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quarta-feira, 13 de setembro de 2023

ENTREVISTA DE JOCA BERNARDES, O HOMEM QUE DELATOU LAMPIÃO.

Por Cangaço Eterno
https://www.youtube.com/watch?v=NjbshDffmYc&ab_channel=Canga%C3%A7oEterno

JOCA BERNARDES COITEIRO DE CORISCO. O HOMEM QUE DELATOU A PRESENÇA DE LAMPIÃO E SEUS CABRAS NA REGIÃO PARA POLÍCIA, QUE CULMINOU COM A MORTE DE LAMPIÃO, MARIA BONITA E PARTE DE SEU BANCO. ENTREVISTA APRESENTADA NO GLOBO REPÓRTER DE 1975 NA TV REDE GLOBO.
 
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SÓ COMO ARQUIVO EM NOSSO BLOG - GIGANTE DE KANDAHAR

 Por José Mendes Pereira

O gigante de Kandahar, fotografado no Afeganistão em 1923

Você acredita nesta história que este gigante foi fotografado em 1923 no Afeganistão? Eu mesmo não acredito de forma alguma. 

Vejam o que diz o site. 

"Somente agora se começou a saber que em 2002, uma patrulha dos EUA se perdeu e desapareceu em uma área muito remota do Afeganistão. Outra patrulha foi despachada em uma missão de busca e resgate, e um soldado naquela patrulha descreveu o que viu depois de dar a volta pelo lado de uma montanha: “Era um homem de pelo menos 12 a 15 pés (3,60 a 4,50 metros) de altura. Aquilo era um MONSTRO".

Mas vejam que é pura montagem. Todos que estão aos seus lados, ninguém está com o olhar direcionado a si, e sim, a foto. Observe que a perna direita não aparece, o que aparece é o chão do outro lado. 

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COMENTÁRIO DA NETA DE DURVAL RODRIGUES ROSA WALESKA RODRIGUES.

Por Waleska Rodrigues

Durval Rosa irmão do coiteiro de Lampião Pedro de Cândido.

Só para constar, sou neta de Durval Rodrigues rosa. 

A volante descobriu no Porto de Piranhas que Lampião estava escondido na fazenda do meu bisavó em Angicos. 

Quando a volante chegou em Angicos, prendeu Pedro de Cândido (irmão de Durval) e começou a torturar. 

Meu avó estava pescando, quando chegou na casa de taipa, encontrou a volante e seu irmão (sendo torturado). O comandante da volante, ameaçou matar Pedro de Cândido, querendo que ele levasse ela até o coito (local onde Lampião estava. 

Meu avô foi obrigado a procurar o coito. e encontrando a volante fez o que desejava (matar Lampião e seu o bando). 

Pedro de Cândido foi solto. Meu avô nunca narrou esta história com alegria. pois, foi o pior momento de sua vida. 

http://cariricangaco.blogspot.com/2017/05/a-renunica-de-durval-rosa-porrangel.html

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A RENÚNCIA DE DURVAL ROSA

 Por Rangel Alves da Costa

Rangel Alves da Costa e Manoel Severo

Durval Rodrigues Rosa foi umas das maiores expressões da política do sertão sergipano, principalmente em Poço Redondo, onde o grupo político sob o seu comando saiu vencedor em diversos pleitos eleitorais, elegendo não só a si mesmo por duas vezes (1963/64 - 1977/1982 ) como a seus filhos João Rodrigues Sobrinho, mais conhecido como João de Durval (1971/72), e Ivan Rodrigues Rosa (1993/1996), além de ter participado vitoriosamente de outros pleitos. Seu Durval, como mais conhecido, faleceu aos 83 anos em 28/09/2003, ainda sob o manto da respeitabilidade enquanto forte liderança política. Poucos sabem, contudo, que o filho de Dona Guilhermina e de Seu Cândido teve ameaçado até de ser preso quando eleito pela primeira vez em Poço Redondo. Em plena gestão da administração municipal, e de repente as transformações políticas ocorridas no Brasil a partir do Golpe Militar de 64 o atingiram injustamente.

Seu Durval, homem sempre respeitado, de palavra, de extrema honradez pessoal e política, vitorioso na terceira eleição realizada no município, teve que ceder ao império arrogante e insensato das botinas dos generais. Contudo, de modo diferente do que costumeiramente se comenta, não teve seu mandado cassado pelos generais, e sim renunciou, embora forçadamente, ao que lhe fora conferido pelo voto popular. Ora, a polícia da ditadura estava em Poço Redondo pressionando, forçando a essa tomada de decisão.

Durval Rosa

Cassado teria sido se a governança municipal lhe tivesse sido retirada por ato de lei, a partir de ato emanado do governo militar. Contudo, o que ocorreu foi uma renúncia forçada ao exercício de prefeito sob pena de ser preso. Ou deixava a governança municipal ou seria acusado “seja lá do que fosse” e levado à prisão pelos generais. Bem ao modo do que ocorreu com o governador Seixas Dória e os deputados Baltazar Santos, Viana de Assis, Cleto Maia e Nivaldo Santos. 

Com efeito, a 31 de março de 64 o Brasil passou ao crivo do regime militar, com a deposição do presidente João Goulart e a tomada do poder pelos generais. Tinha início o período conhecido “anos de chumbo” e que perduraria por vinte e um anos, até 1985. A partir daí, principalmente através do Ato Institucional nº 1 (AI-1, que dava poderes absolutos ao novo governo revolucionário para cassar os direitos e mandatos políticos daqueles que não fossem simpatizantes ao regime instalado), iniciou-se uma série de perseguições políticas em todas as esferas.

Seu Durval havia sido eleito legitimamente no pleito realizado em 03 de outubro de 1962, tendo como adversários Joaquim Fernandes de Barros (candidato do então prefeito Eliezer Joaquim de Santana) e Francisco Néri de Araújo (Chico de Lulu). Eleito pelo PSD, vindo do mesmo grupo do recém-assassinado Zé de Julião, assumiu os destinos do município a 1º de janeiro de janeiro de 1963 e o seu mandato deveria durar quatro anos. Contudo, sua gestão duraria apenas um ano e meio, pois teve de renunciar no dia 12 de junho de 1964.

Zé de Julião

Em Sergipe, diversos mandatos foram tomados “à força”, desde o governador a deputados. Também prefeitos foram depostos, como Geraldo Maia, de Propriá; Pascoal Nabuco, de Estância; José Figueiredo, de Capela; José Carlos Torres de Souza, de Neópolis; e Epaminondas Martins, de Amparo de São Francisco. E no sertão sergipano dois prefeitos não foram depostos, porém tiveram de renunciar: Durval Rodrigues Rosa, de Poço Redondo; e Francisco Machado Costa (Chiquinho Lameu), de Canindé de São Francisco.

Verdade é que na noite de 12 de junho de 1964, forças policiais dos generais revolucionários marcaram reunião na Câmara de Vereadores de Poço Redondo. A polícia da ditadura já sabia o que aconteceria ainda naquela noite, pois ali estavam exatamente para tratar do novo prefeito que assumiria os destinos do município. Igualmente sabiam que o prefeito Durval Rodrigue Rosa logo faria chegar à presidência da câmara sua carta de renúncia. E assim aconteceu. Totalmente pressionado, ameaçado de prisão se não renunciasse, Seu Durval não teve outra saída. Eleito ainda naquela noite presidente da câmara, Cândido Luis de Sá, Seu Candinho, ato contínuo se tornou prefeito municipal, sob as bênçãos dos generais.

Mas por que Seu Durval teve que ceder aos generais e renunciar ao mandato? Formalmente, ele não havia sido acusado de subversão à ordem pública ou de propagação de ideias comunistas, então por que foi forçado a renunciar? Os fatos nunca foram devidamente esclarecidos, pois as atitudes dos generais nunca eram justificadas com precisão. Intui-se, contudo, que a conduta política de Seu Durval incomodava o regime. Os generais não queriam no poder um homem que fazia, ao seu modo, um socialismo sertanejo através do atendimento às demandas mais populares, e cuja voz destemida, e sempre ouvida, poderia pregar contra o regime ditatorial em vigência.

Rangel Alves da Costa,

Pesquisador,Escritor e Poeta; Poço Redondo, SE
blograngel-sertao.blogspot.com

JORNAL "A NOITE" 5 DE AGOSTO DE 193 - A chacina da Fazenda Patos

Transcrição de Antônio Correia Sobrinho

o cangaceiro Corisco

Arrastadas pelos cabelos para a degola! Depois da formidável chacina perpetrada com inomináveis requintes de crueldade, Corisco" e seu bando dançam alegremente ao som do realejo - Poupadas à sanha assassina "para contarem história.

PEDRA (Alagoas), 5 (Dos enviados especiais de A NOITE) – Segundo informações aqui recebidas em Piranhas, “Corisco”, à frente de um grupo composto de oito pessoas, inclusive duas mulheres, foi visto ontem na fazenda Bem-Feita, em Mata Grande. A polícia do Estado, através de suas forças volantes, já está no encalço, nesta direção.

Refere-se também que o assalto à fazenda dos Patos, de propriedade do sogro do capitão João Bezerra, foi realizado sem se disparar um tiro sequer. Todas as vítimas foram degoladas vivas pelos bandidos, o vaqueiro Domingos, sua mulher e três filhos cujas cabeças foram mandadas para o capitão João Bezerra, na falta de prefeito de Piranhas, ausente no momento.
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PIRANHAS (Alagoas), 5 (Serviço especial de A NOITE) – O assalto do grupo de “Corisco” à fazenda dos Patos foi realizado pela madrugada. Os bandidos puderam assim aproximar-se sem serem pressentidos, atacando de surpresa as vítimas. Seis pessoas, como já informamos, foram então decapitadas, sendo as cabeças enviadas ao capitão João Bezerra. Acompanhava os despojos, que incluíam duas cabeças de mulher, o seguinte recado: “As cabeças destas mulheres pagaram as duas mortas”.

O grupo de Corisco, depois da chacina, conseguiu montada na própria fazenda, batendo em retirada. Comunicado o fato às autoridades, saiu em perseguição do grupo o sargento Aniceto, que, anuncia-se, já conseguiu a pista dos bandidos.
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IMPRESSIONANTE! – O FESTIM SINISTRO

PIRANHAS, 5 (Dos enviados especiais de A NOITE) – Urgente – Acabamos de chegar a Piranhas, a cidade do interior alagoano que Corisco escolheu para palco do seu sanguinolento revide pela morte de Lampião. Ainda todos os habitantes da localidade se encontram sob a penosa impressão do monstruoso crime. Ouvimos, a respeito, o Sr. Manoel João da Costa, cunhado do vaqueiro Domingos José Ventura, o infeliz morador da fazenda dos Patos que encontrou morte horrível, juntamente com toda a sua família, nas mãos ávidas de vingança do bandoleiro Corisco e seu bando.

Ainda tomado de profunda emoção, o Sr. Manoel João da Costa, narrou-nos o drama tremendo, verdadeiro festim de sangue e horror.
Demos a palavra ao nosso entrevistado:

- “Corisco” chegou noite fechada já na fazenda dos Patos. Eram mais ou menos oito horas. Ao estrepito dos bandoleiros, que se aproximaram como demônios batendo as coronhas das armas no terreiro, a família do vaqueiro Ventura acordou em pânico. Mas nada mais era possível fazer; nem fugir! “Corisco”, à frente do bando, com os olhos verdes fuzilando de ódio, ordena rispidamente à mulher e à filha do morador:

- Faça café para todo o pessoal!

Em seguida, apontando para o vaqueiro e seu filho Manoel, ordena aos seus “caibras” que os levem para trás do curral, o que é feito imediatamente, sem qualquer gesto de resistência dos prisioneiros.
Os dois homens são amarrados e arrastados para fora.

No local escolhido, “Corisco” então contempla mais uma vez com uma expressão de sinistro sarcasmo as duas vítimas e, em voz ríspida, grita para os seus homens, que já haviam desembainhado os punhais agudíssimos:

- Degolem esses bandidos!

HEDIONDO!

- Uma angustiada expressão de desesperança perpassa pelas fisionomias dos homens que iam ser imolados. Inútil qualquer apelo a quem já perdeu o último resquício de bondade humana.

Os cangaceiros escolhidos para carrascos apressam-te para a tarefa macabra. Fuzilam os punhais na meia luz do luar. Rápidas como raios, as lâminas cortam o espaço e duas cabeças tombam sobre a terra, entre golfadas de sangue. Os troncos decepados oscilam ainda uma última vez e caem pesadamente sobre o solo empapado de sangue.

ÓDIO DE BANDIDO

Não satisfeitos em sua insaciável sede de vingança, “Corisco” e seus homens, depois de amaldiçoarem em altos brados as vítimas indefesas, voltam à casa, onde tinham ficado os outros “caibras”, guardando os demais moradores. Um frêmito de horror circula pelo sistema nervoso daquelas pobres criaturas, ao verem de volta o sombrio “Corisco”, cujas pupilas com um ódio inextinguível.

Chegou a vez dos filhos do vaqueiro Ventura: José, solteiro, e Odon, casado. Os facínoras amarram-lhe as mãos para trás, conduzem-nos para o terreiro, e aí, entre imprecauções demoníacas, degolam-nos de um só golpe, com a sua alucinante maestria de sangradores.

AGORA AS MULHERES!

- Agora as mulheres! – grita “Corisco”, enquanto seus homens agarram pelos cabelos a mulher e a filha do vaqueiro, Guilhermina Nascimento Ventura e a jovem Waldomira Ventura.
- Vocês vão pagar a morte de Maria Bonita e Enedina – diz o bandido olhando para as mulheres.
Nenhuma sombra de piedade naquelas fisionomias que só o ódio sabe fazer vibrar. As mulheres são brutalmente arrastadas para fora, e ainda o feroz “Corisco”, com a sua impassibilidade desumana, ordena e assiste ao seu degolamento.

MÚSICA!

- Parece momentaneamente aplacada a cólera do chefe. Seus cabeças jazem sobre o solo, imobilizadas numa última expressão de angústia e sofrimento. Mas nada comove o bandoleiro empedernido. Gritos de satânica satisfação atroam os ares. É a alegria das feras saciadas. Os bandoleiros estão superexcitados. Voltam à casa, no meio de um vozerio infernal. “Corisco” ordena então que se comemore condignamente a vingança.

Manda transformar em salão de baile a sala da casa assaltada. E, estimulados pela cachaça, entregam-se a desenfreadas manifestações de alegria, dançando e gritando. Alguns dos bandidos trazem violas e realejos com que animam a dança. É um festim macabro. Pantomina de horror e sangue. Farândula de demônios alucinados.

O SAQUE – BILHETE AO CAPITÃO BEZERRA

- Quando se dão por satisfeito, “Corisco” ordena o saque geral da fazenda, depois do que dá instruções para a retirada. Dirigem-se todos para a fazenda Pedrinhas, próxima à fazenda dos Patos, pertencente também ao Sr. Antônio José de Brito, vulgo, “coronel Antonio Menino”. Aí então “Corisco” redige uma carta injuriosa e violenta ao capitão Bezerra, endereçando-lhe as cabeças sangrentas. Entrega o bilhete ao portador, que foi o vaqueiro João Crispim Moraes, dizendo:

- Vá entregar isto ao tenente Bezerra. Diga a ele para comer uma, frita. Na falta dele, entregue ao prefeito.

POUPADOS PARA CONTAREM A HISTÓRIA!

- Os bandidos deixaram vivos três outros filhos do vaqueiro Ventura: Antonio, de doze anos, Silvino, de dez e Carmelita, de onze.

Por isso, ao despedir-se do portador da macabra encomenda, “Corisco” acrescentou:

- Os meninos ficaram para contar a história. Mas brevemente voltarei para matá-los, pois faço questão de extinguir toda a raça daquele vaqueiro traidor, que nos denunciou à polícia.
As cabeças foram enterradas no cemitério da cidade, sendo que aos corpos foi dada sepultura cristã na fazenda Patos.



Os meninos com o jornalista Melchiades da Rocha - Acervo Robério Santos

O vaqueiro tão tragicamente trucidado tem ainda uma filha que reside em companhia da família do “coronel Menino”. Receia-se aqui nova façanha dos bandidos, que prometeu vingar a morte de Lampião impiedosamente.

Na carta dirigida ao tenente Bezerra enviando as cabeças, diz “Corisco”: “Matei duas mulheres para vingar a morte de Maria Bonita e Enedina.

A esposa de Odon Ventura, que também se encontrava na casa assaltada, foi perdoado pelos bandidos em virtude de ter dato à luz há oito dias. A criancinha também nada sofreu. Os três filhos sobreviventes do vaqueiro que foram mandados por “Corisco” juntamente com as cabeças de seus pais e irmãos, nada quiseram declarar.

Seguimos viagem para Angicos

Na mesma edição do dia 05/08/1938, este mesmo jornal, sobre a chacina na fazenda Patos, publicou notícia de uma outra fonte, a Agência Nacional, nos seguintes termos:

MACEIÓ, 4 (Agência Nacional) – A população desta capital continua sob a forte impressão da vindita tomada por Corisco e seu bando, composta todo ele dos fugitivos da fazenda Angicos. Os jornais dão amplo noticiário do fato sangrento. Conhecem-se, agora, os mortos da fazenda de Patos, onde Corisco chegou de surpresa, não tendo sido possível nenhuma resistência.

Chegou e não conversou. Amarrou todas as pessoas encontradas, em número de seis, fuzilou-as, cortando, depois as cabeças e mandando-as num saco para o prefeito de Piranhas, com um bilhete, no qual dizia que as onze cabeças da fazenda de Angicos fariam rolar muitas outras. O saco com o presente macabro foi levado por uns caboclos, que chegaram a Piranhas pela madrugada. Esses caboclos, que vivem nas redondezas onde se deu a chacina, foram obrigados a cumprir a tarefa, sob a ameaça de que se não levassem o saco e não o depositassem no lugar determinado, mais tarde seriam sacrificados e decapitados.

O saco foi encontrado pela criada do prefeito, no batente da porta da rua. Alarmada, a empregada saiu correndo e gritando. As pessoas da casa vieram ver o que se passava, e deram com aquela coisa horrível. O prefeito de Piranhas também foi ver e deparou com as cabeças, empapadas em sangue e terra. A notícia espalhou-se com rapidez, e dentro em pouco a residência do chefe do executivo municipal estava cercada por uma multidão de curiosos, que ali ficou comentando a trágica represália, entre indignada e transida de pavor.

BRUTAL!

MACEIÓ, 4 (A. N.) – As pessoas mortas e decapitadas na fazenda de Patos pelo bandoleiro Corisco, em revanche à morte de Lampião, foram o vaqueiro do coronel Antonio Brito, sua mulher e quatro filhos menores. A família do proprietário da Fazenda lá não se encontrava. Mas a vingança foi tirada, somente porque essas pessoas trabalhavam para o coronel Brito, que é, como já mandamos dizer, avô da esposa do atual capitão João Bezerra. Corisco, entretanto, depois de sacrificar seis vidas inocentes, num ato de incrível barbaridade, incendiou a fazenda, que é, agora, por informações de pessoas vindas de lá, um campo ressequido e devastado.

NO COMANDO DAS FORÇAS VOLANTES

MACEIÓ, 4 (A. N.) – O primeiro-tenente Francisco Ferreira de Mello, por determinação do coronel Lucena, assumiu o comando das tropas volantes, que saíram em perseguição do novo bando de cangaceiros, chefiado por “Corisco”.

Silvino Ventura, filho de Domingos Ventura, morreu vitima de um acidente em Piranhas, em dia 30 de julho de 1985, aos 54 anos.

http://lampiaoaceso.blogspot.com/2020/06/jornal-noite-5-de-agosto-de-1938.html

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PERSONAGENS DA HISTÓRIA CANGACEIRA DURVAL ROSA

 Por Geraldo Júnior


Durval Rosa irmão do coiteiro Pedro de Cândido, foi uma das principais testemunhas oculares dos acontecimentos que sucederam a morte de Lampião e parte de seu bando, no dia 28 de julho de 1938.

Erroneamente muitos citam esse personagem como coiteiro, o que eu particularmente descarto, pois Durval Rosa na época do ocorrido era apenas um adolescente e não fazia outra função se não a de fazer pequenos serviços e "mandados", cabendo a função de coiteiro à seu irmão Pedro de Cândido que era quem realmente acobertava e dava proteção ao bando de Lampião, nas terras da Fazenda Angico, na época pertencente ao município sergipano de Porto da Folha, atualmente pertencente ao município de Poço Redondo.

Deixando claro que essa é uma opinião pessoal, baseada no envolvimento do personagem com a história pesquisada e escrita.

Fonte: facebook
Página: Geraldo Antônio de Souza Júnior (Administrador)

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O COITEIRO PEDRO DE CÂNDIDO E AS EVIDÊNCIAS DA TRAIÇÃO.

 Por Rangel Alves da Costa

O famoso coiteiro Pedro de Cândido sempre teve seu nome envolto em mistérios. Sem dúvida, um dos personagens mais emblemáticos do cangaço. O filho de Dona Guilhermina e Seu Cândido, então donos das terras onde está situada a Grota do Angico, e irmão de Durval Rodrigues Rosa, por muito tempo foi apontado ora como traidor de Lampião, ora como vítima de maus-tratos da volante alagoana. No primeiro caso, simplesmente delatou o bando. No segundo, foi forçado a delatar.

Coiteiro Pedro de Cândido

Contudo, interpretando uma passagem de um texto escritor pelo historiador e pesquisador José Jairo (“O Lobisomem e o Coiteiro de Lampião”, disponível em http://cariricangaco.blogspot.com.br/…/o-lobisomem-e-o-coit…), logo se tem como induvidoso que Pedro de Cândido realmente traiu Lampião, que agiu não por que foi torturado, ameaçado ou teve dedos das mãos decepados, mas que assim o fez premeditadamente, ou seja, falou onde era o coito porque quis e por vontade própria. Mas por que assim fez?

Mas vamos ao que diz José Jairo no seu texto: “Por ironia do destino coube a Pedro de Cândido juntamente com seu irmão mais novo, Durval, levar as forças policiais até a Grota de Angico no fatídico dia 28 de julho de 1938 no que culminou na morte de Lampião, Maria Bonita e mais nove cangaceiros além do bravo soldado Adrião Pedro de Souza. Após a morte de Lampião, o ex-coiteiro Pedro de Cândido assumiu o posto de subdelegado de Piranhas destacando no Distrito de Entremontes substituindo o seu irmão José Rodrigues Rosa conhecido por Zezé de Cândido”.

Lamartine Lima, Jairo Luiz e Manoel Severo

Um trecho conclusivo há, pois, há que ser destacado: “Após a morte de Lampião, o ex-coiteiro Pedro de Cândido assumiu o posto de subdelegado de Piranhas destacando no Distrito de Entremontes”. Tal afirmação implica em verdadeira revisão histórica do muito que já foi dito e escrito sobre a participação de Pedro de Cândido na chacina de Angico. Implica ainda em dizer que Pedro de Cândido traiu mesmo a confiança do líder cangaceiro e seu bando. E que, através de sua ardilosa ação, pôs fim ao cangaço. E mais: traiu em troca de benesses pessoais.

Ora, não há como concluir de modo diferente. As causas e as consequências do fato se entrelaçam perfeitamente. Vamos aos alinhavos: Pedro conhecia muito bem o local do coito cangaceiro, pois nas terras de sua família. Pedro servia como coiteiro ao bando, levando e trazendo recados e objetos, sortindo de mantimentos. Pedro era rapaz audacioso, ambicioso, sonhador, não se acostumando com aquele mundo de mesmice. Pedro desejava prosperar no seu meio. E Pedro mais tarde foi alçado à posição de subdelegado de Entremontes, distrito de Piranhas. Mas por que tal posto somente foi conseguido depois da chacina de Angico?

Simplesmente por que alguém enxergou sua ambição e foi em cima de seu ponto fraco, oferecendo tal posto acaso passasse a ser colaborador das forças policiais. E, mais de perto, dissesse onde Lampião e seu bando pudessem estar acoitados. Ou, noutra vertente da mesma situação, ele mesmo, já pensando em chamar para si o posto de subdelegado, simplesmente procurou a polícia e ofereceu seus préstimos de delação, sob a condição de receber aquela destacada posição.

Caravana Cariri Cangaço em Entremontes: De frente à "Bodega" de Pedro de Cândido

De qualquer forma, inegável que a posição alcançada por Pedro de Cândido após a chacina de Angico teve por consequência a participação deste como delator. Impensável que a polícia fosse prender e torturar alguém e depois oferecer um prêmio tão dadivoso. Igualmente impensável que Pedro de Cândido tivesse conquistado tal posto se não tivesse colaborado com os objetivos da volante. A verdade é que o posto de subdelegado foi uma retribuição a ele concedida não só pela traição a Lampião como pela indicação exata de onde o bando estava acoitado. Também pelo sucesso da empreitada e aquelas tantas cabeças cortadas.

Pensar o contrário seria negar o dom da compreensão. Neste passo, por que o também coiteiro Joca Bernardes, que supostamente teria informado a policia das suspeitas que recaíam sobre Pedro de Cândido, não recebeu qualquer recompensa? Há relatos dando conta que Bernardes, com ciúmes de Pedro, procurou o sargento Aniceto Rodrigues para dizer que aquele talvez estivesse mantendo contato com os cangaceiros, pois tendo adquirido volumosos mantimentos. Acaso tal acontecido fosse confirmado, certamente que de algum modo Bernardes seria recompensado.

Mas por que a polícia recompensou somente Pedro de Cândido? Certamente pela sua frieza e coragem de traição a homens tão perigosos. Certamente pela infidelidade e deslealdade de conduta que pôs fim ao cangaço. Portanto, nada de tortura, nada de ameaça, nada de dedos e unhas arrancadas, apenas a ação pensada de um homem frio e ambicioso, interesseiro e perigoso. E talvez por isso mesmo que tivesse, três anos após Angico, pagado com a própria vida.

Escritor Rangel Alves da Costa
Poço Redondo-Sergipe

http://cariricangaco.blogspot.com/2017/01/o-coiteiro-pedro-de-candido-e-as.html

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LAMPIÃO MANDA CHAMAR DURVAL (III)

 Clerisvaldo B. Chagas, 22 de julho de 2015

Crônica Nº 1.455

22.07.1938. (Sexta-feira).

“Lampião mandou chamar Durval Rodrigues Rosa, irmão dos coiteiros Pedro Rodrigues Rosa (Pedro de Cândido) e Ozéas, na propriedade Forquilha, ali perto, na casa da mãe deles, viúva, do outro lado do morro das Perdidas, perto da foz do riacho Forquilha com o São Francisco.

Livro “Lampião em Alagoas” (Foto: Reprodução)

Durval Rosa (Durval Rodrigues Rosa) e seu irmão Pedro de Cândido, filhos do falecido Cândido Rodrigues Rosa e Guilhermina, eram proprietários da fazenda Angicos, onde Lampião se acoitara e foi morto. Durval era muito novo ainda, com dezesseis anos e ajudava os irmãos: Pedro, na padaria e seu José (Zezé) nos negócios e na matança de boi que ele vendia na feira”.

Durval Rosa irmão de Pedro de Cândido.

O rapaz tangia uns bois do seu tio, para matar e vender na feira semanal de Pão de Açúcar. Foi cercado por um grupo de cangaceiros chefiado por Zé Sereno. Levado à presença de Lampião, ficou impressionado com o ouro que brilhava do chapéu e dos cordões do bandido. Lampião indagou:

─ Sabe com quem tá falando?

─ Não senhor.

─ Já ouviu falar em Lampião?

─ É o capitão Lampião?

O rapaz diz que é marchante, vai matar uns bois para vender…

Lampião indaga se sabe a regra do bom viver. Durval diz que não sabe e Lampião diz que: ouvir, vê, calar é a regra do bom viver porque em boca fechada não entra mosca. Indagou mais e disse:

Tá certo. Olhe aqui, se eu souber que você chamou uma volante para botar em cima de mim, você morre! Da sua raça não fica nem pinto que eu não deixo. Se você sair daqui e a volante lhe pegar, não sofra não, diga onde nós tá, porque cangaceiro é pra morrer no mato, nasceu para isso. Só não vá chamar. Se tiver tempo de me avisar, lhe agradeço muito! E amanhã volte de novo.

“Durval garantiu que assim o faria. Foi embora e entregou os bois em Entremontes, ao irmão Zezé”.

* Baseado no livro: CHAGAS, Clerisvaldo B. Chagas e FAUSTO, Marcello. Lampião em Alagoas. Maceió,Grafmarques, 2012.

https://www.alagoasnanet.com.br/v3/lampiao-manda-chamar-durval-iii/

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