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terça-feira, 20 de março de 2018

SEU JOÃO CAPOEIRA, ZÉ DE JULIÃO E AS IRMÃS ENEDINA E ESTELA (OS ENTRELAÇAMENTOS DA HISTÓRIA) -

Por Rangel Alves da Costa

Nas fotografias acima, onde se avista João Saturnino dos Santos, o Seu João Capoeira (acima), a ex-cangaceira Enedina (primeira foto abaixo) e o também ex-cangaceiro e político José Francisco do Nascimento, mais conhecido como Zé de Julião (Cajazeira no bando de Lampião), há um entrelaçamento pouco conhecido para os de Poço Redondo de hoje e até para pesquisadores e escritores. Fato é que Seu João Capoeira é o único irmão ainda vivo de Enedina, esposa de Zé de Julião. E deste Seu João Capoeira foi cunhado por duas vezes, pois após a morte de Enedina na Chacina de Angico de 38, Zé de Julião passou a conviver com Estela, irmã dos dois. Assim, Enedina e Estela eram irmãs de Seu João Capoeira e este cunhado de Zé de Julião por duas vezes. Uma página da história ainda viva e ainda recordando como era Zé de Julião: um homem bom, honesto, lutador. Não apenas um cunhado valorizando aquele de tanta importância em seu seio familiar, mas um reconhecimento do real valor deste grande e tão injustiçado sertanejo. Os olhos de Seu João Capoeira chegam a brilhar com maior vivacidade ao falar sobre seu amigo e parente. Quem terá um retrato de Estela?

Rangel Alves da Costa

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ESQUINA DA CULTURA - A HISTÓRIA DO "LAMPIÃO", COM ZUZA CAMELO

https://www.youtube.com/watch?v=WvrXF823YL0
Publicado em 6 de fev de 2018
INSCREVER-SE 617

Neste programa Marta Correa entrevista o professor Zuza Vieira Camelo que nos conta a história do "Lampião" e nos apresenta o livro que lançará em breve sobre essa figura emblemática da nossa história. Assista nossa TV WEB com programação 24 horas por dia e 7 dias na semana, programas que falam sobre Carreira, Negócios, Cultura, Música, Literatura, Talk Show, Direito e muito mais . Assista agora! www.bcctelevision.com

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Livros sobre cangaço é com o professor Pereira através deste e-mail: franpelima@bol.com.br

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MARTELO DA CULTURA

Clerisvaldo B. Chagas, 20 de março de 2018
Escritor Símbolo do Sertão Alagoano
Crônica/poesia 1861 (Resumo)

Meu roçado não é tão diferente
Do barreiro do pote do caneco
Da foice do machado do xadeco
Da maniva do tronco da semente
Do chocalho malvado da serpente
Do boi do vaqueiro do gibão
É o livro a caneta o livião
A comadre que reza e faz a cura
Como posso falar da Agricultura
Se a Cultura é a roça do meu pão

No roçado tem casa de farinha
Casebre chamado pau a pique
O engenho colado ao alambique
O feitiço do Sol de tardezinha
Os quitutes cheirando na cozinha
Um cavalo ruim feio e chotão
O cachorro se coça no pilão
A morena ao vaqueiro ainda jura
Como posso falar da Agricultura
Se a Cultura é a roça do meu pão

O alarme do galo no paiol
Um caboclo valente e atrevido
Dão romance rural abastecido
Como a luz matutina é um farol
Poetisa mastiga o arrebol
É teatro novela de paixão
Escritores só bebem no Sertão
Da fonte literária bela e pura
Como posso falar da Agricultura                                    
Se Cultura é a roça do meu pão

Uma dona fazendo uma intriga
O pescoço comprido do socó
A cadela no rastro do mocó
Uma arenga uma foice e uma briga
O teiú por dentro da urtiga
A memória de Cosme e Damião
As voltas da onça no grotão
O menino pegando tanajura
Como posso falar da Agricultura
Se a Cultura é a roça do meu pão

A cultura se faz com marmeleiro
Alecrim quixabeira grão de bico              
Imburana folhagem de angico
Espinheira miolo de facheiro
Sacatinga bom nome cajueiro
Mulungu mororó salsa e pinhão
Goiabeira andu federação
Óleo de mamona e rapadura
Como posso falar da Agricultura
Se a Cultura é roça do meu pão


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COMENDO PALMA E BEBENDO SUMO DE CACTO

*Rangel Alves da Costa

O episódio da família filmada enquanto comia palma acabou se tornando uma verdadeira lenda da chacota nos rincões sertanejos. Tido depois como mera encenação perpetrada pela administração municipal, a intenção era mostrar que o povo da terra estava tão faminto e necessitado que até de comida de animal estava se alimentando.
Tal fato aconteceu envolvendo o município sergipano de Poço Redondo, fincado nas lonjuras dos sertões esturricados em épocas de secas grandes. Dizem que um prefeito convidou uma equipe televisiva e levou a reportagem até um lugarejo empobrecido nas entranhas da caatinga. Lá a reportagem se deparou com uma situação estarrecedora: ao invés de feijão e carne nas panelas, apenas palma sendo pinicada para o almoço do dia. Mas, como dito acima, tudo encenação.
A intenção do prefeito era mostrar que a pobreza e a carência alimentar estavam tão extremas que a única solução encontrada pelas famílias era comer palma, comida de bicho. O espanto maior, contudo, não foi pela cactácea servindo de alimento, mas pela descoberta posterior da encenação. Até mesmo porque comer palma nunca foi coisa do outro mundo para o sertanejo. Não só palma como a carne existente em outras cactáceas, bastando retirar a pele com os espinhos para encontrar o embranquecido macio e até apetitoso, segundo a fome que se tem.
A vida cangaceira, por exemplo, tinha no cacto um alimento bastante usual. Quando a fome apertava não havia outra saída senão fazer valia das espinhentas para ter o alimento que tanto necessitavam. Com os punhais afiados, retiravam os espinhos e o endurecido da pele, e depois se fartavam da polpa. Também bebiam água das plantas e utilizavam a baba para passar nos lábios e curar feridas. Daí que mandacaru, xiquexique, jurubeba, palma, e até urtiga, tudo servia como alimento aos cangaceiros, mas também coiteiros e volantes.


É que a fome não dá opção de escolha de prato. E na vida catingueira, sem a farinha e a rapadura no aió, sem a farofa com o pedaço de preá assado no embornal, e sem água no cantil, não há mesmo jeito a dar. Ou se submete ao que encontrar ou terá dificuldades de prosseguir na jornada. A própria mata possui muitas opções alimentares, pois são muitos os frutos e flores que servem como alimentos. Entretanto, em situações extremas, onde não há nem um pé de araticum nem de melão do mato, não há outro jeito senão torcer para encontrar um cacto que possa fornecer a carne tão desejada.
Muitos não sabiam, mas a verdade é que pelos sertões inteiros a fome é trespassada pela flecha do que se tem. Sempre foi assim. Desde seus primórdios que o sertanejo inventa e reinventa seu alimento segundo aquilo que pode dispor como comida. Come-se calango assado, grilo e gafanhoto. Come-se raiz, folha e flor. Come-se cobra assada e até bicho que não se come. Come-se o impensável e até o indesejável. Em situação de fome, não há verdadeiramente muita escolha. O melhor prato e o melhor alimento são aqueles encontrados ao acaso.
A sede também não pode esperar. As caatingas são fartas em plantas que retém água e que servem como verdadeiras moringas perante a sede maior. Em difíceis situações, a única saída é procurar plantas cujas folhas retêm água ou apertar a polpa das cactáceas até que despejem o líquido tão precioso. Sem falar que a suculência das polpas já contém água suficiente para impedir problemas maiores por falta de água.
O frade, ou cabeça-de-frade como costumeiramente se diz, é uma das cactáceas com mais polpa e mais suco. Desde as flores avermelhadas que nascem acima, tudo serve como alimento e bebida ao homem. Sem falar que em situação de normalidade, a cocada de frade é uma das mais saborosas existentes. Depois de retirado os espinhos e a pele, a carne esbranquiçada é cortada em pequenos cubos e depois é levada ao tacho e ao fogo junto com o leite, o açúcar, o coco e outros ingredientes. Uma incomparável delícia.

Escritor
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PALESTRA DO PROF. JOSÉ ROMERO ARAÚJO CARDOSO EM 09/08/2014 NO MUSEU DO SERTÃO DA FAZENDA RANCHO VERDE - ESTRADA DA ALAGOINHA - MOSSORÓ/RN


Palestra do Prof. José Romero Araújo Cardoso em 09/08/2014 no Museu do Sertão da Fazenda Rancho Verde - Estrada da Alagoinha - Mossoró/RN, destinada a docentes e discentes do ensino fundamental de escolas públicas e privadas de Mossoró e região, sobre a importância e atualidade do pensamento do cientista nordestino Josué de Castro, ensejando Projeto de Extensão do Departamento de Geografia da Faculdade de Filosofia e Ciências Sociais da Universidade do Estado do Rio Grande do Norte, tendo como coordenador o Prof. José Romero Araújo Cardoso e vice-coordenador o Prof. Benedito Vasconcelos Mendes

Enviado pelo professor, escritor, pesquisador do cangaço e gonzaguiano José Romero de Araújo Cardoso

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FAZENDA POÇO DO NEGRO

Por Virgulino Ferreira da Silva

Indo pras ruínas da casa da fazenda Poço do Negro, próxima de Nazaré do Pico, distrito de Floresta-PE, última morada dos "Ferreiras" em Pernambuco


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FOGO DAS GUARIBAS CASARÃO DE ANTÔNIO GOMES GRANGEIRO


Por Bruno Iacub

Dois dias antes da chacina de Guaribas, o jovem Edmundo de Sá Sampaio, corretor da loja do seu tio, Argemiro Sampaio, em Barbalha, passou na residência de Antônio Gomes Grangeiro e sentiu a sua preocupação, por ser amigo e vizinho de Chico Chicote. Edmundo de Sá Sampaio, sentindo aquele clima de medo e apreensão de Antônio Gomes Grangeiro, sugeriu que ele fosse embora dali. Resposta de Antônio Gomes Grangeiro a Edmundo Sá Sampaio: “Não posso porque, para onde eu for o homem vai me buscar”!

Em meados de fevereiro de 1927, Lampião e seu bando entrou no Cariri cearense por Macapá (atual Jati), passou pela fazenda Piçarra, onde ouviu as novidades comunicadas por “Seu Tonho”, relatando movimentos das volantes. Tangenciou Porteiras e Brejo dos Santos (atual Brejo Santo), subindo a chapada do Araripe totalmente livre de perseguição, foi visitar a propriedade de Antônio Gomes Grangeiro no sítio Salvaterra, uma área de 300 hectares situados com cafezal, cana e gado, localizado na zona serrana do Brejo. Lampião procurou o proprietário, mas este conseguira fugir ao perceber a aproximação do bando – Antônio Gomes Grangeiro tinha sido um dos signatários de um abaixo-assinado reclamando providências contra a insegurança da região. Dona Maria Celina Grangeiro, esposa de Antônio Gomes Grangeiro, informou que o marido estava viajando e ofertou uma cesta de mangas para Lampião e seu bando desfrutarem. Virgulino, desconfiado que a mulher estivesse mentindo, disse:

- Eu sei qui seu Antonho Grangero é amigo de Chico Chicote. Diga a ele, dona, qui nun precisa tê medo deu, não. Ele pricisa tê coidado é cum “os bonzinho” qui vem aí atrás...

Isso foi um aviso...

Subornado pelo grupo de Sinhô Sebastião Salviano e utilizando da justificativa de vir dar cabo ao Rei do Cangaço no Cariri, o tenente José Gonçalves Bezerra, um dos maiores bandidos-autoridades de que já teve notícias no Ceará, saiu de Brejo dos Santos na madrugada de terça-feira, 1° de fevereiro de 1927, comandando uma volante com 70 praças, como auxiliar o Sargento-Tenente Veríssimo Alves Gondim e como guia e agregado à tropa, voluntariamente, João Gomes de Lucena, filho do então prefeito de Milagres e ex-prefeito de Brejo dos Santos, coronel Manoel Inácio de Lucena e sobrinho do então prefeito de Brejo dos Santos, Joaquim Inácio de Lucena, conhecido como Quinco Chicote, além de cabras do coronel Nozinho Cardoso. A tropa chegou ao sítio Salvaterra antes do amanhecer, cercando o casarão de Antônio Grangeiro, quando então cometeu os maiores e mais bárbaros crimes ocorridos no Ceará, sobre o que nem foi aberto inquérito.

O casarão foi invadido e a seguir, sob a brutal e súbita violência, Antônio Gomes Grangeiro, seu sobrinho João Grangeiro (Louro Grangeiro) e dois moradores, Aprígio Temóteo de Barros e Raimundo Madeiro Barros (Mundeiro) foram dominados fisicamente, com as mãos e pés amarrados com cordas.

Antônio Gomes Grangeiro era ligado a Chico Chicote por grande amizade. Tanto assim que, em consequência de forte intriga entre Antônio Gomes Grangeiro e José Franklin Figueiredo, vulgo José Franco, proveniente duma questão de terra, Chico Chicote penetrou na casa de José Franco e matou-o barbaramente. José Franco era cunhado de Sinhô Sebastião Salviano. Daí que Sinhô Sebastião Salviano retirou-se para Princesa Isabel, na Paraíba, e passou a viver sob a proteção de seu donatário, o coronel José Pereira Lima (04.12.1884 – 13.11.1949), responsável pela Revolta de Princesa, em 1930, tendo participação do próprio Sinhô Sebastião Salviano chefiando um de seus bandos de jagunços.

Feito o aprisionamento de Antônio Gomes Grangeiro e seus companheiros, a tropa prosseguiu levando os quatro prisioneiros. Logo adiante, depois de uma capelinha, havia uma vereda que subia para a chapada do Araripe. Lampião e seu bando acabara de subir por ali em direção a lagoa da Malhada Funda, entre os municípios de Missão Velha e Barbalha. Dali ele ouviria o papoco vindo de Guaribas, no lutuoso dia 1° de fevereiro de 1927.

A volante prosseguiu para o sítio Guaribas. Ao atingir cerca de dois quilômetros, houve um "pequeno alto". Nesta ocasião, à retaguarda do grosso da tropa e devidamente instruído, o cabo João Joaquim de Moura, conhecido como Joaquim da Conceição, degolou os quatro prisioneiros, cujos cadáveres, num só bloco, foram incinerados numa fogueira, cobrindo-os com galhos e folhas, previamente ensopada de álcool. Dona Maria Celina, esposa de Antônio Gomes Grangeiro, viria a falecer posteriormente durante um parto.

Totalmente destroçada, a família Grangeiro mudou-se para Fortaleza e São Luiz do Curú e, no desdobramento dos tempos, aos poucos, como que saindo daquele terrível pesadelo, João Gomes Grangeiro, um dos onze filhos de Antônio Gomes Grangeiro, nascido em 1914 e aos doze anos vendo o assassinato do seu pai, tornou-se um homem de posses, sócio da Usina de Açúcar do Vale do Curú e, posteriormente, empresário das lojas de material elétrico de Fortaleza, “Eletro Grangeiro”. João Gomes Grangeiro era um dos filhos da grande vítima de Guaribas. Bafejado pela sorte na indústria e no comércio, homem trabalhador e equilibrado, tempos depois voltou a Porteiras e comprou o esquadro de terra onde seu pai foi morto e ali ergueu um belo mausoléu de mármore, assinalando o local do trucidamento.

As pessoas que ali transitem, mal sabem que aquele mármore cinzento, dentro do mato, é mais um marco do arbítrio policialesco do Ceará na década de 20 do século passado, quando os truculentos chefes de volantes policiais tudo podiam, fazendo prevalecer o direito da força sobre a força do direito.

Depois da chacina de Salvaterra, a próxima vítima do tenente José Bezerra, naquele mesmo dia 1° de fevereiro de 1927, seria Antônio Marrocos de Carvalho, fiscal de tributos da prefeitura de Jardim, residente no distrito de Macapá.

Após dar água aos seus animais na lagoa da Malhada Funda, Lampião se dirigiu para a Serra do Mato, município de Jardim, onde não encontrou o coronel Antônio Joaquim de Santana, seu maior coiteiro no Cariri, e nem Júlio Pereira, alfaiate em Juazeiro e notório fornecedor de munição ao seu bando. Lampião ficou irritado, pois dera viagem perdida. Nem dinheiro, nem munição, quando seu grupo precisava das duas coisas.
Dali Lampião seguiria para mais um episódio do Cangaço: O Fogo da Ipueiras dos Xavier.

O Brejo é Isso!

Gostaríamos de agradecer a receptividade de Cristiano Grangeiro, parente e atualmente um dos proprietários do Casarão de Antônio Gomes Grangeiro.

Com informações obtidas das seguintes fontes bibliográficas:

- Separata da Revista Itaytera, A Tragédia das Guaribas, Otacílio Anselmo e Silva, Instituto Cultural do Cariri, 1972;
- Açucar no Sertão, de Mônica Dias Martins, 2008;
- Cariri Cangaço, Coiteiros e Adjacências, Napoleão Tavares Neves, 2009;
- Texto: Chico Chicote – A Tragédia das Guaribas, sem informações sobre o autor.

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LIVRO SOBRE PADRE CÍCERO


Vou compra hoje aqui na livraria do Espiga, na cidade de juazeiro do Norte CE.

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DOCUMENTOS PARA A HISTÓRIA DE MISSÃO VELHA

Por Bosco André
João Bosco André e o lançamento de seu Livro em Missão Velha

Aconteceu na noite do último sábado, dia 17 de março, no plenário da Câmara Municipal de Missão Velha; o Portal do Cariri; a noite solene de lançamento do primeiro livro do pesquisador e memorialista, Conselheiro Cariri Cangaço, João Bosco André. Diante de um público que lotou as dependências da Câmara Municipal um emocionado Bosco André entregava em sua casa, um livro imprescindível para todos que desejam conhecer de perto a historia de Missão Velha e do Cariri.

 João Bosco André e o lançamento de "Documentos para a História de Missão Velha"
"Eu e minha família agradecemos a todos os irmãos Missão-velhenses, do Cariri, de Fortaleza e de outros Estados vizinhos por ter nos prestigiado com suas importantes presenças. Sentimo-nos lisonjeados e envaidecidos por tamanha consideração, atenção e carinho de todos. Um abraço cordial. Muitíssimo Obrigado."

João Bosco André, ou simplesmente Bosco André, há muito devia a sua cidade e ao Brasil uma obra da magnitude de "Documentos para a História de Missão Velha", um trabalho de fôlego, calcado em anos de pesquisa e dedicação à história de sua terra natal, portal do Cariri e berço dos Terésios, tradicional tronco familiar que viria a ser o grande responsável pelo desenvolvimento de toda a região sul do Ceara.

Joao Tavares Calixto Junior apresentou a Obra

Camaradagem, gentileza, hospitalidade, essas são apenas algumas das inúmeras características do amigo Bosco André; um marido zeloso, um pai e avô inteiramente apaixonado por sua querida família; características que seu unem a  uma tenacidade incomum quando se trata de pesquisar e aprofundar na historia de nossa região, com uma memória espetacular e o zelo próprio dos pesquisadores responsáveis, Bosco nos presenteia com um livro que veio para marcar e se consolidar como uma das mais preciosas obras já escritas em nossa região do Cariri.
João Bosco e o principal e seu principal esteio: A Família.

"É uma pedra preciosa o livro sobre a história de Missão Velha escrito pelo ilustre João Bosco André que tive a honra de ter feito a revisão deste maravilhoso trabalho, assim como ter escrito uma das orelhas" revela o pesquisador e escritor Joao Tavares Calixto Júnior,  que na solenidade apresentou a Obra como também representou oficialmente o Cariri Cangaço na noite de lançamento.

Pois sim, nosso espetacular João Bosco André, memorialista e escritor; Conselheiro do Cariri Cangaço; representante do Portal do Cariri, lançou sua aguardada Obra, que sem dúvidas já se configura como indispensável nas bibliotecas não só daqueles apaixonados pela encantadora Missão Velha, mas por todos aqueles que buscam alargar seus conhecimentos e entender a gênese de boa parte de tudo o que aconteceu e acontece por estas bandas de nosso amado Ceará. Bosco André estará também lançando seu livro com direito a Palestra em nosso Cariri Cangaço Fortaleza de 26 a 29 de abril de 2018.

Noite de Lançamento
Documentos para a História de Missão Velha
Câmara Municipal de Missão Velha
17 de março de 2018

https://cariricangaco.blogspot.com.br/2018/03/documentos-para-historia-de-missao_20.html

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A VERDADE POR TRÁS DE MARIA BONITA


Aos 18 anos, Maria Gomes conheceu Lampião, um caboclo alto, corcunda, manco e caolho. Curiosamente, o apelido pelo qual ficou conhecida não surgiu no Sertão, mas no meio urbano do Rio de Janeiro, em 1937, inventado por jornalistas.

Autor – Felipe Torres
PUBLICADO EM – http://lounge.obviousmag.org/sarcasmo_e_sonho/2014/08/a-verdade-por-tras-de-maria-bonita.html
Ano de 1929, município de Jeremoabo, Sertão da Bahia. Lampião era um caboclo alto, um tanto corcunda, cego do olho direito, óculos ao estilo professor, manco de um pé (baleado três anos antes), com moedas de ouro costuradas na roupa. Exalava mistura forte de perfume francês com suor acumulado de muitos dias. O cangaceiro podia até não preencher os requisitos de um bom partido, mas foi com esses atributos que conquistou a futura mulher, filha de casal com uma dezena de filhos.
Maria Gomes Oliveira tinha 18 anos quando subiu na garupa do cavalo de Virgulino Ferreira da Silva. Corpo bem feito, olhos e cabelos castanhos, um metro e cinquenta e seis de altura, testa vertical, nariz afilado. Era bonita, habilidosa na costura (assim como era Lampião) e adorava dançar. Foi o suficiente para Virgulino quebrar a tradição do cangaço e permitir o ingresso de uma mulher nos bandos, o que abriu precedente para várias outras.
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Curiosamente, ela nunca foi conhecida como “Maria Bonita”. Segundo o historiador Frederico Pernambucano de Mello, o “nome de guerra” não surgiu no Sertão, mas no meio urbano do Rio de Janeiro, em 1937, por meio do uma “conspiração” de jornalistas. A partir dali, tomou conta do Brasil.
Até então, a mulher de Lampião era chamada de Rainha do Cangaço, Maria de Dona Déa, Maria de Déa de Zé Felipe ou Maria do Capitão. O nome definitivo surgiu inspirado em um romance de 1914, Maria Bonita, de Júlio Afrânio Peixoto, adaptado para o cinema 23 anos depois. Vários repórteres chegaram ao consenso para padronizar a informação disseminada pelos jornais impressos.
Nos três primeiros anos, de 1929 a 1932, as mulheres do cangaço ficavam reclusas no Raso da Catarina, refúgio no nordeste da Bahia. Quando, enfim, foram autorizadas a acompanhar os bandos de cangaceiros, passaram a conviver com a elite sertaneja, esposas e filhas de coronéis poderosos.
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“Disso resulta o aprimoramento da estética presente em trajes e equipamentos, além do aburguesamento de maneiras. A máquina de costura, o gramofone, a lanterna elétrica portátil – e logo, a filmadora alemã e a câmera fotográfica, pelas mãos do libanês Benjamin Abrahão – chegam ao centro da caatinga, amenizando os esconderijos mais seguros, levados pelos coiteiros”, destaca Frederico Pernambucano de Mello.
https://tokdehistoria.com.br/2015/06/08/a-verdade-por-tras-de-maria-bonita/
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