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domingo, 5 de maio de 2013

Família de Virgulino Ferreira da Silva - O Lampião


Em Juazeiro do Norte, sentados: O primeiro à direita é Virgulino Ferreira da Silva - o Lampião. À esquerda está Antonio Ferreira da Silva - ambos ladeiam as irmãs que residiam naquela cidade.

Em pé, a partir da esquerda, por trás, outros parentes: os dois primeiros  são irmãos entre si, e o último à direita é cunhado de Lampião.

Ainda da esquerda para direita: o 4º. é Ezequiel, o Ponto Fino, irmão de Lampião. O 5º é  João Ferreira da Silva, irmão de Lampião (este não entrou para o cangaço). E o 8º é Virgínio Fortunato da Silva, havia sido cunhado de Lampião. O seu apelido no cangaço era Moderno.

Alguns escritores afirmam que o cangaceiro Moderno era natural do Rio Grande do Norte, nascido na cidade de Alexandria, mas ainda não foi confirmada a sua naturalidade.

Pouco meses após esta foto (possivelmente feita por Pedro Maia), o Ezequiel Ferreira da Silva e Virgínio Fortunato da Silva entrariam para o cangaço, com os nomes de Ponto Fino e Moderno.

Fonte:
Diário Oficial
Estado de Pernambuco
Ano IX
Julho de 1995

Material cedido pelo escritor, poeta e pesquisador do cangaço:
Kydelmir Dantas

http://blogdomendesemendes.blogspot.com

"Uma das balas de Antonio Silvino atravessou o coração de minha tia Filonila"

Por: Cícero Dias(*)

O Jundiá era um engenho cheio de histórias. Um dos mais ricos em histórias do Nordeste brasileiro. Histórias como a da passagem de Lorde Carnovon por Pernambuco, no século passado. Lorde Carnovon era o famosos descobridor do túmulo de Tankamon no Egito.

Chegou no Recife com uma grande comitiva e como não havia na cidade um bom hotel para acolhê-lo, foi hospedar-se no Jundiá a convite de meu avô. Contavam-se histórias desta comitiva atravessando os canaviais da zona da mata, debaixo de chuvas torrenciais, com suas carruagens e cavalos carregados de bagagens. Ficou por um mês hóspede do meu avô no Jundiá. Houve também dramas no Judiá. 

Certa vez, um bando de cangaceiros invadiu e atacou o engenho. Era o bando do temido Antônio Silvino, cangaceiro dos sertões. Não era comum esse tipo de ataque aos engenhos. Os cangaceiros eram bandidos oriundos do sertão, era no sertão que eles atacavam fazendas, roubavam gado, assaltavam pequenas cidades.

Raramente eles vinham até a zona da mata, região dos canaviais. Mas   Antonio Silvino tinha ouvido falar das grandes riquezas do meu avô, homem possuidor de muitos engenhos de açúcar e outras propriedades.

Antonio Silvino Silvino resolveu então atacar os engenhos do meu avô. O primeiro ataque do cangaceiro foi precisamente contra o engenho Judiá, onde todos, vivíamos inclusive meu avô. Aliás, neste ataque só não prenderam meu avô porque ele estava na usina e não na Casa Grande.

A Casa Grande do Jundiá ficou cercada pelos cangaceiros de Antonio Silvino. Armou-se um grande tiroteio na frente da casa e uma das balas de Antonio Silvino atravessou o coração de minha tia Filonila,, que morreu instantaneamente. Os cangaceiros finalmente fugiram. Eu era pequeno, devia ter seis anos, mas me lembro da grande tristeza que se abateu sobre o Jundiá com a morte da tia Filonila.

(*) Um dos mais importantes pintores brasileiros. Reside em Paris. Transcrito do livro Cícero Dias Ano 20, editora Index, Rio de Janeiro. 1993.

Fonte:
Diário Oficial
Estado de Pernambuco
Ano IX
Julho de 1995

Material cedido pelo escritor, poeta e pesquisador do cangaço:
Kydelmir Dantas

http://blogdomendesemendes.blogspot.com

Antonio Silvino teve filhos com mais de 40 mulheres

Por: Arthur Pedro(*)
O cangaceiro Antonio Silvino

Uma das legendas do cangaço, teve fama não somente por ser um bom atirador - ganhando o apelido de "O Rifle de Ouro", inclusive, mas também por ser um grande conquistador. "O cangaceiro flechou o coração de várias mulheres, tendo filhos com cerca de 40 com quem manteve relações durante a sua vida", conta o pesquisador Frederico Pernambucano de Mello.


"Mas muitos desses filhos foram ilegítimos, pois as mulheres não revelavam a verdadeira identidade do pai de seus filhos com medo deles serem arrastados por Silvino para a vida do cangaço", revela Severino Baptista de Morais, um dos quatro filhos reconhecidos por Manuel Baptista de Morais, verdadeiro nome de Antonio Silvino. Um dos filhos ilegítimos de Silvino, citado por Assis Chateaubriand, teria sido o empresário José Ermírio de Morais.

"Chatô citou José Ermírio de Morais como filho espúrio de Antonio Silvino num artigo publicado  no jornal O Estado de São Paulo, em 1956, intitulado  "O Vira Lata da Avenida Paulista", 

conta Severino de Morais, que adianta: "isto poderia ser apenas uma briga entre grandes empresários não tivesse José Ermírio se utilizado desse fato para sair dizendo que era filho de cangaceiro no sertão de Pernambuco  quando fez sua campanha para o senado. Porém, de pois que ganhou a eleição, José Ermírio não tocou mais no assunto.

Mas esses são apenas alguns detalhes pessoais, não comprovados, da vida de Antonio Silvino, que merece novos estudos a respeito de sua histórias, que começou em 1875, ano de seu nascimento em Ingazeira, no Vale do Pajeú, Sertão pernambucano, a 381 Km do Recife.

A entrada para o cangaço se deu em 1898, quando Silvino herdou a chefia do bando que pertencia a seu tio, Silvino Aires, que foi preso em Custódia. Do tio ele herdou o nome, o bando e o fato de ser um dos pioneiros do cangaço - Lampião só apareceria como um grande e maior personagem do fenômeno social do cangaço na segunda década do século XX.

Porém, dois anos antes de assumir a chefia de um bando, Antonio Silvino já tinha um motivo para se tornar um cangaceiro. Motivo parecido com os motivos com os motivos que levaram outros homens do Sertão nordestino para o cangaço, o assassinato de um parente. O parente de Silvino assassinado foi o seu próprio pai, Pedro Rufino de Almeida Baptista, o "Baptistão", que foi morto por uma volante policial, em 1896. Depois desse fato, Silvino ficou famoso no Sertão pelas tropelias que praticava, com destaque para o assassinato do delegado de Ingazeira, Francisco Braz, e o assalto à Fazenda Feliciano, em Moxotó.

A fama de Antonio Silvino cresceu e o primeiro folheto de cordel sobre o cangaço apareceu em 1901, sob o título de "A Canção de Antonio Silvino", de autoria de Leandro Gomes de Barros, inspirado na "Canção de Rolando", (guerreiro medieval que participou das Cruzadas servindo a Carlos Magno).

Na edição de 1ª de Junho de 1903, o Jornal Pequeno, do Recife, chamou Silvino de célebre Bandido". Em 1904, ele e seu bando tomaram a Vila do Pilar, na Paraíba, e saquearam a casa comercial do comendador Joaquim Pio Napoleão e soltaram os presos da cadeia municipal. Aparece por essa época o folheto "A história de Antonio Silvino", de Francisco da Chagas Batista.

Em 1906, Silvino teve a cabeça posta a prêmio pelo Governo de Pernambuco, por 20 contos de reis. Em 1907, o cangaceiro impediu a construção de um trecho da estrada de ferro que passava por suas terras, no município de Itabaiana, na Paraíba, e mandou pedir 30 contos de reis aos ingleses da Great Western, que promoveram uma "acomodação com o bandido por 15 contos de reis".

O apelido de Rifle de Ouro" Silvino ganharia em 1909, através do cordelista Leandro Gomes, que admirava sua boa pontaria. Em 28 de Novembro de 1914, o cangaceiro foi preso em Taguaritinga (PE), vindo para a Casa de Detenção do Recife. Em 37, ele foi solto por ordem do general Newton Cavalcanti e passou a residir no Rio com o filho Severino vindo falecer 1m 1944.

(*)Jornalista mestrando em Histórias pela Universidade Federal de Pernambuco.

Fonte:
Diário Oficial
Estado de Pernambuco
Ano IX
Julho de 1995

Material cedido pelo escritor, poeta e pesquisador do cangaço:
Kydelmir Dantas

http://blogdomendesemendes.blogspot.com

NOVO LIVRO DO GRANDE JOÃO BARONE


Publicado em 04/05/2013 por Rostand Medeiros
A capa do novo livro de João Barone

João Barone, ou João Alberto Barone Reis e Silva é carioca, torcedor do Fluminense, nascido em 5 de agosto de 1962 e o consagrado baterista da banda Paralamas do Sucesso, junto com Bi Ribeiro e Herbert Vianna.

Além de grande músico, João Barone é um aficionado por assuntos da Segunda Guerra Mundial. Filho de um dos mais de 25 mil pracinhas que lutaram na Itália, afirma que as narrativas das experiências vividas pelo seu pai naquele conflito eram um assunto comum em sua casa. Com o passar do tempo Barone ampliou e aprofundou o conhecimento sobre o tema e agora está lançando o seu segundo livro sobre o maior conflito da história da humanidade. Intitulado 1942 – O Brasil e sua Guerra Quase Desconhecida, já tem lançamentos agendados nas seguintes datas e locais;

Porto Alegre: 9/5, Fnac Barra Shopping, às 19:39hrs;
Curitiba: 13/5, Saraiva Krystal Shopping, às 19:39hrs;
Recife, 16/5, Saraiva Riomar Shopping, às 19:39hrs;
Salvador: 20/5, Saraiva Salvador Shopping, às 19:39hrs;
Rio: 21/5, Livraria da Travessa Shopping Leblon, às 19:39hrs,

Além do lançamento de 1942 – O Brasil e sua Guerra Quase Desconhecida (Nova Fronteira, 288 páginas, R$ 35,90), João possui junto com seu irmão um núcleo de projetos onde estão produzindo um documentário intitulado O Caminho dos Heróis (o segundo que ele produz sobre o Brasil na guerra) e em breve vão realizar uma mini série sobre o assunto, que certamente terá extrema qualidade.

Em 1942 – O Brasil e sua Guerra Quase Desconhecida, João Barone revela e analisa a participação do Brasil no conflito que sangrou o mundo. Dirige sua pesquisa pelo passado do pai e do país para unir dados, curiosidades e histórias emocionantes de uma campanha incrível que muitas vezes o próprio brasileiro desconhece. Em um encontro que tivemos recentemente, o autor me comentou que este seu livro se destinava a apresentar interessantes informações para aqueles que não tem muito conhecimento sobre este assunto e ajudar a diminuir grande parte do desconhecimento existente sobre o tema.


Neste tocante o novo livro de Barone vem bem a calhar, pois a participação da Força Aérea e da Força Expedicionária Brasileira nos campos da Itália, mesmo sendo forças de combate relativamente pequenas, possuí sua importância histórica, onde estes homens e mulheres representaram bem o nosso país, o único entre os Sul-Americanos a ter enviado tropas e lutado na Europa.

Entretanto as mudanças políticas ocorridas no Brasil, principalmente após 1964, fizeram com que muitos se desinteressassem pelo tema e até mesmo desprezassem aqueles que desejavam aprofundar estudos e pesquisas. No passado as pessoas que gostavam deste assunto eram facilmente taxados de belicistas, direitistas, adoradores da ditadura e por aí vai!

Eu moro na cidade Sul-Americana que teve a maior e mais efetiva participação neste conflito e anteriormente percebia claramente que aqui, afora alguns círculos específicos, não havia tanto interesse no debate mais aprofundado em relação ao tema e na produção de materiais informativos. Já no meio acadêmico local era normal uma maior carga de questionamentos por parte dos mestres e quando alunos desejavam seguir pesquisando e produzindo sobre este tema, era normal existir uma certa decepção nos rostos destes.

João ao lado de um caça P-47 da FAB que atuou na Itália

Felizmente nos últimos anos a visão sobre a pesquisa em relação a participação de nosso país na Segunda Guerra Mundial sofreu muitas mudanças. Foram lançados muitos livros, documentários, filmes e criados grupos de pesquisa que lutam pela preservação desta memória. Mesmo sendo questionável a qualidade de muito do que foi produzido, não podemos esquecer que foi bastante aprofundado o conhecimento do conflito humano, dos problemas, anseios e sofrimentos pelo que passaram aqueles mais de 25 mil brasileiros que estiveram na Itália. Através desta mudança se conheceu com maiores detalhes as sagas e dores dos que sofreram os ataques de submarinos nazifascistas, ou perderam parentes nos afundamentos dos navios brasileiros e o papel da Marinha do Brasil no conflito.

Sem dúvida que na história da minha cidade, a Segunda Guerra Mundial é o período no qual Natal sofreu suas maiores e mais acentuadas mudanças em sua demografia, no comportamento de sua gente, na sua cultural, em sua economia e em outras situações. E por aqui ainda existe muita coisa para se pesquisar.

Através dos materiais  sobre a Segunda Guerra Mundial que publiquei no nosso blog Tok de História, um dia recebi uma mensagem do João Barone e a partir daí iniciamos uma série de contatos, que culminou em um proveitoso encontro aqui em Natal, na última oportunidade que os Paralamas do Sucesso tocaram em nossa cidade.

João Barone o autor deste blog, após o último show dos Paralamas do Sucesso na capital potiguar

Conheci uma pessoa muito simples, acessível e me espantou o quanto ele é extremamente conhecedor da história da participação brasileira neste conflito. Pelo devotamento que João Barone dedica ao estudo, atenção e zelo pela pesquisa deste assunto, certamente que seu novo livro 1942 – O Brasil e sua Guerra Quase Desconhecida será um sucesso e terá destaque na minha estante.

Rostand Medeiros
Natal, Rio Grande do Norte

Extraído do blog "Tok de História" do historiógrafo e pesquisador do cangaço: Rostand Medeiros









Fideralina Augusto Lima


Por:Emerson Monteiro

Eu nasci 30 anos depois que ela desapareceu, e no mesmo pouso de onde comandara o seu clã, o Sítio Tatu, em Lavras. Desde cedo ouvi falar em minha trisavó, Fideralina Augusto Lima, avó de meu avô Amâncio e de minha avó Lídia, primos e naturais do tronco familiar.

Ela nascera na Vila de São Vicente Ferrer das Lavras, no dia 24 de agosto de 1832, filha de Isabel Rita de São José e do Major João Carlos Augusto. Pelo lado materno, era bisneta de Francisco Xavier Ângelo, Capitão-Mor e Comandante-Geral da Vila de São Vicente Ferrer das Lavras. Filha mais velha dentre onze irmãos, casara com o Major Ildefonso Correia Lima, Capitão da 1.ª Companhia do Batalhão n.º 28 e Major Fiscal da Guarda Nacional de Lavras. O casal teve 12 filhos. Proprietária rural em Lavras possuía também prédios residenciais na sede da Vila e em Fortaleza, gado e negros que lhe serviam como escravos.

Viúva ainda cedo, sozinha educaria os filhos através de rígido sistema, nos moldes da época. Gostava dos trabalhos de fiar e rendar varandas de rede, nas horas quando livre das fainas rurais. Era católica, dedicada ao Ofício de Nossa Senhora. Construíra no Tatu uma capela dedicada a Nossa Senhora da Conceição.

Fideralina participou ativamente da vida política do Ceará, elevando alguns de seus filhos a postos importantes, no município de Lavras e no Estado. Dentre esses, Gustavo Augusto Lima, o meu bisavô, chegaria à Presidência da Assembleia Legislativa, cargo que desempenhava quando foi assassinado no ano de 1923, na Praça do Ferreira, em Fortaleza por conta de retaliação a morte ocorrida em luta da qual participaram membros da família no ano anterior. Vítima de febre, Fideralina Augusto Lima faleceria no dia 16 de janeiro de 1919, no Sítio Tatu, em Lavras da Mangabeira CE.


Vistas as ações austeras e intempestivas que empreendera, deixou na história a legenda de matriarca carrancista que as tradições familiares e dos conterrâneos insistem preservar, herança rude dos tempos áridos que cruzou com dignidade, ora inspiração a livros e poemas consagrados pelo Sertão nordestino.

Fideralina Augusto Lima 
é a Personagem principal do
Cariri Cangaço Lavras da Mangabeira
18 e 19 de Maio de 2013
Contagem Regressiva...


http://cariricangaco.blogspot.com