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quarta-feira, 11 de abril de 2012

Truques que davam certo para cangaceiros


Ambiente:  

O conhecimento do ambiente e o uso de algumas táticas davam vantagem ao cangaceiro.

Rastros: 

Uma forma de escondê-los era andar em fila indiana, todos pisando na mesma pegada. O último ia de costas, apagando-a com plantas. Mandavam também fazer alpercatas com o salto na frente e não atrás, como é normal. A pegada parecia apontar para o outro lado.

Comunicações: 

Quando entrava numa cidade, o bando cortava o fio do telégrafo e tomava o posto telefônico, impedindo pedidos de socorro.

Estradas: 

Eram evitadas. Os bandoleiros iam por dentro da caatinga. Quando não tinham outra opção, sequestravam todas as pessoas que encontravam e levavam os reféns ao menos por um tempo. 

Psicologia: 

Não deixavam a polícia avaliar o resultado dos combates. Levavam os mortos e, quando não dava, cortavam-lhes as cabeças, dificultando a identificação.

Apelidos: 

Quando um integrante do grupo morria, seu apelido era adotado por um novato. Essa é uma das razões que faziam os cangaceiros parecer invencíveis, pois os nomes eram imortais.

Alarmes: 

Sempre havia cães acompanhando o bando. Eles funcionavam como sentinelas. Havia também um sistema banal de alarme. Consistia em cercar o acampamento com fios ligados a sinos.


Extraído da Revista:
"Super Interessante"
Ano: 11
Nº. 6
Junho de 1997

NOVO LIVRO SOBRE O CORONEL DELMIRO GOUVEIA

Autor: Gilmar Teixeira
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152 págs. 
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Jeito estranho de constituir família


Muito se fala que Lampião respeitava as mulheres. Mas parece que não era bem assim. Consta que em 1923, num lugar chamado Bonito de Santa Fé (PB), ele deu início ao estupro coletivo da mulher de um delegado. Eram 25 homens.

Sila, já falecida

"Tirei muita mocinha das mãos de companheiros", conta Ilda Ribeiro de Souza, a Sila, 73 anos, a viúva do cangaceiro Zé Sereno, que vive em São Paulo.

Zé Sereno - já falecido

O líder também mandava marcar a ferro moças que usassem cabelos ou vestidos curtos. É possível que Maria Déa, a Maria Bonita, não soubesse dessas histórias quando se apaixonou por ele. Ela o conheceu em 1929 e, em 1930, deixou o marido, sapateiro José de Nenê, para segui-lo. Assim, abriu as portas para a entrada de mulheres no bando.

Segundo Frederico de Melo, era uma época de "mais idade, menos guerra e mais limpeza".


Alguns estudiosos acreditam que as mulheres rivalizaram com as armas, desviando os homens da concentração militar. Teriam sido responsáveis pelo fim do cangaço.

De fato, alguns problemas surgiram, como o nascimento de crianças. A solução foi dá-las para padres ou fazendeiros.

Quando morria um companheiro, a viúva tinha de arranjar novo par. Por duas vezes isso não deu certo e a saída foi executar as mulheres. Rosinha e Cristina foram assassinadas para não ameaçar o grupo.

Outro drama era o adultério.  Lídia e Lili morreram por trair seus companheiros.

É curioso notar como, apesar de atitudes extremamente conservadoras com as mulheres, Lampião chegava a ser moderno em outros aspectos. Mandava cartas com papéis que tinham seu nome datilografado, tremenda novidade na região.

De acordo com Melo, preocupado com falsificação de correspondência, houve quem tentasse se passar por ele para levantar um dinheirinho, mandou fazer cartões de visita com sua foto. E tinha até garrafa térmica. De um certo ponto de vista, pode-se dizer que levava uma vida sofisticada.

Extraído da Revista:

Super Interessante
Ano:11
Nº. 6
Junho de 1997

Uma doação a mim, do poeta e pesquisador do cangaço: 
Kydelmir Dantas

Apoio Logístico de Primeira



A formação que Lampião teve em casa valeu muito para a sua atuação no cangaço. Com uma tropa de burros, sua família fazia frete de mercadorias. 

Virgulino aprendeu bastante sobre caminhos e viagens longas no trabalho com o pai. Além disso, conheceu muita gente do sertão. E tantos contatos acabariam sendo preciosos mais tarde. A rede de apoio que ele tinha era fantástica, embora não fosse formada só de amigos. 

O historiador cearense Abelardo Montenegro definiu três tipos de coiteiros, como eram chamados aqueles que davam proteção ao bandido: o involuntário, que tinha medo, o vingador, que queria usar os seus serviços, e o comerciante, que visava lucro.

De acordo com o cearense Vera Rocha, para a polícia havia só dois tipos: os ricos, que queriam proteger suas propriedades, o que era considerado compreensível, e os pobres, que o admiravam, o que era inadmissível. Na verdade, ninguém tinha coragem de negar ajuda ao cangaceiro. E todo mundo também morria de medo da polícia.

Em 1932, quando a repressão acirrou, as volantes, tropas andarilhas, transformaram-se num terror."Quem tivesse 16, 17 ou 18 anos tinha que se alistar no cangaço ou na volante, senão ficava à mercê dos dois", costuma dizer Criança, ex-cangaceiro que mora (morava) no litoral paulista.

Os coronéis não tinham esse problema. Lampião chegou a ser amigo do capitão Eronides Carvalho, médico do Exército que se tornaria governador de Sergipe em 1934. O próprio confessou, anos depois, ter arranjado, mais de uma vez, munição para o bando.

Extraído da Revista:
Super Interessante
Ano: 11
Nº. 6
Junho de 1997

Em paz somente com Deus


Em meio ao sangue, Lampião achava lugar para a religião. Nos acampamentos, rezava o ofício, espécie de missa. Carregava livros de orações e pregava fotos do Padre Cícero na roupa.

Em várias das cidades que invadiu chegou a ir à igreja, onde deixava donativos fartos, exceto para São Benedito. "Onde já se viu negro ser santo?", dizia, demonstrando seu racismo.

Supersticioso, andava com amuletos espalhados pela roupa. Levou sete tiros e perdeu o olho direito, mas acreditava-se que tinha o corpo fechado.
Em tempos de calmaria, os cangaceiros dividiam o tempo entre a fé e o prazer. Jogavam cartas, bebiam, promoviam lutas de homens e de cachorros, faziam versos, cantavam, tocavam e organizavam bailes. Para essas ocasiões se perfumavam muito.
Mello informa que Lampião tinha preferência pelo perfume francês Fleur d'Amour.
Balão, que viveu os últimos anos do cangaço, contou antes de morrer que eles usavam mesmo era Madeira do Oriente, bem mais popular.

Há relatos de que os bandoleiros perfumavam até os cavalos quando andavam montados.

Extraído da Revista:
Super Interessante
Ano:11
Nº. 6
Junho de 1997

Dona Mocinha - Irmã de Lampião

 Maria Ferreira Queiroz, Dona Mocinha

Faleceu no dia 10 de Fevereiro de 2012, com mais de um século de vida, e era irmã do cangaceiro Lampião.

Palavras de Dona Mocinha, referindo-se ao seu irmão, "Lampião"

"Ele não roubava, não, ele pedia. Agora, se não desse, ele ia buscar"

http://blogdomendesemendes.blogspot.com

O cangaço nas batalhas da memória De:

 Antônio Fernando de Araujo Sá


O livro do Prof. Antônio Fernando de Araújo Sá é fruto de longo trabalho de pesquisa histórica e historiográfica realizada no Departamento de História e no Mestrado em Letras da Universidade Federal de Sergipe. O  tema, já visto e revisto de diferentes maneiras na cultura brasileira, é retomado na perspectiva da história cultural e da história da memória, pensando o cangaço como palimpsesto da cultura brasileira, isto é, no sentido de que é reescrito indefinidamente utilizando-se o mesmo material, mediante correções, acréscimos, revisões, deslizamentos.

Cada texto remete a outro e o reinsere dentro de outras épocas e coordenadas com as quais marca sua diferença, mas, ao mesmo tempo, marca uma profunda e inequívoca filiação. Desse modo, nenhuma interpretação do cangaço escapa à configuração das forças discursivas em luta. O livro é dividido em duas partes. Na primeira parte, intitulada História, Memória e Literatura, proponho uma incursão erudita nas complexas relações entre história, literatura e memória do cangaço, relendo textos clássicos e contemporâneos numa perspectiva onde se entrecruzam o mito, a memória e a história.

Na segunda parte do livro são desenvolvidas reflexões sobre as multifacetadas Memórias do Cangaço, tanto na memória popular sertaneja, quanto nas indústrias culturais. Para o Prof. Antônio Montenegro da Universidade Federal de Pernambuco, esse trabalho é “um livro fundamental para o estudo do tema do Cangaço e de Lampião, em face da amplitude da pesquisa realizada nos mais diferentes campos historiográficos e culturais, e, também, pela refinada e cuidadosa análise teórica e metodológica”.

PEQUENA BIOGRAFIA DO AUTOR 

Possui graduação em História pelo Centro de Ensino Unificado de Brasília (1987), mestrado em História Política do Brasil pela Universidade de Brasília (1993) e doutorado em História Cultural pela Universidade de Brasília (2006). Atualmente, é professor associado do Departamento de História e do Programa de Pós-Graduação em Letras da Universidade Federal de Sergipe. Líder do Grupo de Pesquisa História Popular do Nordeste (CNPq/UFS). Edita a revista Ponta de Lança: História, Memória e Cultura (UFS). Publicou os livros Combates entre História e Memórias. São Cristóvão/SE: EDUFS; Aracaju/SE: Fundação Oviedo Teixeira, 2005 e O Cangaço nas Batalhas da Memória. Recife: Editora Universitária (UFPE), 2011. Tem no prelo um livro sobre a História da Historiografia Sergipana.
 
LANÇAMENTO:


"O Cangaço nas Batalhas da Memória". Recife: Editora Universitária 
 Valor: R$30,00 (trinta reais)  Número de páginas: 165Terça, 17 de abril de 2012  -  19:30h 
Museu da Gente Sergipana - Av Ivo do Prado, Aracaju-SE. 


FONTES: www.lampiaoaceso.blogspot.com

http://cariricangaco.blogspot.com

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Nada a ver com Robin Hood

foto do cangaceiro Lampião

Não são poucos os que vêem em Lampião um Robin Hood nordestino. "Ele foi bandido, mas também teve atitudes de distribuir o que tomava", diz o pesquisador Antonio Amaury C. de Araújo, de São Paulo, que escreveu seis livros sobre o cangaço. 


É, houve passagens assim. Em 1927, o bando entrou em Limoeiro do Norte (CE), jogando moedas para as crianças. Cena semelhante acontecera em Juazeiro, quando, num dos mais absurdos episódios da história brasileira, o bandido foi convocado para combater a Coluna Prestes.

"Mas Lampião nunca escolheu aliados em função da classe social", diz o antropólogo Vilela. "Pobres e ricos, oprimidos e opressores, todos Hobswram bons, desde que satisfizessem suas exigências. Todos eram inimigos desde que se opusessem a seus propósitos".

O escritor inglês Eric Hobsbawm chegou a classificá-lo como um "bandido social", exatamente um Robin Hood, mas um tipo vingador. "Sua justiça social consiste na destruição", disse Hobsbawm, que foi criticado pela avaliação.

Billy Chandler, por exemplo, acha que Lampião só poderia ser considerado um bandido social por ter raízes em um ambiente injusto, nunca por se preocupar com a justiça social. Vilela concorda. Para ele, Lampião resistiu a um tipo de migração vergonhosa, a migração do medo, que empurrava para longe gente ameaçada por inimigos ou pela polícia. Para não passar por covarde, assumiu o nomadismo e a violência. As boas ações seriam um "escudo ético", na opinião de 

Frederico Pernambucano de Melo, superintendente de Documentação da Fundação Joaquim Nabuco, de Recife. Lampião, apesar de perverso, queria ser visto como um homem. bom.

Artigo extraído da Revista:
Super Interessante
Ano: 11
N º 6
Junho de 1997

Enquanto não vem cangaço - Conheça a cidade de um único habitante.


É difícil de acreditar, mas nos EUA havia uma cidade que contava com uma população de: 1 cara.

A cidade chama-se Buford e fica no estado de Wyoming. O habitante e também prefeito, é Don Simmons, o cara da imagem acima.

Buford é a menor cidade dos EUA e fica localizada entre  Cheyenne e Laramie no sudoeste de Wyoming.

Se já parecia suficientemente  pra você, espere só até descobrir que dois caras lá do Vietnã compraram a cidade num leilão por 900.000 dólares.

Eu não sabia que cidades poderiam ir a leilão nos EUA. Segundo a notícia da FOXTV, o local, nas margens da rodovia interestate 80,  já foi residência de uma população de 2.000 pessoas. O traçado original de Buford surgiu em 1860, quando ocorreu a construção da ferrovia Transcontinental. Acabou que a ferrovia foi redesenhada e já não passava mais por Buford. Com isso, a densidade demográfica simplesmente tendeu a 1.  Só restou no local um posto de gasolina com loja de conveniência, uma escolinha datada de 1905, uma cabine telefônica, uma garagem, 10 acres de terra e uma casa de três quartos, provavelmente, a casa do “prefeito”.

Será que  Don Simmons cobrava IPTU dele mesmo?

Postado por Marcos Aurélio

OS DOIDOS GUIANDO OS CEGOS (Crônica)


Por: Rangel Alves da Costa*
Rangel Alves da Costa

 OS DOIDOS GUIANDO OS CEGOS


O achado é da lavra de Shakespeare: É uma infelicidade da época que os doidos guiem os cegos.

Na época de reinado elisabetano, cenário de visão do poeta, até que tal afirmativa fosse permeada de espanto, como a indicar uma sociedade que perdeu seu rumo e seu norte, com cada um sendo carregado pela ignorância do tempo.

Hoje em dia, não só os doidos guiam os cegos, como também os sãos, os que se dizem equilibrados, todos que se acham normais. Do mesmo modo, os cegos todos os dias mostram direções àqueles que pensam enxergar demais.

Ora, o mundo atual perdeu todo o equilíbrio, respeito, decência. E num mundo como tal o inexplicável acontece, o inaceitável se normaliza, o inconcebível se torna plenamente justificável. Porque é o jeito, senão piora.

Daí que não só os doidos guiam os cegos como muitos se deixam guiar por qualquer coisa. É deveras espantoso como um pó, uma pedra, um cigarro possuem o poder de inapelavelmente conduzir tantas pessoas para o abismo.

Daí que não só os doidos se vêem guiando cegos como muitos, sem ter quem verdadeiramente os guiem, se entregam aos falsos profetas e falsas religiões, duvidosas igrejas e cínicos pastores, seitas destrutivas e seus guias doentios.

Os doidos guiam os cegos talvez porque estes não consigam perceber a condição daqueles e aqueles não saibam onde possam ou queiram levar seus conduzidos. Aqueles não têm a noção, estes não têm a percepção; aqueles apenas vão, e estes se deixam ir; aqueles são a sociedade em estágio brutal e desumano, louca, insana, enquanto estes são as pessoas com suas cegueiras voluntárias.

Os doidos continuam guiando os cegos porque estes enxergam e não querem ver. Não são cegos, apenas se abstiveram de olhar as coisas em profundidade para perceber os perigos a que estão expostos. Abrem os olhos, veem, sentem, mas sempre duvidam, e na dúvida a descrença.

Mas os doidos são espertos demais e muitas vezes guiam os cegos com suas missas, seus sermões, por lições e ensinamentos que não possuem nenhuma valia na vida própria, intimamente. E porque os cegos ficam mais cegos ainda diante da autoridade dos doidos, então os pecados que se revelam nos que ensinam a salvação sempre se tornam desculpáveis.

Serão doidos, ou não, estes indivíduos travestidos de religiosos, padres e sacerdotes, que pregam sobre o pecado nos cegos e não procuram se enxergar perante os seus muitos e múltiplos erros? Somente doidos para transformar sua missão numa vida de desregramentos, abusos sexuais, de pecados contra indefesos, dos maiores absurdos dentro da própria igreja que lhes foi confiada.

Mesmo sendo cegos e não podendo se esquivar no momento certo será sempre preciso muito cuidado com as pedras jogadas pelos doidos. Ora, as pedras são os brinquedos, os consolos, os passatempos dos insanos. E brincam e se divertem, mas de repente cismam de jogar tudo adiante e procuram acertar sempre na cabeça dos cegos que não têm como se proteger.

Mas nada de errado em jogar pedras nos cegos, principalmente porque vivem no estado de cegueira porque querem, gostam, parecem felizes com tal situação. Os cegos do voto poderiam reclamar das pedras jogadas pelos doidos da política? Os cegos da consciência e do senso crítico teriam algo a dizer contra aqueles doidos de poder que lhes compram com uma bolsa família ou um litro de leite aguado?

Realmente, é uma infelicidade da época que os doidos guiem os cegos. Bem que poderia ser o contrário. Os cegos guiariam os doidos e então as pessoas levariam de vez a vida em sociedade para o abismo. E tudo será num passo dos dias.


Poeta e cronista
e-mail: rac3478@hotmail.com
blograngel-sertao.blogspot.com

Humildemente feliz (Poesia


Humildemente feliz
 Rangel Alves da Costa



Um sol de ouro
uma lua de prata
a terra maior tesouro
um diamante na mata

palácio da alegria
uma rei João
uma rainha Maria
um reinado no sertão

igreja em cada um
a força maior da fé
o sabor do jerimum
a mão a melhor colher

roupa de chita bonita
passo para quermesse
no forró tudo agita
o sertanejo merece

grão de milho e feijão
tudo é sobreviver
dia desses vai ter pão
pra molecada comer

noite bonita estrelada
uma viola ao luar
felicidade na estrada
o povo põe-se a cantar

“não há, oh gente, oh não
luar como esse do sertão...”



Poeta e cronista
e-mail: rac3478@hotmail.com
blograngel-sertao.blogspot.com

MENSALÃO: O ATALHO PARA DESMORALIZAR O SUPREMO!


Ministro do STF Ricardo Lewandowski

QUAL É A DELE?

Revisor do processo do mensalão, que se arrasta no Supremo Tribunal Federal desde agosto de 2007, o ministro Ricardo Lewandowski ainda não concluiu o parecer que começou a ser digitado em dezembro, mas está pronto na cabeça há cinco anos.

Relator do pedido de inquérito contra o senador Demóstenes Torres, precisou de algumas horas para autorizar a solicitação da Procuradoria Geral da República e determinar a quebra do sigilo bancário do parlamentar goiano.

Surpreendido pela demonstração de agilidade, oBrasil decente sente-se à vontade para exigir, como registrei no comentário de 1 minuto para o site de VEJA. que o revisor Lewandowski trabalhe com a mesma rapidez do relator Lewandowski.

Como sabem até os cabides das togas, os 38 mensaleiros só se sentarão no banco dos réus ainda em 2012 se o ministro terminar o serviço até 15 de maio. Ultrapassada essa data, os 38 envolvidos com a organização criminosa chefiada por José Dirceu só serão julgados em 2013.

É com isso que sonham os protagonistas do maior dos escândalos do Brasil republicano, que seriam presenteados com três motivos para dormir sem sobressaltos.

Primeiro: o governo e a base alugada escapariam do desgaste provocado pela exumação, em plena temporada eleitoral, das incontáveis delinquências promovidas por pecadores da aliança governista envolvidos na roubalheira colossal.

Segundo: os meliantes teriam consideravelmente ampliada a chance de beneficiar-se do mecanismo da prescrição.

Terceiro: atingidos pela aposentadoria compulsória, os ministros Cezar Peluso e Ayres Britto estariam fora do julgamento. Gente com culpa no cartório não se dá bem com juízes que votam de acordo com fatos.

Nas páginas amarelas de VEJA, Ayres Britto, que assumirá neste 19 de abril a presidência do STF, deixou claro que só falta o parecer do revisor para que o caso chegue ao desfecho.

Lewandowski pode votar como quiser. Pode absolver os chefes da quadrilha “por falta de provas”. Pode enfileirar pretextos para explicar o inexplicável. Pode até tentar induzir o restante do STF a “amaciar para Dirceu”. Mas não tem o direito de retardar o epílogo de uma história que começou há sete anos.

Como informa o texto sobre a campanha batizada de “Missão Ampulheta”, publicado na seção Feira Livre, Lewandowski logo saberá oficialmente que os brasileiros decentes têm pressa.

É preciso obrigá-lo a cumprir seu dever. É preciso, sobretudo, alertá-lo para o tamanho do perigo: quem conduz um processo pelo caminho mais demorado acaba descobrindo que percorreu o atalho mais curto para a desmoralização do Supremo.


Extraído do blog do professor e pesquisador do cangaço: Honório de Medeiros