthur Côrtes. Saudações. – Heron Carvalho, Intendente.”
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16 de setembro de 1926, no “Diario da Bahia”:

O famigerado bandido Lampeão

abandona o territorio bahiano

Segundo uma pequena nota hontem dada á publicidade pelos nossos dignos confrades da “A Tarde”, o sr.dr. Madureira de Pinho, Secretario de Policia e Segurança Publica, recebeu o seguinte telegramma:

“Grupo bandido Lampeão voltou Pernambuco. População calma. Saudações Manoel Jacome, delegado policia.”

Embora não saibamos do nome da localidade de onde procedeu o referido despacho, podemos affirmar que partiu da zona ameaçada pela incursão do perigoso bandoleiro.
Está de parabens o sertão bahiano, de parabens está toda Bahia.

Esse recúo de Lampeão e sua gente, figuras de grande ousadia e habituada a encarar situações difficeis, enfrentando contingentes policiaes e lutando com certo destemor, não pode ter sido determinada senão em virtude das providencias ultimamente tomadas e representadas pela remessa immediata de forças numerosas para repelir e rechassar o grupo invasor, forçando–os a contra marchas para alem das fronteiras do Estado.

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GRUTA DE LOURDES

Clerisvaldo B. Chagas, 10/11 de janeiro de 2022

Escritor Símbolo do Sertão Alagoano

Crônica: 2. 638

Quando o padre Luís Cirilo Silva, edificou o Salão Paroquial, da Igreja Matriz de Senhora Santana, fez um belo trabalho. O salão ficou um pouco acima do nível da igreja, com entrada lateral para a nave em cerca de dois degraus. Para a rua puxou uma área de entrada com vista para o comércio, principalmente com uma visão total de mirante para a Avenida Barão do Rio Branco, via ladeirosa que se inicia ali e vai até a margem do rio Ipanema. Aproveitando o ensejo o pároco fez construir na base da frente do salão, rente a calçada, uma réplica da gruta de Lourdes que ficou famosa no mundo inteiro quando da aparição da Virgem Maria no sudoeste da França. Vale salientar que ainda foi usada parte do jardim da casa de esquina, (hoje museu) para complementar o salão.

Gruta de Lourdes de Santana do Ipanema (foto: b. chagas).

Encerrado o trabalho, a Gruta de Lourdes de Santana do Ipanema passou a ser uma grande atração para os fiéis, visitantes e transeuntes. Havia perto do gradeado de proteção, um recipiente para angariar donativos. A imagem da santa, recuada e a semelhança de gruta rasa, natural, impressionava. Com o passar do tempo a gruta foi deixando de ser novidade, foi ficando esquecida interna e externamente. Semana passada passei por ali à tardinha, ocasião em que estava havendo a reza do terço na Matriz. Visitei a gruta que, fisicamente estava original, com enfeites de fim de ano. A imagem de Lourdes, bem apresentável parecia distribuir bênçãos aos seus visitantes. Saí dali pensativo com a possibilidade de maior divulgação e marco turístico para o município.

Já estive há muito no Bairro Gruta de Lourdes, em Maceió, quando desci a barreira para visitar a gruta, um imenso atrativo à época. Mas fiquei feliz também pela gruta artificial de Santana do Ipanema, tão esquecida que fui saber se ainda existia. Estava ali, ativa, ornamentada e sóbria. Creio que não foi feita para ninguém entrar, acender vela nem trazer seus ex-votos, pois e rasa e não tem espaço para tanto. Por lado é bastante exposta, mas muito representativa. Por cima da gruta o “puxadinho” do Salão Paroquial – ao lado do Museu Darras Noya – continua sendo um mirante não oficial para o Comércio, a Praça Cel. Manoel Rodrigues da Rocha e a imensa ladeira da Avenida Barão do Rio Branco.

Santana se redescobrindo.

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HERCULANO BORGES... A VINGANÇA DE CORISCO

 Do acervo do professor, escritor e pesquisador do cangaço Rubens Antonio.

A raiz mais antiga da história aponta para uma ascendência mais antiga pernambucana, que migrou para a Bahia no final do século XVIII, aparecendo a família em 1812, em Monte Santo, na Bahia, com Rafael dos Anjos.

Este era proprietário de uma posse de terra na fazenda Abóbora, onde, mais tarde, se desenvolveu o cenário de um embate em que morreu o cangaceiro Mergulhão.

A partir daí, a família se espalhou rumo  Uauá e Vila Nova da Rainha, com Joaquim Cardoso da Silva Matos, filho de Rafael dos Anjos, sendo avô de Francisco Borges.

Entre seus descendentes destacaram-se os Borges de Sá, de Uauá, dentre os quais emergiram sete prefeitos dessa cidade.

Entretanto, o filho de Francisco cujo nome assumiu maior significado na História do Cangaço foi Herculano Borges, nascido em Uauá, cerca de 1894.

Herculano Borges, que se casou com Maria Ossanta Borges Salles.

Foi este Herculano Borges que, em 1931, aos 37 anos de idade, foi trucidado por Corisco...

Acervo do Guilherme Machado

2 DE OUTUBRO DE 1931, NO “DIARIO DE NOTICIAS”

.Um negociante cortado em postas!

Corisco e seu grupo torturaram uma ex–autoridade policial

GUERRA IMPLACAVEL AOS BANDOLEIROS ATÉ QUE O SERTÃO SE LIBERTE DA PRAGA SINISTRA.

Santa Rosa é um districto de paz do ex–municipio de Jaguarary, ultimamente annexado a Bomfim, de onde dista cerca de 12 léguas. Não é um lugar prospero: caracteriza–o o abandono em que jazem as localidades do Nordeste, onde apenas as feiras conseguem offerecerum pouco de vida, de movimento, de intensidade commercial, um dia em cada semana.

Em Santa Rosa residia o sr. Herculano Borges, sobrinho do coronel João Borges de Sá, de Uauá. Negociava com relativo exito, vivendo vida corrente e tranquilla com sua mulher e filhas. Era estimado e possuia amigos. Nada mais que isso desejava, para se considerar feliz.

NO “INDEX” DO BANDIDO

Um dia, indicaram–no para as funcções de subdelegado local. Relutou elle em aceitar, porque não era politico: disseram–lhe que esse seria um relevante serviço que ia prestar ao Governo e á população local, cooperando na campanha empenhada contra Lampeão.

Herculano Borges pensou melhor e aceitou o cargo; no exercicio do mesmo, fez–se uma autoridade util áquella campanha, trazendo o sicario apertado e, por isso mesmo, caiu–lhe no ról das pessôas condemnadas.

Além disto, o seu tio coronel João Borges de Sá é velho inimigo de Virgolino, tendo–o mettido, certa feita, na cadeia, em Uauá, quando elle era, apenas, tropeiro de Delmiro Gouveia.

PRIMEIRO, OS BENS INCENDIADOS

Lampeão, chefe dos bandidos, e como tal tido e obedecido por elles, conseguiu, ha tempos burlando a vigilancia da autoridade de Santa Rosa, penetrar, de surpresa, nessa localidade.

Herculano mal teve tempo de fugir com a familia, numa inevitavel viagem desabalada, vindo a fixar residencia, com suas cinco filhas menores, na cidade de Bomfim. Mas perdeu quanto possuia. O grupo sicario quebrou, espatifou, os moveis do seu perseguidor policial; na loja que elle possuia, praticou um saque de vandalos e depois, ateou fogo á casa com todo o “stock” nella existente. Era o inicio da vingança.

Herculano experimentou, assim, o castigo de haver sido um homem de bem, que não compactuou com o crime, na sua vida de cidadão. Ficou residindo em Bomfim, não sem ir, de vez em quando, a Santa Rosa, menos para enfrentar o risco ou matar saudades, que por irrecusavel necessidade de alli commerciar, na feira local, ás sextas feiras, como negociante ambulante.

A ESMAGADORA SURPRESA!

No dia 19, penultimo sabbado de setembro, Herculano Borges, feita a feira na vespera, regressava, pela estrada quente, interminavel, a serpentear entre capoeiras sombrias, descampados nús de vegetação, a subir encostas fatigantes e a descer serrotes. Vinha montado e trazia suas mercadorias no lombo da burrama docil á voz do “pagem”...

Fazia calor e Herculano, cansado da viagem, fez uma parada, Apeou. Perto havia uma “cacimba”. Para ella encaminhou–se e, descuidado, pensando certamente na familia, que ia revêr satisfeito, abaixou–se mitigando, no fio claro dagua corrente, a sêde que lhe seccava a garganta.

Surpreendeu–o nessa posição o tropel de cavalleiros inesperados. Elle voltou–se, na convicção de que talvez se tratasse de algum caixeiro viajante. Mas, não; a divida durou o tempo de um relampago, porque alguem, do grupo, despertava–o para a negra realidade:

– Cel. Herculano, levante–se para morrer, que vocês está com “Corisco” pela frente”

VERDADEIRO SUPPLICIO

Era, realmente, aquelle grupo composto do emulo de Lampeão, e de mais 9 cáibras, que detinham o infeliz sertanejo.

O crime deste era não ser “coiteiro”, era o de haver servido á sociedade contra salteadores e assassinos; era o de haver cumprido com o dever que assiste a todos os sertanejos, nessa luta contra os bandidos de Lampeão.

Não descreveremos o supplicio pelo qual padeceu, como um martyr christão, o sr. Herculano Borges.

Amarraram–no. Cortaram–lhe os braços. Cortaram–lhe os pes. Degollaram–no.

E, esquartejado, feito em postas, os pés sangrentos dentro das botinas, foram seus restos mortaes enfiados em estacas, como demonstrações do quanto é perverso o odio da horda de Lampeão...

PELO SANGUE DERRAMADO, GUERRA AOS SICARIOS!

O doloroso fim desse sertanejo deve inspirar ás populações do Nordéste um compromisso sagrado – o de lutar, ao lado da Força Publica, contra os sicarios.

Pelo sangue que elles teem derramado das victimas que surpreendem, o de prestigiar os perseguidores da gente de Lampeão, dennunciando–lhes os seus “coiteiros”.

É proposito do Governo do Estado não dar tréguas a Lampeão, lançando em pratica um traçado modo de campanha que não póde ser divulgado, mas que deve ser facilitado.

O Capitão Facó espera, conforme ainda hoje declarou ao DIARIO DE NOTICIAS, que os sertanejos favoreçam as tropas volantes com um ambiente de facilitações, contando para isso com o auxilio da imprensa. É o que fazemos – apontando esse novo bárbaro crime á execração geral!
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Aparece em Felippe de Castro (1975), a narrativa do início do problema:

Corisco foi para a cidade de Bonfim, corrido, afastando-se para sempre da região de Glória e Pedra de Delmiro. Na nova cidade que passou a residir iniciou vida nova, negociando com bugigangas na feira - era camelô - aos dezessete anos.

Certo dia, Herculano Borges, delegado de polícia daquela cidade, homem, segundo conceito popular, de maus bofes, recebe de um dos fiscais da feira uma queixa contra o camelô, acusando-o de sonegação de imposto, naquela época, cinqüenta réis de ocupação do solo. Apresentado ao delegado, este indaga-lhe o motivo da protestada recusa, tendo o acusado se justificado, alegando já ter pago a outro fiscal, por isso que a acusação era injusta. Não se conformando, todavia, o delegado, mandou recolhê-lo ao xadrez debaixo de impropérios ofensivos, culminando por agredi-lo com um pontapé nas nádegas. Sabe-se que no percurso da feira ao quartel, onde ficava o xadrez, os soldados da escolta espancaram o rapaz que, raivoso com o ato injusto e violento, prometeu vingar-se declarando, em presença do próprio delegado, chorando de ódio: “Quando eu saí daqui o sinhô me paga seu Herculano”. Só depois de vinte e quatro horas soltaram-no.

Desesperado com os maus tratos que lhe deram, injustamente, resolveu vender o que tinha e com o produto desse negócio comprou um rifle e internou-se nas caatingas.”

DEPOIMENTO DE RAIMUNDO GONÇALVES, NASCIDO EM 1926, EM JAGUARARI:

"Eu tinha catorze anos, quando o Arthur Gonçalves me contou tudo como foi, e ainda sei dos detalhes... Tudo, no início, ia bem aqui, em Jaguarari... O Corisco e o Arvoredo viviam aqui na maior tranquilidade... Lidavam com comércio. Eram só dois bons rapazes que eram amigos... Não tinham nada demais e não mexiam com ninguém... Moravam ali numa ponta de rua... Eram tempos muito diferentes de agora... Qualquer coisa diferente e vinha lá o “vou te matar”... A polícia era um horror... Agora, é uma tranquilidade... Os policiais são treinados e educados, mas, naquele tempo, eram os delegados muitos recrutas novos... e que se faziam autoridade sem recursos... O Herculano Borges, não sei porque bem, pegou o Corisco e prendeu e bateu mesmo nele... Sei que foi muito ruim... E o Corisco passou as coisas dele e caiu no mato... Virou cangaceiro... Muitos anos depois, ia lá Herculano, que começou a fazer mascate, a comerciar, pelos caminhos, lá pelas bandas de Santa Rosa de Lima... Saindo pouco depois do Pilar, tomando a estrada... Acontece que aqueles que são jovens mudam muito... Nós, os mais velhos, mudamos pouco... E ele deu lá o azar dele, e acabou topando justamente com o Corisco no caminho, na altura da Fazenda Bom Despacho.
Corisco perguntou se ele não era o Herculano Borges... e ele confirmou... De Jaguarari? E ele confirmou também... E Corisco prendeu Herculano... Passou a noite já amarrado crucificado, assim, com os braços abertos... No outro dia, pela manhã, Corisco tirou as unhas uma a uma... Depois foi tirando parte por parte dos dedos... A pele todinha... Herculano Borges sofreu uma morte horrorosa... No final, estava dividido em um monte de pedaços...

Depois foram lá e cataram tudo... Colocaram num saco... Ele chegou aqui foi todo fatiado, espedaçado, dentro de um saco...

Enterraram os pedaços aqui, no cemitério de Jaguarari...
Coisa mais triste..."

DEPOIMENTO DE BERTOLINO EVANGELISTA DA SILVA, EM 1995, AOS 89 ANOS, QUE APARECE EM OLEONE FONTES (1996):

"Corisco e Arvoredo, cansados do cangaço, decidiram abandonar o bando de Lampião. Em Santa Rosa de Lima tornaram–se protegidos de fazendeiro com quem trabalharam.
Herculano, sub–delegado no povoado, ao saber que antigos bandoleiros ali viviam, resolveu enquadrá–los denunciando-os ao delegado de Polícia de Jaguarari. Presos, tempos depois ambos fogem e recaem no grupo de Lampião.

O SUB–DELEGADO É JURADO DE MORTE.

Ao deixar o cargo, Herculano volta a realizar negócios em fazendas, povoados, arraiais, cidades, tangerino de tropa de burros. Mercadeja tecidos. Cauteloso, procura cercar–se de segurança antes de adentrar esta ou aquela estrada.

Há indícios de o encontro entre o comerciante e os bandidos ter sido casual, segundo pudera o depoente.

Assim Corisco deu a entender. O grupo estava estacionado nas proximidades de cacimba e procedia da fazenda Cachoeira. Herculano e o arrieiro vinham do povoado Abóbora, na direção de Santa Rosa de Lima. Também procuravam água na mesma cacimba. e dão com o bando.

HERCULANO, RECONHECIDA, FICA SOB AS ORDENS DO DIABO LOURO.

Os cabras amarram–no. Dormem no mato. Na manhã seguinte o almocreve é levado e amarrado de cordas até o terreiro da casa em que vivia a família de Bertolino e seus pais, Quintino Alves da Silva e Ana Evangelista da Silva. O comerciante era velho amigo e frequentador daquela casa acolhedora.

Próximo ao batente do casarão, Corisco apontou para o sub–delegado manietado e indagou de Bertolino se o conhecia. Em seguida o Diabo Louro rompeu em lamúrias. Fora obrigado a ingressar naquela vida por culpa do tropeiro que o escarreirara de Santa Rosa de Lima, correria que terminou em senhor do Bonfim. Naquele dia, por acaso, quiseram os fados que ambos se reencontrassem.

Friamente, Corisco saca do revólver e detona duas balas, uma no olho, outra no pescoço do comerciante. Dois cabras são intimados a esquartejar o cadáver, ainda quente, vários pedaços distribuídos pelas estacas da cerca.

Ainda segundo seu Bertolino, Herculano não suplicou uma só vez que lhe poupassem a vida. Se o fez deve ter sido durante o período em que esteve nas mãos dos bandidos, na noite anterior.

Os restos mortais, em pedaços, foram enterrados no quintal, após a retirada dos cangaceiros. Ainda hoje se pode observar o que sobrou da tosca cruz, cujas hastes, carcomidas, foram colocadas na posição original, para as fotos.

A viúva, D. Ossunta, passado algum tempo, foi à fazenda Bom Despacho, recolheu os despojos do marido, levou–o consigo para lhe dar sepultura digna."
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Depoimento de João Alves Guimarães, nascido a 04 de agosto de 1917, em Abóbora, então pertencente ao Município de Jaguarary, atualmente pertencente a Juazeiro:

"O Herculano Borges foi aprisionado na roça do meu pai, na Fazenda Bom Despacho... O Corisco foi muito cruel... Meu pai viu tudo e me contou... Ele pegou e amarrou o Herculano de jeito passando as cordas pelos pulsos, não em volta, mas por dentro... Furou a carne para passar a corda entre os ossos... Ele pegou o meu pai e colocou ali junto. Amarrou o Herculano num pé de pau pra ele ficar ai a noite inteira... Corisco obrigou o meu pai a ficar olhando para ele, vigiando... Se o meu pai não ficasse cuidando, ele depois desgraçava era com tudo do meu pai... No outro dia, botou o Herculano pendurado com os pés pra cima, sem a roupa... Começou a ir tirando a pele, bem devagarzinho... tirando e tirando... Foi tirando as coisas... Quando ele morreu, primeiro abriram que nem bode... Esquartejaram o Herculano Borges... E Corisco colocou os pedaços assim, espalhados, pelos pé de pau e cerca... Foram dez pedaços... O meu pai que depois juntou e enterrou... Depois levaram pra Jaguarari... Dez pedaços..."

Dona Ossanta, viúva de Herculano Borges, só viria a falecer em Serrinha, em 1994. (Borges, 1996)

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Observação: Este senhor da foto acima, me parece ser muito velho para ser Herculano Borges.

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A MORTE DE MANÉ MORENO!

Por Sálvio Siqueira

Em certa época, Mané Moreno com seu pequeno subgrupo, seguem pelos rincões sertanejos e vão com destino à Porto da Folha. Antes, porém, vão a Jaramataia, para descansarem em determinado coito.

O local em que estão é propriedade de Pedro Miguel, senhor que não está nada satisfeito com as aparições desse pequeno grupo de ‘cabras’, pois, já havia chamado a atenção das autoridades. Seo Pedro vai à busca do chefe mor, para comunicar-lhe que Mané Moreno está a abusar da estadia em suas terras. O “Rei dos Cangaceiros” diz para o coiteiro não mais preocupar-se, pois, falaria com o Mané Moreno sobre o caso. Se falou ou não, a verdade é que Mané com seu pequeno grupo, continuam a ‘abusar’ das suas acomodações.

Cangaceiro Mané Moreno

O comandante Odilon Flor, já sabedor das ‘visitas’ que fazem os cangaceiros ao sítio Jaramataia, resolve ir lá e ter uma prosa com o senhor Pedro. Nessa conversa o senhor Pedro revela ao comandante que Mané Moreno e seus ‘cabras’ estão em Poço da Volta.

Havia, naquela noite, um samba, forró, na sede do sítio Palestina. Lá, dançando, bebendo e farreando muito, estavam Mané Moreno, que se divertia bastante com sua companheira, a cangaceira Áurea, e seus cangaceiros.

O comandante Odilon Flor, de longe escuta o toque da sanfona, o bater da zabumba e o repicar do triângulo. Alerta seus homens e vão tomando chegada com cautela... Em pouco tempo, o comandante distribui seus homens e cerca aquela localidade. A volante tem tempo de escolher posição e alvos. E é o que faz. O tiroteio começa e os gritos, palavrões e pedidos de socorro substituem o som da música tocada. O chefe cangaceiro e sua companheira são os primeiros a tombarem na senda da escuridão eterna.

A coisa fica feia e o reboliço é medonho. Ninguém é de ninguém numa hora dessas. Correm para um lado e para outro, feito barata tonta, enquanto o fogo, tiroteio, toma conta da noite, numa melodia fúnebre.

Algumas literaturas, trazem como sendo o terceiro cangaceiro morto nessa investida, o cabra “Gorgulho”. Há, no entanto, registro que Gorgulho foi baleado, porém, consegue chegar em casa de amigos, um senhor chamado Lisboa, da família Félix. Ficando nessa casa até sua total recuperação. Depois, deixa o cangaço e lasca-se no meio do mundo, até voltar para sua terrinha natal, Salgado do Melão. Também, alguns livros trazem de como sendo o “Fogo do Poço da Volta”, ficando esclarecido que o embate deu-se na fazenda “Palestina”. (“LAMPIÃO ALÉM DA VERSÃO – MENTIRAS E MISTÉRIOS DE ANGICO” – COSTA, Alcino Alves.)

A volante do comandante Odilon Flor teve êxito total nesse embate. 

Adentram na casa e deparam-se com três cadáveres, Mané Moreno, Áurea, sua companheira e Cravo Roxo, um de seus asseclas... numa noite escura, em um forró, nas quebradas do Sertão.

Sálvio Siqueira - 

Fonte Ob. Ct.

http://cariricangaco.blogspot.com/2016/05/a-morte-de-mane-moreno-porsalvio.html

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Apenas uma informação: Quem faleceu neste combate juntamente com Mané Moreno e sua companheira Áurea, foi o cangaceiro Cravo Roxo, segundo o escritor e pesquisador do cangaço Alcino Alves Costa em seu livro: "Lampião Além da Versão - Mentiras e Mistérios de Angico".

A legenda foi um equívoco de quem postou esta foto pela primeira vez. O cangaceiro Gorgulho foi ferido no momento do ataque da volante policial, mas conseguiu fugir. Fez tratamento, ficou bom, e posteriormente voltou ao convívio social. 

A minha informação sobre a foto dos cangaceiros acima não menospreza de forma alguma o trabalho do pesquisador do cangaço Sálvio Siqueira.

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REGISTRO DO CANGAÇO. FOGO DA MARANDUBA

Por Pesquisador Getúlio Moura

Hoje, 9 de janeiro de 2022, completam-se 90 anos de um dos maiores combates entre volantes e cangaceiros comandados por Lampião, no Morro das Pedras Brancas, na Fazenda Maranduba dos Soares, no atual Município de Poço Redondo.

"O Fogo da Maranduba", foi um dos três maiores combates do Cangaço com as volantes. Assim como o combate da Serra Grande em Pernambuco e o combate do Serrote Preto em Alagoas.

Depois de invadir Canindé, lampião foi cercado e atacado por duas tropas das volantes. Uma comandada pelo capitão Liberato de Carvalho e a outra comandada pelo nazareno de Nazaré do Pico, Manoel Neto.

O combate iniciou por volta de meio dia e foi até cinco horas da tarde aproximadamente. Lampião saiu vencedor, mesmo com um número menor de cangaceiros. Sete soldados das volantes morreram e apenas dois cangaceiros do grupo de Lampião, Sabonete e Catingueira.

Neste domingo, portanto, 90 anos deste fato histórico.

CANGAÇO EM FOCO.

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FOGO DE MARANDUBA

Por Giovane Gomes 

Há 90 anos, acontecia o Fogo de Maranduba, Poço Redondo-SE. As Volante de Manoel Neto e Liberato de Carvalho travaram um dos maiores tiroteios da história do Cangaço, com o bando de Lampião. Muitos florestanos perderam suas vidas nessa batalha. 

Em 2009, quando era acadêmico do curso Licenciatura em História pela Urca - Universidade Regional do Cariri, Crato- CE. fiz várias gravações com o Ex- Volante Neco de Pautilia, ele era da Temível Volante Nazarena, natura de Floresta-PE, juntos com seus parentes perseguiu o Rei do Cangaço em vários Estados Nordeste. 

No dia 09 de Janeiro de 1932, ele participou do Fogo de Maranduba no Estado de Sergipe. Homem de coragem, na peleja perdeu seu Tio João Cavalcanti natura de Floresta-PE, do Distrito de Nazaré do Pico. " Nunca vi tanto tiro na minha vida " , falou seu Neco em Depoimento. 

Atualmente tenho mais de 04 horas de gravações de seu Neco de Pautilia, ele contando sua vida na Volante.

Esse registro fotográfico em 2009, no Sítio Passagens das Pedras, Serra Talhada -Pernambuco , local onde nasceu Lampião.

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REUNIÕES COMEÇAM A DEFINIR O CARIRI CANGAÇO PAULO AFONSO 2022

 Por Manoel Severo

Várias reuniões de trabalho marcaram a visita do Cariri Cangaço a Paulo Afonso para a construção da agenda de 2022. "A partir de agora vamos sentar com o João de Sousa Lima e os vários parceiros, dos vários segmentos, para equacionarmos todos os principais pontos referentes ao nosso Cariri Cangaço Paulo Afonso 2022, e faremos isso em tempo recorde uma vez que só temos um dia para essas reuniões e visitas, será puxado" revela Manoel Severo. Para João de Sousa Lima, "como Severo esta com a agenda corrida, vamos aproveitar para confirmarmos os principais pontos de  nosso Cariri Cangaço Paulo Afonso, como os parceiros, visitas, palestras, temas, infraestrutura necessária, enfim".

Primeira encontro: Definida a data do Cariri Cangaço Paulo Afonso, 
dias 24 a 27 de março de 2022. 
Ingrid Rebouças, Manoel Severo, João de Sousa Lima e Fabiane Guerra

O primeiro encontro definiu a data do evento, o formato e as principais ações necessárias para sua realização. Paulo Afonso que deveria ter sido contemplado ainda  no ano de 2019, foi adiado em função da pandemia do COVID 19, e desta vez abre o calendário do Cariri Cangaço no ano de 2022 em março.

O segundo encontro de trabalho aconteceu nas dependências do Hotel Belvedere em Paulo Afonso, reunindo representantes do IGH-Instituto Geográfico e Histórico de Paulo Afonso, da Casa de Cultura, como também da Associação de Guias Turísticos, além do Dr Juliano Medeiros, proprietário do Hotel Belvedere, que será o hotel oficial do Cariri Cangaço Paulo Afonso 2022.

Jorge Robson ; presidente associação dos guias de turismo, Glauber Araújo; pesquisador, João de Sousa Lima, Dr. Juliano  Medeiros; empresário do Hotel Belvedere, Manoel Severo e Fabiane Guerra; gerente da secretaria de cultura.

Flávio Motta; diretor do IGH Instituto Geográfico e Histórico de Paulo Afonso, Jorge Robson ; presidente associação dos guias de turismo, Glauber Araújo; pesquisador, João de Sousa Lima, Manoel Severo, Eduardo Cruz; secretaria de Cultura e Fabiane Guerra; gerente da secretaria de cultura.

Nesta segunda reunião de trabalho, Manoel Severo apresentou aos presentes a origem e a história do Cariri Cangaço, fazendo um pequeno resumo das realizações, do desenvolvimento e da presença forte do evento nos municípios que sediam as edições. "Esse momento foi muito proveitoso pois definimos o hotel oficial do evento, além de apresentar todos os pontos do Cariri Cangaço Paulo Afonso a representantes da Casa de Cultura, do IGH e da Associação de Guias, parcerias fundamentais para nosso evento aqui em Paulo Afonso" confessa João de Sousa Lima, presidente da Comissão Organizadora.

O Cariri Cangaço é uma grande construção coletiva, a união de fatores, recursos e esforços dos vários parceiros e colaboradores é que contribui sem dúvidas, para o sucesso do evento, e em Paulo Afonso não será diferente. "A Comissão Organizadora em Paulo Afonso, com o irmão João de Sousa a frente, com a Luma Holanda, o Flávio, a Fabiane, enfim, e que contara com representantes e o apoio de várias instituições como o IGH-Instituto Geográfico e Histórico de Paulo Afonso, da Casa de Cultura, da Associação de Guias Turísticos, da Prefeitura e da Câmara Municipal, da Academia de Letras de Paulo Afonso, enfim, isso aumenta nossa responsabilidade mas nos deixa absolutamente entusiasmado para realizar mais um grande Cariri Cangaço, o primeiro de 2022" fala Manoel Severo, curador do evento.

O segundo encontro de trabalho aconteceu 
nas dependências do Hotel Belvedere em Paulo Afonso

Uma ultima reunião de trabalho marcaria a presença do curador do Cariri Cangaço, Manoel Severo Barbosa, em Paulo Afonso. Acompanhado do Conselheiro Cariri Cangaço João de Sousa Lima e do engenheiro Flávio Motta, vice-presidente do IGH/PA, foram recebidos pelo presidente da Câmara Municipal de Paulo Afonso, vereador Pedro Macário Neto e pela presidente da ALPA, a poetisa e escritora Gorette Moreira. Nas dependências da Câmara Municipal de Paulo Afonso o encontro consolidou a parceria tanto da Câmara Municipal como da ALPA - Academia de Letras de Paulo Afonso ao Cariri Cangaço, evento que será realizado na cidade em março de 2022. 


"Receber o apoio da Câmara Municipal, através de seu presidente, Pedro Macário Neto e da ALPA através da estimada Gorette Moreira, aumenta em muito nossa responsabilidade com nosso Cariri Cangaço Paulo Afonso em março de 2022"


Sobre o encontro falou a presidente da Academia de Letras de Paulo Afonso, Gorette Moreira: "Eu tenho uma história muito bonita com o cangaço e sempre estive presente nos eventos desse segmento, e com o Presidente da Câmara Municipal de Paulo Afonso, tive a grata satisfação de receber na manhã desta sexta-feira (17) de dezembro, os coordenadores do Cariri Cangaço, Manoel Severo Barbosa e Ingrid Rebouças."

O curador, idealizador e produtor do evento, Manoel Severo, falou sobre o seminário e da importância em trazer mais informação sobre a história e a magia do cangaço para a população pauloafonsina. Explanou a sua felicidade em estar trazendo o evento para a cidade e informou que será realizado entre os dias 24 a 27 de Março, fazendo assim com que o município baiano seja a próxima rota na agenda do Cariri Cangaço para 2022.


CARIRI CANGAÇO PAULO AFONSO 2022
24 a 27 de Março de 2022
Paulo Afonso
BAHIA-BRASIL
Redação Cariri Cangaço

Paulo Afonso; 16 de Dezembro de 2021

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21 DE MARÇO DE 1927, NO “A TARDE”

 Do acervo do professor, escritor e pesquisador do cangaço Rubens Antonio.

O padre Cicero continua a mandar e desmandar lá nos seus adustos domínios de Joazeiro, no sertão cearense.

Alçado á categoria de super–homem pela ingenuidade do caboclo nordestino, o velho sacerdote tem, ali, um desses prestígios formidáveis que dominam populações, moldando–as ao sabor de sua vontade.

Para o sertanejo, maior do que o padim pade circo – só Deus.

E elle, por isso, faz o que entende apoiado por milhares de homens fanatizados.

O clichê que estampamos acima é bem uma prova desse absolutismo do chefe cearense: – representa uma nota de 10.$000, corrente em Joazeiro, impunemente, apezar de provir de emissões clandestinas, feitas ali.

E quem quizer saber quanto vale este dinheiro que tem a effigie do padrinho, ridicularize–o á vista de um caibra de chapéu pancada e Pajahu de Flô á cintura...

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1927: A PASSAGEM DE LAMPIÃO POR LIMOEIRO DO NORTE

 Por PET HISTÓRIA FAFIDAM - UECE

https://www.youtube.com/watch?v=-BTdvX8GvPo&ab_channel=PETHIST%C3%93RIAFAFIDAM-UECE

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CANGACEIROS APRISIONADOS

 Do Acervo do professor, escritor e pesquisador do cangaço Rubens Antonio

Alguns cangaceiros,  ainda no auge do Cangaço, escaparam da quase certa morte nas mãos de policiais, jagunços e mesmo populares. Acima, fotografia obtida na Casa de Correção, em Salvador, Bahia, em 1933.

São três cangaceiros aprisionados: Bananeira, Alecrim e Relâmpago.

ADENDO:

Só falta a informação sobre este Alecrim, porque, um Alecrim foi abatido na Grota do Angico, em Porto da Folha, hoje Poço Redondo, no Estado de Sergipe, na madrugada de 28 de julho de 1938. Que bom que a gente soubesse que nº. teria sido este Alecrim. 

Lembrando aos amigos leitores que o que eu falo aqui, não é crítica, e sim, apenas, pedindo uma explicação, qual deles seria o cangaceiro Alecrim, o I, o II, o III etc. 

Não tenho condições de guerrear contra os homens que organizam a literatura lampiônica.

José Mendes Pereira.

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