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segunda-feira, 3 de setembro de 2018

O POVO DE SÃO JOSÉ AGRADECE

Clerisvaldo B. Chagas, 3 de setembro de 2018
Escritor Símbolo do Sertão Alagoano
Crônica: 1.975

       Estivemos visitando as obras do Bairro São José, reivindicadas pelos seus moradores tendo sido expostas aqui a situação. A lavanderia foi mostrada sob completo abandono e que havia se tornado estribaria. Lá dentro um mau cheiro enorme, os boxes quebrados e o telhado em ponto de cair. A simples aproximação do local já causava náuseas aos seus moradores. Atendido os apelos do povo, a situação mudou completamente. Mais de 90% das obras de recuperação já foram executadas. O telhado foi substituído por madeira e telhas novas, os boxes estão um brinco, o piso muito bom, telas no pátio de entrada, calçada e tudo o mais. A pintura ainda estar cheirando a tinta fresca, grades nas portas, faltando apenas rebocar a sustentação da caixa e pequenos serviços. Um excelente trabalho que não se pode negar.


Não sabemos ainda quando a lavanderia irá funcionar e nem quais serão os critérios de uso. Sabemos sim que os moradores humildes do Bairro São José, estão agradecidos ao gestor. Muitas mulheres terão esse benefício como usuárias, um auxílio extra para a economia de casa, principalmente nesses  tempos difíceis para os menos aquinhoados. Ao iniciar o seu funcionamento, vai ser preciso um zelador/vigia, mas a comunidade também tem que se engajar no cuidado do bem público, fazendo sua parte e denunciando os vandalismos.
Quanto ao chamado Posto São José que também havia virado tudo que não presta devido ao abandono, avançou muito e a impressão é que falta, fisicamente, muito pouco para o término das obras.  O visual é outro e a beleza já chama atenção dos transeuntes. Mais uma vez o poder público está de parabéns. É aguardar as devidas inaugurações e soltar fogos de agradecimentos também à força de São José.
Por outro lado as ruínas da antiga casa do menor estar incomodando. Nem sabemos com ficará o entorno do Posto, mas que tem terreno o suficiente para mais obras úteis e dignificantes.
   Que as decisões sejam iluminadas com a inspiração do carpinteiro pai do nosso Mestre.


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UM JEITO SIMPLES DE SER SERTANEJO

*Rangel Alves da Costa

Nem tudo está perdido no mundo-sertão. Os modismos, a negação de parte da juventude e as transfusões culturais, muito descaracterizam essa parte nordestina mais autêntica. O sertão ainda é um mundo e, como tal, ainda guarda dentro de si muitas de suas raízes.
Na verdade, ainda há sertão no sertão, conforme outro dia eu escrevi. Significa dizer que ainda é possível encontrar sertanejos autênticos com hábitos, costumes e tradições, que remontam aos tempos mais distantes.
Ainda há a tapera, a casinha de cipó e barro, a moradia distante ou nos afastados da cidade. Ainda há o fogão de lenha, a trempe para o pote, a caneca de alumínio brilhoso pendurada na parede, os varais estendidos de canto a outro nos pés de pau.
Ainda há a malhada, o velho tronco, o sombreado da grande árvore. Galinhas ciscam pelos descampados, bichos de cria andejam pelos arredores. Um pote de água boa, uma moringa na janela, um café batido em pilão e depois torrado antes de ir para a chaleira.
Ainda há a imagem santa pendurada na parede, o velho oratório no canto do quarto, as fitas de Padim Ciço e de Frei Damião, a fé incontida por todo lugar. Um velho livro de missas, um rosário, uma lembrança de Juazeiro.
Verdade que já está acabando muito daquilo que é tão próprio do sertão. As motocicletas tomaram o lugar do animal de carga e de montaria. Os jegues, burros e outros animais de estrada, simplesmente restam envelhecendo debaixo dos sombreados.
Muitas casas ainda não possuem energia elétrica. Nas regiões mais distantes, os candeeiros ainda são acesos ao anoitecer. Em situações assim, os pedaços de carne e os toucinhos são salgados e estendidos nos quintais para serem preservados ao sol.


O radinho de pilha ainda é uma companhia cativa a muitos. Os mais envelhecidos não largam seus radinhos de jeito nenhum. Quando avança o entardecer e vai chegando a boca da noite, quando os trabalhos do dia já estão praticamente terminados, então o radinho é logo ouvido pelas varandas ou alpendres.
Ainda que muito sertanejo já esteja utilizando a motocicleta até mesmo para chiqueirar ou levar o gado pela estrada, muitas situações exigem que o animal seja selado e o homem se paramente para os seus ofícios. Ofícios da vaqueirama, da pega-de-boi, da vaqueirama.
Os sertanejos mais velhos não apenas preferem seus costumes como continuam nas suas artes repassadas de gerações. Ainda existem os adivinhos das chuvas, das trovoadas, das secas grandes, dos mistérios da natureza. Basta que olhem para os horizontes, para as folhagens, para o comportamento dos animais, para as primeiras alvas do dia, e já traduzem o futuro.
Também uma gente simples no viver, no sobreviver, no existir, no sonhar. Gosta de farinha seca com qualquer naco de carne assada. Gosta de cuscuz com ovos de galinha de capoeira ou mesmo tripa de porco e bucho. Gosta de café forte, soltando fumaça, oloroso e aromático.
Um povo que busca na terra sua sobrevivência. Se há tempo chuvoso, se há plantação e colheita, sempre será encontrada uma melancia, uma abóbora, uma espiga de milho, um catado de feijão de corda. E o sertanejo aprecia demais o feijão de corda com carne de bode. E tendo ao lado um molho de pimenta.
No demais, é um viver no aió, no embornal, no roló. Um viver de chapéu de couro, de gibão e de perneira. Ainda a enxada, o facão, o enxadeco, o arado puxado por bois, a plantação rudimentar e a colheita com a mão.
Uma prece na saída e na chegada. Um cantil pra levar aguardente ou água fria. Um tanto de cigarro preparado com fumo de rolo. Mesmo que não fume, o bom sertanejo sabe que não deve entrar na mata sem o presente para os encantos das matas. Do contrário, corre o risco de tomar uma surra tão grande de não saber nem voltar.
E o que dizer do convívio e do amor pela lua grande e até pelo sol de cada dia? Ora para chover, se encanta quando o pingo começa a cair, até chega a chorar quando a molhação vai encharcando tudo e a fonte se enche e a esperança renasce.
Assim um viver ainda existente no mundo-sertão. Por mais que os centros urbanos estejam transformados em vida comum, perigosa e violenta, ainda é possível encontrar o mundo da cancela, do curral antigo, do quintal, do bicho pastando, da mulher debulhando seu feijão de corda e o homem limpando por dentro com um tiquinho de casca de pau, aguardente da boa.

Escritor
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PRIMEIRA FEIRA DE AUTORES MOSSOROENSES.


Por Benedito Vasconcelos Mendes

A Primeira Feira de Autores Mossoroenses realizada hoje, com muito sucesso,  por ocasião da XIII Jornada Cultural do Museu do Sertão contou com a importante participação da Fundação Vingt-Un Rosado, que expôs 18 excelentes livros de sua coleção. O Presidente da citada Fundação Dr. Jerônimo Dix-Sept Rosado Maia Sobrinho prestigiou a referida Jornada cultural . Além do Pediatra,  Dr. Dix-Sept, estiveram no Museu do Sertão os Senhores Eriberto Monteiro, Raniele Alves e Maurílio Carneiro, todos colaboradores da Fundação Vingt-Un Rosado, mantenedora da importantíssima Coleção Mossoroense.  Queremos de público agradecer a importante participação desta Fundação Cultural , que tanto tem contribuído para o desenvolvimento das Letras no Nordeste e no Brasil.

Enviado pelo autor

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O DESCONHECIDO CANGACEIRO ANTONIO BRAZ O TERROR DO SERIDÓ

 Por Rostand Medeiros

No Rio Grande do Norte, quando o assunto é cangaço, a primeira noção que a maioria das pessoas possuem remete ao ataque de Lampião a Mossoró, a resistência do povo mossoroense ao 13 de junho de 1927, o assassinato de Jararaca e a sua metamorfose em santo popular. Na sequência, de forma esporádica, alguns recordam as andanças de Antônio Silvino no inicio do século XX, a ideia que este cangaceiro era um homem de honra e a famosa história que o mesmo mandou um dos seus “cabras” comer um litro de sal, após este ter reclamado da comida que uma mulher preparou para o grupo e esqueceu de pôr este condimento.

Por fim vem à figura do único grande chefe de um bando de cangaceiros potiguar, Jesuíno Brilhante, homem injustiçado em meio a dilacerantes lutas políticas, enviesadas de épicas lutas com acentuados e tradicionais códigos de honra. ( 1 )

De forma geral, os pesquisadores do tema no Rio Grande do Norte produziram bons trabalhos, que muito ajudaram a esclarecer os aspectos que envolvem os mistérios deste gênero de banditismo social. Contudo a história é mais ampla, diversificada e pautada de fatos desconhecidos.

As testemunhas destes episódios a muito descansam no solo sertanejo, restando a tradicional tarefa de buscar a história em carcomidas e amareladas páginas de antigos jornais, em documentos oficiais esquecidos em bolorentos e desaparelhados arquivos e na tradição contada de pai para filhos nos alpendres das antigas fazendas do sertão. A busca é difícil, mas a colheita é normalmente compensadora.

Debruçado sobre a coleção do jornal republicano “O Povo”, editado, encontramos uma série de reportagens que apontam a existência do desconhecido cangaceiro Antônio Braz e do seu diminuto bando, que além de uma extrema valentia, é apontado como sanguinário, arrogante e desaforado com as autoridades.

As notícias sobre a atuação de Antônio Braz estão contidas em várias edições deste jornal, entre os dias 23 de novembro de 1889 a 11 de agosto de 1891. ( 2 )

Tudo indica que Antonio Braz era da Paraíba, onde lhe eram creditados oito mortes em sua vida de tropelias, tendo sido condenado a uma pena de 48 anos de detenção, que cumpria na cadeia pública de Pombal. Entre os anos de 1894 e 1895, este cangaceiro fugiu desta detenção, estando há quase cinco anos vagando pelos sertões da região fronteiriça da Paraíba e Rio Grande do Norte, mais precisamente na área ao longo da bacia do Rio Piranhas. ( 3 )

Amedrontava os fazendeiros de Pombal, Catolé do Rocha e Brejo do Cruz, na Paraíba e no Rio Grande do Norte, Serra Negra do Norte e Caicó, mais especificamente a então vila de Jardim de Piranhas, eram seus pontos de atuação. Antônio Braz era um cangaceiro que as informações da época o classificam como “temível”, pois seu bando fora protagonista de inúmeros assassinatos, roubos, espancamentos e estupros. Andava este bando sempre com um pequeno número de membros, com no máximo quatro a cinco integrantes, entre eles o seu irmão Francisco.


Catolé do Rocha, em foto do escritor Mário de Andrade, em janeiro de 1929 - Fonte Rostand Medeiros Tok de História

Até mesmo a sua perseguição gerava a velha ação de abuso de poder por parte da polícia. Em 29 de junho de 1889, as páginas de “O Povo”, divulgaram que um grupo de policiais paraibanos vindos de Catolé do Rocha, invadiu por duas ocasiões o território potiguar em caça de Antonio Braz e seu grupo. Na primeira ocasião os policiais haviam praticado uma série de violências, arbitrariedades e até roubos. Na segunda ocasião, na pequena área urbana de Jardim de Piranhas, que nesta época abrigava uma população de 200 almas, ouve um cerrado tiroteio entre os policiais do estado vizinho e os cangaceiros, sendo os policiais obrigados a recuar devido à reação do bando.

Não há maiores detalhes sobre este tiroteio, mas por este período, os aparatos policiais da Paraíba e do Rio Grande do Norte eram formados por pequenos contingentes de homens mal armados, violentos, corruptos e extremamente despreparados, que pouco diferiam dos cangaceiros e bandidos que deviam perseguir. (4)

Tudo indica que Braz encontrou na pessoa do coronel Florêncio da Fonseca Cavalcante, chefe da vila de Jardim de Piranhas, o apoio e proteção que necessitava para suas ações na região. O coronel Florêncio exercia nesta época o cargo de primeiro suplente de juiz municipal de Caicó. Esta ligação entre homens de poder e cangaceiros sempre resultava em sangue e em jardim de Piranhas não foi diferente. Ainda no ano de 1889, Antônio Braz matou na comunidade de Timbaubinha, três quilômetros ao norte da vila, o agricultor Manoel de Souza Franco, que mantinha com o coronel Florêncio, uma questão de posse de terras.

O caso se deu da seguinte forma; o pai de Manoel, Roberto Franco, morrera em 1878 e deixara como herança um pequeno sítio na Timbaubinha. Haviam dívidas contraídas pelo falecido, que foram cobradas pelos credores, entre estes estava o coronel Florêncio, que mesmo sendo suplente de juiz, recorreu a “força d’armas”, utilizando Antônio Braz e seu grupo para resolver a questão.

Pouco tempo depois do tiroteio com a polícia da Paraíba, Braz tentou aniquilar Manoel cercando sua casa e ateando fogo à mesma. Houve reação do agricultor que, ajudado por outros parentes, afugentou os cangaceiros. Como Manuel morava em sua propriedade cercado de familiares, sentia certa segurança, mesmo assim passou a ter muito cuidado em suas saídas. Já Braz e seu grupo, sempre espreitavam perto da propriedade, buscando uma ocasião para desfechar a ação fatal.

No dia 13 de novembro, quando Manoel Franco voltava do roçado, em pleno meio-dia, entrando pela parte traseira da sua casa, foi alvejado com dois tiros e morreu sem reagir. Não satisfeito Braz ainda lhe fez quatro perfurações de punhal. Aparentemente o cangaceiro aproveitou um momento de descuido do agricultor e de sua família para fazer o “serviço”. Após matar Manoel, o assassino ordenou a todos que o corpo deveria ficar estendido no pátio defronte a casa, sem ser enterrado, para “dar o exemplo”.

Os jornais comentavam que a questão entre o coronel e Manoel Franco chegara ao fim e que agora “ninguém se oporá mais ao coronel”, apontando como o mentor do crime. Diante da repercussão do caso, Antônio Braz e seu grupo seguiram para a região de Catolé do Rocha, onde de passagem pelo lugar “Barra”, deram uma formidável surra em uma mulher.

Passou a existir na região um clima de medo muito forte, onde o jornal denunciava a inércia das autoridades, com uma forte critica para o número pequeno de policiais na região. A repercussão do assassinato de Manoel Franco e o medo do povo, fizeram com que as autoridades intensificassem as buscas ao bando. O então comandante da polícia, o capitão Olegário Gonçalves de Medeiros Valle, ordena mais empenho dos seus comandados.

Não demorou muito e os policiais tiveram um encontro com o cangaceiro; ao passarem próximos de uma casa as margens do Rio Piranhas, tiveram a surpresa de estar diante de Antônio Braz. Este se encontrava equipado com suas armas, já montado em seu cavalo, não se intimidou com a tropa e fez fogo contra o grupo, recebendo uma chuva de balas em resposta. O cangaceiro fez o segundo disparo e fugiu a galope.
Na fuga, Braz encontrou um homem na estrada e lhe ordenou que fosse com o cavalo para Jardim de Piranhas, então o cangaceiro desapareceu na caatinga. Sem maiores opções e temendo o pior, este homem fez o que fora ordenado, nisto a força policial seguia no encalço do bandido, quando viram o homem montado em um cavalo idêntico ao de Braz e fizeram fogo. Para a sorte deste cavaleiro, os policiais atiravam muito mal.

Sentindo o cerco apertar, Antônio Braz e seu grupo buscam abandonar a área do Rio Piranhas, sendo noticiada uma incursão a Paraíba, na região de Piancó, onde se informa, sem maiores detalhes, ter o bando assassinado um homem. O grupo será visto novamente no Rio Grande do Norte, em 11 de fevereiro de 1890, no lugar “Riacho Fundo”, onde uma tropa policial se depara com o coito do grupo no meio da mata. Ocorre rápida escaramuça, sem vitimas, tendo o bando fugido do local nos seus cavalos sem as selas, roupas e outros utensílios. A polícia persegue os bandidos por quase seis léguas, o que seria uma média de trinta quilômetros, abandonando a perseguição por ter chegado à noite.

O bando passa a agir principalmente na Paraíba, mas a ação policial neste estado se torna mais forte. Em junho de 1890, Braz e seus homens travam um forte tiroteio contra uma patrulha da polícia paraibana, da cidade de Pombal, tendo o grupo perdido alguns animais de montaria.

Rumam então para a fronteira do Rio grande do Norte, na região da cidade de Serra Negra do Norte. Esta cidade potiguar possuía na época um diminuto destacamento de três praças e estes não proporcionariam alguma resistência ao grupo. Na fazenda Jerusalém, do coronel Antônio Pereira Monteiro, tomaram através de ameaças os cavalos deste proprietário, tendo a malta de celerados seguido novamente em direção a Paraíba. A fazenda Jerusalém está atualmente localizada no município de São João do Sabugi.

Mas as tropelias de Antonio Braz e seu bando não param, em 4 de agosto de 1890, na então vila paraibana de Paulista, pertencente a Pombal, este cangaceiro cria uma situação de escárnio para as autoridades, que chega a ser inusitada. Neste dia, neste lugarejo onde habitavam umas 50 almas, Braz conduz preso o bandido que respondia pela estranha alcunha de “Francisco Veado”. Na vila ele obriga dois paisanos a levarem o prisioneiro para o delegado de Pombal, com uma carta para a autoridade, onde dizia que “não estava disposta a deixar livres tantos cangaceiros, que por ora remetia aquele, e que mais tarde... ele próprio iria”. (5)

Parece uma tanto fantasiosa esta última afirmação do jornal, mas a partir desta data, cessam toda e qualquer nota sobre o cangaceiro Antônio Braz e suas atividades.

Esta última notícia data de agosto de 1890, coincidindo com o retorno de chuvas depois de um período de fortes secas entre os anos de 1888 e 1889. É fácil supor que devido ao risco e periculosidades inerentes a atividade de cangaceiro, esta já não fosse tão interessante e a terra molhada vai dispersando o grupo em busca de outras formas de sobrevivência (6).

Infelizmente, não sei como terminou este episódio, ou mesmo a vida de peripécias deste inusitado cangaceiro e seu bando. Não consegui mais nenhuma informação nos jornais da época e nos arquivos existentes em Natal e Caicó.

Sobre o aspecto de atuação territorial, o cangaço de Antônio Braz ocorreu praticamente na mesma área que notabilizou o único potiguar que chefiou um bando de cangaceiros, Jesuíno Brilhante. Já em relação à sua prática como cangaceiro, Antônio Braz era tido como “terrível”, já Jesuíno, segundo os relatos históricos de Henrique Castriciano e Câmara Cascudo (7), era o “gentil homem”, um “homem de valores”, que estava na vida do cangaço pelas injustiças do seu tempo.

Notas

(1) Os livros que melhor tratam sobre o ataque de Lampião a Mossoró são “Lampião em Mossoró”, de Raimundo Nonato, “A Marcha de Lampião”, de Raul Fernandes, “Lampião no RN-A história da grande jornada”, de Sergio Augusto de Souza Dantas. Sobre Antônio Silvino no Rio Grande do Norte, temos “Antônio Silvino no RN” de Raul Fernandes, “Antônio Silvino-O homem, o mito e o cangaceiro”, de Sergio Augusto de Souza Dantas. Já Jesuíno Brilhante serviu de tema para o livro “Jesuíno Brilhante-o cangaceiro romântico”, de Raimundo Nonato. Já Câmara Cascudo, em seu livro “Flor de romances trágicos”, aponta vários aspectos das atuações dos cangaceiros Jesuíno Brilhante, Antônio Silvino, Lampião, Jararaca e outros.

(2) Existe uma coleção microfilmada deste jornal no Arquivo Nacional, no Rio de Janeiro.

(3) Esta não seria a primeira notícia sobre fuga de presos da Cadeia Pública de Pombal. Em 18 de fevereiro de 1874, 25 anos antes da fuga de Antônio Braz, Jesuíno Brilhante e seu bando atacaram a guarnição desta cadeia, libertando quarenta e três detidos, entre eles membros do seu bando.

(4) Para se ter uma ideia da situação numérica do efetivo policial, no jornal “A Republica” de 9 de janeiro de 1890, era publicada a “Ordem do dia nº 6”, emitida em 4 de janeiro do mesmo ano, onde o então governador do Rio Grande do Norte, Adolfo Afonso da Silva Gordo, organizava o Corpo de Polícia com 1 capitão comandante, 2 tenentes, 4 alferes, 2 primeiros sargentos, 4 segundo sargentos, 1 sargento ajudante, 2 furriéis, 10 cabos, 120 soldados e 4 corneteiros. Eram apenas 150 policiais para todo o estado.

(5) A adoção grifada da palavra “cangaceiro”, pela edição deste jornal, chama a atenção, pois neste período os jornais normalmente utilizavam termos como “banditismo”, para designar a ação, “celerados” e “salteadores” para definir os protagonistas, dificilmente nesta época encontramos nos textos jornalísticos, o termo que designariam estes bandidos e assim seriam mitificados. Entretanto, vale ressaltar que o jornal “O Povo” era editado em uma cidade sertaneja, onde os bandidos errantes que carregava suas armas e utensílios, preferencialmente nos ombros, a partir da metade do século XIX, passam ser conhecidos como “aqueles que estão debaixo da canga” “aqueles que estão no cangaço” e daí a “cangaceiro”, não sendo difícil de supor que, por este jornal está inserido no sertão, esta tenha sido a primeira vez na imprensa potiguar que o termo “cangaceiro” tenha sido utilizado.

(6) Sobre a seca de 1888 e 1889 e outros assuntos a respeito deste fenômeno climatério, ver o pronunciamento do então Senador pelo Rio Grande do Norte, Eloy de Souza, intitulado “Um problema nacional (Projecto e justificação)”, pronunciada na seção de 30 de agosto de 1911 e editado em formato de brochura pela Tipografia do Jornal do Comercio, em 1911. Sobre a teoria do crescimento das ações de grupos cangaceiros nos períodos de estiagem, ver “Guerreiros do sol”, de Frederico Pernambucano de Mello.

(7) Com relação aos escritos de Henrique Castriciano sobre Jesuíno Brilhante, temos no jornal "A Republica", edição de 25 de julho de 1908, uma interessante crônica deste poeta potiguar sobre este cangaceiro.
*Rostand Medeiros é Pesquisador de Natal, RN



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TEJE INTIMADO! 2º GRANDE ENCONTRO DA FAMÍLIA XAVIER


É essa oportunidade de reunir as diferentes gerações da família, numa troca sem igual não apenas de ideias, mas de lembranças e de afetos. Acho tudo isso uma delícia.

São esses momentos e essas memórias que vão ficar para o “álbum” das histórias da família, aquele álbum imaginário que todos guardam e onde ficam eternizadas todas aquelas histórias que serão contadas e recontadas no “boca a boca” por muitas gerações a cada encontro familiar.

Este álbum não tem data para acabar (nem para começar!).

Att Isa Xavier

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CHEGASTE (VÍDEO GRAVADO EXCLUSIVO PARA ESPECIAL TV ROBERTO CARLOS 2016)

https://www.youtube.com/watch?v=dQa8qlDPEVM

Publicado em 25 de jan de 2017

Vídeo do especial de TV fim de ano Roberto Carlos "Chegaste" de Roberto Carlos e Jennifer Lopez Escute agora nas plataformas digitais: https://SMB.lnk.to/RCChegaste Siga Roberto Carlos nas redes sociais: Site oficial: http://www.robertocarlos.com/ Facebook: https://www.facebook.com/RobertoCarlo... Twitter: https://twitter.com/robertocarlos Instagram: https://www.instagram.com/robertocarl... Siga Jennifer Lopez nas redes sociais: Site oficial: http://www.jenniferlopez.com/ Facebook: https://www.facebook.com/jenniferlopez Twitter: https://twitter.com/jlo Instagram: https://www.instagram.com/jlo (C) 2016 Nuyorican Productions Inc., under exclusive license to Sony Music Entertainment US Latin LLC

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O ADEUS AO CINEASTA E APRESENTADOR JONAS LUIZ DA SILVA “JONAS DE ICAPUÍ”.


Por Geraldo Antônio de Souza Júnior


Jonas Luiz da Silva "Jonas de Icapuí".

Jonas Luiz de Icapuí, como assim gostava de ser chamado, faleceu nesse último dia 31 de agosto de 2018, vitimado por um câncer de pâncreas.

Jonas Luiz foi professor, teólogo e Jornalista. Escritor e pesquisador. Apresentador de TV e cineasta. Contribuiu com as áreas educacionais, televisivas e cinematográficas, principalmente no estado do Ceará, onde residia e atuava. Um ser humano de inteligência raríssima que, através dos trabalhos que desenvolveu, deixou um legado para a posteridade.

Vou sentir falta de suas matérias. De seus vídeos diários. Das “meninas” do Jardim do Éden. De suas críticas e comentários que costumava fazer sempre logo nas primeiras horas do dia. De suas entrevistas. Sentirei saudade de sua amizade. De seu entusiasmo diante de meus trabalhos a respeito do cangaço nordestino. De suas fotos-montagens engraçadas que sempre arrancavam de mim sorrisos espontâneos. Sentirei falta do desenvolver do “Jardim do Éden”. Da natureza. Da flora e da fauna que mantinha ao seu redor com carinho e devoção.

Mas não ficarei triste e muito menos pesaroso diante de sua partida porque eu tenho a certeza que você cumpriu seu papel nesse plano com maestria. Alegrou milhares e porque não dizer milhões de pessoas durante o tempo em que esteve ligado à cinematografia.

Seu nome foi escrito para sempre no rol das grandes figuras desse país.

O “Jardim do Éden” continuará, mas ficou um pouco mais triste sem você. Vai com Deus, Professor.

Geraldo Antônio de Souza Júnior

https://cangacologia.blogspot.com/

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1º LIVRO DE ADRIANA NEGREIROS EM MINHAS MÃOS!

Por Ana Cecília Correia Lima


Livro padrão pequeno de editoração 14cmX21cm e 293 páginas.
Formatação científica e agora vou me ater à Bibliografia dita consultada:

Antes de passar a Bibliografia scanneada posso adiantar que a autora só colocou efetivamente na Bibliografia de 83 livros citados somente 08 livros de quem muito estudou o Cangaço: Luiz Ruben A. Bonfim, Amaury Correa de Araújo, Frederico P. Melo, Alcino A Costa, Luitgarde O. C. Barros, Elise G. Jasmin (onde existe a passagem do violino da MB), João Bezerra e Oleone Fontes. 

Agradecimentos dela para José Bezerra Lima Irmão, Kyldemir Dantas, Adauto Silva e Manoel Severo.

Os autores que escreveram biografias de Maria Bonita e outras Cangaceiras não comparecem tais como os de João de Sousa Lima.

Eu como Livreira há 40 anos, Consultora de Bibliotecas Particulares e Institucionais, Formada pela Universidade do Livro da UNESP, Professora Mestre pela UNICAMP e professora da Pós Graduação em Filosofia há 20 anos posso dizer com tranquilidade sobre uma prática comum no mercado editorial: 

--Os Autores fora da academia, que é o caso dela, colocam vários livros de gente famosa para dar ‘substância’ à obra mas que efetivamente não importam para o desenvolvimento de sua argumentação do livro. Dou como ex. os livros da Lilia Scharwrcz (professora catedrática pela USP em História) esposa do dono do Grupo Companhia das Letras mas que NÃO ESCREVEU UMA LINHA SOBRE CANGAÇO. Poderia dar outros exemplos mas deixo para todos fazerem sua própria avaliação.







Bibliografia scanneada:

Infelizmente perdi a fonte não mais a encontrei devido problemas na Net.

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INCÊNDIO ATINGE MUSEU NACIONAL, NO RIO - BRASIL

Por Fábio Grellet
Inaugurado em 1818, o museu completou 200 anos em junho

Um incêndio atinge o Museu Nacional, situado na Quinta da Boa Vista (zona norte do Rio), na noite deste domingo, 2. Os bombeiros foram acionados às 19h30 e às 20h20 estavam combatendo o fogo. Nesse horário ainda não havia informações sobre as dimensões do incêndio.

SAIBA MAIS





Inaugurado em 1818, o museu completou 200 anos em junho. Especializado em história natural, é o mais antigo centro de ciência do Brasil e o maior museu desse tipo na América Latina.

Um incêndio atinge o Museu Nacional, situado na Quinta da Boa Vista (zona norte do Rio), na noite deste domingo, 2; os bombeiros foram acionados às 19h30 e às 20h20 estavam combatendo o fogo.

Foto: Marcello Dias / Futura Press

Embora tenha um dos mais importantes acervos de história natural da América Latina, o museu completou 200 anos parcialmente abandonado. Reportagem do Estado feita em abril revelou que havia goteiras, infiltrações, salas vazias e público de menos de 200 mil pessoas por ano - muito abaixo de sua capacidade.

O paleontólogo Alexander Kellner assumiu a direção da instituição neste ano e negociava parcerias com a iniciativa privada para recuperar o Palácio de São Cristóvão.

https://www.terra.com.br/noticias/brasil/cidades/incendio-atinge-museu-nacional-no-rio,67b952818be2a47677b2bb6dab5559bfa63ih1tb.html

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VISITA



Visita à Serra do Catolé São José do Belmonte e também ao sítio Cristovão em terras que antes foram de propriedade de Crispim Pereira de Araújo (Ioiô Maroto), sítio histórico da Pedra do Reino. 

Nas fotos os escombros da casa de Ioiô, "a pedra de Lampião" local onde Lampião foi tratado de um grave ferimento no tornozelo em março de 1924, em um combate com a volante de Teophanes Torres na Lagoa do Vieira. O Cariri Cangaço São José do Belmonte-PE nos dias 11,12, 13 e 14 de outubro promete.


Manoel Severo e Cícero Aguiar Ferreira
Sousa Neto,  Vinício Feitosa e outros






Com Valdir José Nogueira

https://www.facebook.com/groups/lampiaocangacoenordeste/?fb_dtsg_ag=AdzjoZw3k6RY1GGzfXWb_CQfJVlcS8GgMLkN17EE15pbeA%3AAdxp3iqFzXs_MToQWcs9skoIs_gzBs47Xb0Im5220OYPSg

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