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terça-feira, 15 de setembro de 2020

16 DE SETEMBRO 20:00HS.

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ÂNGELO ROQUE, O LABAREDA E DADÁ, DE CORISCO.

Beto Rueda

Fonte:

ARAÚJO, Antônio Amaury Corrêa de. Lampião: segredos e confidências do tempo do cangaço. 3.ed. São Paulo: Traço Editora, 2011.

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AS VOLANTES

Por João Filho de Paula Pessoa

As Volantes, forças policiais itinerantes de combate ao cangaço, e o Cangaço, movimento bandoleiro nômade e armado, que habitaram e se conflitaram pelos sertões nordestinos por muito tempo, além da diferença de que a primeira exercia sua força e suas ações em nome da lei e o outro não, detinham uma série de similaridades. Suas indumentárias eram as mesmas, ao ponto de confundir a população que não distinguia volantes de cangaceiros, suas táticas, utensílios, armamentos, alimentos, pousos e dormidas, condições à que se submetiam na caatinga também eram as mesmas. 

O calor, o sol, a sede, a fome, os perigos da mata e as dificuldades de locomoção eram inerentes aos dois. O assombro que causavam aos sertanejos era o mesmo, ambos praticaram os piores desatinos e horrores no sertão, ambos eram violentos, espancavam, torturavam e matavam. Tanto nas Volantes como no Cangaço habitava o mesmo sentimento motivador de vingança entre seus integrantes, muitos viraram volantes em razão de alguma violência sofrida pelo cangaço e muitos viraram cangaceiros em contra partida a alguma violência que sofreram das volantes, havendo ainda Volantes que viraram Cangaceiros e Cangaceiros que viraram Volantes. 

O sentimento de raiva de um para o outro era na mesma intensidade e a fúria com que se matavam também, bem como o prazer com que despojavam o outro ao se abaterem. Perante a população sertaneja exerciam os mesmos danos e sentimentos, de medo, dor, pavor, revolta e apoio de alguns e ojeriza de outros. Cangaceiros e Volantes travaram por muitos anos, uma epopeica luta nos sertões nordestinos, com enormes perdas e sofrimentos, inúmeros mortos e feridos, encerrando o ciclo desta saga histórica, com o fim do Cangaço, tendo o sertanejo como um grande perdedor neste fenômeno. João Filho de Paula Pessoa, Fortaleza. 14/09/2020.

Obs: Nossos contos também são contados em vídeos no YouTube. Canal - Contos do Cangaço.

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LIVROS DO ESCRITOR JOÃO DE SOUSA LIMA

 Por Volta Seca

Esses, eu recomendo. Venda direta com o autor...

A história do cangaço em Paulo Afonso e região você encontra no supermercado Suprave ou direto com o autor: 75-988974138

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A ESCOLHA DO JAGUNÇO

 *Rangel Alves da Costa


Coisas que só aconteciam naqueles sertões de antigamente. De se acreditar ou não, mas a verdade é que aconteceram. Jagunço que tanto matava também morria. Matador com remorso de ter matado tanto. Leiam essa história e saibam como tudo acontecia.
Quando o vigário recebeu o recado quase dá um troço. Tremeu, avermelhou, chegando mesmo a arroxear. Foi preciso tomar meio copo de pinga para se equilibrar novamente. Eis que não podia acreditar no que tinha ouvido.
Mas não podia negar. Pedido vindo do coronel, dono de terra e bicho, e também das armas e dos que apertavam os gatilhos, era pra ser obedecido. E sem demora. Contudo, verdade é que era um pedido difícil demais de ser atendido. Isso não podia deixar de reconhecer.
Ora, oferecer a extrema-unção a jagunço, pistoleiro de mando, matador de mais de vinte, era coisa que nunca tinha feito e que desafiava seu juramento religioso. Cometeria imperdoável pecado. Por outro lado, devia favor demais ao coronel, sem falar que corria o risco de lhe acontecer o pior acaso deixasse de prestar o último sacramento ao pistoleiro.
Já tinha ouvido falar pela própria boca do coronel - e isso como exemplo de menor monta - que o tal jagunço tinha um carcará como bicho de estimação. E costumava levá-lo no ombro quando ia fazer tocaia pelas redondezas. Depois de fazer fumaçar o cano mortal e perceber que o cabra estrebuchava no chão, era só soltar o bicho que ele ia certeiro na direção dos olhos. Arrancava tudo.
Mas pelo que ouviu do emissário, o jagunço mais confiado pelo coronel estava no leito de morte. Não que houvesse recebido uma resposta de fogo, um tiro igual a tantos que disparou em tocaias e emboscadas. Não. Sabe-se apenas que de uma hora pra outra o homem começou a ter remorsos e disse que ia morrer. Foi com essa intenção que se retirou pro seu barraco e ali se jogou numa cama de varas.
Dizia que queria morrer, que queria morrer, e nem uma rápida visita do seu patrão fez o homem repensar sua decisão e levantar. Até que o coronel propôs dar logo cabo na sua vida com um tiro certeiro na testa dado por outro da mesma laia, mas o cabra rejeitou. Disse que morrer de morte matada seria ligeiro demais e menos doloroso do que a dor verdadeira que queria sentir.


O patrão perguntou por que falava daquele jeito, porque desejava morrer aos poucos, com sofrimento penoso e demorado, e o jagunço simplesmente olhou na direção da arma e fez derramar uma lágrima pelo canto do olho. Perguntado se estava com remorso por já ter matado tanta gente, ele nada respondeu. Soltou outra lágrima. Mas antes que o coronel saísse pediu que lhe arranjasse um vigário para uma última confissão.
Quando o velho sacerdote despontou na malhada da tapera já passava de uma semana do recado recebido. A desculpa enviada ao poderoso amigo era de que estava em jejum fechado. Mas não pôde adiar mais e subiu num lombo de burro. Assim que empurrou a porta para entrar tomou-se de indescritível espanto. O jagunço estava jogado por cima de uma esteira mais parecendo um fantasma.
No mesmo instante o vigário viu que não era nem mais caso de confissão, mas de extrema-unção mesmo, pois o cabra parecia nem estar mais respirando. De uma magreza de bicho na seca, barba de muito tempo sem fazer, um verdadeiro frangalho humano. Lentamente foi abrindo os olhos e ajeitando a cabeça assim que ouviu o vigário anunciando que havia chegado. Sente, o sacerdote ouviu espantado.
Depois o jagunço silenciou novamente e assim ficou por uns cinco minutos. Sentado num banquinho adiante, o da igreja já preparava os óleos para o sacramento quando ouviu, numa voz quase inaudível: Estou morrendo, estou morrendo... Então o vigário apressou-se em derramar os preparos sobre sua testa, a fazer sinais, a pronunciar as palavras apropriadas.
Dez minutos depois, quando a respiração parecia já ter se esvaído e os olhos estavam sendo fechados de vez, o lábio lanhoso se moveu e ele disse: Ainda tenho tempo de confessar uma coisa padre. Chegue mais perto que quero dizer. Mas primeiro me dê aquela arma que tá ali.
Em obediência ao último pedido do moribundo, o vigário não viu nenhum pecado em atendê-lo. Trouxe a arma e colocou-a perto da mão do jagunço. E depois ouviu de sua boca: É que não posso morrer sem cumprir um pedido que me foi feito há muito tempo pelo coronel. Uma vez ele mandou lhe matar. E tenho que cumprir agora...
E um estampido ecoou pelas brenhas sertanejas. Mais uma bala certeira, mais uma morte. E em seguida o vigário fugiu pelo mato com o seu jumento. Havia sido mais rápido que o jagunço. Puxou a arma debaixo da batina e deu um tiro na testa do homem.
Mas não correu da tapera sem antes derramar todos os frascos que tinha por cima do morto. Era pra livrá-lo dos pecados no outro mundo.

Escritor
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NATURANDO NO CAMOXINGA

 Clerisvaldo B. Chagas, 15 de setembro de 2020

Escritor Símbolo do Sertão Alagoano

Crônica: 2.382


A criatividade do brasileiro está sempre presente nas horas da folga e nos momentos mais difíceis. Com o uso obrigatório de máscara, foi sendo encostada a monotonia branca dos hospitais. Assim como na fase de quatro anos em que Santana passou sem luz elétrica na cidade. Na ocasião, o santanense também fez modismo com a rivalidade entre as lanternas das concorrentes Eveready e Rayovac, a vermelhinha e a amarelinha.  As duas marcas foram adotadas pela juventude, principalmente, como troféus, status e charme na disputa entre ambas e torcida assim como brigas pela preferência de Cervejas. era chique exibir uma lanterna nova e bonita para a namorada e colegas, como uma conquista.

(médio riacho Camoxinga (Foto: Bianca Chagas)

Assim também as máscaras obrigatórias contra a Covid-19, passaram a ser exibidas das mais diferentes formas em cores, estampas e cortes diferenciados. Isso motiva também o uso como moda qualquer: bolinhas, escudos de clubes, figuras de heróis, e até mulher nua já foi vista na máscara contra a pandemia. O uso da máscara, entretanto, não atrapalha os passeios naturezas pelos arredores, periferias e sítios rurais. Por mais que o homem tenha destruído coisas, ainda se encontra lugares simples, refúgios para um bom descanso, um convescote com a família, um poço escondidinho em algum lugar, uma singela cachoeira no riachinho da fazenda...

 É preciso descobrir que são as coisas simples que fazem o encanto da vida, como as flores do campo, a brisa da manhã, o pôr do sol, a suavidade da ave-maria, o silêncio das madrugadas, o sereno e o orvalho nas folhas dos vegetais. Andar no campo é limpar a mente, é desestressar, fortificar-se para a dureza da vida que vem sem aviso prévio.

Nesse tempo de pandemia, bem que deixar a cidade por algumas horas faz um bem danado. Foi assim registrado esse flagrante no médio riacho Camoxinga, imediações do sítio santanense Camoxinga dos Teodósios. Parabéns pela iniciativa ao casal José Ailton/Antônia e família.


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LANÇAMENTO DO "SEDIÇÃO DE JUAZEIRO" MEMÓRIA DO CARIRI CANGAÇO

 Por Aderbal Nogueira

Fonte: YouTube Canal:Aderbal Nogueira

Memória: O dia 22 de setembro de 2011, por ocasião da terceira edição de nosso Cariri Cangaço, Juazeiro do Norte no Ceará, protagonizou no Teatro do SESC-Juazeiro, o lançamento da mini-série "Sedição de Juazeiro", do diretor e produtor; Jonas Luis da Silva, de Icapuí. Na oportunidade para os convidados do evento que lotavam o Teatro do SESC-Juazeiro, uma bancada que contou com as presenças de Jonas Luis, Aderbal Nogueira, Renato Dantas, Daniel Walker, Renato Cassimiro e mediação pelo curador do Cariri Cangaço, Manoel Severo Barbosa, foi possível acompanhar um extraordinário debate sobre esse que foi um dos mais espetaculares episódios históricos do nordeste. As imagens são de Aderbal Nogueira e estão disponíveis no YouTube-Canal Aderbal Nogueira.

Fonte: YouTube  Canal:Aderbal Nogueira

Lançamento do Filme "Sedição de Juazeiro"
Memória Cariri Cangaço 2011 - SESC Juazeiro do Norte
Participações: Jonas Luis da Silva, de Icapuí; Aderbal Nogueira; Renato Dantas; Daniel Walker; Renato Cassimiro e Manoel Severo Barbosa.
Imagens: Laser Video - Aderbal Nogueira - YouTube

https://cariricangaco.blogspot.com/2020/09/lancamento-do-sedicao-de-juazeiro.html

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O CANTO DO ACAUÃ DE MARIA DE LOURDES FERRAZ

 Um livro escrito com muito amor!

Se você quiser adquiri-lo dê um pulinho até Cajazeiras no Estado da Paraíba através deste e-mail: franpelima@bol.com.br. Se ele não tem mais em sua livraria  indicará quem ainda o tem para pedidos.

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PERNAMBUCO DOCUMENTA -ENTREVISTA MARILOURDES FERRAZ LANÇAMENTO DO LIVRO O CANTO DO ACAUÃ.MP4

 

https://www.youtube.com/watch?v=0Yj0RKLQRXY&ab_channel=vivaobaiao

vivaobaiao!

PERNAMBUCO DOCUMENTA entrevista Marilourdes Ferraz sobre o lançamento da 3ª Ed. do seu livro "O CANTO DO ACAUÃ" . Este livro trata da história do cangaço a partir das memórias do Coronel da PMPE Manoel de Souza Ferraz, o "Coronel Manoel Flor", pai de Marilourdes. Esta nova edição foi ampliada, conta com mais de 100 fotografias da época do cangaço. É um registro de uma fonte histórica primária. Sem ideologia e sem fantasias. É a história dos fatos como eles aconteceram.

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MARILOURDES FERRAZ CONTRIBUI PARA MANTER VIVA A HISTÓRIA DA PMPE

Por Polícia Militar de Pernambuco

Jornalista, funcionária civil da PMPE aposentada, professora e escritora, Marilourdes Ferraz, é uma lutadora assídua pela causa da valorização histórica da Corporação. E na manhã desta quinta-feira (25), ela veio ao Quartel do Comando Geral para visitar o museu, o motivo da presença é simples: o amor pela preservação da Instituição, que há anos ela vem acompanhando e cooperando com esse trabalho.

De acordo com a jornalista, ela integrou a primeira equipe, que se formou na década de 70, para criar o museu da PM. Na época, o Comandante Geral era o coronel Sergio Torres, e a guardiã das informações trabalhava na seção de Comunicação Social. Então ela se juntou a alguns oficiais idealizadores que queriam preservar a história da Corporação e o seu valor. A ideia deu certo e até hoje, existe o museu que é composto de policiais militares historiadores que ainda buscam informações sobre a participação da Instituição na segurança da população pernambucana, mantendo a tradição tão amada por Marilourdes.

Na ocasião da visita ela falou: " Eu estou muito satisfeita em ver que existe pessoas empenhadas nisso, porque nós nos preocupamos com os mínimos detalhes para que não nada fosse esquecido. Estou feliz de ver que o trabalho que eu iniciei e que tanto amo continua a ser feito, e com muito profissionalismo", pontuou.

O objetivo do museu continua sendo o mesmo que foi destacado outrora pela amante da história da PM, que é motivar as pessoas a conhecer mais do trabalho da Corporação ao longo dos anos, bem como seus valores e fatos mais marcantes. Para isso, ela revelou que , na época, solicitou às pessoas que trouxessem documentos, mapas de combates, fotografias, fardamentos antigos, entre outros materiais que adicionassem aos arquivos formando a memória militar. " Eu acho que a atuação da PM tem que ser melhor esclarecida à sociedade, inclusive a atuação do Capitão Zuzinha na banda de música da PMPE que foi convidada pela TV Tupi, primeira da America Latina, para a sua inauguração. Eu me lembro bem que eles ficavam reprisando a Banda tocando na TV. Esse fato foi muito importante para nós!", recordou.

O amor pela causa se deu por influência do seu pai, coronel Manoel de Souza Ferraz, que foi Comandante Geral das Forças Volantes do Nordeste. Durante anos ele escreveu em um diário sua participação na história brasileira, inclusive que participou da 2ª Guerra Mundial aqui no Nordeste. De pai para filha, foi passada a consciência de despertar o passado de toda a Polícia Militar de Pernambuco através de várias ações: primeiro veio o tão idealizado museu, depois vieram exposições de arte, palestras em escolas, faculdades e em outros lugares, peças de teatro além dos livros. " Eu faço isso faz tempo, inclusive, já escrevi mais de 40 livros, dos quais a maioria deles fala sobre a história da Polícia. Um dos mais famosos, " O Canto do Acauã" está completando 40 anos este ano. Ele fala sobre essa relação do meu pai com a vida militar e sua trajetória. Fico emocionada só de falar sobre a dedicação dele e isso me inspira muito em minhas ações" exclamou.

Para a Polícia Militar de Pernambuco foi uma honra receber essa amiga tão querida e não poderia deixar de agradecer pela lealdade e amor à Corporação durante todo o tempo.

 https://www.facebook.com/PoliciaMilitarPeOficial/posts/450066512183295/

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FAIXA 03: AS MOÇAS DE SÃO FRANCISCO - AUTORIA: VOLANTES PERNAMBUCANAS E CANGACEIROS).

 Do acervo do Fabiano Ferraz Material de Geraldo Júnior

https://www.youtube.com/watch?v=OegjVyHX2PY&feature=share&fbclid=IwAR2YJ0zSjTVm91ulbt4xXo7CPXdI71i29ZVNNUBk1R7LNM7rqO8RMwY0HqE

FAIXA 3 do disco "O Canto do Acauã ".

O disco "O Canto do Acauã" foi elaborado em 1987, com a produção e pesquisa da jornalista, pesquisadora e escritora Marilourdes Ferraz e teve a promoção dos seguintes órgãos:

Governo do Estado de Pernambuco

Secretaria de Educação de Pernambuco

Departamento de Cultura

Secretaria de Turismo, Cultura e Esportes

Fundação do Patrimônio Histórico e Artístico de Pernambuco - Fundarpe

Prefeitura Municipal de Floresta.

Agradecemos ao Canal Cangaçologia pela produção do vídeo. Geraldo Antônio De Souza Júnior

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LAMPIÃO - ORGULHO DE SER NORDESTINO

Por Osvaldo Abreu ( Abreu)

Alto da Compadecida, 15 de setembro de 2020
Cada um tem um destino,
O meu foi guerrear,
Fui criança, fui menino,
Um adulto a lutar.
Eu me chamo Virgolino,
Serra Talhada é meu lugar.
Vi morrer meu amigo Sabino
Nas bandas do Ceará,
Do homem é grande tino:
Lutar, avançar e recuar.
Corpo aberto é coisa de menino,
Sempre e sempre do homem desconfiar.
Da Igreja bate o sino,
É preciso se alertar,
Rezar, orar e cantar hino,
A Deus sempre louvar,
Receie do homem sempre rindo,
Ele pode lhe aprontar.
Deus está no sol surgindo,
Deus está na grandeza da vida,
À noite, uma lua cheia se abrindo,
A dor de perder os pais é bem sentida,
Um dia será escuro, será findo,
Virar a última partida.
Haverá sempre um instante feliz,
Felicidade total só no paraíso,
Homem deve ter palavra e não apagar de giz
Ter seriedade e pouco riso,
De dente aberto vive a meretriz,
Honrar seu compromisso.
Cumprir o que prometeu.
Ao amigo ser fiel,
Judas traiu o filho de Deus,
Breve ao céu foi Jesus,
A morte moral é um já morreu,
Aí, o cabra fica sem luz.
Qual a esperança do ateu?
Em Deus todo mundo deve confiar,
Muita gente na estrada se perdeu,
Com as coisas do Senhor não se deve brincar,
O espírito jamais feneceu,
O corpo sempre vai se acabar.
Quando eu vive no cangaço
Com os cangaceiros sempre fazia oração.
Não se deve dar a Satanás espaço,
Reza fortalece o coração,
Sem Jesus Cristo a gente é bagaço,
Vale-me meu Padim Ciço Romão!
Eu me nasci em Vila Bela,
Hoje, o nome é Serra Talhada,
Vi a moça bonita na janela,
Vendo o retirante da estrada,
A seca do sertão é perigosa fera,
Triste uma panela sem nada.
Fome e seca, triste sertão,
O sertanejo é homem forte,
Sou Virgolino Ferreira, o capitão,
Vinte anos de cangaço, correndo da morte,
Meu apelido é Lampião,
Um bom destino é boa sorte.
Tenho orgulho de ser nordestino,
Pernambuco é meu Estado,
Sou Lampião, capitão Virgolino.
Sonhei em ser vaqueiro, tangendo gado,
Mas já estava escrito no destino
Que o sonho não era o sonhado.
Sou cabra do Nordeste
Que nunca me entreguei.
A vida da gente é de sobe e desce...
Ninguém é eterno rei,
Quando o menino cresce,
Sofrerá com a traição, disso eu sei.
Todo nordestino tem um sonho maior
De ver o seu povo bem feliz,
Dançando muito forró,
Na terra que sempre quis.
Sertanejo tendo uma vida melhor
E nunca fugir da raiz.
LAMPIÃO - 1936
Foto de Benjamin Abraão

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