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domingo, 19 de julho de 2020

LIVRO “O SERTÃO ANÁRQUICO DE LAMPIÃO”, DE LUIZ SERRA


Sobre o escritor

Licenciado em Letras e Literatura Brasileira pela Universidade de Brasília (UnB), pós-graduado em Linguagem Psicopedagógica na Educação pela Cândido Mendes do Rio de Janeiro, professor do Instituto de Português Aplicado do Distrito Federal e assessor de revisão de textos em órgão da Força Aérea Brasileira (Cenipa), do Ministério da Defesa, Luiz Serra é militar da reserva. Como colaborador, escreveu artigos para o jornal Correio Braziliense.

Serviço – “O Sertão Anárquico de Lampião” de Luiz Serra, Outubro Edições, 385 páginas, Brasil, 2016.

O livro está sendo comercializado em diversos pontos de Brasília, e na Paraíba, com professor Francisco Pereira Lima.

franpelima@bol.com.br

Já os envios para outros Estados, está sendo coordenado por Manoela e Janaína,pelo e-mail: anarquicolampiao@gmail.com.

Coordenação literária: Assessoria de imprensa: Leidiane Silveira – (61) 98212-9563 leidisilveira@gmail.com.

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1926: ARRANJOS POLÍTICOS QUE TORNARAM VIRGULINO CAPITÃO DO EXÉRCITO


Por João de Sousa Costa

Corria o ano da graça de 1926, o governo federal enfrentava uma rebelião militar, liderada por jovens oficiais do Exército, que resultou na criação da Coluna Miguel Costa-Prestes, que passou à História como Coluna Prestes. Não era uma revolução. Como nos dias atuais, uma combinação perigosa: Miguel Costa, da Polícia Militar de São Paulo; Carlos Prestes, capitão do Exército.

Parafraseando o professor Carlos Chiarelli, que ficou famoso pela frase "os professores fingem que ensinam, os alunos fingem que aprendem e o governo finge que controla" ( 992) podemos retroceder no tempo e afirmar, em relação à postura do governo Artur Bernardes em relação à Coluna Prestes: “os revoltosos fingiam uma revolução, o Exército fingia que combatia, e o governo fingia que controlava a situação”. Era esta a situação do país. Mas ao se aproximar a Coluna da região do Juazeiro do Norte, o caldo ameaça engrossar.


Em 1925, estava mais que claro que o Exército fazia corpo mole em combater a Coluna. O governo passa a recrutar Polícias Militares nos Estados e jagunços que serviam aos latifundiários. Eis aí a origem dos “Batalhões Patrióticos”.

O do Juazeiro do Norte era composto por 360 soldados do Exército, jagunços e cangaceiros – homens com expertise no manejo das armas. É neste contexto que o deputado Floro Bartolomeu tira uma carta da manga, a sua bala de prata: Virgulino Ferreira da Silva.

IDENTIDADES: 1- Zé Paulo, primo; 2 -Venâncio Ferreira, tio; 3 - Sebastião Paulo, primo; 4 - Ezequiel, irmão; 5 João Ferreira, irmão; 6 -Pedro Queiroz, cunhado (casado com Maria Mocinha, que está à sua frente, sentada); 7- Francisco Paulo, primo; 8- Virgínio Fortunato da Silva, cunhado (casado com Angélica) 9 - ZÉ DANDÃO, agregado da família. SENTADOS, da esquerda para direita: 10 - Antônio, irmão; 11-Anália, irmã; 12 - Joaninha, cunhada (casada com João Ferreira); 13 -Maria Mocinha, ou Maria Queiroz ,irmã; 14-Angélica, irmã e 15 - Lampião.

Três anos antes, a família Ferreira mudara-se para o Juazeiro, sob a proteção do chefe político e religioso, Padre Cícero. E, em 1926, recrutar o chefe de cangaceiros de maior destaque para o Batalhão Patriótico não foi tarefa difícil. Para sua formação, o Exército entrou com 360 soldados, 45 graduados; Lampião chegou na cidade à frente de 50 cangaceiros. É nesse contexto que morre de sífilis no Rio de Janeiro, o deputado Floro, o articulador do ingresso de Virgulino no batalhão.

Lampião e o irmão Antonio Ferreira

Virgulino entra no Juazeiro com todos seus homens a cavalo, e encontra o padre Cícero, nos seus 82 anos, desnorteado e sem saber o que fazer, mas que tinha de manter o acordo de guerra feito por Floro com Virgulino Ferreira, que a imprensa já tornara famoso nacionalmente.

Virgulino a todos do Juazeiro causou boa impressão. “Falava baixo, quase sussurrando, sem largar o seu mosquetão, assessorado por Antônio Ferreira o tempo todo”, fez marketing social: distribuiu doces com as crianças e moedas com os desvalidos da sorte. De longe "cubano" tudo, na cobertura, Luiz Pedro, Nevoeiro, Chumbinho e o implacável, frio e meticuloso Sabino Gomes. Virgulino chamava a atenção, pois até espada portava, segundo o historiador Frederico Pernambucano de Mello.

É neste clima que Virgulino troca de indumentária: deixa o chapéu de aba quebrada pra cima, por chapéu de capitão do Exército, participa de bailes e retretas, almoços com a elite do lugar, encontros reservados com Cícero e seu secretário particular, o libanês Benjamim Abraão. E deixa o Juazeiro com a patente de Capitão, passada por ordem expressa do padre Cícero, atendendo exigências do próprio Virgulino.

“Manuscrita em papel almaço (que serviu de documento oficial) e assinada pelo adjunto de inspetor do Ministério da Agricultura Pedro de Albuquerque Uchoa, única autoridade federal no Juazeiro”.

Lampião foi morto em julho de 1938, sem abrir mão da patente de Capitão. Claro que esta patente de oficial nunca teve valor legal.

Lampião na verdade nunca combateu a Coluna Prestes pra valer, esta composta 1.200 homens. Mas saiu de Juazeiro com fardamento, armas modernas e novinhas em folha. Pelo resto da vida, Pedro Uchoa, debochou dessa patente. “não dei uma patente de general porque o bandoleiro exigiu apenas de capitão”. A farsa política brasileira nunca foi exceção, mas regra.

João Costa
Imagens: Lauro Cabral de Oliveira


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DE PASSAGEM POR BELMONTE, O CÉLEBRE CANGACEIRO ANTÔNIO SILVINO, “O HOMEM DO RIFLE DE OURO”


Por Valdir José Nogueira de Moura

No primeiro dia do mês de dezembro do ano de 1914, foi recolhido à Casa de Detenção do Recife, o famoso bandoleiro Antônio Silvino, indiciado em 26 processos, por isso condenado a 239 anos e 8 meses de prisão, dos quais cumpriu apenas 23 anos, por ter sido indultado pelo presidente Getúlio Vargas, em 1937.

Um dos mais famosos nomes da história do cangaço, Antônio Silvino, antecessor de Lampião, foi nascido Manuel Batista de Morais, em Ingazeira (1875) sertão do Pajeú, e falecido em Campina Grande (1944), tendo passado para a história com os títulos de “Rifle de Ouro” e “Governador do Sertão”.

Sua atuação ocorreu em quatro Estados da região Nordeste do Brasil durante quase duas décadas (1895 – 1914), com passagens quixotescas ainda hoje cantadas em prosa e verso por poetas populares e eruditos:

“Ai! Eu não vim ensinar
Filho do sol do deserto,
Sou dono do meu destino,
Meu canto é o rifle de ouro
Que foi de Antônio Silvino!”

(Ariano Suassuna)

Bem assim, esse Antônio Silvino, figura brava de cangaceiro, durante as suas incursões pelo sertão, também deixou registrada a sua passagem no município de Belmonte, esse fato gerou notícia que foi publicada no jornal carioca “O Paiz (RJ), Ed. 10161, de 1/8/1912:

“Um destacamento do regimento policial do Estado, comandado pelo alferes João Luiz de Carvalho, teve no município de Belmonte um encontro com o bando chefiado por Antônio Silvino. Do forte tiroteio que se travou, resultou a morte do cabo de polícia Silvino de Barros, e ficou ferido gravemente um dos soldados.

Os cangaceiros, internaram-se pelas fronteiras do Estado do Ceará não sendo mais encontrados, e o destacamento, abandonando a perseguição, seguiu para Triunfo.”

Valdir José Nogueira de Moura
Foto: Fotografias de Antônio Silvino tiradas no Gabinete de Identificação de Recif


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19 DE JULHO DIA DO VAQUEIRO

Do acervo do Malou Marinho


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PRIMEIRO BANDO DE LAMPIÃO

Do acervo do pesquisador José João Souza

A primeira formação do bando de Lampião em sua maioria, era remanescente do grupo de Sinhô Pereira. Sentados, a partir da esquerda, vemos Antônio Ferreira, irmão do chefe, o chefe Lampião; o então chefe de subgrupo Antônio Rosa; Tiburtino Inácio de Souza, o Gavião, filho do Major José Inácio, do Barro - CE; e os veteranos Cajueiro e Balisa, conhecido por Zé Dedé. 

O famoso Meia Noite, com chapéu e punhão enormes, está colocado por trás de Antônio Ferreira, de pé. Essa foto foi tirada na fazenda Pedra, entre Triunfo - PE e Princesa Isabel - PB, por Genésio Gonçalves de Lima, no ano de 1922.

Do livro: LAMPIÃO E O SERTÃO DO PAJEÚ
De: Anildomá Willans de Souza


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CORISCO E DADÁ


O Hélio Abreu não revela quem é o verdadeiro autor desta arte.


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POR QUE PROIBIR DE PROPAGAR O NOME “MARIA BONITA” NA POUSADA DE FERNANDO DE NORONHA?

Por José Mendes Pereira
Maria Bonita e Lampião

É grande o número de pessoas que comentou sobre o que escrevi no facebook ”, nos grupos: Lampião, Cangaço e Nordeste, Ofício das Espingardas e Historiografia do Cangaço (links dos três grupos, no final desta página),  com o título: “A SUA OPINIÃO, LEITOR, É MUITO IMPORTANTE, em favor da permanência do nome “Maria Bonita” desde que seja homenageando-a em qualquer repartição ou comércio, principalmente na pousada de Fernando de Noronha, tendo esta, sido notificada por dona Expedita Ferreira Nunes filha de Lampião e Maria Bonita.

Escritor Sérgio Cabral e dona Expedita de Oliveira Ferreira Nunes

O site http://varelanoticias.com.br publicou que, dona Expedita  de Oliveira Ferreira Nunes  notificou o ator do canal de televisão “Globo” “Bruno Gagliasso” por usar nome da mãe “Maria Bonita” em pousada (hotel de luxo) na Ilha de Fernando de Noronha, na América do Sul, no Nordeste do Brasil, (administrada pelo Estado de Pernambuco).

De acordo com a defesa da filha dos  reis do cangaço Lampião e Maria Bonita o seu nome só pode ser usado para fins comerciais “com autorização dos titulares ou seus herdeiros”.

Pousada Maria Bonita na Ilha de Fernando de Noronha

O site diz ainda que a pousada que recebeu o nome da rainha do cangaço foi inaugurada no mês de novembro de 2016, e tem um valor em torno  de R$ 4,5 milhões, e as diárias chegam a passar de 1 mil Reais. 

O famoso ator parece que ainda não se importou com isso (eu fiz pesquisa na internet sobre qualquer manifestação dele, mas até agora, não justificou o porquê de ter colocado o nome de “Maria Bonita” na sua pousada).

Todos que estudam o tema “cangaço” inclusive eu, que não tenho muita bagagem em relação ao assunto, apenas me divirto com esta literatura tão interessante, ficamos sem entender o porquê  desta proibição feita pela dona Expedita de Oliveira Ferreira Nunes.

O nome “Maria Bonita” nunca foi registrado em cartório nenhum do Brasil afirmando que é o verdadeiro nome da rainha do cangaço ou o seu apelido. A companheira do afamado e sanguinário Lampião sabemos que o seu nome registrado em cartório na “Certidão de Nascimento” aparece como sendo Maria Gomes de Oliveira e não “Maria Bonita”.

O cangaceiro Volta Seca

O jornal “ O Pasquim” link no final desta página, em setembro/outubro  de 1973, (possivelmente este jornal circulava em 2 em dois meses, mas apenas suponho, por ele aparecer dois meses ao mesmo tempo),  publicada na edição de nº. 221, o cangaceiro Volta Seca fala sobre o apelido de “Maria Bonita”

O jornalista do jornal citado, o Ziraldo lhe faz a seguinte pergunta:

- Agora, esse nome, “Maria Bonita” foi o pessoal do bando que botou nela ou foi a lenda? Vocês não a chamavam de “Maria Bonita”, não né? Era só Maria? 

(Ziraldo diz vocês, mas se referindo a eles, cangaceiros).

Responde o cangaceiro Volta Seca:

- Não, não chamava “Maria Bonita”. O nome dela legítimo era Maria Déia...

Lógico amigo leitor, que o Volta Seca não sabia o seu nome verdadeiro, por isso ele fala que era Maria Deia. Mas veja, quem a chamava de Maria Deia era o pessoal do seu convívio familiar, vizinho etc na sua terra natal, acho.

Continua o cangaceiro Volta Seca:

- “Maria Bonita” quem botou foi o pessoal deles, lá da polícia mesmo. “Maria Bonita”, porque ela era bonita mesmo, e tal. Então foi que eles deram esse título a ela de “Maria Bonita”. Mas lá no bando não tinha disso não. 

Eu já li, não sei onde, eu não estou criando, que quando os cangaceiros falavam diretamente com “Maria Bonita” chamavam-na de dona Maria. E quando se referiam a ela, chamavam-na de dona Maria do capitão. Concluindo o meu raciocínio, “Maria Bonita” era apenas um apelido “carinhoso ou maldoso” que os policiais e a imprensa a nomearam sem intervenção dos cangaceiros.

Com isso, dona Expedita de Oliveira Ferreira Nunes dona de uma maravilhosa simpatia deve colocar um ponto final  neste assunto (movimento), e não dar mais ouvidos aos seus advogados, que estão querendo arrancar dinheiro do ator Bruno Gagliasso, só porque ele é milionário, e isso não é justo, principalmente diante dos olhos de Deus.

Ator Bruno Gagliasso

Mas veja bem leitor, hoje a notificação foi feita com o Bruno Gagliasso só pelo fato do tamanho da sua riqueza. E por que outros que desrespeitaram em livros, que ”Maria Bonita” traía Lampião com o cangaceiro Luiz Pedro, e  que Lampião era gay, e  que existia um triângulo amoroso entre Lampião, Maria Bonita e Luiz Pedro e ficou por isso mesmo? O problema é que, quem escreveu isto sobre o triângulo amoroso de Lampião, Maria Bonita e Luiz Pedro não tem o tamanho da riqueza que tem o ator Bruno Gagliasso, já que a sua pousada está avaliada em torno de 4,5 milhões de reais, além de outros bens. 

O ator não usou nenhum tipo de deboche com “Maria Bonita”, apenas homenageou a rainha do cangaço, e por que os que debocharam dela e de Lampião ainda não receberam os seus devidos castigos? Prova que o problema não é o apelido da rainha do cangaço que está em jogo, e sim, o monte de dinheiro (talvez 25%, não sei bem, porque eu não entendo de lei)  que os advogados irão arrancar ilegalmente do ator Bruno Gagliasso, quando for pago o direito/ilegal a dona Expedita de Oliveira Ferreira Nunes o uso do nome “Maria Bonita”, na pousada de Fernando de Noronha. Advogado nenhum se preocupa com isso sem interesse, ou será por dinheiro, ou do contrário, “quero lá saber disto!”.

Mas o que irá acontecer com o estudo sobre “Maria Bonita” já que está sendo exigido que, tem que estar legalmente perante a justiça, isto é,  para usar o seu apelido que seja referente lucros financeiros?

Mas vejamos o seguinte: “Maria Bonita” é a peça principal do estudo da “Empresa de Cangaceiros Lampiônicas & Cia”, por isso, alguns advogados tentam ganhar o seu percentual em cima do ator Bruno Gagliasso, e se todos os cangaceirólogos abandonassem o estudo sobre a rainha do cangaço “Maria Bonita” e passassem a estudar a musa/sussuara Dadá, Sila, Aristéia, Duvalina, Maria de Pancada, Adília, Inacinha, Dulce Menezes (que ainda está viva e poderá falar mais um pouco sobre o cangaço), e outras cangaceiras, de repente, dona Expedita de Oliveira Ferreira ficaria cobrando que, Maria Bonita é a rainha do cangaço, é quem deve ser estudada.

Um fato interessante que eu vi alguns anos, em um canal de televisão, não me recordo qual Estado do Brasil e muito menos a cidade que isto aconteceu: 

Um influente político mandava e desmandava na cidade, poderoso todo e ninguém nunca teve condições de derrotá-lo nas eleições para prefeito, e certo dia, um jornalista já famoso ultrapassou um pouco, batendo verbalmente na sua pessoa. Quando ele soube, procurou o jornalista e aplicou-lhe uma grande surra, fazendo com que o profissional da comunicação ficasse aos cuidados de um esculápio. Mas quando a delegacia (sindicato dos jornalistas) tomou conhecimento disto, reuniu todos os seus sócios, e lá, combinaram que, nunca mais, a imprensa falaria em seu nome, nem de bem e nem de mal, o influente político desapareceu do mundo político, isto é, caiu no esquecimento. Nunca mais se elegeu a prefeito da sua cidade.

Então deixa “Maria Bonita” embelezar gratuitamente  as lojas, as pousadas, as praias. Deixa viver pelo menos o seu apelido, não mate quem materialmente já morreu. Deixa ela ser a estrela dos estudos cangaceiros. Deixa que os cineastas e fotógrafos continuem com as suas câmeras direcionadas à sua foto. Deixa os holofotes pegarem Maria Bonita. Deixa os escritores, pesquisadores e historiadores propagarem o seu nome. Deixa de cobranças e valores desnecessários. Cuidado com o que cobra, para não matar “Maria Bonita” de uma vez, retirando-a do meio dos estudiosos do cangaço e dos brasileiros!

Estudar sobre a vida de Maria Gomes de Oliveira a rainha do cangaço a “Maria Bonita” e seu companheiro Virgolino Ferreira da Silva o rei do cangaço “Lampião”, é fantástico, mas desde que seja um estudo gratuitamente, sem pressão, sem obrigação de maneira alguma, livremente, que possa usar tudo que se sabe e o que aconteceu durante a vida do casal de cangaceiros, e depois da sua morte, com respeito ao infeliz casal de cangaceiros que o destino preparou para ele um monte de tristezas durante a sua vida aqui na terra. Deixa o casal viver em paz, pelo menos o seu nome.

O professor e pesquisador do cangaço Rubens Antonio falou o seguinte:

"O dia em que surgisse uma associação dos descendentes de vítimas de Lampeão e cobrar reparos... eu queria ver..."Prescreveu... mas não se esquecer"... seria um bom lema".

https://www.facebook.com/groups/1617000688612436/
http://lampiaoaceso.blogspot.com.br/2009/12/entrevista-de-volta-seca-jornal-o.html

Informação: Em nenhum momento eu usei palavras desagradáveis com a família Ferreira, ao contrário, sou um grande admirador desta família, apenas escrevi o que eu penso.

http://josemendespereirapotiguar.blogspot.com
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20 de dezembro de 1926, no “A Tarde”


Por Rubens Antonio

PARA ACABAR COM O BANDITISMO
Uma conferencia dos chefes de policia da Bahia, Alagôas, Pernambuco, Parahyba, R.G. do Norte e Ceara
O SR. MADUREIRA DE PINHO IRÁ, NO GELRIA, A RECIFE

Desde sexta–feira que circula a noticia de que o sr. Madureira de Pinho, chefe de policia, vae viajar. Do logo tivemo a sua confirmação com este telegramma que nos foi dado ler, dirigdo pelo novo governador de Pernambuco ao seu collega bahiano a proposito da repressão do banditismo annunindo a Bahia em representa–se na dita conferencia por intermedio do seu secretario da Securança Publica, que deve embarcar no “Gelria”, no dia 24. O despacho em questão é po seguinte:

“RECIFE, 15 – Após verificar a situação real da zona sertaneja, depredada por diversos grupos de bandidos, cujo numero não é exaggerado calcular em quatrocentos e ser impossivel combatel–os efficazmente sem a acção conjuncta e bem orientada dos Estados limitrophes, tambem por elles frequentados, estou augmentndo a força volante commandada pelo major Theophanes Torres, incumbido da perseguição aos bandoleiros, estando regularmente guarnecidas as principaes cidades e villas da zona infestada. mpossivel, entretanto, evitar os assaltos ás fazendas e comboios de estradas e aos viajantes e bem assim impedir a facil movimentação dos bandidos bem montados, não contando com a condescendencia ou protecção. Nessas condições apello para V.Ex. afim de organizarmos uma acção simultanea contra o banditismo, devendo mesmo ser estudado e assnetado em reunião dos chefes de policia Bahia, Alagoas, Pernambuco, Parahyba, Rio Grande do Norte e Ceará.

Contando com a acquiescencia de V.Ex. e sendo urgente as medidas energicas entendo que a reunião si poderá effectuar aqui, no dia 28 do corrente. Aguardando resposta, saudo V.Ex. cordialmente. (a) Estacio Coimbra”.

O PAPEL DA BAHIA

Faltariamos á justiça de não lembrarmos aqui que, á Bahia, ao seu actual governo, coube á iniciativa de acabar com o banditismo nordestino, combinando providencias com os estados que lhe são limitrophes tendentes ao reciproco fechamento de fronteiras. Nesse sentido, o sr. Mario barbosa, official de gabinete dpo sr. governador executou este anno delicada commissão, indo á varias capitaes do Norte em prosseguimento de trabalhos aqui iniciados, concluindo pela obtenção de alguns convenios iner–estadoaes que seriam depois sanccionados pelos respectivos orgãos de goevrno como effectivamente o foram. Foram estes os accordos officialisados:

decreto bahiano 4.241 de 21 de janeiro deste anno, referenado pelo sr. Madureira de Pinho e assignado pelo sr. Góes Calmon, approvando convenios; idem decreto pernambucano n.16, de 5 de janeiro de 1926, referendado pelo sr. Luiz Cabral de Mello e assignado pelo sr. Sergio Loreto; idem decreto alagoano n.5 de 8 de janeiro, com as assignatuas do governador e respectivo chefe de policia; idem, idem sergipano, dec. n.917, de 12 de janeiro de 1926, com as assignaturas dos srs. Carlos Alberto Rolla e Graccho Cardoso.

Isto posto, a Bahia, pelo menos não se deixou ficar no papel, o que incontestavelmente representa uma grande medida de repressão á desordem e de tranquilidade publica. E provou–o em successivas providencias, algumas das quaes por guardarmos de memoria, aqui vão: enviou um destacamento de cem praças, commandado pelo capitão Arthur Cortes, para guarnecer Santo Antonio da Gloria; outro commandado pelo capitão Hermogenes Pires para defender Curaçá; ainda outros commandados pelos tenentes Romão e Alfredo Antunes para pontos ameaçados do nordeste e, mais recentemente, uma força de 130 praças, sob o commando do tenente Pedro Dorea, para Petrolina, força essa que se encontra hoje guardando as cidades pernambucanas de Cabrobó e Boa Vista.

Accrescente–se que essa movimentação de soldados da Força Publica bahiana foi em sua maior parte determinada pela actividade do celebre bando de Lampeão que algumas vezes se approcimou de nossas fronteiras, de onde logo se affastava pelo conhecimento de que o castigo não demoraria.

O rebate, portanto, que agora dá o governo pernambucano não é original. poderá reforçar o trabalho feito, dando execução obrigatória integral na parte do guarnecimento das fronteiras e negociando novos convenios que acabem de fechar o circulo de ferro dentro do qual o banditismo terá fatalmente que morrer asphixiado.
Enviado pelo professor e pesquisador do cangaço:

Rubens Antonio

Enviado pelo professor e pesquisador do cangaço: Rubens Antonio

http://cangaconabahia.blogspot.com/