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segunda-feira, 7 de setembro de 2020
KYDELMIR DANTAS AGRADECE!
JERÔNIMO VINGT-UN ROSADO MAIA
QUANTO MAIS ESTUDO O TEMA CANGAÇO... MAIS FICO IMPRESSIONADO COM SUAS HISTÓRIAS E ESTÓRIAS.
Em relação a morte de Ezequiel Ferreira da Silva existiram duas importantes testemunhas.
A primeira testemunha foi o ex-cangaceiro Ângelo Roque “Labareda”, chefe de subgrupo do bando de Lampião, que em depoimento afirmou ter presenciado a morte e o enterro de Ezequiel Ferreira nas terras da Fazenda Tanque do Touro, local onde ocorreu o combate. Ângelo Roque inclusive afirmou ter visto Lampião chorar a morte do irmão e dizer ter perdido o prazer de ser cangaceiro.
A segunda testemunha, cujo depoimento foi coletado e documentado, foi o senhor Antônio de Chiquinho, proprietário da Fazenda Tanque do Touro, que presenciou o enterro de Ezequiel Ferreira “Ponto Fino II” e dias depois acompanhou a exumação do corpo a pedido de militares, que por sua vez deceparam a cabeça do defunto e a levaram como prova do ocorrido. Pouco tempo depois foi exibido em um jornal um crânio que supostamente seria de Ezequiel Ferreira “Ponto Fino”.
São esses os dois principais depoimentos que indicam a morte de Ezequiel Ferreira no combate da Lagoa do Mel (Fazenda Tanque do Touro).
Sem esquecer que na época apenas dois pesquisadores/escritores do cangaço tiveram acesso ao suposto Ezequiel Ferreira e conseguiram entrevistá-lo, foram eles; Magérbio Lucena e Hilário Luchetti, autores do sensacional livro “Lampião e o estado maior do cangaço”, que baseados em respostas às perguntas direcionadas e informações transmitidas, descartaram a possibilidade daquele cidadão ser Ezequiel Ferreira.
O outro lado da moeda:
Para que se entenda melhor toda essa história é preciso voltarmos à década de 1980, precisamente ao ano de 1984, quando apareceu na cidade de Serra Talhada em Pernambuco um homem vindo do estado do Piauí dizendo ser Ezequiel Ferreira e alegando estar ali em busca de documentos pessoais para posteriormente dar entrada em sua aposentadoria. O homem que na região procurava por parentes, afirmava ser o irmão caçula de Lampião e dizia que sua “morte” foi tramada por Lampião para que ele, juntamente com o cangaceiro Lavandeira, pudesse sair do cangaço sem correr o risco de vir a ser posteriormente perseguido pela polícia e inimigos. Afirmou ainda que no combate da Lagoa do Mel teriam morrido dois outros cangaceiros, cujos corpos foram enterrados como sendo os corpos dele e do cangaceiro Lavandeira. Após abandonar o cangaço rumou para o estado do Piauí, onde fixou residência nas proximidades da cidade de Picos, onde passou a atuar como vendedor de redes, enquanto Lavandeira teria ido para o estado do Ceará e se estabelecido na cidade do Crato, como motorista de Praça (Taxista). Essa foi a história contada.
A chegada do personagem inesperado na região de Serra Talhada em Pernambuco causou grande alarde e reacendeu o passado que até então estava adormecido.
A curiosidade e o espanto das pessoas com a presença daquele homem na região causou grande alvoroço e fez com quê a notícia logo chegasse ao conhecimento dos antigos inimigos de Lampião e comandados, principalmente os residentes em Nazaré do Pico/PE, berço dos mais ferozes e persistentes inimigo-perseguidores de Lampião e bando, muitos deles inclusive com dívidas de sangue com os Ferreiras.
Pessoas que conheceram Ezequiel Ferreira e seus irmãos na época o procuraram com o intuito de comprovar ou não a veracidade da informação transmitida.
Luiz de Cazuza morador da região da Serra Vermelha e Genésio Ferreira, primo dos Ferreiras, que conheceram Ezequiel Ferreira no passado, foram algumas das testemunhas que afirmaram se tratar realmente de Ezequiel Ferreira, filho de Zé Ferreira e Maria Jacoza (Maria Sulena da Purificação / Maria Lopes). Após uma série de interrogações Luiz de Cazuza e Genésio Ferreira, ficaram convencidos de que o sujeito era realmente quem dizia ser.
Convencido sobre o fato, Genésio Ferreira chegou a hospedar em sua casa durante oito dias o suposto Ezequiel Ferreira, acreditando cegamente ser o primo cangaceiro até aquele momento tido como morto.
Luiz de Cazuza direcionou perguntas ao ilustre visitante, cujas respostas somente seriam possíveis serem explanadas por quem realmente presenciou os acontecimentos. Na ocasião o suposto Ezequiel Ferreira teria perguntado se na frente da antiga casa que moraram na Fazenda Poço do Negro, município de Floresta/PE, ainda havia um pé de Umbu-Cajá, que foi plantado por eles em frente da casa durante a década de 1910. Algo muito particular para ser lembrado e levado em consideração por um mero farsante.
Outro fato interessante aconteceu quando o suposto Ezequiel Ferreira esteve na região de Nazaré do Pico/PE e, segundo informações, seus antigos inimigos o reconheceram e foram pegar em armas, tendo que ser retirado da região às pressas para não acontecer o pior.
Recentemente em uma publicação realizada pelo confrade Aderbal Nogueira, Luiz Emanuel Nogueira neto do Nazareno Luiz Flor fez o seguinte comentário que nos chamou atenção. Disse Luiz Emanuel Nogueira:
“Meu avô Luiz Flor, foi visitar Ezequiel na sua vinda nos anos 80 aqui em Serra Talhada. Como cresceram juntos lá em Nazaré eles colocavam apelidos uns nos outros, quando meu avô chegou perguntou a ele:
- É você mesmo Canção de Fogo?"
Ezequiel respondeu:
- Sou eu mesmo Luiz Canguru.
O velho Luiz de Souza Nogueira (Luiz Flor) disse:
- É, realmente você é Ezequiel.
Por esse e outros relatos que não temos nenhuma dúvida que uma pessoa que viveu no anonimato por muitos anos nunca responderia corretamente aos pesquisadores para perder seu sossego e conviver com imprensa, curiosos, pesquisadores, e outros na sua casa todos os dias.”
Depoimento esse que deixa um ponto de interrogação.
Para finalizar a história o suposto Ezequiel Ferreira da Silva conseguiu “provar” na justiça a sua identidade e teve seu registro de nascimento expedido no dia 23 de novembro de 1984, no distrito de Vila de Pajeú no município de Serra Talhada no estado de Pernambuco. Serviram como testemunhas os senhores: Genésio Ferreira Lima (Primo) e Luiz Andrelino Nogueira.
Ao meu entender é um assunto em aberto que precisa ser melhor analisado e discutido em profundidade para que, se possível, cheguemos a um consenso.
E vocês o que acham sobre esse assunto? Esse cidadão era ou não Ezequiel Ferreira da Silva irmão de Lampião?
Deixem suas opiniões.
Obs: O fotograma anexado a essa matéria é do suposto Ezequiel Ferreira da Silva e foi extraído das filmagens produzidas pelo cinegrafista e pesquisador Aderbal Nogueira (Fortaleza/CE).
Geraldo Antônio De Souza JúniorParte superior do formulário
ENQUANTO ISSO, NUMA RUA NORDESTINA LÁ DO CÉU...
SAIBA MAIS SOBRE OS CANGACEIROS INOCÊNCIO VERMELHO E JOÃO CALANGRO
MEMÓRIAS DO ATAQUE DE LAMPIÃO A MOSSORÓ – JOÃO MANOEL FILHO E A TRINCHEIRA DO SOBRADINHO
Rostand Medeiros – Sócio efetivo do IHGRN e autor do livro “1927 – O Caminho de Lampião no Rio Grande do Norte”.
Ele chegou caminhando de forma lenta, mas firme. Trazia uma bengala na mão, um chapéu de cor clara na cabeça, tinha a pele curtida pelo sol da região oeste do Rio Grande do Norte e um semblante onde denotava uma vida de muita ação e experiência.
Estamos na cidade de Mossoró, na primeira metade de 1977, onde o cidadão João Manoel Filho concedeu uma entrevista ao jornalista Alexis Gurgel, do extinto jornal dominical natalense O Poti, onde narrou sua participação na “Resistência cívica” do povo mossoroense contra o bando de cangaceiros comandados pelo pernambucano Virgulino Ferreira da Silva, o Lampião. Fato ocorrido em 13 de junho de 1927.
O cenário da entrevista, mostrado nas fotografias existentes na página 23, da edição de 5 de junho de 1977 de O Poti, foi realizada em um dos locais onde se vendia bebidas e comidas no tradicional Mercado Público de Mossoró, perto da igreja de Santa Luzia. João Manoel declarou a Alexis Gurgel que todos os dias pela manhã saia de sua casa na Rua Felipe Camarão, 853, perto da antiga rodoviária da cidade, com a intenção de conversar com os velhos amigos no Mercado Público e, às vezes, fazer uma “fezinha” no jogo do bicho. A tarde seu destino era a Prefeitura Municipal de Mossoró, onde na época da entrevista tinha um cargo no setor de abastecimentos. Fez questão de ressaltar que nem seus 78 anos bem vividos e nem a sua bengala eram problemas para o desenvolvimento do seu trabalho.
Alexis Gurgel informou que encontrou João Manoel ainda muito lúcido, com ótima memória e relembrando com clareza acontecimentos de uma vida pontuada de momentos bem agitados.
Clique no link abaixo para continuar lendo:
https://tokdehistoria.com.br/2020/09/07/memorias-do-ataque-de-lampiao-a-mossoro-joao-manoel-filho-e-a-trincheira-do-sobradinho/
Um excelente trabalho!
ANTÔNIO MATHILDES: TIO POSTIÇO E CHEFE DE LAMPIÃO DEIXOU O CANGAÇO PARA VIVER NA PARAÍBA
JESUÍNO BRILHANTE
CANDEEIRO SOLDADO DA BORRACHA
VÍDEO...AS MULHERES E O CANGAÇO Por: João de Sousa Lima
Por: João de Sousa Lima
Palestra de João de Sousa Lima durante o evento Cangaço Campina 2019.
http://blogdomendesemendes.blogspot.com