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sábado, 14 de junho de 2014

Antonio Conselheiro (Quixeramobim, CE. - Canudos, BA.)


A religiosidade praticada em torno de Antonio Conselheiro cuja figura é conhecida no desenho de Acquarone publicado na revista Dom Casmurro (1946), representava o uso da crença como “contestação” política e social sobre o palco da peça do teatro do agreste em que um bom título seria: “mais fácil abrir as portas do céu do que as portas da terra para os esquecidos”.

Antonio Vicente Mendes Maciel ou “Antonio Conselheiro”,* nasceu em Quixeramobim, sertão do Ceará,  em 13 de março de 1830 e morreu de causas ignoradas em 22 de setembro de 1897, quando foi arrazado o arraial de Canudos pelas tropas do Exército, no governo de Prudente de Morais. Aos 44 anos, abandonado por sua mulher, tornou-se pregador. Peregrinou pelo Nordeste acompanhado de muitos adeptos. E sua figura despertou inquietação entre representantes da Igreja católica, que solicitaram ações por parte das autoridades contra o beato. Foi preso diversas vezes, acusado de perturbar a ordem pública e encorajar a desobediência às institiçoes civis e religiosas. Mas, sua fama se espalhava pelo Nordeste, era tido como um profeta, um homem de Deus, apesar de os conselheiristas não se considerarem eleitos à espera da salvação, mas, sim, como manifestantes de uma entrega total a Deus e buscando os recursos para a manutenção da vida e melhores condições para o povo do sertão abandonado e oprimido pelo latifúndio, pelo Estado e por uma Igreja distante e ausente.


Antonio Conselheiro e seus adeptos queimaram publicamente numa localidade baiana, os editais do governo. Foram então, mandados ao local 35 soldados da polícia para prendê-los, mas, os soldados foram derrotados pelos beatos. Alguns anos depois, Antonio Conselheiro decidiu deixar a vida de peregrinação e fundar uma comunidade que chegou a ser composta de 25 mil pessoas habitantes de 5 mil casas. Ergueu um arraial em um latifúndio (grande extensão de terras), abandonado no sertão da Bahia. Perto de lá havia um rio temporário chamado “Vaza-Barris”, (porque a lata furava batendo nas pedras do raso rio) onde moravam em humildes choças de palha, umas poucas famílias. A região era árida, o solo pedregoso e nas secas prolongadas o rio secava e a água só era obtida cavando profundamente o barro do leito ressecado do rio.  Mas, Antonio Conselheiro chamou o lugar de Belo Monte. No entanto, devido a abundância de uma vegetação chamada “canudo-de-pito”, o lugar ficou conhecido como Canudos. O maior perigo de Canudos às autoridades, residia no exemplo da comunidade religiosa que não se isolava, mas, sim, mantinha contatos com as outras vilas e arraiais, propagando assim, uma forma organizativa que colidia de frente com o Estado dos senhores de terras.

"O SERTÃO VAI VIRAR MAR E O MAR VAI VIRAR SERTÃO"

Uma profecia de Antonio Conselheiro diz que "O Sertão Vai Virar Mar e o Mar Vai Virar Sertão", hoje, passados mais de 100 anos da existência de Canudos (1896 a 05 e 06 de outubro de 1897), o arraial de Canudos está submerso nas águas do açude de Cocorobó. Outra região do sertão baiano também 'virou mar': No vale do rio São Francisco foi construída a imensa barragem de Sobradinho e deixou submersas várias cidades.

"Um problema comercial acerca de uma compra de madeira na cidade de Juazeiro deu motivo para que uma tropa de soldados da polícia baiana investisse contra os seguidores de Conselheiro em novembro de 1896.

A derrota dos policiais deu início a um conflito que ficou conhecido como Guerra de Canudos, que assumiu enormes proporções. Mobilizaram-se tropas do exército em três ou quatro expedições militares que, enfrentando enorme resistência da população de Canudos, promoveram um massacre no arraial. O confronto estendeu-se até 5 de outubro de 1897, quando o exército tomou definitivamente o arraial com 5 mil soldados. Segundo relatos do livro "OS Sertões" de Euclides da Cunha, no penúltimo capítulo ("Canudos Não Se Rendeu"), os últimos a se renderem foram 4 sertanejos: "1 velho; 2 homens feitos e 1 criança, na frente dos quais rugiam raivosamente 5 mil soldados". 

Antônio Conselheiro já havia morrido, não se sabe exatamente como". Seu corpo foi levado para exames antropométricos do crânio pelo Dr. Nina Rodrigues e ficou para estudos médicos por 8 anos. Em 03 de março de 1905 um incêndio na Faculdade de Medicina do Terreiro de Jesús, em Salvador, Bahia, destruiu a cabeça de Antonio Conselheiro que ali estava desde outubro de 1897, final definitivo de Canudos.

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Padre Cícero Romão Batista (Crato, 1844 - Juazeiro do Norte, 1934)


A religiosidade praticada em torno do padre Cícero representava “aceitação” das regras políticas e sociais da República

Cícero Romão Batista* é cearense, o líder religioso do povo sertanejo oprimido pelo latifúndio, pelo Estado e por uma Igreja distante e ausente. Nasceu no Crato, em 1844 e faleceu em Juazeiro do Norte em 1934, aos 90 anos de idade. O “padroeiro do Nordeste”, pessoa influente na região, foi o  fundador de Juazeiro do Norte, em 1872. Além de orações e bençãos, “padim” aconselhava seus “afilhados” sobre atividades econômicas, doenças, questões familiares, desavenças, e sugeria nomes de candidatos para as eleições.  Participante ativo da política, envolveu-se nas disputas que envolviam mortes entre as oligarquias das famílias dos “coronéis” do sertão nordestino. Ligado aos “coronéis”, aos jagunços e aos cangaceiros.   Foi prefeito, deputado federal, e vice-governador. “Padim”, é lider, mediador, curador, aconselhador, padrinho e santo.

Ainda jovem, aos 28 anos, foi suspenso pelo Vaticano do cargo de vigário de Juazeiro, mas, construiu uma igreja em torno da qual se formou uma comunidade. Sua liderança foi ainda mais misturada ao intenso misticismo e fanatismo do seu povo, que padecia fome e sede no sertão do Ceará. No início do Século XX surgem bandos com o intuito de vingar injustiças e mortes de suas famílias. Para combater esse novo fenômeno social, o Poder Público cria as "volantes". Nestas forças policiais, os seus integrantes se disfarçavam de cangaceiros, tentando descobrir os seus esconderijos. Logo, ficava bem difícil saber ao certo quem era quem. Do ponto de vista dos cangaceiros, eles eram, simplesmente, os "macacos". E tais "macacos" atuavam com mais ferocidade do que os próprios cangaceiros, criando um clima de grande violência em todo o sertão nordestino. Nesse contexto, surge a figura do Padre Cícero Romão Batista, apelidado pelos fanáticos até hoje, de “Santo de Juazeiro”, que nele vêem o poder de realizar milagres. Endeusado nas zonas rurais nordestinas, o Padre Cícero conciliava interesses antagônicos e amortecia os conflitos entre as classes sociais. Em meio a crendices e superstições, os milagres (muitas vezes, resumidos a simples conselhos de higiene ou procedimentos diante da subnutrição) atraem grandes romarias para Juazeiro, ainda mais porque os seus conselhos erão gratuitos. O Santo de Juazeiro, contudo, a despeito de ser um bom conciliador e uma figura querida entre os cangaceiros, utilizava a sua influência religiosa para agir em favor dos "coronéis", desculpando-os pelas violências e injustiças cometidas. Teve como ferrenho inimigo o bispo Dom Joaquim, que o delatou a Roma, o que veio a causar o impedimento de padre Cícero ministrar os sacramentos, realizar missas, batizados e casamentos, e, até hoje ainda não estar reabilitado perante o clero romano. Padre Cícero encontrava soluções para tudo: Segundo referem alguns velhos que ouviram de seus ascendentes, a festa de Nossa Senhora das Candeias em Juazeiro se deve ao fato de um seu afilhado ir queixar-se de estar passando fome porque não estava vendendo nada na sua sucata, então o padre Cícero mandou que ele começasse a fabricar lamparinas de latas, o homem obedeceu e no domingo, na hora da missa o padim anunciou que doravante haveria uma procissão de Nossa Senhora das Luzes e que todos levassem não velas, mas lamparinas, então, todos passaram a se apegar a Nossa Senhora das Candeias. O sucateiro não dava vencimento e trabalhava: Abria as latas durante a noite e pela manhãzinha ia soldar, fato que lhe trouxe algumas reclamações “de incomodar o sono dos vizinhos”, mas que também foi resolvido pelo padim. Mas não foi só isso. Com o aviso da procissão toda a cidade (que andava meio parada), se mobilizou: chegavam e partiam caminhões para abastecer com o querosene e os caminhoneiros levavam a notícia, chegavam os caminhões pau-de-arara com romeiros, abriram-se mercadinhos, restaurantes, hospedarias, o povo apanhava latinhas nas ruas, as sucatas compravam e vendiam, os artesãos fabricavam terços, as gráficas catecismos e santinhos, os mascates se misturavam às multidões de romeiros de todos os lugares... A um ato do padim Ciço Juazeiro prosperava... Hoje a cidade de Juazeiro do Norte, do Ceará, é local de peregrinação e túmulo do padre Cícero. É centro comercial, centro de artesanato e centro turístico, para lá afluem durante todo o ano peregrinos para pagarem promessa de curas e milagres do "padim", visitarem a sua casa onde tem estátuas dele e seu cotidiano, comprarem fitas bentas e santinhos, assistirem missas, principalmente a missa do chapéu em que a multidão agita chapéus de palha de carnaúba, (contam que o corpo de padre Cícero foi exposto por um momento, aos fiéis na janela de sua casa, e, um de seus afilhados - como eram todos - rapidamente subiu atá a janela, tirou o chapéu e tapou o sol do rosto do "padim" impedindo que o sol lhe incomodasse) e subirem até o monte do horto onde está a sua 

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Casa histórica. Aí, aconteceu um fato que foi decisivo para a derrocada do cangaceirismo.


Casa histórica. Aí aconteceu um fato que foi decisivo para a derrocada do cangaceirismo. Que lugar é este e sua relação como o cangaço?


O pesquisador Rivanildo Alexandrino opinou: 

- Seria a casa de Pedro de Candida?


José Mendes Pereira disse:

- Grande Rivanildo Alexandrino: É verdade. É a casa do coiteiro Pedro. Apenas houve um trocadinho no seu apelido, que não é Pedro de Cândida, e sim Pedro de Cândido, faz referência ao seu pai, que era Cândido. Algumas pessoas ainda escrevem o nome do coiteiro Pedro de Cândida, inclusive eu. Só deixei de usar quando fui informado pelo escritor e pesquisador do cangaço Alcino Alves Costa que não é Pedro de Cândida, e sim Pedro de Cândido.


Fui informado através de e-mail, que segundo Alcino conheceu muito a mãe do Pedro, e ela se chamava Guilhermina. Estas foram as palavras que me enviou o Alcino Alves Costa: 

"- Amigo Mendes, afirmo-lhe com toda certeza que a mãe do coiteiro Pedro, irmão de Durval Rosa, não se chamava Cândida, e sim Guilhermina. Conheci muito esta senhora...".

  
O pesquisador Ernani Neto disse:

- Casa da Fazenda Angico, onde morava a mãe de Pedro de Cândido e Durval Rosa.


O pesquisador Sálvio Siqueira disse:

- Errando no meu comentário, com certeza, o amigo Jairo Luiz Oliveira acertou, com o seu, no 'miolo' da questão. (...) "Casa da mãe de Pedro de Cândido, coiteiro que indicou que o grupo de Lampião estava próximo à margem do Rio São Francisco (SE), em 1938 (...)". Fonte portal do Cangaço.


Já o pesquisador Voltaseca Volta disse:

-  O Dr. Jairo arrebentou, juntamente com o senhor Ernani Neto! De fato, essa era a casa de dona. Guilhermina Rodrigues Rosa, mãe de Pedro e de Durval. E foi nessa casa sob tortura que Pedro chamou o irmão Durval e levaram a volante do tenente João Bezerra até o coito de Lampião, dizimando ao raiar do dia 28 de Julho de 1938, o rei do cangaço e mais 10 (incluindo Maria Bonita). É uma pena, que, hoje, essa casa não exista mais, nem os escombros... Abraço Volta Seca.


O escritor e pesquisador do cangaço José Sabino Bassetti disse:

- Em companhia de Francisco, descendente da família, cheguei a ver os escombros dessa casa. Foto raríssima.


O pesquisador Jairo Luiz Oliveira disse:

- Casa de Pedro Rodrigues Rosa filho Cândido e Guilhermina Rodrigues Rosa, portanto seu apelido era Pedro de Cândido fazendo referência ao pai dele.

Fonte: facebook
Página: Voltaseca Volta

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E assim se passaram 87 anos da tentativa de assalto à Mossoró por Lampião


Exatamente nesse horário 17:30 do dia 13 de Junho de 1927 acontecia em Mossoró, no Estado do Rio Grande do Norte, o confronto do bando de LAMPIÃO com sua população, digo seus defensores... E assim se passaram 87 anos...

Fonte: facebook

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Foto das cangaceiras Áurea de Mané Moreno e Rosinha de Mariano


Raríssima fotografia na fazenda Barra do Ipanema, 1936. Áurea, esposa de Manoel Moreno e Rosinha, grávida de Mariano. O retratista foi o dono da fazenda, Julio de Freitas Machado.

Fonte: facebook

Nota do:
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"Segundo o escritor Alcino Alves Costa em seu livro "Lampião Além da Versão Mentiras e Mistérios de Angico" a cangaceira Rosinha, filha do vaqueiro Lé Soares e irmã da cangaceira Adelaide, foi assassinada porque não obedeceu o que  Lampião lhe dissera, que a liberava para fazer visitas aos seus familiares, mas não se demorasse. Rosinha achando que Lampião esqueceria do que lhe dissera, não retornou ao coito no prazo estipulado pelo rei.

Temendo que ela poderia ser presa por alguma volante, e com certeza denunciaria a localização do seu coito, Lampião ordenou que alguns cangaceiros fossem à procura da Rosinha, e lá mesmo a matassem. E assim foi feito o assassino da ex-companheira do cangaceiro Mariano, que nesse período já havia sido abatido pela força policial do tenente Zé Rufino.

Grande pesquisador Antonio de Oliveira:

Mais uma foto que eu não a conhecia. 
Eu já conhecia a Rosinha do cangaceiro Mariano, mas isoladamente. 
Em companhia da Áurea do cangaceiro Mané Moreno eu ainda não tinha visto".

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