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sábado, 22 de outubro de 2016

NOVO LIVRO DO ESCRITOR SABINO BASSETTI - LAMPIÃO O CANGAÇO E SEUS SEGREDOS


Através deste e-mail sabinobassetti@hotmail.com você irá adquirir o  mais recente trabalho do escritor e pesquisador do cangaço José Sabino Bassetti intitulado "Lampião - O Cangaço e seus Segredos".

O Livro custa apenas R$ 40,00 (Quarenta reais) com frente já incluído, e será enviado devidamente autografado pelo autor, para qualquer lugar do país.

Não perca tempo e não deixe para depois, pois saiba que livros sobre "Cangaço" são arrebatados pelos colecionadores, e você poderá ficar sem este. Adquira já o seu.

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HOJE É MAIS UM DIA DELE... ANTONIO FRANCISCO TEIXEIRA DE MELO

Por Antônio Kydelmir Dantas de Oliveira

Filho de Francisco Petronilo de Melo e Pêdra Teixeira de Melo, nasceu em Mossoró-RN, a 21 de outubro de 1949. Tem graduação em História pela Universidade do Estado do Rio Grande do Norte – UERN. É poeta popular, xilógrafo e compositor e Doutor Honoris Causa pela UERN. No dia 15 de maio de 2006, tomou posse na Academia Brasileira de Literatura e Cordel – ABLC. Tem mais de 50 folhetos publicados e vários livros: Dez cordéis num cordel só; Por motivos de versos; Veredas de sombras; Os Animais tem razão; As seis moedas; A Arca de Noé (Editora IMEPH - Fortaleza – CE). 


Porém, o mais importante é que é nosso dia também, pois ele nos diz sermos amigos (tod@s). AF não é só um poeta... É daqueles preocupados com o seu meio, sua rua, sua cidade, seu estado natal, seu BRASIL e o Mundo. Acho que é por isto que produz tanta coisa boa... Cordéis que respeitam a diversidade, sem preconceitos e sem agressões quaisquer. Sendo assim, parabéns a tod@s aqueles que teem-no como amig@ e podem sentar à sua mesa e escutar sua poesia e dividir com Nira seus momentos de alegrias e (poucas, muito poucas) algumas reclamações, bebendo um café ou um chá saborosos.


Parabéns poeta, e a nós que o temos como Amigo de fé e irmão.


Antônio Kydelmir Dantas de Oliveira. Poeta. Escritor. Engenheiro Agrônomo. Funcionário da PETROBRAS S. A. Natural de Nova Floresta - Paraíba.

Enviado pelo professor, escritor, pesquisador do cangaço e gonzaguiano José Romero de Araújo Cardoso.

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“TÔ LASCADO...”, DISSE O CABRA AVEXADO

*Rangel Alves da Costa

“Tô lascado”, disse o cabra avexado. E justificou a lasqueira:

“Conta pá pagar, probema de juntá de tacho, e a muié só falano em comprá pano novo, prato novo, chaleira e cuié. Tô lascado. E tô lascado e sem jeito de arresorvê. Dinhero contado, budega pindurada, carçado furado, e a muié falano em salão de beleza, em batom e peufume e inté em brinco novo. Tô lascado. Tô lascado, e lascadinho da silva. Deveno um montão, de borso sem fundo, e inda vem a muié falano em dinhero pá comprá calçola de chita, califon arrendado e sei mais o quê. Tô lascado. Tô lascado, e dessa veiz sem vorta, sem jeito a dar. Sem dinhero de troco, sem moeda pá um gole de pinga, e inda pru riba vem essa gota serena da mulesta falano em macarronada, comida melosa, coisa de rico ou gente besta. Tô lascado e nada me sarva, pelo jeito não. Digo que num tenho, repito que tô sem tostão, mai a disinfeliz inda fica dizeno que iscondo dinhero, que sô canguinha e munto mais. Será que a bixiguenta da peste num tá vendo que tô lascado, que tô em veiz de pedi ismola? Vê, a gota serena tudo vê, mai quer increncá a fia da gota. E só pá me lascá aina mais...”.

“Tô lascado, e inda pru riba com a lasqueira dessa muié. Triste o dia que eu oiei pá essa fia da peste e chamei pá forrozá. Mió um cascavé ter mordido meu carcanhá antes mermo de entrá naquele salão de forró. E tomem inté acho que joguei peda na cruiz, só seno. Tarvez eu tivesse pecado demai pá me aceguerá com essa desgraceira da gota serena. Tô lascado, num tem jeito. Tô lascado. E tô lascado desna que botei ela dento de parede e porta. Assim que entrou logo inventô de ter um cortinado e um sofá. Pá que pobe com sofá, pelo amor de Deus? Se tinha cadeira e tamborete já tava bom demai, mai ela inventô de comprá na prestação. E tomem um montão de coisa. O pote tava novim e ela acismou de beber água gelada e aí me endividou todim com uma tar de geladera brastempa. Os pano de mesa aina tava tudo novim, poi dado pru minha tia, mai ela dixe logo que tinha de ser fulorado, cheio de estripulia. E entonce tome mai gasto. E fui começano a ficar lascado daí. E nunca mai ele deixou de me lascá. E inté hoje tô lascado, e lascadinho de riba abaixo...”.


“Tô lascado, sem jeito mermo. Eu compava doi quilo de carne, arroiz, farinha e feijão e num deixava fartá nada. Mai ela vinha pru traiz e chegava cum macarrão inrolado, quejo afarinhado, um negoço vremeio de misturá, e dizia que aquilo era uma chiqueza só. E eu tomano no fiofó de tanto me endividá. Num queria tripa não, nem toucim de porco nem bucho na banha. Pão com mantega nem pensar, poi ela dizia que era comida de pobe. Entonce se lascava na sopa que era pá eu me individar mai aina. Desse jeito, quem é que num se lasca? Purisso que tô lascado. E veja o abisurdo da disgramada. Eu ia na feira e compava uma lavanda com o maior sacrifiço do mundo. Sabe o que ela fazia? Dava tudim a vizinha e adispois dizia que a pobezinha tava de namorado novo e percisava se peufumar. E adispois se metia em compá coisa de uma tar de avon, um tar de toque de amor. Minha roupa rasgava e ela nem oiava, meu chinelo quebrava e ela nem chite. Eu ficava doente de morrer e a fia da gota mandava era eu percurá foia de chá pelos quintá. E um dia dixe que já tava ficano cansada e eu tinha de arrumá uma empregada. Mai pra casa não, pra ela. A empregada era pá paparicá a fia da peste. Uma madama, só seno. Adispois dessa fui no boteco, derrubei pá dento umas duas e vortei com a gota serena, brabo mermo...”.

“Vortei com umas duas na cabeça e incrontei a fia da gota que mai parecia uma rapariga. Toda peufumada da avon, batonzada e quase só de calçola. Tô lascado, pensei na hora. Deitada pru riba do sofá, toda dengosa, fazia assim com o dedim pá me chamar. Mai quando avancei a disgramada me fez parar pá preguntá: e a empregada? Purisso eu tô lascado”.

Escritor
blograngel-sertao.blogspot.com

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CANGAÇO FASHIONISTA OS ACESSÓRIOS DOS CANGACEIROS:

 Material do acervo de Marise Helena de Araújo

Além da beleza serviam para proteção contra o sol, contra aridez da caatinga e seus perigos (espinhos, falta de água, animais peçonhentos...). Também sabia-se que era uma forma de se apresentar bonito. A vaidade dos homens foi incentivada mais com a presença das mulheres no bando! Umburana de Cheiro.

1. Chapéu

Feito de couro com a aba da frente levantada. Enfeitado com moedas e com medalhas de ouro que continham inscrições como saudade, amor ou recordação

2. Estrelas

O signo de Salomão (estrela de oito pontas) era comum nos chapéus, pois acreditava-se que protegiam contra o mau-olhado.

3. Bandoleira

Faixa de couro firme usada para prender a arma na vertical. Adornada com moedas e ilhoses. Para Lampião, usar a arma nas costas na diagonal seria como “botar nas costas o pau da cruz e chamar a morte”.

4. Cantil

Coberto com uma capa de brim, rico em bordados coloridos. Eram feitos de estanho ou alumínio ou até de cabaça. Junto, uma caneca cheia de folhas, para evitar barulho.

5. Bornal ou embornal

Bolsas laterais de tecido resistente usadas para o armazenamento de provisões, desde munição até roupas e alimentos. Era um dos acessórios mais coloridos e o mais pesado.

6. Jabiraca

Para secar o suor, usavam um lenço de seda preso no pescoço por uma sequência de anéis, o cartucho. Servia também como coador.

7. Chapéu

Chapéu de couro era coisa de homem. As mulheres usavam de feltro, de aba média, com testeira e barbela. A única semelhança era o gosto pelos enfeites.

8. Cabelo

Maria Bonita apareceu em fotos com o cabelo à la garçonne, tendência que surgiu no fim da década de 20. Os broches eram parte do visual.

9. Luvas

Várias camadas de brim costuradas. A função era proteger a mão de galhos e espinhos deixando os dedos livres. As de Maria Bonita eram feitas de algodão e traziam bordadas no pulso as iniciais M.O.S. (Maria Oliveira da Silva).

10. Cartucheira

Servia para carregar pentes de munição e pistolas de maneira anatômica. Somando todos os acessórios, o cangaceiro podia carregar 40 kg. As mulheres levavam menos carga que os homens.

11. Perneiras

Como as cangaceiras usavam saias até o joelho, era necessário o uso de meias elásticas e perneiras de couro ou de tecido grosso.

12. Bordados

Feitos de linhas com cores fortes, podiam ser flores, ziguezagues ou cruzes e enfeitavam todos os acessórios.

Saiba mais

Livros
Bonita Maria do Capitão, Vera Ferreira e Germana Gonçalves de Araújo, Editora da Universidade do Estado da Bahia, 2011

Guerreiros do Sol: Violência e Banditismo no Nordeste Brasileiro, Frederico Pernambucano de Mello, Massangana/Girafa, 2004

De Olho em Lampião: Violência e Esperteza, Isabel Lustosa, Claroenigma

Na internet


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CAÇANDO POMBAS CARIJÓS

Por Alfredo Bonessi
Alfredo Bonessi é pesquisador do cangaço
Em uma quinta-feira a tarde, jogando conversa fora com o Cabo armeiro da nossa Companhia de Engenharia, quando o assunto virou para o lado de caçadas, ele me reafirmou que existia um lugar onde havia pombas Carijós de bando,  de fácil abate, pela quantidade e pela localização das aves. Fiquei surpreso pois não sabia que essa pomba habitava a Amazônia – era meu sonho caçá-las, pois em criança escutava as histórias do meu padrinho, que se valia de uma espingarda 24, para  não estragar  a caça,  tanto de Codornas como de pombas Carijós. Quando criança, eu mesmo vi poucas dessas pombas enormes, geralmente a distância, a maioria voando bem alto, pois são ariscas demais para caírem no bodoque da criançada.
Fiquei entusiasmado com tudo aquilo que ouvira e falei para ele: eu tenho um rifle calibre 22, Remington 66, de colocar a munição pelo cabo, cujo tiro não faz barulho. Ele também falou: eu tenho um rifle calibre 22, Rossi, Pump – muito preciso também.  Quer ir caçar as pombas ?
Entusiasmado disse sim. Ele falou: vamos sábado, à tarde, sei a hora delas. Eu te apanho na tua casa, vamos no meu Fusca. Levaremos duas carabinas .30, da Segunda Guerra Mundial.
Para não quebrar o estado de ânimo da caçada, não ponderei quanto ao exagero de se levar uma carabina de assalto da Segunda Guerra Mundial para caçar pombas Carijós. De qualquer forma fiquei em meia expectativa sobre a ida da caçada, pois muitas vezes as promessas não são cumpridas pelos imprevistos rotineiros que muitas vezes se atravessam pelo nosso caminho. Também não fiz preparativos nenhum de saída, pois imaginei que ficaria sentado debaixo de um pé de árvore, a espera que as beldades se empoleirassem nos galhos, onde seriam um alvo fácil para nossos tiros – de minha parte sempre fui um exímio atirador de armas curtas e compridas: a 300 metros, de fuzil, apoiado, tiro de combate,  meus tiros ficavam em um círculo de no máximo 5 cm.
Eu já tinha uns dois anos de pratica de selva e o meu equipamento consistia em um macacão desses de posto de gasolina, meias de jogador de futebol, um par de tênis kichute, uma mocuta nas costas tendo no seu interior um punhado de sal, um quilo de farinha do amazonas, uma rede de solteiro pequena, um carretel de linha de pesca, poucas chumbadas e alguns anzóis. Levava sempre comigo poucos cartuchos enrolados em um plástico, para a minha espingarda 20 – de ejeção automática. Mas nunca esquecia de um isqueiro e um pedaço de borracha para garantir o início do fogo. Na cintura um facão bem vazado de 10 polegadas, com bainha. Você pode estar me perguntando: não levava café ?  O café um outro amigo meu levava, como também levava uma lata de leite ninho vazia, onde jogava as brasas sobre o café fervendo depois colocar um pouco de açúcar.
Após o meio dia de sábado vesti o macacão e pus os tênis e fiquei na espera. As 13,30 horas encostou no meu portão o fusca cor de canela do meu amigo, corri depressa, entrei no carro e seguimos viagem. No banco de trás as duas carabinas .30 M1 – ele me disse: são novas, nunca atiraram com elas – estou levando para cada um de nós 3 carregadores de 15 tiros. Essas carabinas foram utilizadas pelos Americanos na Segunda Guerra Mundial, principalmente nas tomadas da ilhas ocupadas pelos japoneses. O .30 é um cartucho longo, da espessura de um calibre 38 de revolver, a ponta de metal é pintada de um verde escuro. A arma é curta, coisa de 1 metro, até menos, com carregador por debaixo da culatra, e com uma alavanca de lado, que se utiliza uma única vez para introduzir o cartucho na câmara. Depois é só ri apertando o gatilho que ela mesma se alimenta de novos cartuchos. Dá um tiro seco, um estrondo bem mais forte que o 38, mas não há recuo – é muito fácil de se manejar e atirar com ela – eu gostava porque eram muito precisas.
Conversamos pouco no caminho e logo estávamos no posto do Roque em Porto Velho. Naquele tempo a cidade de Porto Velho terminava aí no trevo. Se fossemos para a direita pegaríamos a estrada de chão para Guajará Mirim; se fossemos para esquerda, iríamos para o novo bairro da Liberdade – recém instalado, bem encascalhado, onde se encontravam as torres da Embratel. Seguimos em frente na BR 364, rumo a Cuiabá, cujos primeiros quilômetros já estavam asfaltados pelo 5 BEC. Ao lado desse trecho inicial da rodovia não morava ninguém, sendo campo a esquerda dela e na direita matos. Lá pelo km 12 era que havia uma sede de uma usina de asfalto e um campo de instrução da Brigada, nada mais. Com poucos minutos de viagem, algo em torno de 2,5 Km, ele sai da estrada, a direita, e estaciona o fusca a beira de uma cerca nova de arame liso. Descemos do carro, apanhamos as armas, cruzamos por debaixo do arame e entramos no campo. Olhei ao redor e não vi nada, a não ser um campo imenso a nossa frente. O dia era ensolarado, fazia muito calor e abafado. Fomos andando. Tratei de me orientar desde já. Eu sabia que as torres da Embratel ficavam a minha esquerda e na minha frente, possivelmente, depois de uns 10 km, o Rio Madeira. Alguns minutos de caminhada, notei que o terreno estava muito molhado. Pensei que havia chovido. É normal no Amazonas chover em uma quadra e na outra quadra não cair uma gota de água. Depois de alguns metros, já caminhávamos sobre um terreno encharcado, com um 5 cm de água cobrindo a mata rala do campo. Daí em diante, a medida que caminhávamos aquela água ia subindo. Já cobria nossos tornozelos. Logo estava no meio das nossas canelas. Andamos assim uns 10 minutos quando avistei no horizonte um pontinho escuro, parecendo um risco de carvão na tela de um gramado acinzentado, contrastando com o fundo azulado claro do céu. É lá disse o meu amigo. Avaliei a distância, faltavam uns 2 quilômetros. Depois de uns 20 minutos de caminhada a água já estava em nossa cintura – era uma água quente – clara e não dei importância a isso. Já se avistava bem o renque de mato a nossa frente. Parecia o desenho de uma chave – havia uma parte redonda, e outra que se prolongava a direita, não mais que uns 100 metros de comprimento. Era uma vegetação típica dos serrados brasileiros, baixa, não mais que 4 metros de altura, acinzentada, troncos retorcidos, folhas miúdas, parecendo a folhagem da oliveira. Daí compreendi o porquê que meu companheiro tinha vindo com uma roupa cinza escuro – era uma perfeita camuflagem com a vegetação. Não tínhamos chegado no mato quando a água já estava pelos meus peitos – do meu rosto tinha sumido o ar da tranquilidade, em seu lugar a minha cara estava fechada, com uma ruga entre os olhos.  A uns 20 metros da bola da chave a água se apresentava quente do umbigo para cima e muito fria do umbigo para baixo. Ia perguntar a ele como faríamos para entrar naquilo quando ele se abaixou na minha frente, e passou por debaixo de uns galhos de uma arvore, e de repente nos vimos em um círculo de uns 10 metros de diâmetro – uma clareira, sem arvores nenhuma. Olhei ao redor e a folhas caídas das árvores cobria toda aquela água fria ao nosso redor. Senti um temor. Ia ponderar alguma coisa com ele, que ficássemos juntos, mas não houve tempo. Ele me disse: é aqui e saiu da minha frente, andando para a direita, e passando por um túnel entre as arvores,  que havia a direita da entrada, pouco mais de 1 metro de diâmetro e sumiu das minhas vistas.  Fiquei parado, estático naquele lugar, em frente ao lugar que o meu amigo tinha entrado e desaparecido. Olhei ao redor e me desesperei. Pensei comigo: se uma cobra me agarrar aqui, estou morto. Lembrei-me do meu facão – com ele teria alguma chance. As folhas circulavam ao redor de mim e faziam uma onda – eu pensava que era alguma cobra vindo em minha direção – o terror aumentava. Minutos passavam. Tentei ir atrás do meu amigo. Entrei pelo túnel – pouco mais de 4 metros. Sai do outro lado e pude ver o renque de arvores a esquerda que se alongava por uns 60 metros para a direita. Desisti e retornei ao local aonde estava, no meio da clareira. A minha esquerda e fora da clareira havia uma arvore seca, mais alta, cujo tronco acinzentado não apresentava mais galhos nenhum, apenas saia desse, lá no alto,  um pequeno tronco de 1 metro de comprimento. De subido uma pomba Carijó posou nesse tronco. Estava sossegada olhando para frente. Fiz mira com a arma e pensei:  como vou fazer para buscar essa pomba do outro lado dessa clareira ? – atiro. A pomba me olha desconfiada.......miro de novo. Ela voa e vai se embora. Passa o tempo. Outra pomba assenta no mesmo tronco. Olha para mim desconfiada. Aponto a arma e atiro......nada. Ela dispara. Mais tarde outra pomba pousa ali. Miro rápido e atiro rápido...erro o tiro novamente. Desconfio da calibragem da arma. Confiro os ajustes da arma, estão certos, Lembrei-me das historias do meu padrinho  que sempre afirmava que havia um mistério com as pombas Carijós, pois eram difíceis de serem abatidas, pois são  mandingueiras e enganam o caçador.
Estou tremendo de frio e de medo naquele lugar, penso em chamar o meu amigo que, estranhamente, não deu um único tiro a tarde toda. Espero mais um pouco e tomo a iniciativa. Dou um grito bem forte e depois assobio a moda caçador chamando por ele. Ele me responde bem atrás do túnel – tenho um alivio. Noto que ele vem vindo por dentro do túnel, mas nas copas das arvores alguma coisa vem atrás dele pois a folhagem se mexem em sua direção. Penso que sejam macacos. Ele sai do túnel pouco mais de um metro e meio e nas suas costa, nas pontas dos galhos das arvores que quase tocam a água,   desce uma enorme cobra esverdeada, com a cabeça em forma de triangulo de uns 10 cm da largura, que formam um laço a uns 60 cm das costas dele. Ele está em pé, com a arma na mão direita e me olha. Eu não podia atirar porque poderia acertá-lo. Eu vejo a cobra a esquerda dele. Olhe bem nos olhos dele. Nos olhamos um nos olhos do outro. Ele me pergunta: o que foi ? – uma cobra ? – aceno com a cabeça que sim. Ele pergunta: aonde? – nas minhas costas ? – balanço a cabeça que sim. Ele está pálido, amarelo. De repete ele se vira e atira certeiro na cabeça da cobra que desliza suavemente para o fundo da água.  Uns 2 metros de cobra venenosa. Saímos ligeiramente dali e em pouco tempo estávamos a caminho de casa – em silencio – em profundo respeito ao lugar tenebroso e tudo mais que havia por ali.
Hoje,  passados 46 anos do acontecido, tenho tudo na memória como um filme que desliza em imagens pela minha mente – tenho certeza que o meu amigo, lá pra bandas de Sergipe onde vive atualmente, também nunca vai esquecer esse sábado a tarde, nessa caçada de pombas carijó.
- mocuta: bolsa de saco de estopa que os caçadores do interior do amazonas fabricam, valendo-se de um saco de estopa,  e que levam as costas quando nas caçadas por possuírem capacidade de levar em seu interior um quarto de anta,  ou umas 5 pacas ou um viado roxo.
Alfredo Bonessi
Enviado pelo professor, escritor, pesquisador do cangaço e gonzaguiano José Romero de Araújo Cardoso
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LIVROS DO ESCRITOR GILMAR TEIXEIRA


Dia 27 de julho de 2015, na cidade de Piranhas, no Estado de Alagoas, no "CARIRI CANGAÇO PIRANHAS 2015", aconteceu o lançamento do mais novo livro do escritor e pesquisador do cangaço Gilmar Teixeira, com o título: "PIRANHAS NO TEMPO DO CANGAÇO". 

Para adquiri-lo entre em contato com o autor através deste e-mail: 
gilmar.ts@hotmail.com


SERVIÇO – Livro: Quem Matou Delmiro Gouveia?
Autor: Gilmar Teixeira
Edição do autor
152 págs.
Contato para aquisição

gilmar.ts@hotmail.com
Valor: R$ 30,00 + R$ 5,00 (Frete simples)
Total R$ 35,00

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LIVRO DE BENEDITO VASCONCELOS MENDES


O lançamento do livro "História da Minha Vida Profissional ", de autoria do Prof. Benedito Vasconcelos Mendes, ocorrido hoje (22-10-2016) na Academia Piauiense de Letras, em Teresina,  teve como oradores o Senador Elmano Ferrer de Almeida e o Engenheiro Agrônomo Francisco Sérgio Moura Sales. 




O Presidente da Academia, Advogado, Professor Universitário e Escritor Nelson Nery Costa, no  discurso de encerramento da Sessão Solene, se comprometeu a visitar o Museu do Sertão no próximo dia 3 de dezembro, por ocasião do II Seminário Internacional Encontro das  Américas.




Foi um evento cultural muito prestigiado pela intelectualidade  piauiense. Contou com a presença de Professores  Universitários, escritores, técnicos e servidores da Embrapa Meio-Norte, políticos e de muitos Imortais da APL.

Envio do professor, escritor, pesquisador do cangaço Benedito Vasconcelos Mendes

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BIOGRAFIA JOSÉ RIBAMAR DE CARVALHO ALVES


BIOGRAFIA

José Ribamar de Carvalho Alves, conhecido como José Ribamar, nascido a 16 de março de 1962, Caraúbas - RN. Mas seu registro, por interesse da política interiorana, acabou dando seu nascimento como tendo sido em Severiano Melo - RN, onde residiu até os 16 anos. Depois residiu em Baixa Branca, município de Baraúna - RN, onde se casou com Rita de Oliveira Carvalho, mãe de seus quatro filhos. Isaías, Itamar, Itamara e Taumaturgo. De uma família de 10 irmãos, um (in memorian)
Cantador repentista profissional desde 1983 e escritor desde 2001.

Principais cordéis:

Armadilha do destino, Confusão no cemitério, Escolhas das mãos humanas, Mistérios de um transplante, Debate do professor com o pai do estudante, A outra face da fé, Escravidão de menores,
Pela vida do planeta, Visões da vida, A trajetória cristã de João Paulo II,
Vozes do além, Documentário da vida de Elizeu Ventania.
Deveres do cidadão e tantos outros.

CURRÍCULO JOSÉ RIBAMAR

Áreas de Atuação como poeta:
.Poeta Repentista e Cantador profissional-
Canta desde 1983
.Escritor de bancada de Literatura de Cordel
Desde 2001
Também é compositor de músicas populares.
Produção poético-musical:
Livros: LIVROS
Meia Dúzia de Cordéis –2006.
Brinquedos do Pensamento –2007.
Espelho de Carne e Osso- 2011.
Chorando na Chuva- 2012.
Pela Vida do Planeta- 2014.
Solidão Noturna - 2015.
Viagem Sem Passos-2016

TÍTULOS INFANTIS

O1-O menino bonzinho e o Peixinho falante (publicado)
02-Sonhos de criança
03-A galinha castigada
04-O boi que dizia não
05-A conversa da Cabrinha com a amiga Vaquinha
06-Papagaio de papel

Todos os títulos de folhetos de Literatura de Cordel
(publicados)

.Falando do Meu Sertão
.Armadilha do Destino
.Pela Vida do Planeta
.Quebra de Silêncio
.A Crueldade de Osama e a Vingança de Bush
.Confusão no Cemitério
.Escolhas das Mãos Humanas
.A Outra Face da Fé
.Escravidão de Menores,
.O Trocador de Mulheres
.Mistérios de um Transplante
.O Triste 11 de Março na História da Espanha
.Documentário da Vida de Elizeu Ventania
.A Trajetória Cristã de João Paulo II
.Detalhes Sobre a Cidade que Combateu Lampião I
.Detalhes Sobre a Cidade que Combateu Lampião II
.A Vida de Linus Carl - o cientista do mundo
.Atributos do Brasil
.Pela Saúde do Povo
.A Resistência do Povo de Mossoró ao Cangaço
.Visões da Vida
.O desejo do bom senso
.Deveres do cidadão
.Debate do Professor com o pai do Estudante
.Glosas ribamarianas
.Exemplo de professora (História de Rira Santos)
.A influência africana na história do Brasil
.Jararaca e o cangaço
.Um magnífico poema chamado Chico Tomaz

VÍDEOS NO YOU TUBE
DATAS DE PUBLIÇÃO

01-Servidão Comum: 27-01-2015.
02-Saudade Ferina: 27-01-2015.
03-Espelho de Carne e osso: 02-02-2015.
04-Grão de Esperança: 05-02-2015.
05-Induzimento: 05-03-2015.
06-Paraibana: 07-03-2015.
07-Falando do meu sertão: 13-03-2015.
08-Viva o Nordeste: 28-03-2015.
09-Conclusão: 10-04-2015.
10-Na Lama do Pecado: 05-03-2016.
11-Os Defeitos do Homem: 15-02-216.
12-O Que Vale é Boi no Chão: 19-03-216.
13-Mentira e Ciúme: 11-06-2016.
14-Recado de Amor no Radio: 11-06-2016.
15-Fama de Vaqueiro: 18-06-2016.
16-Calúnia: 13-08-2016.
17-Coração Sem controle: 27-08-2016.
18- Milagres de Jesus: 08-10-2016.

CDs

.CD-Quando as Violas se Encontram, em parceria com o poeta Raimundo Lira.
.CD-O Que Vale é Boi no Chão, em parceria com o poeta Zé Edmilson.
.Participação no CD- Cantiga Sertaneja 1 (Coletânea mossoroense  Editada pelo radialista Antonio Cidenir)
.Participação no CD- Cantiga Sertaneja 2 (Coletânea mossoroense Editada pelo radialista Antonio Cidenir)
.Participação no CD- Repente Potiguarino (Coletânea-Norteriograndense Editado pela Fundação Hélio Galvão, de Natal)
.Participação no CD-MEU MARTELO-Poemas musicados de Crispiniano Neto
.CD- Zé Ribamar & Amigos
.CD- O Mendigo da Ponte (José Ribamar sozinho)
.CD- Grão de Esperança (canções(José Ribamar sozinho)
.CD- Viva o Nordeste (canções(José Ribamar sozinho)
.CANÇÕES- José Ribamar  é autor de várias canções e vários poemas inéditos.

Participação em Congressos e Festivais:

Este é um pequeno resumo, mas por descuido não foram registrados. 
     
.Congresso Potiguar de Repentistas Nordestinos – Mossoró-RN

.Festival de Violeiros de Planaltina – Goiás
.Festival de Repentistas de Pombal – Paraíba
.Festival de Violeiros de Alto Santo – Ceará
.Festival de Violeiros de Tabuleiro do Norte – Ceará
.Festival de Repentistas de São José do Seridó – RN
.Festival de Violeiros de Catolé do Rocha – Paraíba
.Congresso de Repentistas de Martins – RN
.Congresso de Repentistas de Caicó – RN
.Festival de Violeiros de Caraúbas – RN
.Festival de repentistas de Natal – RN.

Programas de Rádio:       

Programa na Rádio Centenário de Caraúbas, em parceria com Chicó Gomes e Raimundo Lira; (duração mais de 3 anos.

Programa na Rádio Libertadora, com Raimundo Lira, durante dois anos e quatro meses.

Programa na Rádio Rural, com Raimundo Lira, durante um ano e seis meses.

Programa na Rádio Tapuyo, com Severino Inácio, durante dois meses.
Por último Ribamar passou muito tempo como titular do Programa-VIOLAS E REPENTES
Pela Rádio Rural de Mossoró com o Poeta Raimundo Lira.
Aos Sábados e Domingos: das 05 e30 às 06 da Manhã.
Reside em Mossoró desde 1989.

Participação em outros eventos culturais:

.Auto da Liberdade.
.Lançamento do Projeto Arca das Letras (Natal)
.Projeto Quartinha Cultural da Petrobrás.
.Projeto Canto Potiguar.
.FESTUERN, Por duas vezes.
.Participação no PRÊMIO FOMENTO DE LITERATURA DE CORDEL – EDIÇÃO 2006, tendo obtido a 2ª. Colocação.
.Participação no PRÊMIO FOMENTO DE LITERATURA DE .CORDEL – EDIÇÃO 2007, tendo obtido a 6ª. Colocação
.Em 2010, Teve o Cordel Pela Vida do Planeta escolhido
Pelo PNUD, Programa das Nações Unidas.
.Ainda em 2010, o Cordel Pela Vida do Planeta-
Foi contemplado pelo Ministério da Cultura através do Edital
Patativa do Assaré.
.Nos anos 2010, 2011 e 2012, foi contratado como artista,
.Pelo SESC de Mossoró-RN, durante a feira de livros do SESC.
.Participação no PRÊMIO FOMENTO DE LITERATURA DE CORDEL- EDIÇÃO 2011, tendo obtido o 1ª Colocação.
.Participação. no 1º Concurso de Literatura de Cordel da Biblioteca Municipal Belmonte – Edição 2005 – Santo Amaro – SP, tendo obtido a 6ª Colocação, dentre 68 participantes de todo Brasil.
Formação Escolar:
Curso Primário: Escola Isolada do Sítio Boa Vista – município de Severiano Melo – RN. Cursou somente o primeiro ano primário
Formação Poética:
.Seminário sobre Literatura de Cordel – 1977 - Casa do Cantador do Oeste Potiguar – 40 horas
.Curso de Iniciação à Poesia – Semana da Poesia – 1999 – Espaço Cultural O Sujeito
Normas Técnicas da Literatura de Cordel – 2003 - Mossoró Cidade Junina.

Endereço: Rua Mariazinha do Vale, Nº 48, Bairro Ilha de Santa Luzia – Mossoró – RN.
CEP: 59.625-015

Enviado pelo professor, escritor, pesquisador do cangaço e gonzaguiano José Romero de Araújo Cardoso

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III BIENAL DO LIVRO E LEITURA DE BRASÍLIA


(Sexta-feira: notícias do primeiro dia)

:: Expressiva atenção pelo livro O Sertão Anárquico de Lampião… Debates e autógrafos (fotos).

:: O livro infantil inaugural de Clara Arreguy – OIT Labina fazendo sucesso com a turminha de leitores infantis! ... Agente da Outubro Edições ... Ricardo Arreguy.

:: Igualmente o livro da Manoela – O Diário Bipolar - foi apresentado e acolhido por um importante Setor da Bienal.

Leidi Silveira , jornalista, assessorial de imprensa.

SINOPSE JORNALÍSTICA DA BIENAL (Leidi Silveira).

Luiz Serra participa da III Bienal do Livro e da Leitura em Brasília.


O escritor Luiz Serra, com o seu livro "O Sertão Anárquico de Lampião," participa da III Bienal do Livro e da Leitura, que começou hoje (21), em Brasília, e vai até o dia 30, no Estádio Nacional Mané Garrincha. Durante todos esses dias, no período vespertino, o autor estará no espaço da Editora Arco-íris e da Casa dos Autores para autógrafos.


" Gostei muito de saber sobre a história do livro. Já ouvi falar de Lampião. Mas o que achei mais legal foi conhecer um escritor de perto", afirmou Érika Laiane Barros, aluna do Centro de Ensino do Riacho Fundo II.


Os amigos José de Arimatéia e Francisco das Chagas elogiaram a pesquisa histórica e afirmaram ser parte dela. " Nós temos uma ligação forte com a obra do Luiz. Somos nordestinos e conhecemos demais a história de Lampião". Arimatéia ainda completou: " eu sou cordelista e pedagogo, e vou usar este livro como base para discussão em sala de aula".

Essa edição da Bienal homenageia o cientista social português Boaventura de Sousa Santos e a poetisa brasileira Adélia Prado.

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