Seguidores

domingo, 4 de julho de 2021

JOSÉ FELIPE DE OLIVEIRA PAI DE MARIA BONITA NÃO SE AFINAVA BEM COM O SEU GENRO CAPITÃO LAMPIÃO

Por José Mendes Pereira

Parece que o que dizem sobre o capitão Lampião que era bem recebido na casa de José Felipe, seu sogro, não era bem assim, e aqui eu apresento aos amigos leitores as minhas inquietações.

O natalense historiógrafo e pesquisador do cangaço Rostand Medeiros em um dos seus trabalhos - clique no link abiaxo -  fala sobre a recusa de José Felipe com o seu novo "Noro" (genro) que era o afamado capitão Lampião. 

http://blogdomendesemendes.blogspot.com/2014/10/familiares-narram-imprensa-sobre-maria.html

Vamos ouvir em segredo o que o historiógrafo diz sobre eles: 

Manoel Severo e Rostand Medeiros

(...)

Vinte anos após a morte de Lampião e Maria Bonita na Grota do Angico, o repórter A. C. Rangel e o fotógrafo Rubens Boccia seguiram para o sertão a serviço do periódico carioca “O Jornal”.

Este era autodenominado o “órgão líder dos Diários Associados”, sendo o primeiro veículo jornalístico adquirido pelo poderoso Assis Chateaubriand e se tornou o embrião do que viria a ser a empresa jornalística Diários Associados. O objetivo dos profissionais da imprensa era realizar uma entrevista com o pai de Maria Bonita o José Gomes de Oliveira mais conhecido como Zé Felipe.

Maria Bonita e Zé de Neném seu primeiro esposo

O pai de Maria Bonita nada narrou sobre a esterilidade do sapateiro e nem sobre o primeiro marido da sua filha, mas comentou que ficou arruinado com a união de Maria e o “Rei do Cangaço”. Ele afirmou ao jornalista que em consequência daquela união passou oito anos andando pelo norte do país, verdadeiramente como um “cão escorraçado e sem sossego”.

"Se ele passou oito anos fora de casa possivelmente não estava nem um pouco satisfeito com aquela união".

Zé Felipe comentou que após Maria decidir seguir os passos de Virgulino Ferreira da Silva o Lampião, nas poucas vezes que pode estar frente a frente com a sua filha, buscou convencê-la a deixar aquela vida. Atitude bastante razoável para um pai diante daquela situação. Comentou que Lampião vivia como um “alucinado” e que não parava em parte alguma. Mas como bem sabemos, ele não conseguiu convencer a filha.

(...)

O jornalista Rangel informa que Zé Felipe lhe narrou que em uma ocasião em meio a uma caminhada forte, com a polícia seguindo nos calcanhares, Maria Bonita foi ficando cada vez mais para trás, pois trazia embalada uma criança sua, com pouco tempo de nascida. Sem explicar como, a reportagem informa que a cangaceira com seu filhinho pegou um cavalo e conseguiu chegar próximo ao bando. Como a criança chorava muito, Lampião se exasperou e, para evitar que o bando fosse encontrado pela polícia, quis “sangrar” com um punhal seu próprio filho. Mas Maria saltou de punhal na mão e encarou o chefe cangaceiro frente a frente e este desistiu de sua ação. 

Noutra ocasião Zé Felipe narrou ao jornalista Rangel que Maria tinha ficado raivosa com o companheiro e chegou a quebrar-lhe uma cabaça d’água na cabeça. [2]

Em outra parte da narrativa, o velho Zé Felipe narrou uma desobediência de sua filha perante Lampião.

(...)

Não deixa de fazer uma visitinha ao blog do historiógrafo e pesquisador do cangaço Rostand Medeiros. Basta clicar neste link: https://tokdehistoria.com.br .


Informação ao leitor:
São apenas as minhas inquietações, por esta razão ponho (parece), nada de garantir ou desrespeitar o que os escritores, pesquisadores e cineastas já registraram.

http://blogdomendesemendes.blogspot.com

VILA DO ARARIPE, A CASA DE LUIZ GONZAGA

 

https://www.youtube.com/watch?v=apz1_UVztYE


Publicado em 22 de janeiro de 2013

Ô de casa... A Vila do Araripe, no sertão de Pernambuco, é a casa de Gonzagão. Foi onde ele nasceu, de onde partiu em busca da fama e para onde voltou, 16 anos depois, protagonizando o diálogo mais famoso da música nordestina ao abraçar o pai, Januário. Visitamos a Vila nas festividades que marcaram o centenário do Rei do Baião. Tem depoimentos de sanfoneiros e artistas gonzaguianos. Não perca.

Licença
Licença padrão do YouTube
Música
"A Vida Do" por Luiz Gonzaga ( • )

http://blogdomendesemendes.blogspot.com

O ATAQUE DE LAMPIÃO A MOSSORÓ – A HISTÓRIA DO MOTORISTA “GATINHO”

 Material do blog Tok de História do escritor Rostand Medeiros


Clique no link para ler os acontecimentos completos.

https://tokdehistoria.com.br/2014/12/06/o-ataque-de-lampiao-a-mossoro-a-historia-do-motorista-gatinho/

http://blogdomendesemendes.blogspot.co

Clique no link para ler os acontecimentos completos.

https://tokdehistoria.com.br/2014/12/06/o-ataque-de-lampiao-a-mossoro-a-historia-do-motorista-gatinho/

http://blogdomendesemendes.blogspot.com

‘RECANTO DA HISTÓRIA’ “...QUANDO A COLUNA PRESTES SANGROU UM SACERDOTE”

 Por Sálvio Siqueira‎ O Cangaço


“Região situada no Oeste do estado brasileiro da Paraíba, o Vale do Piancó foi um dos locais por onde a Coluna Prestes esteve em sua incursão. Para muitos seriam os "Cavaleiros da Esperança", mas para outros, essa corrente de cunho militar, liderada por Prestes e com ideias comunistas, era mais um grupo que abalaria a região com suas ideias más, quando com o poder em suas mãos, não faria nada para ajudar realmente a população pobre da região”.

Formada pela União das Colunas Paulistas e Rio Grandense a Coluna Prestes, conhecida assim popularmente, mas oficialmente com o nome de Coluna Miguel Costa – Prestes marchou por 674 dias percorrendo 24.947 Km, passando pelos seguintes estados: RS, PR, SC, SP, MT, MS, GO, TO, MA, PI, CE, PB, RN, PE, BA, MG e terminou na Bolívia em fevereiro de 1927 com um total de 53 combates vitoriosos (invictos), com um contingente variável de 1500 homens. Sua tática de guerrilha foi conhecida internacionalmente, como uma das mais prodigiosas façanhas militares da história de guerrilhas; não andavam com menos de 800 homens, consumindo em torno de 100 mil cavalos em sua jornada, não ficavam mais de 48 horas em um mesmo lugar o que dificultava a sua localização, devido a sua movimentação rápida. Passando por dois governos, um em sua formação Artur Bernardes (1922 – 1926) e outro na sua extinção Washington Luiz (1926 – 1930), mataram por volta de 600 soldados e sofreram perda de 70 oficiais guerrilheiros. Queriam, e assim foi decidido na reunião de 12 de abril de 1925, conscientizar a população do interior, predominantemente a rural, do domínio exploratório do governo, e difundir suas ideias para ter apoio popular, uma coisa básica em movimento revolucionário. Em seus objetivos, porém, tiveram que ter atitudes bruscas, como toda revolução, atitudes fortes, que podem prejudicar o movimento diante dos olhos do povo. Outro motivo que ajudou a prejudicar sua imagem frente à opinião pública, foi o fato de que ao adentrar em um vilarejo, roubavam cavalos, alimentos, armas, aterrorizavam a população... O principal nome dessa aterrorização foi o tenente João Cabanas, que depois de adoecer em fevereiro de 1925, não se seguiu mais com a Coluna. A Coluna Prestes entrou no Estado da Paraíba, vindo de Luiz Gomes-RN, até chegar no lugarejo de Várzea Cumprida, em Pombal- PB. A cidade de Piancó- PB, não constava no percurso da Coluna, tendo sido incluída de última hora uma vez que a polícia paraibana havia fechado quase todas as fronteiras do estado a passagem da Coluna. Em Piancó havia uma briga paroquial onde a oligarquia da família Leite que tentava expurgar o Deputado Estadual Padre Aristides da sua trajetória política, este último fortalecido pelo então aliado Governador do Estado, o Dr. João Suassuna (1924/1928).

* Por: José Romero Araújo Cardoso

“(...)Nas inúmeras conversas sobre a passagem da Coluna pelo desditado município paraibano, havia incontida emoção quando o velho combatente falava sobre o Padre Aristides Ferreira da Cruz, vigário e chefe político da cidade sertaneja literalmente arrasada em fevereiro do ano de 1926.


O Coronel Manuel Arruda de Assis informava que o Padre Aristides nasceu no então distrito pombalense de Lagoa. Quando de minha fixação no Estado do Rio Grande do Norte, efetivamente a partir do ano de 1998, fiquei sabendo por intermédio de informações fornecidas por dileto amigo de nome Raimundo Soares de Brito, verdadeiro arquivo vivo da cultura potiguar, que o Padre Aristides havia exercido o cargo de vigário em Caraúbas (RN).

Arruda narrava que o Padre Aristides era inimigo de muita gente em Piancó, mas que todos o respeitavam. O vigário andava com inseparável F. N. Brown na cintura, acompanhado de grupos de capangas, era metido em tudo que não prestava no sertão daquela época, viveu maritalmente com jovem da localidade, tiveram filhos, enfim, como dizemos no sertão, era mais desmantelado do que vôo de anum molhado ou galope de vaca amojada.

Quando os informes enviados de Pombal - PB, notificando sobre a passagem da Coluna Prestes por Malta –PB, chegaram em Piancó- PB, o Padre Aristides se animou em enfrentar, telegrafando para Júlio Lyra, o chefe de polícia de (João) Suassuna, comprometendo-se a conseguir dois mil homens em armas em quarenta e oito horas, prontamente aceito pelo governo do Estado. Não obstante os esforços, Padre Aristides não conseguiu reunir o número de homens prometido para a defesa(...)Quando a Coluna entrava em Piancó, descargas certeiras alvejaram cavalos e cavaleiros. Daí por diante fechou-se o tempo, quando intenso tiroteio transformou Piancó em praça de Guerra. Vinha de ambas as partes, mas com maior intensidade, devido ao número de componentes, disparado pelos integrantes do movimento tenentista originado no sul do País(...)O ódio que a Coluna Miguel Costa - Prestes passou a devotar ao piquete do Padre Aristides teve seu recrudescimento quando ato considerado de alta traição inflamou os ânimos acirradíssimos dos combatentes.

(O)Tenente Antônio Benício, delegado de Piancó,(solicita, através de sinais) para que levasse quatro fuzis e um cunhete de balas para o piquete dele, ao que "preá"(espécie de correspondente de guerra) retrucou com toda razão ser impossível furar as mil modalidades de ataque dos revoltosos(...)(O)Sargento Manuel Arruda de Assis(teve a idéia e ordenou que se erguesse uma bandeira branca, com isso tinha-se a chance de abastecer o piquete do Delegado)(...) o piquete do Padre Aristides aproveitou o momento de distração da Coluna Miguel Costa - Prestes para intensificar o tiroteio em direção ao grupo revoltoso. O resultado foi catastrófico, pois a Coluna teve muitos integrantes mortos e feridos(...)Daí em diante era ponto capital para os comandados pelo General Miguel Costa e pelo Capitão Luiz Carlos Prestes chegarem ao piquete do Padre Aristides Ferreira da Cruz(...)o Padre Aristides quando viu a coisa ficar preta mandou seu guarda-costa, de nome Rufino, subir no muro para ver o que acontecia. Rufino informou desesperado que a situação era periclitante, pois se fugissem morriam, se ficassem morriam do mesmo jeito(...)A luta era nos corredores, nas salas, em todo canto, quando uma ordem do comandante da investida, que calassem as baionetas de uma vez só, cessou a luta, enquanto o Padre Aristides pedia incessantemente garantias de vida para todos(...)Covardemente o comando da Coluna Miguel Costa - Prestes assegurou as garantias. Todos que estavam na casa, incluindo o Padre Aristides e o prefeito de Piancó- PB, o Sr. João Lacerda, bem como o filho deste, foram conduzidos a um barreiro e lá sangrados, um a um, e não fuzilados(...)Padre Aristides, sentindo-se mortalmente ferido, implorou para que não fizessem aquilo com ele, pois era um sacerdote católico. As humilhações foram intensificadas, pois o martírio do Padre Aristides Ferreira da Cruz e sua gente foi um episódio macabro patrocinado pela ignominiosa covardia, pela efetiva traição de membros de um movimento que se auto-intitulavam revolucionário, reformista, ou seja lá o que tenha sido ou digam ter sido, mas que não teve hombridade Enem humanismo para respeitar as vidas daqueles que já se achavam dominados e impossibilitados da mínima defesa(...)”.

(*) José Romero Araújo Cardoso. Geógrafo. Professor do Departamento de Geografia do Campus Central da UERN. Mestre em Desenvolvimento e Meio Ambiente.

Fonte e foto www.portalpianco.com

Fonte: facebook

http://blogdomendesemendes.blogspot.com

A MORTE DO PADRE CÍCERO

 Por José Bezerra Lima Irmão


Excerto do capítulo 181 de Lampião – a Raposa das Caatingas.

José Bezerra é pesquisador do cangaço e de tudo o que diz respeito à história do Nordeste envolvendo as figuras fantásticas de Padre Cícero, Antônio Conselheiro, José Lourenço, Severino Tavares e Quinzeiro, e os trágicos episódios de Canudos, Caldeirão, Pau-de-Colher, Serra do Rodeador e Pedra Bonita do Reino Encantado ou Pedra do Reino. É autor do livro Lampião – a Raposa das Caatingas, uma biografia completa do Rei do Cangaço.

http://araposadascaatingas.blogspot.com.br

Na manhã de 20 de julho de 1934, aconteceu uma coisa terrível na Cidade Santa do Juazeiro: morreu o Padre Cícero Romão Batista.

Mais de quarenta mil pessoas haviam passado a noite em vigília. Quando se espalhou a dolorosa notícia – “Padim Ciço morreu!!!” –, teve início um espetáculo assombroso. As pessoas choravam, abraçadas umas às outras, rezando ou gritando como loucas, acotovelando-se, atropelando-se, esmagando-se na ânsia de chegar à casa do reverendo – as ruas não tinham como conter tanta gente.


A situação agravou-se quando os telegramas chegaram às cidades próximas. Logo, caminhões e mais caminhões superlotados começaram a despejar romeiros que vinham ao sepultamento do Pai dos Pobres. Uma verdadeira onda humana tomou a Rua São José, onde morava o Padre Cícero, invadindo todos os espaços, rompendo obstáculos, derrubando portas, passando por cima de tudo. O delegado de Juazeiro, vendo que a polícia era impotente diante da multidão sem controle, lavou as mãos com uma desculpa razoável:

"– O Padre Cícero era do povo e continua a ser do povo".

O caixão mortuário foi colocado numa janela, quase em posição vertical, num estrado de madeira, e durante o dia inteiro ficou ali, aberto, para que o corpo fosse visto pela multidão. Enquanto isso, milhares de pessoas continuavam a chegar a Juazeiro, a pé, a cavalo, de caminhão, de automóvel. Às quatro horas da tarde, ouviu-se um ronco nos céus, como um trovão prolongado – eram aviões do Exército que chegavam de Fortaleza com um barulho ensurdecedor, lançando-se de ponta para baixo em voos rasantes, passando a poucos metros do telhado da casa do Padre Cícero.


Àquela altura, a colmeia humana já ultrapassava a casa dos 60 mil. Ninguém se lembrava de comer ou beber. Não havia sequer uma casa de comércio aberta. O prefeito decretou luto oficial por três dias. Nas cidades vizinhas aconteceu o mesmo. A Bandeira do Brasil foi hasteada nas repartições públicas e em várias casas, com uma faixa negra, de luto.


A multidão passou a noite em frente à casa do Padre, rezando, chorando, lastimando-se.


No dia seguinte, às 7 horas, 9 padres, liderados pelo monsenhor Shoter, deram início ao cortejo, descendo com o féretro pela Rua São José em direção à Praça da Matriz, onde foi feita a encomendação do corpo pelo monsenhor Pedro Esmeraldo da Silva Gonçalves, acolitado pelos demais sacerdotes, representantes do clero que tanto criticara e combatera o injustiçado Santo do Juazeiro. Por volta das 10 horas, reiniciou-se o cortejo, levando o corpo para a capela de Nossa Senhora do Perpétuo Socorro. Vencendo os guardas que tentavam proteger o féretro, a multidão apossou-se do caixão, e foi assim que o Padre Cícero chegou à sua última morada – o caixão, suspenso nos braços do povo, parecia flutuar no céu como uma pluma.


O Padre Cícero foi sepultado em frente ao altar da Capela de Nossa Senhora do Perpétuo Socorro – que ele chamava de Capelinha do Socorro.


Quando Lampião soube que o Padrinho havia morrido, ficou paralisado. Virgínio e Luís Pedro choraram. Lampião mandou comprar faixas de crepe, e durante oito dias todos os cangaceiros usaram uma tarja preta no braço, em sinal de luto. Como todo nordestino, ele não podia compreender como era possível que o Padrinho tivesse morrido, pois o Padre Cícero era considerado imortal, um santo, uma entidade divina.


E de fato o Padre Cícero é imortal. E é um santo. Representa um oásis de esperança na seca espiritual do mundo sertanejo, somente equiparável ao Padre-Mestre Ibiapina. 


Pessoas ignorantes e pesquisadores unilaterais ou apressados em suas conclusões, desconhecedores da História, que interpretam os fatos do passado com a visão do presente, pintam de negro sua alma cândida e simples. 


Tinha defeitos? Tinha, porque era humano, mas seus defeitos eram uma revelação de sua ingenuidade e boa-fé, e não de maldade, coisa que o seu coração desconhecia. 


Como disse muito apropriadamente Frederico Bezerra Maciel, “Padre Cícero é o Santo por excelência dos humildes, que nele depositam sua fé, esperanças, dele recebem o consolo, a segurança e a força da resignação cristã”.

Padre Cícero no caixão

O Padre Cícero é o Santo Padroeiro da Nação dos Nordestinos – canonizado pelo povo.

http://sacolinhapedagogica.blogspot.com.br/2014/12/a-morte-do-padre-cicero-por-jose.html

Ilustrado por José Mendes Pereira
http://blogdomendesemendes.blogspot.com

LAMPIÃO ENTRA NA CIDADE DE MOSSORÓ, MAS OS SEUS PLANOS NÃO OCORRERAM COMO ELE DESEJAVA.

Por José Mendes Pereira

Na tarde do dia 13 de junho de 1927, Mossoró no Rio Grande do Norte, foivisitada pelo o cangaceiro Lampião e seu bando. O bando foi dividido em vários subgrupos comandados pelos cangaceiros Sabino Gomes, Massilon Leite, Jararaca. Luiz Pedro... 

A cidade estava bem preparada, porque o prefeito Rodolfo Fernandes de Oliveira Martins tinha preparado muito bem os defessores, distribuindo-os em lugares em que seriam locais que o capitão iria  colocar o seu pessoal. Mas para decepção deo capitão Lampião, sofreu a sua maior derrota, além de ter perdido dois importantes homens do seu bando, o Colchete que ficou morto no meio da rua, e o Jararaca que foi preso e dias depois, foi assassinado no cemitério público de Mossoró, ordem do comando da polícia da época. 

http://blogdomendesemendes.blogspot.com

AS TRINCHEIRAS DE RODOLFO - EM 1927: "I" - O PALÁCIO DA RESISTÊNCIA

O Palácio da Resistência 

A leitura da obra do médico-escritor Raul Fernandes,  A Marcha de Lampião, Assalto à Mossoró,  induziu-me a criar esta pequena série que a intitulei de As trincheiras de Rodolfo, para descrever, utilizando sempre que possível uma imagem identificadora, sobre os locais na cidade, definidos pelo Prefeito Rodolfo Fernandes, (1872-1927), quando da elaboração do plano estratégico voltado para defesa da mesma, em 1927, do ataque do bandoleiro Virgulino Ferreira da Silva, vulgo Lampião, (1900-1938). Esta pequena Série não tem o objetivo de debater ou contar a história sobre os temas cangaço ou Lampião, pois, estes temas têm vasta literatura disponível sobre os mesmos, com estudiosos de plantão para elaborá-la.

Recomendo a leitura da obra em destaque, por tratar-se de trabalho bem feito, escrito numa linguagem elegante e correta; a obra é fruto, não somente de alguém que foi testemunha dos fatos descritos, mas, também, de uma pesquisa bem elaborada, de acordo com os princípios metodológicos aplicados à ciência histórica, e além de tudo isto, é um registro único deste fato histórico. Por meio dela, pude construir uma idéia mais clara a respeito deste fato, e realmente, tem um aspecto que nos entristece que é reconhecer que o banditismo social que tanto retrocesso acarretou a região nordeste, nada mais foi do que a conseguência do banditismo político existente, naquela época, na região.

Após concluir a leitura desta obra, muitas perguntas surgiram e, claro, ficaram sem respostas, pois somente uma profunda pesquisa, talvez, respondesse estes questionamentos. Alguns deles deixo aqui, esperando, quem sabe, alguma indicação: A quem interessava a destruição da cidade e a derrota do Prefeito Rodolfo Fernandes com o ataque do Lampião?  Por que os Rosados não participaram da resistência ao ataque? Por que saíram todos da cidade antes da convocação para a resistência? Pois, na obra está bem claro que quase metade da população local não acreditava na possibilidade do ataque; não acreditava na ousadia do bandido. Contudo, os Rosados acreditaram e partiram para Porto Franco, em Areia Branca-RN.   

Já que todo cidadão mossoroense que, naquele momento,  estivesse com saúde e pudesse pegar em armas, participou da defesa da cidade. Este sentimento cívico deu forças para empreender a vitória sobre o bando de cangaceiros. Quem sabe, no futuro, estas respostas possam aparecer.

A mansão da imagem 01 era a residência de Rodolfo Fernandes, situada na Av. Alberto Maranhão, número 1751, no bairro Cidade Nova. Esta imagem já foi objeto desta postagem que apresenta outras informações sobre a edificação. Exatamente neste local, o prefeito estabeleceu a trincheira principal de resistência ao ataque de Lampião, à cidade, na tarde de 13 de junho de 1927. As armas e munição necessárias à defesa foram adquiridas às expensas das empresas particulares Tertuliano, Fernandes & Cia., Alfredo Fernandes & Cia., M.F. do Monte & Cia., (leia-se Miguel Faustino do Monte), F. Marcelino Hollanda e Luiz Colombo Ltda. 

Estas defesas eram formadas por donos das firmas, funcionários e trabalhadores, clérigos - não portaram armas, profissionais liberais e até estudantes, enfim, todos civis, sem experiências no campo bélico. Em síntese, o governo estadual, na época, representado pela figura política de José Augusto de Medeiros, absolutamente não fêz nada, ou seja, entregou o destino da cidade ao Deus Dará.

A residência do prefeito transformou-se num grande quartel general. Participaram da defesa planejada desta trincheira principal, além do Prefeito Rodolfo Fernandes, as pessoas abaixo:

1) no telhado da frente - Manoel Duarte, tido como exímio atirador, e, Honório Ferreira;

2) no telhado detrás - Francisco Pinto e o irmão Antônio e Bodoca;

3) no alpendre da entrada principal - Francisco Fernandes de Queiroz e dois senhores;

4) Julio Maia e José Pereira comandavam 8 homens na barricada central, em frente à casa;

5) no muro divisor do quintal - Enedino Inácio da Silva e João Domingos;

6) - no corpo do casarão, vigiavam através dos vãos das janelas: José Rodolfo Fernandes, (filho de Rodolfo Fernandes), Amaro Silva, (funcionário federal),  Abel Freire Coelho, (promotor público adjunto), Adrião Duarte, Francisco Vidal, os irmãos Francisco e Raimundo Calixto, Herculano Barbosa, Geraldo Dunga, Joaquim Benedito, Rochinha Freire, Antonio Coló, José Grosso, Francisco Elpídio, José Romão, José Conrado, Antonio Rolim e Antonio Caldas.

Várias pessoas desarmadas ou não procuraram a residência do prefeito, por segurança. Estas pessoas ficaram no sótão da casa e na sala de jantar, e ajudavam limpando as armas e selecionando a munição. Foram elas:

7) José de Oliveira Costa, (Costinha Fernandes - sócio da firma Tertuliano, Fernandes & Cia.), José Martins Fernandes, José Ribeiro Dantas, José Miguel de Oliveira Martins, Mirabeau de Carvalho Costa e Jofily Paiva de Carvalho, (estudantes do Ginásio Diocesano Santa Luzia), Joaquim Mafaldo de Oliveira, (estudante),  Raimundo Nonato da Silva, José de Paula, (motorista do prefeito), e  Epifânio Dias Fernandes, (estudante)

A estratégia desta trincheira principal foi de extrema importância para a derrota que imposta ao grupo de Lampião. Ao final da tarde, do dia 13 de junho, os bandoleiros bateram em retirada da cidade, deixando para trás muitos dos seus elementos feridos ou mortos naquele combate. O Prefeito Rodolfo Fernandes mostrou às demais cidades do estado como não ficar refém de bandido.

Escrito por Copyright@Telescope 

Próxima a ser postada: -  II 

Posteriormente IIIIVVIVIIVIIIIXX, XI

Fontes: Memória Fotográfica

http://telescope.zip.net/historia/

http://amantesdeclio.blogspot.com.br/2012/01/as-trincheiras-de-rodolfo-fernandes.html

 Télescope. Fontes: FERNANDES, Raul. ( 1908-1998). A Marcha de Lampião, Assalto a Mossoró. 7a. edição, Coleção Mossoroense, Volume 1550,  Fundação Vingt-un Rosado, outubro de 2009; Fonte do  arquivo fotográfico P&B - Azougue. Provável autor da fotografia: Manuelito Pereira, (1910-1980);  Índice das Matérias Publicadas em Memória Fotográfica. 

O blog do Mendes e Mendes, cuidadosamente, cita  as fontes para respeitar quem pesquisou e dar credibilidade a quem escreveu.

http://blogdomendesemendes.blogspot.com

SINHÔ PEREIRA E LUIZ PADRE CONTRA OS FILHOS DA BESTA TORTA - @CONTOS DO CANGAÇO

Por João Filho de Paula Pessoa
https://www.youtube.com/watch?v=f67InTBD3Ys&ab_channel=ContosdoCanga%C3%A7o

 Sinhô Pereira e Luiz Padre contra os filhos da Besta Torta - Conto Novo - 04/06/2021

http://blogdomendesemendes.blogspot.com

FLORO NOVAIS: O IMPLACÁVEL ATIRADOR DAS ALAGOAS / UM DOS MAIS TEMIDOS PÓS CANGAÇO


Por Nordeste Fantástico - História
https://www.youtube.com/watch?v=9uFARnU7nAs&ab_channel=NordesteFant%C3%A1stico-Hist%C3%B3ria

Floro Gomes Novais para muitos dos seus aliados era um justiceiro, que só matava por vingança. Já para os inimigos era um cruel e frio pistoleiro de aluguel, com mais de 120 mortes nas costas. Floro nasceu em 15 de janeiro de 1931, no distrito de Prata, em Garanhuns no agreste pernambucano e sua vida de crimes realmente começou após o assassinato de seu pai, o marchante Ulisses Gomes Novais, ocorrida em 4 de dezembro de 1951, em uma emboscada no lugar Capelinha, em Santana do Ipanema, município vizinho a Olivença, Alagoas.

http://blogdomendesemendes.blogspot.com

O ATAQUE DO BANDO DE LAMPIÃO A CIDADE DE SOUSA

 Por Cangaço Eterno

https://www.youtube.com/watch?v=DjXCIq2GgKw&ab_channel=Canga%C3%A7oEterno

Conheça a história do ataque do bando de Lampião a cidade de Sousa na Paraíba. Além da triste história que levou Chico Pereira a entrar no cangaço.

Se inscrevam em nosso canal :

http://blogdomendesemendes.blogspot.com

RODOLFO FERNANDES O HERÓI DA RESISTÊNCIA

 

(...)

Rodolfo Fernandes pertence a última categoria.Nascido em Portalegre/RN a 24 de maio de 1872, começou sua vida de trabalho muito cedo, sendo ainda adolescente quando se iniciou no comércio na cidade de Pau dos Ferros/RN, emigrando depois para a Amazônia durante o primeiro ciclo da borracha, como tantos outros nordestinos. Regressou ao Rio Grande do Norte dois anos depois, indo morar na cidade de Macau, trabalhando na indústria salineira para a Companhia comércio, onde construiu salinas e implantou diversas modernidades. 

Atraído pelo desenvolvimento de Mossoró, veio aqui se estabelecer, casando-se em 1900 com Isaura Fernandes Pessoa, com quem teve quatro filhos: José, Julieta, Paulo e Raul. Já em Mossoró, trabalhou para a grande firma Tertuliano Fernandes & Cia.., também construindo salinas e substituindo o tradicional cata-vento para puxar água por um motor a óleo, o que permitia maior aproveitamento das marés. Em 1918 estabeleceu-se por conta própria na indústria salineira. 

Elegeu-se prefeito de Mossoró em 1926. Teve sua memória perpetuada no coração dos mossoroenses por sua atitude decisiva em defesa de Mossoró. De todos os seus feitos, talvez o que tenha lhe dado maior projeção tenha sido a maneira como o mesmo enfrentou a horda de cangaceiros chefiados por Lampião, que na tarde de 13 de junho de 1927 invadiram Mossoró. Pretendiam, os facínoras, extorquir uma vultosa quantia para não atacar a cidade. 

O Cel. Rodolfo Fernandes reagiu negativamente e comandou a defesa da cidade como um grande general, mandando, inclusive, que qualquer pessoa que não fosse participar ativamente da defesa saísse da cidade como medida de precaução. Essa medida, certamente, evitou muitas mortes desnecessárias. Era homem de arrojadas iniciativas de caráter urbanístico. Em sua administração iniciou o calçamento de algumas ruas e da praça 6 de Janeiro, que posteriormente recebeu o seu nome. Construiu também o primeiro jardim público de Mossoró. 

Um fato curioso é que quando foi iniciado o calçamento em Mossoró, muitos habitantes ficaram insatisfeitos, achando que com o chão coberto de pedras, a temperatura da cidade, que já era em alguns momentos quase que insuportável, iria aumentar. Foi mais uma luta do prefeito para mudar a opinião dessas pessoas, na luta pelo progresso da cidade. 

O Cel. Rodolfo Fernandes de Oliveira Martins foi um lutador. Um sertanejo simples, mas de visão voltada para o futuro. Soube como poucos amar Mossoró. “Conseguiu realizar uma obra verdadeiramente notável, dentro dos estreitos limites das finanças do município”, como depõe Vingt-un em seu Mossoró. Mas não chegou a terminar o seu mandato. A 16 de setembro de 1927, com a sua saúde abalada, requer licença para tratamento médico no Rio de Janeiro, onde faleceu no dia 11 de outubro do mesmo ano, no Rio de Janeiro, para onde tinha sido levado por causa do agravamento de sua doença. E Mossoró chorou a sua morte. 

Várias homenagens foram prestadas em sua memória, tendo sido inclusive criado, em 1963, o município de Rodolfo Fernandes, desmembrado do de Portalegre. De Rodolfo Fernandes ficou o exemplo de homem de visão, pioneiro e libertador, digno das mais altas homenagens do povo mossoroense. E por sua bravura no episódio da defesa da cidade contra os cangaceiros de Lampião, ficou conhecido como “O herói da resistência”. ração".

Adendo - blogdomendesemendes

Túmulo do ex-prefeito de Mossoró Rodolfo Fernandes

(transcrito na coluna GERALDO MAIA, no jornal O MOSSOROENSE, edição do dia seis de junho de 2001-quarta feira

 http://oestenewsblog.blogspot.com/2009/04/rodolfo-fernandes.html

http://blogdomendesemendes.blogspot.com