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sexta-feira, 13 de novembro de 2020

A MORTE DE NENÉM DE LUIZ PEDRO NA FAZENDA MOCAMBO

Por Aderbal Nogueira

https://www.youtube.com/watch?v=Ve_85uwuU0U&feature=youtu.be&fbclid=IwAR1Yk2uEa-YwH9X4gMMP3sRb6Op3QGRNNvlkwYJcJJ9tlMiQSPwLhZheheg&ab_channel=AderbalNogueira-Canga%C3%A7o

A morte dessa jovem, ou pós ela, existe uma polêmica devido ter em livros, e outros "ouvi dizer", que ocorreu profanação do cadáver. Alguns dizem que foram os "volantes" a profanarem sexualmente o corpo. Já outros, que eles colocaram os cães para profanarem.

Laser/vídeo

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A PEDRA DE DÉ ARAÚJO

 Por Valdir José Nogueira de Moura


Em meio a tantas paisagens urbanas, históricas e naturais, muitos lugares incríveis no município de São José do Belmonte continuam desconhecidos do grande público, seja pela dificuldade de acesso ou somente pela falta de informação, muitos atrativos em nosso município seguem inexplorados.

Panorama a partir da PEDRA DE DÉ ARAÚJO.

A famosa “Pedra de Dé Araújo” é um desses lugares.

No entanto, informa-nos o historiador Rostand Medeiros, no seu prestigiado blog “Tok de História”, que, ao norte da cidade pernambucana de São José do Belmonte, em área de limites estaduais de Pernambuco, Paraíba e do Ceará, existe no lado pernambucano, uma elevação natural, com altitudes que chegam a mais de 1.000 metros e é conhecida como Serra do Catolé. 

Escritores Rostand Medeiros, João de Sousa Lima e Juliana Pereira

Ele informa-nos, também, que, em entrevista com o senhor Luiz Severino dos Santos, morador nascido e criado naquela Serra, que as grutas existentes naquela elevação natural foram utilizadas como esconderijo pelo bando de Sinhô Pereira e pelo seu primo, Luiz Padre, ficando o local conhecido como o “Coito” dos Pereiras, existindo ali também outra gruta que ficou conhecida como a PEDRA DE DÉ ARAÚJO.

“Dé Araújo – Um cangaceiro afamado – um soldado célebre”

De acordo com o senhor Severino, a família de Luiz Padre era proprietária do Sítio Catolé antes mesmo do início das “brigadas” contra os Carvalhos. Entre uma pausa e outra da luta, Luiz Padre, Sinhô Pereira e o bando seguiam para a Serra do Catolé, onde se refaziam para novos combates. Atesta Rostand que as características de isolamento e as dificuldades naturais de acesso a Serra, proporcionaram aos cangaceiros um verdadeiro local de descanso e apoio. A permanência do grupo naquele local era sempre rápida e controlada. Temendo que a polícia descobrisse aqueles esconderijos, todos os acessos eram vigiados, ninguém entrava ou saia da Serra sem que Luiz Padre e Sinhô Pereira não soubessem. A localização da Serra e do Sítio Catolé era de importância estratégica, pois distava, somente, 18 quilômetros da fronteira cearense e a 3 da Paraíba, mostrando que a partir daquele local estas fronteiras poderiam ser ultrapassadas e outros locais de apoios e de combate poderiam ser alcançados.

Certo dia, tendo ido o cangaceiro Dé Araújo encontrar com o companheiro Cícero Costa, na Paraíba, foi o mesmo surpreendido por uma força policial composta de 12 praças, sob o comando de um cabo, na altura do Riacho de Santa Inez. Conseguindo então furar o cerco, depois de levemente ferido, foi Dé Araújo se refugiar em uma das inúmeras grutas existentes na Serra do Catolé. A partir de então, o local ficou conhecido como PEDRA DE DÉ ARAÚJO.

PEDRA DE DÉ ARAÚJO - Serra do Catolé – São José do Belmonte

Natural de Floresta, Dé Araújo, batizado como Manoel Cavalcanti de Araújo, era filho do casal, João Antônio de Souza Araújo e Pacífica Benvinda Cavalcanti de Albuquerque. Em 1919 seus familiares passaram a residir em um sítio na Serra do Catolé. Nesse mesmo ano Manoel Cavalcanti de Araújo por motivos pessoais, torna-se cangaceiro do bando de Sebastião Pereira e Luiz Padre. 

Sinhô Pereira sentado e Luiz Padre.

Deixando o bando, incorpora-se na Força Pública de Pernambuco, porém, torna-se desertor e regressa ao bando de Sinhô Pereira, virando, então DÉ ARAÚJO. Com a desistência de Sinhô Pereira, chefe supremo dos cangaceiros, oportunidade em que se retirou para Goiás, Lampião assumiria o bando. Em outubro de 1922, Dé Araújo também participou do grupo de cangaceiros que atacou a cidade de Belmonte, com o objetivo de assassinar o coronel Gonzaga Ferraz. Tempos depois Dé Araújo abandona o cangaço, sendo que no dia 1/12/1926, com outra identidade, agora era o novo cidadão Rodrigo de Souza Nogueira, verificou Praça na Força Pública de São Paulo, no 1º Regimento de Cavalaria.

Nessa cidade, faleceu Dé Araújo aos 77 anos de idade no dia 29/4/1979. A sua história foi contada magistralmente pelo historiador e Conselheiro do Cariri Cangaço, Geraldo Ferraz, no livro “Dé Araújo – Um Cangaceiro Afamado, Um Soldado Célebre”.

Personagem da história do cangaceirismo dos sertões nordestinos, seu nome foi eternizado, numa gruta da Serra do Catolé , a famosa PEDRA DE DÉ ARAÚJO.

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BANHA DE PORCO

 Clerisvaldo B. Chagas, 13 de novembro de 2020

Escritor Símbolo do Sertão Alagoano

Crônica:  3.417

       Estamos vivendo a crise de preço dos óleos de cozinha. Antes desses óleos industrializados, sempre usávamos em nossos sertões, a banha de porco para os cozimentos alimentares. Para isso, os produtores criavam nas fazendas, nos sítios e nos quintais urbanos dois tipos de porcos onde não se usavam os nomes científicos das espécies. Eram simplesmente chamados porco baé e porco do focinho grande. Ambos eram alimentados com lavagem, abóbora, soro do leite, grãos e qualquer resto de alimentos jogado na lata de lavagem que era o líquido de água usada e esses restos de inúmeros alimentos. O porco Baé, menor, arredondado, focinho curto, bom comedor e engorda rápida. O porco do focinho grande, maior e mais comprido, era muito ruim de desenvolvimento para o abate.

Dos porcos abatidos artesanalmente aproveita-se a carne e a banha que serviam para fazer torreiro e para cozinhar os alimentos das casas sertanejas. Torreiro e não torresmo de “praciante” besta. Em Santana do Ipanema, seu Antônio (?) Simões, na ponte do Padre, era famoso vendendo torreiro na sua bodega bem localizada com esse produto delicioso e nutritivo. O senhor (?) Santana, no final da Rua das Panelas, também vendia torreiros saborosos. O segredo era metade carne, metade couro, passados na banha de porco. Outras pessoas também produziam essa delícia sertaneja. Até as padarias compravam banha em latões para o fabrico de suas iguarias.

Seu João Soares, no bairro Monumento era mestre na produção e venda de torreiro, banha e carne de porco até para exportar. Aliás, a banha de porco que o Sr. João Soares exportava, nem precisava testes de compradores como faziam com outras. A sua honestidade e dignidade falavam por si na alta qualidade da banha que produzia. O saudoso João Soares Campos chegou a montar um açougue muito moderno para a época, na esquina do beco do Mercado de Carne, público. Quando a medicina condenou a banha de porco em defesa de óleo industrializado, tudo mudou, a banha desapareceu do mercado. Mas, com o novo conceito medicinal, a banha de porco está voltando à praça, vendida nas feiras camponesas e mesmo em supermercados. O porco baé e o de focinho grande, foi substituído pelo suíno gigante, amarelo e comprido, criado com as mais avançadas tecnologias. O povo do Sertão chama esse novo porco criado para a indústria de “porco galego”. Mas a banha de porco voltou com força ao mundo doméstico em condenação aos óleos e elogios a banha para a saúde do povo brasileiro.

Banha de porco: heroína, Vilã, heroína de novo, IRONIA DAS COISAS.

(FOTO: savegnago.com.br).

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3 COITEIROS


 Para adquiri-lo basta entrar em contato com o professor Francisco Pereira Lima lá em Cajazeiras, no Estado da Paraíba, através deste e-mail:

franpelima@bol.com.br

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ENTRE CANETA E BACAMARTE - A SAGA DE FIDERALINA, NOS GRANDES ENCONTROS CARIRI CANGAÇO.

 Por Manoel Severo

"Conhecida como figura de destaque do coronelismo, cujo espírito encarnou com a sua armadura de guerreira, Fideralina sempre levou às últimas consequências as vinditas com os seus adversários, ganhando ou perdendo as demandas com as quais se envolveu. Falecida aos 16 de janeiro de 1919, foi casada com o major Ildefonso Correia Lima, e entre os fatos marcantes da sua trajetória podem ser enumerados: a detenção do poder político supremo, em Lavras da Mangabeira, e a derrubada do seu próprio filho, Honório Correia Lima, da chefia da Intendência local.

Senhora de vastos domínios territoriais e de grande vocação para o exercício da política, em Lavras estabeleceu residência em casarão localizado na então Rua Grande, hoje Major Ildefonso, e sua vivenda de campo foi construída no sítio Tatu do mesmo município, ostentando, além da casa-grande, a senzala, a capela e o engenho, símbolos máximos da autonomia do sistema latifundiário. Vastíssima tem sido a crônica histórica a seu respeito, valendo destacar algumas opiniões de abalizados conhecedores da nossa história política, selecionadas entre a complexa bibliografia que regista a sua trajetória. Em torno de sua pessoa disse Antônio Barroso Pontes: “Dona Fideralina, que na sua época dominou toda a região sul do Ceará”. E Joaryvar Macedo: “Mulher forte, Dona Fideralina tornou-se uma das maiores expressões da política cearense do seu tempo". O autor do texto, Dimas Macedo e Cristina Couto, são os convidados de Manoel Severo para esta noite ímpar, sobre uma das mais preciosas personagens do coronelismo sertanejo: Entre Caneta e Bacamarte - A Saga de Fideralina.

https://cariricangaco.blogspot.com/2020/11/entre-caneta-e-bacamarte-saga-de.html

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TRAIÇÃO E LIBERDADE.

Por João Filho de Paula Pessoa

Na reta final da passagem pelo Ceará durante sua fuga de Mossoró/RN em 1927, Lampião foi traído por um fazendeiro que julgava ser seu amigo e que tinha participado dos planos ao ataque à Mossoró, o Cel. Isaías Arruda. 

O Bando de Lampião já tinha passado por vários combates de perseguição e muitas provações de força e resistência durante esta fuga, muita fome, sede, exaustão, perdas, mortes e deserções, encontrando-se o bando já bastante reduzido, em frangalhos e extremamente debilitado. Lampião esperava encontrar guarida na fazenda do amigo em Aurora/Ce, para se recompor e prosseguir sua viagem de volta à sua terra. 

O Cel. Isaías Arruda o recebeu e o encaminhou à uma outra fazenda próxima, Fazenda Ipueiras, para hospedá-los na casa grande, mas ao se aproximar da casa, Lampião, seguindo seus instintos, resolveu não entrar e acampou numa vargem próxima, debaixo de algumas árvores. No outro dia, o Cel. Isaías Arruda convidou o bando para um almoço na mesma casa grande, onde seria mais confortável, mas ao se aproximar o horário do almoço, Lampião, instintivamente, novamente não entrou na casa e pediu que o almoço fosse servido no pátio da fazenda, ao ar livre. 

Os instintos, as precauções e a sagacidade de Lampião lhes salvaram a vida, pois seu suposto amigo tinha tramado um plano cruel e covarde para sua morte, mandou envenenar a comida que lhe seria servida, para quando estivessem envenenados dentro da casa, fosse tocado fogo em todo o canavial que a rodeava por todo o pasto e ainda posicionou sua tropa de jagunços armados de tocaia fora da casa, em posição de combate, para abater à tiros todos os que, por ventura, se salvassem do veneno e saísse da casa, tendo ainda as chamas do fogo e a intoxicação da fumaça para assim aniquilar Lampião e todo o bando de uma vez só. 

Iniciou-se então o almoço e logo alguns cangaceiros começaram a passar mal e o fogaréu também iniciou e se alastrou rapidamente por toda a fazenda, a fumaça tomou conta do pátio e da roça, formando uma imensa e tóxica nuvem negra de fumaça, que agravou o mal estar dos envenenados. Lampião estranhou tudo aquilo e imediatamente ordenou a retirada e iniciou o combate com os jagunços empreendendo fuga simultaneamente. 

Os Cangaceiros envenenados correram aos tropeços, combateram, tombaram e fugiram aos vômitos, enjoos e fortes dores, recorrendo ao que restava de suas últimas forças e sumindo na negritude da nuvem de fumaça e na vermelhidão das chamas do fogo, alguns caíram e ficaram pelo caminho, mas, heroicamente e inimaginavelmente, Lampião chegou às terras pernambucanas em condições totalmente precárias, com seu bando quase moribundo, mas vivos e em “casa”, sentindo enfim o gosto da liberdade. 

Isaías Arruda morreu no ano seguinte, em agosto de 1928, por uns oito tiros à queima roupa na Estação de trem de Aurora, sua cidade natal, aos 28 anos. Lampião por sua vez, viveu por mais dez anos, até 1938, quando foi morto em Angico/SE aos 40 anos. 

João Filho de Paula Pessoa, Fortaleza/Ce. 14/02/2020.

Assista este conto narrado em vídeo: https://youtu.be/6Vlk49SlBSE

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