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sexta-feira, 6 de outubro de 2017

MARIA ANTÔNIA DO SANTÍSSIMO - PINTORA POTIGUAR PRIMITIVISTA.

Por: Francisco Veríssimo De Sousa Neto
MARIA ANTÔNIA DO SANTÍSSIMO - pintora potiguar primitivista 

Maria do Santíssimo nasceu em São Vicente, RN, 21 de dezembro em 1890, e faleceu em sua terra natal, em 04 de dezembro de 1974.

É patrona de uma Biblioteca Municipal na cidade seridoense de São Vicente/RN. 

Foi uma das mais famosas pintoras primitivistas do Rio Grande do Norte. Chegou a ser reconhecida nacionalmente, como uma das mais autênticas pintoras populares do Brasil. 

Enviado pelo professor, escritor, pesquisador do cangaço e gonzaguiano José Romero de Araújo Cardoso

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ADUERN - ASSOCIAÇÃO DOS DOCENTES DA UNIVERSIDADE DO ESTADO DO RIO GRANDE DO NORTE - COMUNICADO AOS ASSOCIADOS E ASSOCIADAS


A Diretoria da ADUERN informa que o ATO UNIFICADO DOS SERVIDORES PÚBLICOS DO RN, anteriormente convocado para o dia 10 de Outubro, terá sua data alterada para o dia 24 de outubro. A definição partiu de uma avaliação coletiva das entidades sindicais e movimentos sociais, que consideraram a necessidade de ampliar a mobilização em suas bases, fortalecendo assim a ação unificada.

Diante da suspensão da atividade do dia 10/10 e de forma articulada com a programação que a ADUERN já havia construído em razão do Estado de Greve na universidade, divulgamos a seguir a agenda de mobilização para as próximas semanas e convocamos toda a categoria a se integrar às atividades. Confira:

10/10 (Mossoró) - Participação na Reunião do Consuni, a partir das 9h, que terá como um dos pontos de pauta (incluído à pedido da ADUERN) a possibilidade de retirada dos inativos da folha de pagamento da UERN e a perda do auxílio-saúde.

10/10 (Natal) – Visita da comissão de mobilização da ADUERN aos Deputados Estaduais na Assembleia Legislativa do RN. Encontro terá como pauta a situação dos aposentados e a autonomia financeira da universidade.

16/10 – Reuniões e audiências públicas em todas as cidades que possuem campus da UERN, com participação de parlamentares da região e autoridades locais. Atividades irão discutir autonomia financeira da universidade, situação dos aposentados da UERN e atrasos salariais.

17/10 – Audiência Pública na Assembleia Legislativa do RN, onde será discutida a autonomia financeira da universidade, situação dos aposentados da UERN e a crise pela qual atravessa a instituição. 
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Jornalista

Cláudio Palheta Jr.

Telefones Pessoais :

(84) 96147935
(84) 88703982 (preferencial) 

Telefones da ADUERN: 


ADUERN
Av. Prof. Antonio Campos, 06 - Costa e Silva
Fone: (84) 3312 2324 / Fax: (84) 3312 2324
E-mail: aduern@uol.com.br / aduern@gmail.com
Site: http://www.aduern.org.br
Cep: 59.625-620
Mossoró / RN
Seção Sindical do Andes-SN
Presidenta da ADUERN
Rivânia Moura

Enviado pelo professor, escritor, pesquisador do cangaço e gonzaguiano José Romero de Araújo Cardoso

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ARTESÃOS SERTANEJOS

Clerisvaldo B. Chagas, 5 de outubro de 2017
Escritor Símbolo do Sertão Alagoano
Crônica 1.752

       Temos visto coisas incríveis dos nossos artesãos alagoanos. Alguns se tornaram famosos e são os que mais ocupam o espaço de noticiários oficiais. Muitos ainda continuam no anonimato, embora as diversas organizações tenham melhorado em muito a visibilidade dos nossos artistas. A maioria trabalha especificamente com apenas uma matéria dominante e outros são versáteis. A estátua do jumento em Santana do Ipanema e a sereia na praia de Pajuçara atestaram competência e criatividade dos nossos escultores com obras maiores. Devido aos diversos tipos de produtos encontrados atualmente no mercado, fica mais fácil enxertar o sonho à realidade. O Sertão precisa reconhecer em monumentos os heróis anônimos no progresso regional.

FOTO DIVULGAÇÃO
Assim Santana do Ipanema tem condições de produzir estátuas através dos seus artesãos, representando os tipos regionais que ergueram à cidade. Entre eles está o vaqueiro, o almocreve, o carreiro, o tirador de leite, o canoeiro, o oleiro e até o banhista representando todos os santanenses quando do Poço dos Homens, do Juá e da Barragem. Foram eles heróis que ergueram a minha terra: O vaqueiro e o tirador de leite representam os sustentáculos das fazendas; o almocreve e o carreiro exportavam e importavam as mercadorias garantindo o abastecimento, encurtando e alargando estradas; o canoeiro serviu à cidade nos momentos mais difíceis das cheias do Ipanema; o oleiro foi quem ergueu a cidade fabricando telhas e tijolos no Minuíno (três olarias grandes e várias pequenas); e o banhista como homenagem a todos que viveram à época dos banhos e das praias do rio.

Se gritarem pelos artesãos locais, eles atenderão o chamado. E um conjunto de sete estátuas erguidas todas em um só lugar, digno e protegido, com boa iluminação e ajardinado, identificadas e com breves históricos, tornar-se-ia ponto turístico de alto valor. Essa ideia não é de agora. Mas agora pode ser o momento de realização para ornar e valorizar a história do município. Uma parceria entre empresários e poder público seria uma solução e oportunidade para os artistas regionais. Quanto ao tipo de material utilizado nas estátuas, os próprios artesãos estudariam o melhor para a resistência às intempéries.

Estão lembrados da ideia que demos da construção de uma Senhora Santa Ana com 30 metros de altura em jardim especial no serrote do Cruzeiro? Pense na homenagem, atração turística e a circulação de dinheiro no município! Infelizmente em todos os lugares tem também os que somente puxam para baixo.


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DE PIOR A PIOR

*Rangel Alves da Costa

Não há quem silencie os gritos, quem cale as agonias, quem entorpeça o medo. O mundo grita, pessoas agonizam, a vida vive entorpecida pelo medo de tudo o que o medo faz. E é como se nenhum silêncio houvesse mais diante dos estampidos secos, dos baques ensurdecedores, dos rimbombos a todo instante do dia.
Não há quem ouça as vozes e os clamores, os rogos ajoelhados, as penitências das desvalias. Tudo parecendo numa terrível solidão. Cada ser vivendo para si mesmo, cada um preocupado com o seu próprio destino. Contudo, nem sempre assim acontece. É que tudo está tão difícil de ser compartilhado que os egoísmos se exaltam mesmo onde não exista egoísmo.
Não há quem olhe de cima quem está por baixo, não há quem compreenda o sofrimento daquele que está em situação inferior. Somente os iguais se igualam no sofrimento, na dor, na aflição. Quem está elevado ao poder e dele depende muito o próprio viver, tanto faz que o ser comum se torne em verme rastejante ou que bebe da lama da sarjeta.
Que olhar mais cego é esse do poder. Enxerga mais poder ao longe, mas nunca a dor daquele que agoniza adiante. Tudo se afeiçoa a uma desumanização intencionada. O mais frágil, o pobre e miserável, nasceu somente para servir e sofrer. Depois de o voto dado, depois de a eleição garantida, que cada eleitor vá viver sua insignificância. Depois disso, talvez uma esmola. É na visão da mendicância do outro que o poder age para ter continuidade e mais poder.
Nada de novo, contudo. Ao longo da história, o homem já foi o absolutamente nada. Hoje grande parte se tornou um pouco mais que isso, mas continua sendo tratada como um nada. Talvez não seja mais o escravo, o aprisionado aos grilhões, mas a mesma chibata ainda açoita nas costas de muitos. Os troncos ainda estão erguidos para o prazer dos algozes. E imaginar que crianças ainda rastejam atrás de um resto de pão em muitos lugares.


As solas dos sapatos importados jamais pisarão nos chãos lanhados de sofrimento. O poder nunca caminha pelas estradas nuas, nunca bate à porta de barracos, nunca senta num tamborete para perguntar como a vida vai. Mas o poder manda recados e se faz presente de outros modos. No preço da feira, no preço do remédio, no prato vazio, na doença que mata, na desesperança de tantos, tudo com a presença do poder. Distante permanece, mas cuida de definhar aquele que já não tem além do próprio tempo de vida.
Alguém faleceu e foi levado à cova em rede por que a família não pôde proporcionar um enterro decente, digno, mais humano. O menino amanhece e anoitece chorando de fome por todo lugar. Há muito fogão sem lenha, há muita panela que desde muito não é colocada no fogo, há mesa que nem sabe mais o que seja um pouco de feijão, de farinha, de farinha de milho. Há dor que definha e mata por que o remédio custa mais caro que toda a renda familiar. Exageros? Não. Há um mundo assim e bem ali.
Enquanto o poder faz regime e academia para retomar a magrez, há um povo que é só no couro e no osso por que não há jeito a dar. Uma magreza tão fina, tão amarelada e doentia, que se diz de folhas de outono por cima de gente. Mas qual a doença maior, qual o diagnóstico? Não há doença alguma senão aquelas próprias da fraqueza do corpo, pois tudo gerado pela miséria, pela pobreza absoluta, pela desvalia da vida. E não precisa nem perguntar quem é o responsável maior por tudo isso.
Infelizmente, a população da cidade, principalmente dos centros urbanos mais desenvolvidos, sequer imagina a existência de uma realidade social muito mais estarrecedora. Pelas distâncias e escondidos há uma pobreza tão pobre, uma miséria tão miserável, que somente a dantesca visão para que se acredite. Ainda assim um povo de fé, de esperança, de devoção. E também por isso que não deveria ser esquecido e tão desumanizado pelo poder, pela política, pelos mandatários. Contudo, o voto como única serventia. O resto que morra.

Escritor
blograngel-sertao.blogspot.com

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O NETO E, O FAMOSO AVÔ..!

Por Voltaseca Volta

Escritor Geraldo Ferraz de Sá Torres Filho (a esquerda) e o seu avô, policial volante THEOPHANES FERRAZ TORRES. O homem, cuja volante deu um TIRO no pé de Lampião, que quase o levou, a se entregar à polícia..Um tiro de fuzil no PÉ, é pouco ? E, Lampião passar três dias dentro de uma moita, escondido, sem beber água, sem se alimentar, perdendo sangue/ hemorragia e, as moscas varejeiras / tapurus comendo a ferida / desmaio...etc...etc...Esse, era o quadro..!

Foto: cortesia Geraldo Ferraz

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LIVRO “O SERTÃO ANÁRQUICO DE LAMPIÃO”, DE LUIZ SERRA


Sobre o escritor

Licenciado em Letras e Literatura Brasileira pela Universidade de Brasília (UnB), pós-graduado em Linguagem Psicopedagógica na Educação pela Cândido Mendes do Rio de Janeiro, professor do Instituto de Português Aplicado do Distrito Federal e assessor de revisão de textos em órgão da Força Aérea Brasileira (Cenipa), do Ministério da Defesa, Luiz Serra é militar da reserva. Como colaborador, escreveu artigos para o jornal Correio Braziliense.

Serviço – “O Sertão Anárquico de Lampião” de Luiz Serra, Outubro Edições, 385 páginas, Brasil, 2016.

O livro está sendo comercializado em diversos pontos de Brasília, e na Paraíba, com professor Francisco Pereira Lima.
franpelima@bol.com.br

Já os envios para outros Estados, está sendo coordenado por Manoela e Janaína,pelo e-mail: 

Coordenação literária: Assessoria de imprensa: Leidiane Silveira – (61) 98212-9563

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ICOP - Instituto Cultural do Oeste Potiguar: DADOS BIOGRÁFICOS DOS FUNDADORES

por Raimundo Soares de Brito & Kydelmir Dantas

JOÃO BATISTA CASCUDO RODRIGUES

Mossoroense de 23 de junho de 1934, filho de Adolfo Rodrigues e da professora Ozelita Cascudo Rodrigues. Fundador da dinastia dos reitores da Universidade Regional do Rio Grande do Norte – hoje UERN. Membro da Academia Mossoroense de Letras - AMOL, da Sociedade Brasileira de Estudos do Cangaço - SBEC e Presidente Perpétuo do Instituto Cultural do Oeste Potiguar. Bacharel em Direito. Professor. Escritor. Fundador da Universidade Regional do Rio Grande do Norte. Redigiu o decreto Municipal que criou a ESAM. Fundou instituições, revistas, museus, grêmios, escolas e faculdades, tendo sido eleito o primeiro Reitor da Universidade Regional do Rio grande do Norte, com sede em Mossoró.

JERÔNIMO VINGT-UN ROSADO MAIA 

Nascido em Mossoró aos 24 de setembro de 1920. Era filho do farmacêutico e chefe político Jerônimo Rosado e dona Isaura Rosado Maia, ambos paraibanos. Pertenceu a inúmeras entidades cultuais e científicas, como: Instituto Cultural do Oeste Potiguar (ICOP), Academia Mossoroense de Letras, da qual foi o seu fundador e primeiro diretor, SBEC, ANL e IHGRN, ANoCi, CBGSBP. Faleceu no dia 21 de dezembro de 2005.

JOSE LEITE - Nasceu em Apodi, aos 02 de maio de l916, um dos cinco filhos de Lino Leite e Dona Francisca das Chagas Lima Leite. Casou-se mais tarde com Maria de Lourdes Lopes Leite, de tradicional família Apodiense, de cuja união nasceram dez filhos. Tendo apenas concluído o primário, foi aprovado no Concurso de Agente de Estatística, onde foi funcionário e chefe do IBGE até maio de l945, quando foi transferido, por questões políticas, para Caicó e em agosto de l949 para Mossoró, exercendo aqui a mesma função. Faleceu em Brasília, onde faleceu a 03 de abril de l997.

MANOEL LEONARDO NOGUEIRA - Professor, desportista, bancário e na expressão do jornalista Canindé Queiroz “um dos homens mais entusiasmados por esta cidade”. É também patrono do Estádio de Futebol de Mossoró, denominado de “Nogueirão”. Nasceu em Mossoró em 11 de fevereiro de 1918. Faleceu, em Natal, a 17 de maio de 1984.

LUIZ FAUSTO DE MEDEIROS - Nasceu na povoação de Areia Branca, aos 05 de maio de 1905, filho de André Corsino de Medeiros e de dona Ana Soares de Medeiros (ambos de Macau), mas foi criado pelo seu tio afim Francisco Fausto de Souza. Escreveu dois livros – O Porto de Areia Branca e Minhas Memórias de Areia Branca, ambos publicados pela Coleção mossoroense. Colaborou com artigos para os jornais O Mossoroense e Gazeta do oeste. Faleceu em Areia Branca a 01 de janeiro de 1989.

FRANCISCO DE ASSIS SILVA - Conhecido também como Chico Assis. Nasceu a 23 de outubro de 1912. Poeta. Professor. O memorialista Raimundo Nonato em artigo sob o título de “Professor Francisco de Assis Silva – Um pesquisador original sem fumaça de vaidade. Estudou as primeiras letras com a Professora Tita, prosseguindo na Escola Normal, onde concluiu o curso e recebeu o diploma de professor normalista. Sua modéstia e simplicidade ocultaram o “intelectual, folclorista e pesquisador experiente”, nas palavras de Dorian Jorge Freire. Cronista compôs belas páginas nos jornais da terra, ajudando inclusive a lançar jornais e revistas. Publicou, entre outros trabalhos, “A Dança de São Gonçalo”. Faleceu a 16 de abril de 1984.

FRANCISCO DE SALES CAVALCANTI - O Cônego Francisco Sales Cavalcanti nasceu num domingo, ás 23h do dia 30 de abril de 1911, em Boa Viagem - CE. Sua Ordenação Sacerdotal deu-se a 17 de janeiro de 1943, sendo a primeira missa celebrada em 24 de janeiro do mesmo ano. Era um homem culto, eficiente sacerdote e de grande iniciativa profissional. Prestou notáveis serviços a cidade, principalmente na área educacional. Deixou livros preciosismos para a História de Mossoró como “Apontamentos sobre a História do Colégio Diocesano Santa Luzia de Mossoró”, “Paróquia de Santa Luzia (1842-1992) – 150 anos”, Monsenhor Luiz Motta – traços biográficos”, e outros trabalhos de igual teor. Segundo o historiador e escritor Geraldo Maia: “Esses são os traços bibliográficos do Cônego Francisco Sales Cavalcanti, que foi mais um cearense a contribuir para o crescimento da cultura e da educação de Mossoró.”

DALVA STELLA NOGUEIRA FREIRE - Nasceu em Jaguaruana, antiga União (CE). Filha de Joaquim Ribeiro Freire e de dona Adelaide Nogueira Freire. Criada e educada em Mossoró, onde fez seus estudos do Curso Primário, Curso Secundário e Curso Normal, no grupo escolar “30 de Setembro”, e na Escola Normal de Mossoró. Estudou música em Natal, de agosto de 1947 a 1949. Cidadã Mossoroense por título que lhe foi conferido pela Câmara Municipal de Mossoró, em 20 de fevereiro de 1981. Empresta o seu nome ao Conservatório de Música da Universidade do Estado do Rio Grande do Norte (UERN). Dentre os seus trabalhos publicados, podemos citar “A História da Arte Musical em Mossoró”, obra editada em 1957, impresso pela Editora COMERCIAL S/A, nesta cidade.

MOACIR DE LUCENA - Nasceu em Martins – RN, no ano de 1912. Professor, diplomado pela Escola Normal; advogado, da turma de 1956; chegou ao cargo de Juiz de Direito já na década de 1960. Após se aposentar como Desembargador, em 1975, resolveu escrever e publicou poesias, contos e prosas em livros: “Lixívia e Rimas a Esmo”; “Jitirana”; “Teopompo, Prosa, Algo mais.” Aposentado, reside atualmente na capital do RN, Natal.

JOSÉ OCTÁVIO PEREIRA LIMA - Paraibano de Araruna, tendo nascido a 08 de setembro de 1895, filho de José Pereira Lima e de dona Maria Elvira pereira Lima. Viveu em Mossoró de 1912 a 1958. Jornalista, autor de livros vários, fundador de jornal, fotógrafo, livreiro, político cafeísta. E o primeiro Prefeito provisório após a Revolução de 30. Governou Mossoró de 06 de outubro a 17 do mesmo mês de 1930. Faleceu em Niterói - RJ a 03 de abril de 1958.

JOSÉ MARIA GONÇALVES GUERRA - Nasceu a 23 de agosto de 1903, na cidade de Goiana – PE, filho de Artur Gonçalves Guerra e Francisca de Albuquerque Mota. Relojoeiro, etnógrafo amador, desenhista e fotógrafo. (Do livro OS DESENHOS DE JOSÉ MARIA GONÇALVES GUERRA, de Raimundo Soares de Brito e Paulo César de Oliveira. Coleção Mossoroense, série B – nr 154. 1982)

RAIMUNDO GURGEL DO AMARAL (Mons.) - Nasceu em Caraúbas–RN, a 25 de novembro de 1916 e era Cidadão Mossoroense por adoção e título. Sacerdote ordenado a 1º de dezembro de 1940 foi Capelão de Mossoró (1941). No setor educacional, foi como já disse alguém – “o professor de todas as horas, não só das de aula. Mas o professor que ensinava os caminhos da própria vida”. Faleceu a 10 de maio de 1974.

GILBERTO TAMYARANA DE SÁ BARRETTO – Cearense radicado em Mossoró, nos idos de 1958, sócio fundador do ICOP, Gilberto foi o 2º Secretário da entidade, fazendo parte da primeira Diretoria. Advogado e jornalista, escrevia para o jornal GAZETA DE NOTÍCIAS, de Fortaleza – CE. Pesquisador e escritor da história e geografia do seu estado, foi o autor do livro PROTOFONIA DO JAGUARIBE, enfocando estudos e problemas fundamentais do Ceará e Rio Grande do Norte. Que teve a primeira edição em 1980. Durante sua estada em Mossoró, e a convite do então Presidente do ICOP, fez as seguintes palestras: “Euclydes da Cunha e os Sertões”, na Biblioteca Pública Municipal, à época situada no antigo prédio da ACEU, antes Club Ypiranga, no dia 29/08/1965. “Centenário de Euclydes da Cunha”, no mesmo local, no dia 06 de março de 1966.

Fonte: REVISTA DO ICOP nº 12 - 2010

Raimundo Soares de Brito nascido em Caraúbas, a 23 de abril de 1920, veio para Mossoró em 1940, ainda jovem, e permanece até os dias atuais. Segundo Raibrito, o seu interesse para a pesquisa histórica começou quando foi fazer o treinamento para a admissão como Agente de Estatística, em Natal, no ano de 1941/42, e teve que preencher dados sobre a história sócio-econômica de sua terra natal. Aquilo o levou a iniciar as suas anotações para o futuro. Essas anotações viriam a se tornar, mas tarde, no livro “Caraúbas Centenária”, em 1959. Um pesquisador incansável, que sem qualquer ajuda de governo, instituições ou pessoas organizou um arquivo fabuloso com mais de quinze mil biografias de tantos quantos têm ou tiveram alguma influência em Mossoró e região. Sua dedicação a pesquisa é tanta, que nem mesmo um acidente vascular cerebral foi capaz de tirar o seu entusiasmo. Aos 86 anos de idade, mantém a rotina de acordar cedo e ler os jornais, de onde tira o material que alimenta o seu acervo. Mossoró inteira, estudantes, jornalistas e pesquisadores, recorrem diariamente a sua casa, a casa de número 23 da rua Henry Koster, em busca de informações. Raimundo Brito, o intelectual, é um homem simples que se orgulha de poder ajudar a todos que o procuram. Como pesquisador e historiador já publicou mais de quarenta títulos pela Coleção Mossoroense, sobre temas de versam principalmente sobre Mossoró e o Oeste Potiguar. Como disse certa vez o saudoso mestre Vingt-um Rosado, \"Os seus livros e as suas plaquetes permanecerão, através do tempo, como uma contribuição extraordinárias ao conhecimento da gente e da terra do oeste potiguar\". 

Antonio Kydelmir Dantas de Oliveira agrônomo, pesquisador e poeta de Nova Floresta - PB, filho do agricultor Manoel Batista de Oliveira e da professora Angelita Dantas de Oliveira. É pai de Joaquim Adelino e João Daniel. Fez o Curso Primário em Nova Floresta (PB), continuando os estudos no Ginásio Agrícola de Currais Novos (RN) e no Colégio Agrícola de Jundiaí, em Macaíba (RN). Concluiu o curso de Agronomia na UFPB/CFT/Campus III – Areia (PB). Funcionário aposentado da PETROBRAS, admitido abril de 1987, trabalhando em Mossoró - RN, onde reside. Publicou, além de artigos na imprensa nordestina: LIVROS: Filarmônica José Batista Dantas - 30 Anos de Glória (1995); Mossoró e o Cangaço (1997); Severino Ferreira - O Assum Preto da Viola (1997); Os Três Pilares da Música Popular Nordestina. (1998); Participação na VIII Antologia Literária Internacional. Editora Del’Secchi. Vassouras – RJ. 1999; Remendos -Poesia e prosa, (2001). PLAQUETES: O Cangaço na Literatura de Cordel (1997); Síntese Cronológica do Cangaço (1997); CAFÉ FILHO – Um Potiguar na Presidência da República (1999); Ginásio Agrícola de Currais Novos – Nossa Escola, Nosso Abrigo (2006); Ao Mestre RAIBRITO com carinho (2000); Mário Souto Maior – De como um Cabra da Peste entra nos 80 anos montado no Folclore Brasileiro (2000); Luiz Gonzaga e o Rio Grande do Norte (2002); Luiz Gonzaga e o Ceará (2004). CORDÉIS: Cangaceiro Atrapaiado – 1995; As Vaquinhas do Doutor – 1997; A festança da vitória lá na Família Feliz – 2002; O Milagre do Tributo (em parceria com Antônio Francisco); Luiz Gonzaga e a Paraíba – 2005; ABC de Zédantas – 2005; Como um cabra da peste apresenta sua Terra -2005; Deífilo Gurgel, um folclorista Potiguar - 2006; ABC da Petrobras – 2007; Vamos cuidar com carinho do nosso Corpo e da Mente (A Saúde Emocional) - 2007. A Peleja do Raio da Silibrina contra o Relampo da Palavra (2008). Sócio das seguintes entidades culturais: - Sociedade Brasileira de Estudos do Cangaço – SBEC; - Instituto Histórico e Geográfico do Rio Grande do Norte – IHGRN. - Poetas e Prosadores de Mossoró - POEMA. - União Nacional de Estudos Históricos e Sociais – UNEHS.
https://www.facebook.com/josemendespereira.mendes.5

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DONA FIDERALINA AUGUSTO – MITO E REALIDADE.

Por Cristina Couto

O efeito mágico que as águas do Rio Salgado têm feito na vida dos lavrenses sempre foi um verdadeiro prodígio. Seu poder de fertilização edificou na mente dos seus filhos a capacidade de poetizar e de buscar a fundo suas origens. 

Em Lavras da Mangabeira (CE) e na região do Cariri ninguém reinou tanto como Dona Fideralina Augusto Lima, mulher forte, que viveu à frente do seu tempo, numa época comandada pelos homens. Ela foi senhora da sua vontade e da vontade de muitos. Nada nem ninguém ousou desobedecer a essa velha matrona.


Na sua terra natal, tudo parece que virou folclore, como nos contos mitológicos das grandes civilizações, especialmente porque aquele Município viveu todas as suas fases, tais como o nascimento, apogeu e declínio, nos permitindo, agora, uma volta ao seu passado glorioso. 

Dimas Macedo é, hoje, o maior historiador lavrense. Com a sua memória fotográfica e o seu poder de percepção aguçada, capta as histórias perdidas e as informações escondidas. Sua sensibilidade de poeta e sua genialidade intelectual ultrapassam as fronteiras do tempo. 

Ao escrever Dona Fideralina Augusto - Mito e Realidade (Fortaleza: Armazém da Cultura, 2017), Dimas faz justiça com as próprias mãos e com o brilho da sua palavra, contestando as muitas inverdades sobre a velha matrona lavrense. Neste livro, o autor busca resgatar a história como ela é, e não como as pessoas gostariam que ela fosse. 

Com a leitura deste livro, o que acabamos descobrindo é que a fênix lendária de Lavras da Mangabeira – Dona Fideralina Augusto Lima –, renasce das cinzas em que muitos dos seus opositores teimaram em enterrar a sua memória. 

Nele, Dona Fideralina Augusto ressurge magnífica, imperiosa e poderosa como sempre foi, e sua história, que outrora fora escrita com estilhaços de pólvora do seu bacamarte, agora acha-se reescrita com a caneta do seu admirador maior e arqueólogo da cultura lavrense, Dimas Macedo.

Cristina Couto

Enviado pelo professor, escritor, pesquisador do cangaço e gonzaguiano José Romero de Araújo Cardoso

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FESTA DO ROSÁRIO OU FESTA DE NOSSA SENHORA DO ROSÁRIO?


Na frente da procissão, o Rosário é conduzido pela Rainha do Rosário, sob a proteção do rei e seus súditos (Irmandade dos Negros do Rosário, Negros dos Pontoes, Congos e Reisado).

A HISTÓRIA

O Rosário também é conhecido como Tecebá ou Rosário dos Malês, que era a denominação que se dava aos escravos que professavam o islamismo. Portanto, em sua origem, o Rosário (ou Tecebá), nada tem a ver com o cristianismo. É na verdade um símbolo sagrado da religião muçulmana.

Originalmente, a Festa era denominado simplesmente "FESTA DO ROSÁRIO". Só após seu reconhecimento pela Igreja Católica, foi introduzida a imagem da santa, passando a ser denominada de "FESTA DE NOSSA SENHORA DO ROSÁRIO".

Apesar da igreja insistir na segunda nomenclatura, ate os dias de hoje, a grande maioria prefere denominá-la como concebida originalmente, ou seja, "FESTA DO ROSÁRIO".










Imagens de Otacílio Trajano


Enviado pelo professor, escritor, pesquisador do cangaço e gonzaguiano José Romero de Araújo Cardoso

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DELMIRO GOUVEIA: NOTAS E REFLEXÕES SOBRE O CENTENÁRIO DE MARTÍRIO DO GRANDE EVANGELIZADOR DO NORDESTE

Por José Romero de Araújo Cardoso

Vila da Pedra (atualmente, município de Delmiro Gouveia, sertão alagoano), dia dez de outubro de 1917. A noite começava a encher de estrelas o céu sertanejo, quando um homem corpulento sentava-se à poltrona no alpendre do vistoso Bangalô que mandara construir para ostentar sua proeminente posição social.

Cearense, natural do Ipu, chegara à localidade fugido de perseguições implacáveis que lhe foram impostas em Pernambuco, devido à audácia em desafiar ditames gananciosos, referentes ao abastecimento alimentar no Estado, culminando com incêndio criminoso de empreendimento mercantil estruturado no Derby, localizado na capital pernambucana.

A indispensável proteção do poderoso coronel Ulisses Luna lhe garantiu certa liberdade em levar avante projetos ousados que marcariam indelevelmente a História social e econômica do semiárido.

Lia revista quando o silêncio foi quebrado pelo barulho dos disparos de cinco tiros certeiros, saídos de rifles winchester calibre 44 manuseados por irresponsáveis pistoleiros a serviço da maldição e da desdita. Esgueirando pelos cantos, o empresário sertanejo falecia logo em seguida, deixando rosário de mistérios em torno do seu assassinato, mas, principalmente, legado louvável de luta em prol da redenção da sofrida zona castigada pelas secas.

Próximo ao local de seu martírio, estava seu principal empreendimento, a fábrica de linhas Estrela, símbolo maior do desafio ao imperialismo inglês e desmoralização suprema às leis deterministas que pregam a impossibilidade de haver desenvolvimento socioeconômico em áreas tenazmente castigadas pela inclemência da natureza, como o semiárido brasileiro.

Delmiro Gouveia apostou nas potencialidades nordestinas para montar verdadeiro império econômico. Antes de adentrar o ramo têxtil, dedicara-se com afinco ao contrabando de couro e pele caprino, selando importantes contratos comerciais com poderosos grupos econômicos norte-americanos, garantia futura de sucesso em seu objetivo de industrializar o semiárido, aproveitando a abundancia da cotonicultura existente, quando a praga do bicudo ainda não tinha desestruturado a economia local.

Devido à violência da primeira grande guerra, sobretudo em razão do torpedeamento de navios por submarinos alemães, as linhas produzidas na Vila da Pedra conquistaram importantes praças sul-americanas com a marca Barilejo.

O produto de primeira qualidade, fabricado com matéria-prima abundante na região, tornava-se orgulho para o Nordeste e para o País, elevando o nome e a ação empreendedora de Delmiro Gouveia a patamares indescritíveis.

Bem próxima, estrategicamente localizada, encontrava-se ainda a usina de angiquinhos, montada por valentes sertanejos e inspecionada em sua estruturação pelo próprio Delmiro Gouveia, nas imediações da cachoeira de Paulo Afonso, no rio São Francisco, a qual era a segunda hidrelétrica instalada no Brasil, garantindo o suprimento energético que fazia funcionar a imponente fábrica de linhas Estrela e a iluminação da Vila da Pedra, verdadeiro luxo no sertão naqueles turbulentos idos da década de dez do século XX.

Desafiara inimigos poderosos para levar avante sonho de geração de emprego e renda em bases capitalistas, primando por relações assalariadas em seu empreendimento, bem como implementando conquistas sociais importantíssimas, como a instituição de benefícios que só que seriam implantados no País muito tempo depois, a exemplo do décimo terceiro salário e creche para as mulheres trabalhadoras deixarem os filhos enquanto exerciam suas atividades.

A preocupação com a natureza também integrou as preocupações de Delmiro Gouveia, sobretudo com a fauna, embora a flora tenha sido bastante penalizada, pois seu empreendimento fabril necessitou bastante de madeira, a qual era retirada em profusão da caatinga.

Não fossem as balas assassina que tiraram a vida de Delmiro Gouveia há cem anos, provavelmente a História do Sertão tivesse sido outra, talvez não sendo marcada de forma tão aviltante com o advento do cangaço, com Lampião catalisando ações, atitudes, tendência, imaginário e modismo durante mais de vinte anos, levando em conta que o próprio Virgulino serviu ao empresário, como tropeiro, fornecendo algodão para abastecer a crescente produção de linhas de costura da fábrica da Vila da Pedra.

Durante quarenta anos o Nordeste, sobretudo a zona sertaneja, ficou atrasado, castigado com a estagnação de suas forças produtivas, soprando ventos da esperança somente quando resultados concretos, auferidos pelo Grupo de Trabalho para o Desenvolvimento do Nordeste, coordenado pelo paraibano Celso Furtado, acenou com a possibilidade de melhores dias, quando da criação da SUDENE, embora saibamos que muitas ações nefandas tenham contribuído, através da observância de corrupção e desvio de verbas, para a inoperância e efetivação de ideias bem intencionadas em prol da região.

José Romero Araújo Cardoso (2) – Geógrafo (UFPB). Escritor. Professor-adjunto do Departamento de Geografia da Faculdade de Filosofia e Ciências Sociais da Universidade do Estado do Rio Grande do Norte. Especialista em Geografia e Gestão Territorial (UFPB) e em Organização de Arquivos (UFPB). Mestre em Desenvolvimento e Meio Ambiente (UERN). Membro do Instituto Cultural do Oeste Potiguar (ICOP), da Sociedade Brasileira de Estudos do Cangaço (SBEC) e da Associação dos Escritores Mossoroenses (ASCRIM).


Enviado pelo professor, escritor, pesquisador do cangaço e gonzaguiano José Romero de Araújo Cardoso

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O INCRÍVEL, FANTÁSTICO E INACREDITÁVEL CAUSO DO SEQUESTRO DE LILI CANGACEIRA PELO CORONEL SEVERO

Rangel Alves da Costa*

Já foi dito aqui sobre quando Lili Cangaceira foi raptada pelo Coronel Severo. E que também depois disso houve uma batalha sangrenta. De um lado, o grupo cangaceiro comandado por Ivanildo Silveira, e do outro, pela honra dos coronéis, o Coronel Archimedes. Nem queiram saber o fim dessa refrega. Ou queiram, pois vou contar.


E vou contar quase com punhal no pescoço. Ou coisa pior, pois fui ameaçado de até ser salgado e exposto no arame acaso não leve ao mundo a verdadeira história do rapto dessa verdadeira Sabina pelas mãos do ardiloso Coronel Severo. E quem me forçou a fazer isso, a conta tudo, tim-tim por tim-tim, foi nada mais nada menos que o potentado Coronel Aderbal Nogueira, o raio da silibrina em forma de gente. Eita fi da gota temido.

Certamente que contarei ao mundo, pois no Mundaréu e arredores ainda hoje não se fala noutra coisa. Mesmo já passados todos esses anos, mas parece que não há outro proseado melhor do que quando a bela e sibite cangaceira caiu nas graças do perigoso Severo e por este foi abocanhada quase em meio à cangaceirama. As más línguas chegam até dizer que não houve bem um sequestro, mas um oferecimento da fogosa Lili para ser carregada nos braços do coronel. Mas vamos lá, antes que Coronel Aderbal aviste o cuspe secando.

Pois bem. Naqueles idos do tempo, o bando cangaceiro descambou do sol que nem lagartixa suporta do Raso da Catarina e veio num galope de pé cortando a mataria agrestina até se abeirar do coito do Mundaréu. Não era a primeira vez que o bando chegava ali, pois quase como passagem para outra banda da Bahia através de Sergipe. Mas não só por causa disso não, pois os mandachuvas de Mundaréu tudo amigo e protetor do líder da cangaceirama. Assim como os coronéis Paulo Gastão, Antônio Vilela, Ângelo Osmiro, Kydelmir Dantas, Raul Menelau, Romero Araújo, Antônio Corrêa Sobrinho e Geziel Moura, dentre muitos outros.

Ainda hoje é famosa a trova do tremelico: “Paulo Gastão se treme todo quando avista cangaceiro e o tremelico só passa quando dá muito dinheiro…”. Já com o Coronel Ângelo Osmiro diziam: “Eu conheço um coronel que paga bem a coiteiro e pra não ser ameaçado manda sacos de dinheiro, mas um dia viu o bando e a correr foi o primeiro…”. Interessante também a invencionice popular com relação ao Coronel Kydelmir: “Foi Coronel Kydelmir que disse que ia capar cangaceiro e que se algum aparecesse esse era o derradeiro, mas quando o bando chegou serviu de bode a carneiro e ajoelhado prometeu ser um servo por inteiro…”.

Foi, pois, em meio a esse mundo de poderosos, de coronéis donos do mundo, que o bando se estabeleceu depois das andanças do Raso até o Mundaréu. Bando comandado pela liderança absoluta do Capitão Ivanildo Silveira, também conhecido como “da lei”, era sem dúvidas o segundo maior cangaceiro de todo o chão nordestino, eis que o outro todo mundo já conhece em verso, prosa e bala. A intenção de seu bando era ficar pouco tempo, apenas descansar e seguir viagem rumos às terras de Exu, onde se dizia que havia um sanfoneiro sem igual. E o bando era apaixonado pelo ronco da boa sanfona.

Já perto da partida, eis que o coiteiro Carlos Mendonça correu para avisar ao poderoso Coronel Severo, o famoso Manoel Severo das terras-sem-fim, sobre a existência no bando de uma cangaceirinha que era a coisa mais linda do mundo: Lili Cangaceira. Dizem que era a Brigitte Bardot dos sertões, a Marilyn Monroe dos carrascais, a diva que fazia a lua apaixonada e o sol em tempo de endoidar. E também quase endoida o Coronel Severo. Talvez até tenha malucado mesmo perante tanta beleza da Lili Cangaceira.

Coiteiro de honra vendida, logo Carlos Mendonça fez chegar aos ouvidos de Lili que logo mais adiante um coronel a esperava com um saco de ouro. E Lili foi. Assim que a cangaceira se aproximou, então Severo deu início ao sequestro. Lili ora gritava me deixe, ora me leve, ora me solte, ora me agarre. Enquanto isso um barco já os esperava nas beiradas do Velho Chico. Mas coisa feia veio depois, assim que o mesmo coiteiro correu para agradar o Capitão Ivanildo e dizer que a bela Lili havia sido sequestrada pelo famoso coronel.

Essa história dá um livro. Mas vou dizer apenas que nas disputas entre as honras, de um lado a honra cangaceira e na outra a honra coronelista, enquanto o Capitão Ivanildo avançava o Coronel Archimedes Marques já o esperava por detrás do serrote. Quem venceu a guerra? Ninguém. Talvez somente Severo e Lili, que viveram felizes para sempre.

*Escritor

http://www.caldeiraodochico.com.br/o-incrivel-fantastico-e-inacreditavel-causo-do-sequestro-de-lili-cangaceira-pelo-coronel-severo/

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