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segunda-feira, 31 de outubro de 2022

PRAZER EM CONHECER: - LAMPIÃO ACESO ENTREVISTOU JACK DE WITTE


Mais um vaqueiro para nossa galeria de entrevistados.


Hoje vamos traçar o perfil de um pesquisador que vem do outro lado do Atlântico. Compatriota de um outro cabra azedo que comandava exército e também usava um chapéu quebrado.

Jack François De Witte, (o W com som de "V" visse?) 69 anos, escritor Francês da província de Lagrasse, engenheiro eletrônico aposentado.

Na década de oitenta morou no Rio de Janeiro por dois anos e meio. Esta é a sua terceira visita ao nordeste.

Nos conhecemos durante o Seminário Internacional do Centenário de Maria Bonita, ocorrido em março em Paulo Afonso, BA. Aproveitei o ensejo para intimá-lo a apresentar suas impressões, tendo como local o barco "A Volante" cruzando o Velho Chico de retorno a Piranhas, AL. Um passeio que muitos de vocês já fizeram e quem não o fez... homi ! não sabe o que perde.


Olha ai uma visão "modesta" de Lagrasse. 

Antes de chegar até a "terra do condor" e do capitão João de Sousa Lima "o dublê do Herculano" Monsieur Jack, teve como cicerone o Coroné Severo visitando alguns dos principais cenários da saga lampionica, pelo Cariri cearense e pelo Pajéu. Enfim foi beber na fonte e voltou pra Europa embriagado por esta bendita cachaça chamada CANGAÇO.

 Sentado o tenente João Gomes de Lira, ladeado pelos cavalheiros Bosco AndréJackJosé Cícero e Manoel Severo.

Como se dá sua entrada no cangaço?
- Tinha 14 anos quando fui levado pelo meu pai para assistir ao filme "O Cangaceiro" de Lima Barreto, justamente no festival de Cannes onde a película brasileira foi exibida, consagrada e o resto do mundo passa a tomar conhecimento do Cangaço. Preciso ser bem clichê para dizer que é aquela mesma paixão avassaladora que contamina todos. Dali por diante passei a buscar a literatura. Recorri aos sebos da capital e a ajuda de amigos de outros países para que estes me conseguissem outros títulos.

Meus anseios de estar num evento como esse é de obter outras informações sobre a gênese de como o Virgulino Ferreira, chegou a ser um bandido desta magnitude. Um nômade. Um caboclo de raciocínio lógico que administrava com precisão e sangue frio a sua vida e a de tantos companheiros.

Então apresente suas crias!


- “Lampião VP” sans toit , sans roi, sans loi (sem casa, sem rei, sem lei).
Lançado na França em 2005 pela Editora Mandacaru. Já traduzido para o português pelo amigo Luiz Frigoletto porém ainda não publicado. VP ? porque compara a saga do Rei do Cangaço com a do traficante carioca Márcio Amaro de Oliveira, o Marcinho VP.


E de outro autor?
- "Sur les traces de Virgolino, un bandit nommé Lampião". Traduzindo: Na trilha de Virgolino, um bandido chamado Lampião. Uma tese de doutorado de Patricia Sampaio Silva, brasileira radicada na França, em que pude aprender muito sobre a sociedade nordestina. Outra Obra que muito me agrada é Lampião, Seu tempo, e seu reinado do padre Bezerra Maciel.

Qual é o primeiro título recomendado para um calouro? 
- Não seria uma biografia estritamente sobre Lampião, eu indico o best seller Bandidos de Eric J. Hobsbawm.

Com quantos personagens desta história você teve contato? 
- Óbvio que chegamos demasiadamente tarde, mesmo se tivesse alcançado estas pessoas com as quais desejaria questionar afirmo que acredito muito pouco em testemunhos que não são feitos ao vivo (no calor do momento dias após o acontecimento), testemunhos recolhidos dezenas de anos depois são só para dar cores a narrativa. Eu acabo de passar por Nazaré do Pico, Pernambuco onde pude conhecer e conversar com o tenente João Gomes de Lira, talvez venha a ser a única personagem contemporaneo que eu tenha tido contato, mas me satisfaz a oportunidade de poder conhecer os filhos destas pessoas como Vilsinho, (neto e guardião da memória de Antonio da Piçarra). Neli filha dos cangaceiros Moreno e Durvinha. E o Ozéias irmão de Maria.

Manuseando o rifle pertencente à João Gomes de Lira.

 Ozéias Gomes, irmão de "Maria Bonita", esposa e nosso desbravador


Com quem gostaria de ter conversado?
- Com Manoel Neto, com o Zé Saturnino. Mas principalmente com o escritor padre Frederico Bezerra Maciel. Conversaria com todos, mas somente pelo prazer, não para buscar uma parcela de verdade histórica. Vide o meu livro, primeira pagina : “Não declare ‘encontrei a verdade’ mas de preferência ‘encontrei uma verdade’ Khalil Gibran.

Qual é o seu capitulo?
- A invasão de Mossoró

Um cangaceiro (a)?
- Sabino

Um volante?
- Manoel Neto. Apesar de desaprovar várias de suas ações e decisões como a crueldade que tratava os coiteiros e a de arregimentar jovens para as frentes de batalha.

Um coadjuvante?
- Luiz Pedro, porque serviu muito tempo a Lampião compartilhando muitas situações de agruras e alegrias. inclusive o mesmo capítulo final.

Uma personagem secundária? Queria ter bom papel, mas não passou de figurante
- Maria Bonita (Ao meu ver foi útil... para o marketing do cangaço)


 No museu casa de Maria Bonita

Geralmente todo pesquisador é colecionador qual é o foco de sua coleção?
- Tenho apenas livros, mas não considero coleção. Resguardar sem a finalidade de expor ou doar para um memorial para as próximas gerações objetos pessoais que fizeram parte de uma história tão sangrenta pra mim é fetichismo.

Entre as peças tem alguma relíquia?
- Sim, por casualidade : Um presente que ganhei da filha de um ex-embaixador da Bolivia no Brasil que o recebeu formalmente como um objeto que tivera pertencido a Lampião ! No livro “Heroes and Artists Popular Art and the Brazilian Imagination” de October – december 2001, tem um artigo de Frederico Pernambucano de Mello “The aesthetics of the cangaço as an expression of Brazilian libertarianism” com uma foto dum punhal muito parecido com o meu. Portanto o punhal que tenho, um dia foi de Lampião mesmo!

Nós que gostaríamos de ver um filme que retratasse um cangaço autêntico, fiel aos fatos, sem licença poética, erro primário enfim sem exagero da ficção lamentamos a eterna necessidade de se ter finalmente uma produção digna da saga, de preferência um épico ou uma trilogia, enquanto isto não foi possível qual a película mais lhe agradou?
- "O Cangaceiro" de Lima Barreto por sua sobriedade e a sua sensibilidade. Gosto muito de "Antonio das Mortes" de Glauber Rocha. O "cinema novo" brasileiro produziu muitos Chef d'oeuvre” ou seja muitas obras primas.

Eleja a pérola mais absurda que já leu sobre Lampião?
- Que conseguiu escapar vivo de Angico e também a persistencia de muitos lhe atribuírem como um bandido “d’honneur” ou seja um bandido social’ como ‘Robin Wood’. E não concebo aquela passagem em que Lampião é ferido no pé, fica diante de soldados e estes não conseguem vê-lo? Teria ficado invisível ? Paciência!

Diante de tantas polêmicas surgidas posteriormente a tragédia em Angico alguma chegou a fazer sentido, levando-o a dar atenção especial ex.: “Ezequiel não morreu e reaparece anos mais tarde”, “João Peitudo, filho de Lampião”, “O Lampião de Buritis” e “a paternidade de Ananias”?
- Acompanhei essas novidades, mas hoje creio que já estão todas superadas. Sobre a possibilidade da paternidade: Acho bem provável que ele tenha tido outros filhos, porque deve ter seduzido várias mulheres durante suas andanças, mas estes filhos nunca apareceram ou pelo menos nada foi autenticado. Sem uma prova cabal como exame de DNA eu não acredito na possibilidade. 

E Lampião: Morreu baleado ou envenenado?
- Acredito que "as duas causas", em conjunto, nesta ordem, ali em Angico que acabamos de visitar. 


 Iniciando a leitura de mais um livro.

Não precisa detalhar, mas em que assunto ou personagem está trabalhando ou qual gostaria de estudar para a publicação desta pesquisa. Enfim qual a próxima novidade que teremos em nossas estantes?
- Lampeão no Raso da Catarina. Como ele chegou até este local e o eternizou como seu principal esconderijo e como estabeleceu contato com os índios.

Contato: Jack De Witte / 21, Rue du Consulat / 11220 Lagrasse France / Tel/Fax : (0033) (0) 4 68 43 37 31 / e.mail : jack;dewitte@free.fr

*Com exceção das duas primeiras as demais imagens são de Manoel Severo.

*Um fetiche (do francês fétiche, que por sua vez é um empréstimo do português feitiço cuja origem é o latim facticius "artificial, fictício") é um objeto material ao qual se atribuem poderes mágicos ou sobrenaturais, positivos ou negativos. Inicialmente este conceito foi usado pelos portugueses para referir-se aos objetos empregados nos cultos religiosos dos negros da África ocidental. O termo tornou-se conhecido na Europa através do erudito francês Charles de Brosses em 1757. Fonte Wikipédia,.

http://lampiaoaceso.blogspot.com/2011/06/prazer-em-conhecer-lampiao-aceso.html

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ACADEMIA DOS ESCRITORES MOSSOROENSES-ACADEM ASSOCIAÇÃO DOS ESCRITORES MOSSOROENSES-ASCRIM

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RESOLUÇÃO ASCRIM Nº 017/2022, DE 31.10.2022

   

I - Na qualidade de Presidente da ASCRIM, conforme me faculta a alínea “a”, do § único do Art. 36, do Estatuto da ASCRIM:     

1. CONSIDERANDO que, ante o CONVITE PARA "SESSÃO DE REINAUGURAÇÃO DO TEATRO DIX-HUIT ROSADO", RECEBIDO DO EXCELENTÍSSIMO SECRETÁRIO DE CULTURA/PMM, M.D. DR. ETEVALDO.  via celular - nesta data(31;10.2022), através da senhorita JANAINA, data vênia,   

   

                                                  a) RESOLVO: 


COMUNICAR QUE ESTE PRESIDENTE EXECUTIVO DA ASCRIM E ACADEM, FRANCISCO JOSÉ DA SILVA NETO, FAR-SE-Á REPRESENTAR OFICIALMENTE À “““SESSÃO DE REINAUGURAÇÃO DO TEATRO DIX-HUIT ROSADO”, QUE SE REALIZARÁ NO PRÓPRIO TEATRO, CENTRO MOSSORÓ RN, ÀS 18:00 HORAS NO DIA 31(SEGUNDA-FEIRA) DE OUTUBRO DE 2022 , , momento em que fará e receberá as honras de PRESIDENTE EXECUTIVO DA ASCRIM, principalmente as congratulações e o especial congraçamento, A QUEM, ATRAVÉS desta, conduz o insigne  ENCARGO DE REVERENCIAR o rigor da SOLENE REINAUGURAÇÃO DO MAGESTOSO TEATRO MUNICIPAL DIX-HUIT ROSADO, transmitindo os antecipados parabéns e votos de sucessos nas suas dinâmicas atividades.    

   

    

TERMOS EM QUE SE EXPEDE E CUMPRA-SE, REVOGANDO-SE AS DISPOSIÇÕES EM CONTRÁRIO.    

     

MOSSORÓ(RN), 31 DE OUTUBRO DE 2022,    

 FRANCISCO JOSÉ DA SILVA NETO    

-PRESIDENTE EXECUTIVO DA ASCRIM ACADEM-  



Enviado pela ASCRIM.

UM OLHAR FRANCÊS SOBRE A VIDA DE LAMPIÃO - PESQUISADOR JACK DE WITTE BUSCA EDITORA PARA PUBLICAR EDIÇÃO EM PORTUGUÊS DE SUA BIOGRAFIA

 Por Fellipe Torres - Diário de Pernambuco

Jack de Witte
(Foto Kiko Monteiro)


O primeiro grande sucesso internacional do cinema brasileiro ganhou o mundo há 61 anos, em 1953. Trata-se de O cangaceiro, escrito por Lima Barreto (cineasta homônimo do autor de "Triste fim de Policarpo Quaresma)" em parceria com Rachel de Queiroz. Bastante premiado, inclusive no Festival de Cannes, o filme circulou por 80 países. Na França, onde passou cinco anos em cartaz, o longa-metragem inspirado na história de Lampião encantou muitos espectadores, e particularmente Jack François de Witte, na época adolescente.

O cenário de truculência e banditismo no Sertão nordestino permaneceu no imaginário do francês por toda a vida. Décadas mais tarde, já formado em engenharia eletrônica, morou três anos no Rio de Janeiro, quando teve a oportunidade de conhecer mais sobre a lenda por trás de ficção, o cangaceiro Virgulino Ferreira da Silva. Ao se aposentar, intensificou a pesquisa em jornais das décadas de 1920 e 1930, além de montar biblioteca com 60 livros sobre o assunto. “Me tornei um apaixonado pelo cangaço”, diz.

Munido de bastante informação, de Witte percorreu cidades nordestinas na tentativa de refazer os passos de Lampião. Visitou desde o local de nascimento, em Serra Talhada, no Sertão pernambucano, até onde foi morto, na fazenda Angico, em Sergipe. O resultado da imersão na história do cangaço rendeu o livro "Lampião VP - Sans toit , sans roi, sans loi" (em tradução livre, sem casa, sem lei, sem rei), lançado há seis anos em Paris. Agora, o escritor francês circula em busca de editora para publicar a obra em português.


A despeito de ter sido embasada em extenso levantamento, a narrativa é construída na primeira pessoa, do ponto de vista de Lampião. “Quis fazer uma abordagem meio literária, então associei notícias de jornal com essa nova maneira de contar a história”, explica Jack de Witte. No encadeamento de ideias, contudo, também há espaço para a imaginação e a subjetividade. O “VP” do título, vale ressaltar, é uma referência à comparação feita entre Virgulino e o traficante carioca Marcinho VP (protagonista de Abusado, de Caco Barcellos).

Na avaliação do pesquisador do cangaço Frederico Pernambucano de Mello, o livro é um “romance histórico desafiador”, referindo-se à maneira peculiar de narração. “Para o historiador, cometimentos assim chegam a ser arrepiantes... Mas o certo é que ele [o autor] cercou-se de informações densas sobre a vida do cangaceiro”. Pernambucano de Mello foi um dos que colaboraram com a pesquisa do francês. “Creio que cabe a tradução para o português. O assunto está vivendo efervescência máxima”, completa.

Sobre o interesse em editar a obra no Brasil, de Witte diz ter essa intenção desde o início da pesquisa.
 “Não escrevi o livro para os franceses, e sim para, de algum modo, fazer parte dessa história”.
E aproveita para explicar a pouca repercussão desde o lançamento em Paris.
“As pessoas na França são muito egocêntricas e etnocêntricas, não estão abertas para aprender a respeito de outros locais”.
Lampião, segundo estrangeiros

“Bandido social” (Visão britânica)

Eric Hobsbawn - Bandidos (Paz e terra, 254 páginas, R$ 55,00)

O historiador britânico Eric Hobsbawm traça perfis de vários “bandidos sociais” ao redor do mundo, entre eles, Lampião. No livro, ele aponta a lenda de Robin Hood como ideal universal do bom ladrão para analisar como a ausência pode transformar criminosos em heróis. A análise rendeu muitas críticas, sobretudo por sugerir que essas figuras representavam a “reação dos excluídos” contra a opressão de alguns poderes centrados no campo. No caso particular de Lampião, Hobsbawm o considerava um “bandido social” com a ressalva de que havia nele uma ambiguidade. Era “meio nobre, meio monstro”.


Para adquirir este livro entre em contato com o Professor Pereira. franpelima@bol.com.br ou fplima1956@gmail.com

Bandido de origem social” (Visão Norte-americana)


Lampião: o rei dos cangaceiros (Paz e terra, 335 páginas, R$ 47,50), de Billy Jaynes Chandler

O norte-americano Billy Chandler é um dos críticos de Hobsbawm. Para ele, Lampião só se encaixa no conceito de “bandido social” por ter origem em ambiente injusto, e que seria exagero falar em justiça social por parte do cangaceiro. Na biografia de Virgulino, examina a trajetória desde a infância até o episódio de sua morte. Separa fatos da ficção e coloca o personagem no contexto do sertão, onde tornar-se cangaceiro era um ato natural e atrativo para o filho de um agricultor. Relatos atuais e da época, arquivos e entrevistas sustentam a análise sistemática sobre o cangaceiro.


 “Gênio do Marketing” (Visão francesa)

Lampião - Senhor do Sertão (Edusp, 392 páginas, R$ 200,00), de Élise Grunspan-Jasmin

A historiadora francesa fez vasto levantamento e comparou várias versões sobre a vida de Lampião. Também explica como a imagem do “mito” foi construída pela imprensa dos anos 1930, que embora criticasse a violência, ajudava a construir a lenda do herói invencível, de corpo fechado. Ela aponta as numerosas fotos publicadas na imprensa, e revela o enorme prazer de Virgulino em posar para fotógrafos e se ver nos jornais. Com grande senso de marketing, manipulava jornalistas para se promover. A “lenda” seria reforçada com a literatura de cordel, bonecos de barro, filmes e músicas.

 Para adquirir este livro entre em contato com o Professor Pereira. franpelima@bol.com.br ou fplima1956@gmail.com

Depoimento: Frederico Pernambucano de Mello

Frederico Pernambucano de Mello
Foto: Igo Bione/Jornal do Commercio

 “Conheci pessoalmente Jack de Witte em Paris, em 2004, quando fui fazer palestra sobre o cangaço. Alto, magro, contido, ares de jesuíta que largou a batina. No dia seguinte, à noite, nos avistamos demoradamente para um vinho em casa da também brasilianista do cangaço Élise Grunspan-Jasmin.

Jack estava cavando informações para escrever seu livro sobre Lampião, um romance histórico muito desafiador, vez que corre o risco de dar voz ao grande cangaceiro, fazendo com que este vá alimentando a narrativa com revelações sobre fatos e sobre motivos por trás desses fatos. Para o historiador, cometimentos assim chegam a ser arrepiantes...

Mas o certo é que ele não se lançou ao risco a partir do vazio. Ao contrário,  cercou-se de informações densas sobre a vida do cangaceiro, detendo-se por anos no levantamento destas, o que confere respeitabilidade ao produto final. Li a versão em francês de seu livro, faz alguns anos, e creio que caiba a tradução para o português, com vistas ao nosso público. O assunto está vivendo efervescência máxima.

Jack de Witte está longe de ser um aventureiro. Cercou-se criteriosamente dos elementos necessários a nos dar a visão pessoal do que entende terem sido algumas das razões e propósitos do Capitão Virgulino Ferreira. Trata-se, por outro lado, de um enamorado do Nordeste do Brasil sem meios-termos, sobretudo dos sertões setentrionais. Que não deixa turvar seus estudos por essa paixão.”

Publicado originalmente in Diário de Pernambuco

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EM MEIO À FUGA - O PADRE QUE CASOU DULCE E 'CRIANÇA' E BATIZOU 'BALÃO'

 Padre Lima

Gonçalo de Souza Lima, popularmente conhecido por Padre Lima, nasceu em Porto da Folha aos 27 de julho de 1900, filho de Pedro de Souza Rito e Josefa Maria dos Prazeres. Nessa época Porto da Folha passava por significativa mudança no que se refere ao fim da escravidão à cerca de 20 anos, algo que havia deixado por lá a ferrenha marca do preconceito racial.

A primeira missa celebrada pelo Padre Lima aconteceu dia 01 de Dezembro de 1929 na terra natal. No ano seguinte foi designado a substituir o Padre Arthur Passos em Porto da Folha, permanecendo até 1931, quando foi transferido para a paróquia de Pacatuba, onde ficou até 1937, ocasião em que passou a ser o pároco de Aquidabã.

O Padre Lima esteve por diversas vezes a celebrar missas, casamentos e batizados em Porto da Folha, embora sendo o pároco oficial de Aquidabã. Este compromisso espontâneo se deu pelo fato de sua terra natal haver ficado longo período sem Padre.

 Igreja de Nossa Senhora da Conceição, no município de Porto da Folha/SE

Após a chacina de Angico, em 28 de Julho de 1938, quando morreram Lampião, Maria Bonita e mais nove cangaceiros, chegou a Porto da Folha um grupo de 17 cangaceiros para se entregar, três deles foram à casa do Pe. Lima a procura dos sacramentos. 

Entre estes, o casal Criança e Dulce e o cabra Balão.

João Alves da Silva "o Criança" e Dulce Menezes pediram para se casar e Guilherme Alves dos Santos "o Balão", para ser batizado. O Padre, então vigário de Aquidabã, encontrando-se na terra natal não se opôs ao pedido de Criança. Quanto ao pedido de Balão, disse com seu vozeirão:

“Eu não acredito que um homem na sua idade seja pagão!”

E o cangaceiro respondeu: “Eu sou”. A minha família é crente. O Capitão só me aceitou porque prometi que tão logo encontrasse um Padre, pediria pra me batizar.”

O Padre Lima retrucou: “Lampião já morreu!”

Balão justificou: “Mas eu estou devendo e quero pagar.”

O Padre achando bonito o gesto do cangaceiro, lhe disse: “Então vá procurar um padrinho”.

Ele foi direto a “seu” Manezinho Delegado, mas este recusou o convite.

O cangaceiro voltou triste e o Padre Lima perguntou: “Já tem padrinho?”

Balão: “Eu convidei seu irmão e ele não aceitou”.

O Padre mandou chamar o irmão e disse: “Aceite, que é para fazer dele um cristão”.

O casamento e o batizado foram realizados perto do meio dia, na presença de muitos curiosos, principalmente meninos, tendo por padrinhos o Sr. Manoel de Souza Lima, "Manezinho delegado" e sua esposa Dona Estefânia Poderoso a Dona Ester.

Manoel de Souza Lima, o 'Manezinho delegado'. (1910 - 2012)

A partir deste e de outros acontecimentos marcantes, o Padre Lima foi se tornando cada vez mais conhecido no sertão de Sergipe. O religioso faleceu no dia 28/01/1980, em sua residência na capital sergipana.

Trecho da biografia composta por Joaquim Santana Neto, de acordo com informações da família em conjunto com os dados contidos no livro “Porto DA Folha, fragmentos da história e esboços biográficos” de Manoel Alves de Souza.

Pescado em http://www.joaquimsantana.net/galeria/padre-lima/

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A TRADIÇÃO DE BOM NOME RECEBE O CARIRI CANGAÇO EM GRANDE FESTA

 

Cilene Pereira Valões; neta de Né da Carnaúba e anfitriã do Cariri Cangaço Bom Nome
e o Conselheiro Valdir Nogueira

BOM NOME DISTRITO DE SÃO JOSÉ DO BELMONTE, SOB A COORDENAÇÃO DA PROFESSORA CILENE PEREIRA VALÕES, GESTORA DA ESCOLA NAPOLEÃO ARAÚJO E EQUIPE, SE PREPARA PARA RECEBER O CARIRI CANGAÇO SERRA TALHADA-CALUMBI-BOM NOME 2022!

Evento de cunho turístico-cultural e histórico-científico, o Cariri Cangaço reúne alguns dos mais destacados pesquisadores e historiadores das temáticas; cangaço, coronelismo, misticismo, messianismo e correlatos ao sertão e ao nordeste, do Brasil, configurando-se como o maior e mais respeitado evento do gênero no país.

Sob a coordenação da professora Cilene Pereira Valões, a comunidade e as famílias de Bom Nome; tradicional distrito do município de São José de Belmonte; se prepara para receber pela primeira vez o Cariri Cangaço, desta vez no dia 12 de novembro de 2022 para um conjunto de visitas técnicas e em especial uma caminhada histórica pelas ruas do lugar mostrando os principais cenários, episódios e personagens que escreveram a história desse importante cenário sertanejo.

Foto de Egberto Araújo/Flick

"Bem próximo da Vila, está localizado numa elevação, que por sinal, é a mais alta da redondeza, um bucólico morro conhecido como Monte de Nossa Senhora do Perpétuo Socorro, que ao mais descuidado observador denota a devoção e a simplicidade do seu povo. É voz corrente no lugar que o bandoleiro Lampião sempre que por Bom Nome passava, subia o monte para rezar para sua madrinha e protetora Nossa Senhora."

"Nos sentimos inteiramente honrados em chegar pela primeira vez em Bom Nome nesta edição do Cariri Cangaço e ainda mais pelo total apoio, confiança e o zelo da professora Cilene Pereira Valões e todo o corpo de profissionais da Escola Napoleão Araújo, que preparam uma grande festa para receber a família Carira Cangaço de todo o Brasil. Nossa eterna gratidão a professora Cilene, e abraçamos os profissionais da gestão escolar: Rosane, Flávio, Tiquinha, Alesxandra, Lurdes, enfim, que estão se empenhando para nos proporcionar o melhor" revela Manoel Severo, curador do Cariri Cangaço.

Cilene Pereira Valões anfitriã do Cariri Cangaço Bom Nome

"Severo, Bom Nome se encontra no epicentro da questão Pereira x Carvalho juntamente com São Francisco (Vila Bela) e Santa Maria (Tupananci). Uma de nossas preocupações, junto com a professora Cilene, é justamente proporcionar a todos que nos visitam; além de conhecer nossa história; uma maior integração com as família de Bom Nome, ou seja, aqui é um lugar de uma vocação importante de cultura, artesanato e de culinária, aqui em cada casa vamos encontrar muita comida gostosa e muita coisa bacana para levar; principalmente nosso famoso doce de leite, então será uma festa inesquecível" lembra o Conselheiro Cariri Cangaço, Valdir Nogueira, da Comissão Organizadora do Cariri Cangaço Serra Talhada-Calumbi-Bom Nome.

Bom Nome, São José de Belmonte
Cenário Cariri Cangaço 2022
29 de outubro de 2022

https://cariricangaco.blogspot.com/2022/10/a-tradicao-de-bom-nome-recebe-o-cariri.html

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