Seguidores

quarta-feira, 12 de setembro de 2018

LUIZ GONZAGA E GONZAGUINHA - PENSE N'EU

https://www.youtube.com/watch?v=3XDblMUgBP8

http://blogdomendesemendes.bogspot.com

LIVROS É COM O PROFESSOR PEREIRA



franpelima@bol.com.br

http://blogdomendesemendes.blogspot.com

LIVRO "LAMPIÃO A RAPOSA DAS CAATINGAS"


Depois de onze anos de pesquisas e mais de trinta viagens por sete Estados do Nordeste, entrego afinal aos meus amigos e estudiosos do fenômeno do cangaço o resultado desta árdua porém prazerosa tarefa: Lampião – a Raposa das Caatingas.

Lamento que meu dileto amigo Alcino Costa não se encontre mais entre nós para ver e avaliar este livro, ele que foi meu maior incentivador, meu companheiro de inesquecíveis e aventurosas andanças pelas caatingas de Poço Redondo e Canindé.

O autor José Bezerra Lima Irmão

Este livro – 740 páginas – tem como fio condutor a vida do cangaceiro Lampião, o maior guerrilheiro das Américas.

Analisa as causas históricas, políticas, sociais e econômicas do cangaceirismo no Nordeste brasileiro, numa época em que cangaceiro era a profissão da moda.

Os fatos são narrados na sequência natural do tempo, muitas vezes dia a dia, semana a semana, mês a mês.

Destaca os principais precursores de Lampião.
Conta a infância e juventude de um típico garoto do sertão chamado Virgulino, filho de almocreve, que as circunstâncias do tempo e do meio empurraram para o cangaço.

Lampião iniciou sua vida de cangaceiro por motivos de vingança, mas com o tempo se tornou um cangaceiro profissional – raposa matreira que durante quase vinte anos, por méritos próprios ou por incompetência dos governos, percorreu as veredas poeirentas das caatingas do Nordeste, ludibriando caçadores de sete Estados.
O autor aceita e agradece suas críticas, correções, comentários e sugestões:

(71)9240-6736 - 9938-7760 - 8603-6799 

Pedidos via internet:
Mastrângelo (Mazinho), baseado em Aracaju:
Tel.:  (79)9878-5445 - (79)8814-8345
franpelima@bol.com.br
Clique no link abaixo para você acompanhar tantas outras informações sobre o livro.
http://araposadascaatingas.blogspot.com.br

http://blogdomendesemendes.blogspot.com

O CIRCO E AS LÁGRIMAS

Clerisvaldo B. Chagas, 13 de setembro de 2018
Escritor Símbolo do Sertão Alagoano
Crônica: 1.982
DESARMANDO O CIRCO. (FOTO: CLERISVALDO B. CHAGAS).
O circo, diversão das ruas em todos os tempos, vai sofrendo reveses paulatinamente. Numa época em que não havia televisão, a chegada de um circo numa cidade, pequena ou grande, era motivo de reboliço. Alguns deles, além da parte do espetáculo propriamente dito, mostravam também o chamado drama. Este era o tipo de circo-teatro, perfeição de arrepiar. Inúmeros talentos eram tão reconhecidos quanto os do teatro fixos de hoje. Uns apresentavam tanto luxo que de fato imitava um mundo de sonhos, um mundo encantado onde todos os espectadores desejavam explorá-los. Com as novas formas de diversão que foram surgindo no mundo, o circo foi encolhendo e entrando em crise.
Diante dessa situação que vai extinguindo esse tipo de espetáculo, chegou a Santana do Ipanema um circo que se instalou no Bairro São José. As escolas da vizinhança foram convidadas, mas como um apelo de socorro. O preço de entrada estava lá em baixo e algumas escolas mandaram seus alunos para o divertimento. O espetáculo desses talentosos artistas nada deixou a desejar, como sempre. É o mágico, é o palhaço, a rumbeira o mágico, o equilibrista... Mas a situação visual do circo deixou uma tristeza grande nos que compareceram. Aí vamos pensando nos bens públicos e na cultura que convivem com o mesmo desprezo no país.
O circo, além de tantos artistas de primeira a amenizar com alegria o sofrimento geral, é refúgio contra a marginalidade de jovens e adultos através do seu abraço. O que custa uma ajuda empresarial, estadual... Para a compra de uma lona, de um picadeiro de alguns objetos que fazem a felicidade de multidões. Os corações duros, gelados, não se abrem para a caridade de ouro. Assim os jovens, que foram ao circo, procuram entender ou não o desprezo com a cultura ambulante e salvadora de muitas mazelas. Contemplamos com tristeza a fome que ronda todos os dias pequenos e médios circos do país, pois até os grandes estão desistindo.
Chora o povo, chora o palhaço.


CARTA A UMA MENINA QUE ANDA POR AÍ

*Rangel Alves da Costa
Rangel Alves da Costa

Bela menina, bela flor da mocidade, e que anda por aí alegrando os dias, assim continue, assim se permita viver se assim lhe contenta.
Menina bela, linda flor e meiga flor da juventude, e que andeja por aí alegrando as paisagens, que suas pétalas macias continuem em viço pelos ressecados canteiros.
Sei que não é qualquer uma que apenas passa, mas aquela que passa com encanto e beleza. Diferente de muitas outras, sua passagem é como sopro de brisa, como canção da tarde.
Beleza sem qualquer imposição de beleza. A pele da pele, o cabalo do cabelo, o lábio no lábio, a face na face. Nada, absolutamente é forjado para lhe dar majestade.
Beleza na roupa, na sandália, no corte do cabelo, na pintura e no batom? Não. De jeito não. A sua beleza está, acima de tudo, na moldura própria que lhe adorna.
Não precisa de roupa de grife, de penduricalhos da moda, de vestes de marcas para ornar sua flor. És bela por que és bela, por que não precisa de enfeites para ser olhada, avistada, adorada.
Sei que falam - até as outras meninas de sua idade - da roupa simples que veste, do seu jeito simples de ser, do seu desapego ao material. Um vestido de chita lhe cai bem, uma roupa barata também.
Sei que falam de seu chinelo de pé, de seu cabelo ao vento, de sua pele sem maquiagem, de suas orelhas sem brincos e de seus dedos sem anéis. Talvez uma concha de mar como pingente ou uma pulseira de cipó do mato.
Sei que falam de seu jeans surrado, de sua blusa florida, de sua roupa já desgastada de tempo. E certamente falam de você não se importar com nada que digam sobre o seu jeito simples e humilde de ser.


Sei que falam de seu silêncio, de sua pouca palavra, de seu sorriso escondido, de suas poucas e escolhidas amizades. Falam quando fala sozinha, falam de sua amizade com os bichos, com as flores e folhas.
Sei que falam por que não é como elas, que não gosta de viver nas calçadas ou nos escondidos, que não gosta de viver com copo à boca ou cigarro à mão, que não gosta de amizades falsas nem de estar olhando a vida dos outros.
Sei que falam por ser recatada demais, por não andar namorando um e outro, por não gostar de baladas nem de sair sem hora para retornar. Sei que falam por que respeita seus pais, por que gosta do lar e da família, e por ouvir e seguir os bons conselhos.
Sei que falam de todo e de qualquer jeito. Falam mal você sendo assim, imagine se fosse como os outros desejam. Querem moldar ou mudar o seu jeito para mais tarde terem ainda mais motivos para falar.
A beleza faz mal a quem é não é belo. A inveja cria a falsidade, a palavra indigna, o desprestígio. Mas o que lhe afetar se você foge das falsas amizades e daquilo que possa lhe macular.
Dificilmente alguém chegará perto de você para mostrar reconhecimento. Poucos são aqueles cuja verdade não admite dizer diferente. E no seu passo, no seu caminhar, você encontrará pessoas boas, mas também a maldade em forma humana.
Mas não se importe não, bela menina. Siga seu caminho, mostre ao mundo sua singela beleza. Saiba que existem flores e flores. As que os outonos logo murcham e levam e as que continuam alegrando os jardins da vida. E continuará assim, bela flor por onde passar.

Escritor
blograngel-sertao.blogspot.com
http://bogdomendesemendes.blogspot.com

PERSONAGENS DA HISTÓRIA CANGACEIRA.

Por Geraldo Antônio De Souza Júnior​

JOSÉ MIGUEL DA SILVA "ZÉ DE NENÉM". 

Primeiro companheiro de Maria Gomes de Oliveira a Maria de Déia, que veio a se tornar a célebre Maria Bonita companheira inseparável do temível cangaceiro Virgolino Ferreira da Silva "Lampião", com quem conviveu e trilhou até o dia de sua morte ocorrida em 28 de julho de 1938. 

Ao que consta algum tempo após a separação o sapateiro Zé de Neném teria ido morar na região sudeste do país e por fim terminou seus dias de vida em uma cidade do interior do estado de São Paulo. 

https://cangacologia.blogspot.com/2018/09/personagens-da-historia-cangaceira.html

http://blogdomendesemendes.bogspot.com

REVISTA FATOS & FOTOS, Nº 90, 20 DE OUTUBRO DE 1962

A aventura sangrenta do Cangaço - ABC de Lampião

Reportagem de Nonnato Masson
Reproduções fotográficas de Nelson Santos e Juvenil de Sousa. 
Como sabemos, algumas estórias sobre Lampião são desencontradas dos fatos reais. Nessa reportagem de Nonato Masson encontramos algumas disparidades com historiadores e pesquisadores do cangaço lampiônico. De qualquer forma, mesmo com algumas colocações diferentes, não deixa de ser literatura histórica mesmo tendo sido escrita muito depois da morte de Lampião. Aqui trago mais uma dessas matérias para os que gostam de estórias do cangaço.
 

ATÉ 1912, o cangaço era um fato normal nos sertões do Nordeste. As façanhas de Lucas da Feira, Cabeleira, Jesuíno Brilhante e Antônio Silvino corriam de boca em boca, com sabor de lenda, a par de histórias que falavam dos jagunços do Bom Jesus Conselheiro e do padre Cícero Romão Batista, o santo de Juazeiro. 

Foi nesse ano que o Governador Castro Pinto, da Paraíba, tomou a iniciativa de uma convenção, para combater o banditismo entre os governos dos Estados de Pernambuco, Rio Grande do Norte, Paraíba e Ceará. 

Além da ajuda mútua, foram eliminadas as fronteiras entre os estados, podendo a fôrça policial de um penetrar em outro, sem qualquer pedido de autorização. Dessa convenção participariam depois os governos da Bahia, Alagoas e Sergipe. Assim, com o Nordeste sem fronteiras, as tropas volantes, que não seguiam um plano de combate pré-estabelecido, e sem um comando único, enfrentaram-se várias vêzes na suposição de estarem lutando contra os cangaceiros. 

No ano de 1914, após uma luta feroz em Taquaretinga, Manuel Batista de Morais, conhecido por Né Batista e por Antônio Silvino, e que há cérea de 20 anos era o rei do sertão, foi baleado e entregou-se ao Alferes Teofanes Tôrres. Prêso Antônio Silvino, os cangaceiros Casemiro llonório e Né Pereira refugiaram-se na ribeira do Pajeú das Flores, de onde passaram a comandar o cangaço em toda a extensão que vai de Pernambuco à zona baiana do rio São Francisco.

BALEADO em Inhamuns, Ceará, por questões de terras, Antônio Alves Feitosa fugiu com o seu filho José Feitosa depois de ter morto um fazendeiro. Foi para Pernambuco, onde passou a viver como lavrador em Passagem, Distrito de Carqueijo. Morrendo o velho Feitosa, José, para se ,livrar definitivamente da polícia cearense, trocou o nome para José Ferreira da Silva, casou-se com Maria José Lopes e comprou uma fazenda em Ingazeira, às margens do riacho São Domingos, em Serra Vermelha, no Município de Vila Bela, hoje Serra Talhada. 

Da união de José com Maria, nasceram Antônio, Livino, Virgulino, João, Anália, Ezequiel, Virtuosa, Maria e Angélica. Virgulino Ferreira da Silva nasceu a 12 de fevereiro do ano de 1900, depois de Antônio e Livino. 

COUBE à avó de Virgulino, de nome Jocosa, mãe de Maria, criá-lo dos cinco aos doze anos de idade. Ela morava em Poço do Negro, onde, a seu pedido, o seu filho Manuel Lopes matriculou Virgulino na escola particular de Domingos Soriano e Justino Nenéu. Quando tinha doze anos e estava no terceiro ano primário, Virgulino abandonou a escola e passou a domar potros bravos, amansar animais no campo, ganhando logo a fama de ser um dos melhores vaqueiros do Pajeú. 

Aprendeu a fazer selas, gibões, arreios, perneiras, chapéus de couro, alforjes e embornais, que vendia nas feiras de Nazaré, São Francisco (atual Pajeú), Triunfo, Custódia e Salgueiro. Aprendeu com o pai a tocar sanfona de oito baixos. Tinha boa voz para cantar e muita inspiração para tirar toadas, repentes, baiões e xaxados. Uma das suas músicas, a toada "Muié Rendera", seria, tempos depois, o canto de guerra das suas guerrilhas pelos serrotes e pelas caatingas. 

DUAS famílias — a dos Pereiras e a dos Carvalhos, esta tendo os Nogueiras como aliados — travavam entre si uma luta fratricida, desde a revolução pernambucana de 1817, em torno da liderança política da região do Pajeú. O pai de Virgulino foi agregado dos Pereiras e por eles combateu. Um dia, depois de um combate com os Carvalhos, com Antônio e Livino feridos, teve de fugir de Serra Ver-melha, levando tôda a família, passando a morar perto da Vila de Nazaré, no Município de Floresta. Em Nazaré, Virgulino despontou para a aventura sangrenta do cangaço. 

Aconteceu assim: o filho do inspetor de quarteirão José Saturnino inventou que Virgulino lhe havia roubado uns chocalhos de bode. Preso por José Saturnino, de nada adiantaram os pedidos do velho José Ferreira e as declarações de inocência do acusado, que era então um menino de 16 anos. Seu pai e seus irmãos não tiveram outra alternativa: foram soltá-lo a bala. Era a lei do sertão. E dias depois, Virgulino, Antônio, Ezequiel e Livino surpreenderam o filho do inspetor e o mataram. Depois de morto, ainda foi sangrado no pescoço por Virgulino Ferreira, com uma faca pajeú. 

EM Mata Grande, para onde os Ferreiras se mudaram, alguns meses depois, unia tropa de cachimbos (nome dado aos civis contratados para perseguir criminosos) cercou, de surpresa, a casa do velho Ferreira, sob o comando do Cabo José Lucena — que era o delegado volante —, a pedido do inspetor José Saturnino, para prender Virgulino e seus irmãos. 

No ataque foi morto o velho Ferreira, quando debulhava, na cozinha, uma espiga de milho, e preso o seu filho João. Os outros escaparam porque tinham ido à feira vender bodes. [A mulher de José Ferreira, vendo-o morto, caiu fulminada por um ataque do coração.]

FEITO o sepultamento do pai e da mãe, no cemitério de Mata Grande, Virgulino reuniu os irmãos e as irmãs e foi para Vila da Pedra, onde passou a trabalhar como comboieiro para o Coronel Delmiro Gouveia. Corria o ano de 1917. O Coronel Delmiro, que havia construído a primeira usina hidrelétrica no Nordeste, com a energia da cachoeira de Paulo Afonso, e montado a primeira fábrica de linhas da América do Sul, foi misteriosamente assassinado nesse ano, sendo o crime atribuído a elementos ligados aos trustes ingleses que moviam uma guerra sem quartel ao pioneiro alagoano. 

Sentindo-se inseguro em Vila da Pedra depois da morte do Coronel Delmiro, Virgulino deixou as irmãs e João — que não era bom da cabeça — aos cuidados da família de Raimundo Peba, operário da fábrica de linhas. E retornou à Floresta, com os irmãos, à procura do bando de Sinhô Pereira e Luís Padre.

GRANDE foi a surpresa de Sinhô Pereira ao ver, já homenzinhos e afoitos, os filhos do velho José Ferreira, que lutara ao seu lado contra os Carvalhos. Virgulino era quem liderava os irmãos e, por isso, passou a merecer mais atenção de Sinhô Pereira, que lhe deu logo uma espingarda papo-amarelo, novinha. Dias depois, após um choque com uma volante comandada pelo Sargento Optato Gueiros, Virgulino, todo cheio de si, disse a Sinhô Pereira que, no tiroteio com a volante, a sua espingarda não deixou de ter clarão, tal qual um lampião. 

Os cabras acharam muita graça e Luís Padre disse que não seria mais à falta de lampião, para iluminar os caminhos, que eles cairiam na tocaia das volantes. Desde esse dia Virgulino Ferreira da Silva passou a ser chamado de Lampião. E, da bôca da sua espingarda, trocada, anos depois, por um fuzil do Exército, que lhe foi oferecido por autoridades federais, jorrou um clarão, cuja luz, lívida e sinistra, iluminou por mais IS anos os sertões do Nordeste. 

HOUVE, porém, o seguinte: Sinhô Pereira e Luís Padre foram a Juazeiro do Norte, no Ceará, pagar uma promessa a padre Cícero Romão Batista e ali o velho taumaturgo os convenceu a abandonar o cangaço. Eles atenderam e seguiram, com recomendações do padre, para o interior de Goiás, deixando Virgulino e seus irmãos.

INDO a uma festa em Juazeiro, Lampião foi avisado por um beato do padre Cícero que o Deputado Floro Bartolomeu havia prometido ao governador de Pernambuco que o entregaria à policia. Disse-lhe o devoto não acreditar que o padre Cícero concordasse com a prisão, porque quem chegasse Juazeiro ficava garantido com a santidade mas que era bom tomar cuidado, porque "doutor Floro é homem capaz de tudo". 

JUNTANDO seus teréns, Lampião deixou Juazeiro, atravessou Pernambuco e chegou Alagoas, onde encontrou o bando dos irmãos Porcino, Antônio e Manuel, juntando--se a eles. Ficou com os Porcino, até junho de 1922. Nesse ano, os Porcinos decidiram abandonar o cangaço e, dos seus trinta cabras, vinte e um debandaram e nove ficaram com Lampião, que passou a chefia-los. Começou assim Lampião a sua carreira de chefe de bando, comandando doze cabras, inclusive seus três irmãos Antônio, Livino e Ezequiel. 

"LAMPIÃO é rapaz moço, pode ter vinte e dois ano. Tem cartucheira de prata e um rife americano."

MATINHA de Agua Branca, em Alagoas, foi a primeira cidade que Lampião saqueou como chefe de bando. A frente de cinqüenta cabras e com cerca de oitocentos soldados da polícia de três estados no seu rastro, entrou em Matinha de Água Branca sem dar um tiro. Distribuiu seus homens pelos pontos estratégicos da cidade e mandou Cravo Roxo intimar o delegado a fazer uma coleta de dinheiro entre o povo. A seguir, entrou numa igreja e foi rezar para o padre Cícero. 

Depois da reza, seguido pelas crianças que viam nele um herói, foi ao palacete da viúva Joana Vieira da Siqueira Tôrres, Baronesa de Água Branca, de onde levou todas as jóias que ela guardava em três grandes baús de cedro. Não molestou ninguém e saiu de Matinha de Agua Branca debaixo dos gritos das crianças: "Viva Lampião, Viva Lampião." Isso a 22 de junho de 1922. 

NO dia 6 de julho do mesmo ano, Lampião assaltou em Olhos d'Agua a fazenda do Coronel José Rodrigues, levando cinco contos de réis para deixá-lo vivo. Invadiu, a seguir, a Vila do Espírito Santo, e, após essas três investidas, foi-se acoitar numa grota em Tacaratu, onde passou cerca de seis meses sem dar sinal de vida.

"Ô muié rendá. ô muié rendá. Chorô por mim não fica, soluçô vai no borná. O Ceará tá de luto, Pernambuco de sentimento, Alagoa de porta aberta, Lampião xaxando dento." 


PARA fugir à ação das volantes, que passaram a não lhe dar trégua, Lampião permanecia durante meses num esconderijo, onde eram promovidos bailes em que a cachaça corria à solta. Ele mesmo animava os forrós, tocando sua sanfona de oito baixos e tirando toadas que se transformavam em cantos de guerra, como essa "Muié Rendera". Nos bailes, à falta de mulheres, os cabras dançavam uns com os outros, dias e noites seguidos. Lampião fumava pouco e bebia menos. Não gostava muito de cachaça: preferia vinho ou conhaque.

QUANDO pressentia ter-se afrouxado o cerco policial, mandava um dos seus cabras às feiras para assuntar o ambiente. Esses cabras eram os chamados pombeiros e muitos deles foram afastados do bando por Lampião, que lhes dava casa e sustento, mantendo-os como coiteiros, que eram os seus informantes sobre todas os movimentos da polícia. 

RECAIU sôbre os coiteiros, tempos depois, o segredo do terrível domínio de Lampião nos sertões do Nordeste. Em pouco tempo, ele conseguiu organizar e manter, do Ceará à Bahia, uma poderosa rede de espionagem, e até padres, juízes, comerciantes, coronéis de barranco, e mesmo soldados da polícia, uns por temor e a maioria por interesse, passaram a dar o serviço a Lampião. 

SOFRENDO de um glaucoma no olho direito desde que nasceu, Lampião passou a usar óculos a partir dos 22 anos. A cegueira total desse olho, que se manifestaria quatro anos depois, foi uma consequência natural do glaucoma. Segundo depoimento de seus cabras, alguns ainda vivos, ele costumava dizer que "dois óio é luxo", porque para fazer pontaria "basta só um; o outro inté atrapaia"

As ordens de Lampião eram cumpridas à risca. Não falava duas vezes, porque não era de conversa. Lampião gostava de romance de capa e espada, mas não largava o rifle, que era sua bengala.


TINHA 1 metro e 80 de altura, cabelos pretos e escorridos, dentadura perfeita, braços finos e mãos compridas, cheias de veias intumescidas. Era amulatado e magro. 

UM punhal de 73 centímetros de lâmina, atravessado na cartucheira do cinturão, duas outras cartucheiras cruzando o tórax, dois embornais, onde carregava iodo, algodão, sabonete, pasta e escova, um prato de alumínio, duas pistolas "parabellum", um rifle com a bandoleira enfeitada de libras esterlina e antigas moedas de ouro portuguesas, e enrodilhado na cintura o cofre papo-de-ema, a sua burra portátil, cheia de cédulas — esse equipamento, pesando cerca de quarenta quilos, era o de Lampião, que vestia invariavelmente paletó de brim caqui e calça de riscado,  lenço vermelho ao pescoço e calçava alpercatas de couro cru e meias de cores vistosas. 

Usava óculos de de aros de ouro, vários anéis nos dedos, sendo um deles de médico, medalhas do Padre Cícero e Nossa Senhora das Dores e rezas fortes costuradas em panos bentos. Na cabeça, um grande chapéu de couro de viado, batido na frente e atrás, destacando-se, na testeira, um signo-de-salomão colorido de ilhoses. 

VENTANIA, Cobra Verde, Cravo Roxo, Azulão, Criança, Pancada, Maria, mulher de Pancada, Carrapicho, Cobra de Cipó, Asa Branca, Pinto Cego, Come Cru, Patorí, Marreco, Graúna e Mergulhão fo-
ram os cabras que formaram o primeiro bando de Lampião.

XEXÉU, Chá Preto, Besta Fera, Canjica, Jurema e Beija-Flor entraram a seguir. Era ele que os apelidava, com o objetivo de lhes esconder a verdadeira identidade, a fim de livrar a família de cada um das represálias da polícia. Ezequiel, seu irmão, apelidou de Ponto Fino, porque ele era mesmo o fino na pontaria.

ZABELE entrou para o bando de Lampião em 1923. Era um caboclo que vivia repinicando a sua viola nas feiras dos sertões de Alagoas. Um dia, tirou um repente criticando arbitrariedades do delegado de Santana de Ipanema. Foi preso, espancado a chicote de umbigo de boi e marcado a ferro em brasa, pelos soldados, como novilho em curral. 
Conseguiu fugir da prisão e foi juntar-se ao bando de Lampião. Era sempre assim. Para os injustiçados nos sertões do Nordeste, Lampião era a última instância.

http://lampiaoaceso.blogspot.com/2018/09/revista-fatos-fotos-n-90-20-de-outubro.html

http://blogdomendesemendes.blogspot.com

CARIRI CANGAÇO EM SÃO JOSÉ DO BELMONTE-PE


https://www.facebook.com/photo.php?fbid=1935499249845905&set=gm.1119008244929957&type=3&theater&ifg=1

http://bogdomendesemendes.blogspot.com

PRESENTE



Também hoje fui duplamente presenteado, pois além de conhecer o Aderbal Nogueira, tive o privilégio de conhecer a ninguém menos que o escritor Luiz Ruben F.de A. Bonfim, autor de vários livros de relevo sobre o Cangaço e sem que eu deixe de mencionar que o Ruben é uma das figuras de proa no estudo, pesquisa e historiografia sobre o Cangaço, no Brasil.

Que sorte a minha!
Quanto privilégio!!
Quanto aprendizado!!!
Muito obrigado, grande Aderbal Nogueira!
Muito grato, meu amigo e notável Mestre Luiz Ruben F.de A. Bonfim!!







https://www.facebook.com/photo.php?fbid=280887222526797&set=a.136776593604528&type=3&theater

http://bogdomendesemendes.blogspot.com

MANOEL PAU FERRO, VULGO 'ATIVIDADE'

O cangaceiro "capador"
Por Ivanildo Silveira


Manoel Pau-Ferro, conhecido pela alcunha de “Atividade", era  alagoano do município de Pão de Açúcar, sendo irmão do cangaceiro "Velocidade". O cabra "atividade”, inicialmente, pertenceu ao grupo de "Corisco ", posteriormente, com a criação de subgrupos, passou a integrar o de "Pancada ", que passou a ser seu líder...

Esse cidadão, tinha uma grande habilidade na castração de pessoas, que o fazia, com a maior  eficiência e naturalidade....

Foi assassinado pelo, também cangaceiro “Barreira”, que influenciado pela promessa de anistia acabara de aliar-se aos Volantes, e, como prova de submissão, entrega ás autoridades  a cabeça de "Atividade". fato ocorrido em 05 de junho de 1938, na região de Caboclo, Pão de Açúcar, estado de Alagoas.

O cangaceiro  "Barreira", e a cabeça dependurada de "Atividade"
...seu ex-“companheiro”

FONTE: Foto de Frederico Pernambucano de Melo
INFORMAÇÕES: Livro “O Cangaceirismo no Nordeste ", do autor  Bismarck Martins de Oliveira

Abraço a  todos
Ivanildo Alves  Silveira
Colecionador do cangaço
Natal/RN

http://lampiaoaceso.blogspot.com/search/label/Barreira

http://blogdomendesemendes.blogspot.com