Por Rangel Alves da Costa
Já depois da morte de Lampião e da debandada dos cangaceiros que restaram, alguns destes, dentre os quais Canário, Juriti, Maria de Juriti e Penedinho, acabaram chegando nas caatingas da Fazenda Cururipe e aí se acoitaram enquanto faziam planos e tratativas para se entregarem às forças policiais. Adília de Canário não estava, pois em Propriá cuidando da saúde.
Logo Juriti resolveu levar sua companheira Maria para a segurança da casa de seus pais, na Pedra D’água, na vizinha Canindé. Assim, no local ficaram apenas Canário e Penedinho, que aliás, eram primos. Era um emaranhado de parentes. Canário, além de companheiro de Adília também era seu primo, como também parente de Penedinho. E este também primo de Adília. Mas os laços sanguíneos em nada prevaleceu. Quando apenas os dois parentes cangaceiros ficaram no coito, então Penedinho resolveu matar Canário e depois seguir para Serra Negra da Bahia, e assim poder facilitar sua entrega e, quem sabe, até receber um perdão das autoridades. Acertou Canário pelas costas e depois correu.
Em Serra Negra foi logo avisar ao comandante Zé Rufino sobre o acontecido. Ao tomar conhecimento do assassinato do famoso Canário, então Zé Rufino resolveu imediatamente se dirigir ao Coito do Cururipe, ao local da traição. Qual a sua intenção? Apenas e tão somente lançar mão do que Canário pudesse ter deixado, como joias, dinheiro e outros objetos de valor. Recolheu tudo que encontrou, cortou a cabeça do cangaceiro para levar como troféu, e depois retornou. O corpo sem cabeça, tendo ao lado o cachorro também morto, ficou estendido no meio do tempo. Ante a situação tão medonha e degradante, depois o corpo foi recolhido por sertanejos e enterrado um pouco mais adiante, debaixo de um pé de pau. Na foto abaixo, o local onde o corpo sem cabeça de Canário foi enterrado.
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