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terça-feira, 7 de abril de 2015

Cariri Cangaço - Uma Saga de Corajosos

Por José Cícero
 

Próximo de completar uma década a invenção do Cariri Cangaço tem se configurado como um importante instrumento de promoção da  história e da cultura genuinamente  nordestina, ao passo que também apresenta para o resto do Brasil e para o mundo coisas interessantes que só existem por aqui, nos nossos sertões. 

Por isso mesmo, presta um imenso serviço à cultura e a história de uma região que, infelizmente, ainda hoje é vista de soslaio pelos chamados poderes do litoral,  acostumados demais às mesmices e invencionices dos enlatados alienígenas. 

Jose Cicero no Cariri Cangaço Princesa - Fazenda Jenipapo

De modo que, mostrar, resgatar, discutir e valorizar as autênticas riquezas dos nossos sertões tem sido a grande marca desta iniciativa pioneira, ousada e corajosa chamada CC que, malgrado a quase total ausência de suporte financeiro, tanto da iniciativa pública quanto privada, vem fazendo e promovendo a nossa história. Ao passo que já se consolida como um dos mais celebrados eventos  de cunho cultural e histórico de todo o Nordeste brasileiro. O que, diga-se de passagem, diante de todo este  cipoal de dificuldades  não é coisa pouca. Portanto, digno de rasgados elogios e de aplausos.

Diria que, algo bastante incomum para uma "instituição" sem fins lucrativos, formada por abnegados e desprendidos amantes e estudiosos da temática do cangaço, como de tudo o mais que  diga respeito à história lampiônica e sertaneja tais como Messianismo, religião, coronelismo dentre outras.

 
José Cicero, Manoel Severo e Sousa Neto

Como se percebe, uma  verdadeira saga cultural empreendida pelo otimismo de todos quantos se deixam ferroar literalmente pelo marimbondo dos sertões, assim como pela usança   do chapéu de couro quebrado e o surrado imborná de antigos jagunços e cangaceiros rasgando as caatingas do mundo. Eis aí os legítimos vaqueiros da história guiados(que são) por este grande timoneiro do bem, chamado Manoel Severo Barbosa. Um homem de pura exceção, cujo apego e a determinação  aos estudos relacionados aos sertões tem sido quase uma profissão de fé. 

Decerto, está aí a principal razão para o estrondoso sucesso  desta confraria de amigos e de irmãos  denominada de Cariri Cangaço. Parabéns a todos os seus integrantes, admiradores e conselheiros. 

Viva o Cariri Cangaço 2015, viva!

José Cícero Silva, poeta e escritor
Secretário de Cultura de Aurora
Conselheiro do Cariri Cangaço

http://cariricangaco.blogspot.com.br/2015/04/cariri-cangaco-uma-saga-de-corajosos.html
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O TRAIDOR - CULPADO OU INOCENTE?


Cobra-d'água caiu em desgraça com Lampião no dia em que êle desconfiou que a policia o esperava de emboscada sempre que invadia uma Vila qualquer.

Descobriu que era Cobra D'água que estava lhe alcaguetando para os "macacos" e chamou-o às falas. 

Volta Seca

Volta Seca quis sangrar logo Cobra-D'água, mas Lampião arrogou-se o direito de fazer êle mesmo o serviço.

Mandou amarrá-lo no tronco de uma árvore e passou dois dias e duas noites cuspindo-lhe o rosto, cortando-lhe o corpo pedacinho por pedacinho, com o punhal de cabo de prata cravejado de pedras coloridas.

A cada golpe, a cada cusparada, dizia:

- Cobra D´água, Cabra traidor é pior que macaco das Volantes.

Obs: O texto acompanha a grafia utilizada a época.

Transcrito por: Geraldo Antônio de Souza Júnior (Administrador)

Fonte principal: Jornal do Brasil
Segunda fonte: facebook
Página: Geraldo Júnior

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Nazarenos e a Festa de Encerramento do Cariri Cangaço Princesa 2015


A espetacular Vila de Nazaré do Pico, distrito de Floresta, no estado de Pernambuco foi a responsável pelo acolhimento do encerramento do Cariri Cangaço Princesa 2015. Depois das visitas à Fazenda Jenipapo e ao Poço do Negro, a Caravana  Cariri Cangaço aportava na mais famosa vila do sertão nordestino, quando se fala em cangaço; a terra dos Nazarenos. 

A capela de Nazaré do Pico ficou pequena para a acolhida de encerramento do Cariri Cangaço Princesa 2015. A chuva fina e o céu de um azul belíssimo das 17 horas pareciam reverenciar aquele momento histórico. "Nazaré vive um momento histórico, enfim estamos testemunhando um ato que começa a resgatar o histórico valor desse povo" fala Ângelo Osmiro; pesquisador e escritor, presidente do GECC. 

 Manoel Severo no encerramento do Cariri Cangaço em Nazaré do Pico
 
 Netinho Flor, anfitrião do Cariri Cangaço em Nazaré
Amanda Feitosa, secretária de educação e cultura de Floresta

A abertura do evento ficou a cargo do curador do Cariri Cangaço, Manoel Severo que ressaltou a grande "emoção de estar pisando o solo sagrado de Nazaré" concluindo: "É nosso desejo que a partir de hoje possamos, juntos, de forma efetiva concretizar o sonho de termos aqui em Nazaré o Museu das Volantes, resgatando uma dívida histórica de todo o Brasil com esses homens que se notabilizaram pela coragem, valentia e defesa da honra do povo do sertão; aqui nos sentimos em casa, aqui sempre somos acolhidos com carinho e respeito e saibam que sempre poderão contar com o Cariri Cangaço".

Hildebrando Neto; Netinho Flor; um de nossos anfitriões revelou a satisfação da realização do Cariri Cangaço em Nazaré: "Grande Severo, nós ficamos extremamente felizes com a presença de vocês na nossa querida terrinha. Nazaré estará sempre de portas abertas para receber a família Cariri Cangaço, e tem mais: João Lucas não se cansa de olhar  o Título que recebeu, muito obrigado ao Cariri Cangaço de coração, contem conosco sempre"!

 Ulisses Ferraz e Aderbal Nogueira
 Angelo Osmiro e Cristina Amaral Lira
 Amanda Feitosa Goiana e João Lucas de Souza Ferraz Nogueira

Cristina Amaral Lira, filha de um dos mais destacados combatentes Nazarenos; tenente João Gomes de Lira, também disse da emoção do momento: "Não tenho palavras para dizer de minha imensa emoção, muito obrigado ao Cariri Cangaço por esse momento. Meu pai sem dúvidas, de onde estiver, esta muito feliz".

Ainda dentro da programação de encerramento o Conselho Curador do Cariri Cangaço outorgou Títulos de Amigo do Cariri Cangaço às personalidades locais, representando as famílias nazarenas: Ulisses Ferraz e Cristina Amaral Lira, e num momento mais que especial ao pequeno João Lucas de Souza Ferraz Nogueira, de apenas 4 anos;filho de Netinho Flor e Nanci, representando as novas gerações de Nazarenos. 

Julio Cesar Nogueira, Wescley Rodrigues, Sousa Neto, Rostand Medeiros e Manoel Severo
Caravana Cariri Cangaço e a Festa em Nazaré
 
 Pedro Barbosa, Manoel Severo e Rubelvan Lira
 Gilson Nazaré e Manoel Severo
Geraldo Ferraz, Roberto Soares, Manoel Severo e Cristina Amaral Lira
Amanda Feitosa Goiana e Manoel Severo

Ao final a Caravana Cariri Cangaço foi recepcionada com um autêntico "manjar sertanejo da gôta serena..." na residência de Netinho Flor e Nanci, com direito a "Umbuzada" e um Festival de Tapiocas que acabou fazendo do encerramento do Cariri Cangaço uma grande festa de alma verdadeiramente nordestina.

Cariri Cangaço Princesa 
21 de Março de 2015
Nazaré do Pico - Floresta, Pernambuco

http://cariricangaco.blogspot.com.br/2015/04/nazarenos-e-festa-de-encerramento-do.html

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UM IRMÃO DE CORISCO... DIZ O JORNAL !


Fonte: facebook
Página: Corisco Dadá

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NO JUÀZEIRO DO PADRE CÍCERO – PARTE I


“...porque Lampião viera ao Juazeiro na boa fé dos tratados.”
GUSTAVO BARROSO
(“Almas de Lama e de Aço”)

LAMPIÃO e seus cabras chegaram ao Juàzeiro do Padre Cícero no dia 4 de Março de 1926, numa quinta-feira.

O portador da carta que lhe mandara o deputado federal Floro Bartolomeu da Costa, convidando-o a apresentar-se no quartel-general dos beatos e cangaceiros, então convertido em sede dos “patriotas” defensores da legalidade do governo Arthur Bernardes, foi um rábula, de nome José Ferreira de Menezes Longe.

Há uma outra versão: de que o padre Cícero, do próprio punho fizera idêntico convite ao bandoleiro, o que pusera Lampião desconfiado por não conhecer a caligrafia do padrinho. A intervenção do fazendeiro Né da Carnaúba, garantindo a autenticidade da carta, apagou a dúvida no espírito de Virgulino.

Outros afirmam que o padre não aprovou a iniciativa do doutor Floro Bartolomeu, mas opôs obstáculos, dominado que sempre foi pelo médico baiano.


Sonhava o padre recuperar Lampião, como fizera, antes, com Sinhô Pereira e Luiz Padre. Dizem que chegaram mesmo, de uma feita, a escrever cartas aos coronéis Ângelo da Gia, de Floresta, e João Novais, do Navio, pedindo-lhes que cedessem em suas fazendas um trato de terra para Lampião cultivar.

Sinhô Pereira e Luiz Padre

Há quem afirme, também, que ao deixar o Juàzeiro, nessa viagem de 1926, Virgulino levava no bolso uma carta do reverendo a um amigo do Maranhão ou Goiais, fazendeiro poderoso, na qual pedia que o acolhesse e o encaminhasse ao trabalho do campo.

Mas ainda: Que Lampião só atacara Mossoró, após sua permanência no Juàzeiro, porque soubera que o governo do Ceará não mais estava disposto a permitir sua entrada no vale do Cariri, sob qualquer pretexto, atitude essa que teria sido aprovada pelo próprio taumaturgo. Tal proibição calara fundo na alma de Virgulino, a quem se atribui esta reação:

- Então não querem nem que eu vejo mais o meu padrinho? Pois bem: eu nunca fui bandido, mas de agora em diante é que eu vou ser! – e arrasou o Rio Grande do Norte, para começo de conversa.

Quando chegou ao Juàzeiro, em 26, já havia desaparecido a maioria dos grandes nomes do cangaço e do fanatismo dos primeiros tempos da cidade: os beatos da Cruz, Romualdo, Vicente, Ricardo, Elias e os valentes Mané Côco, Zé Pedro, Mané Chiquinho, Antônio Calangro, Pedro Pilé, Antônio Vaqueiro, Zé Pinheiro, Quintino e Canuto Reis.

CONTINUA...

Fonte: Lampião
Autor: Nertan Macêdo
Ano de publicação: 1970

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