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terça-feira, 29 de outubro de 2019

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5 FATOS SOBRE O BATALHÃO DE FLORESTA

Fonte YouTube


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A RETIRADA POR:RANGEL ALVES DA COSTA


"Capitão, já tamo arranchado aqui pra mais de três dia, e adescupe dizê mai já tô achano tempo demais a gente num mermo lugar. Quano o Capitão pensa em levantar coito?”. Lampião baixou a cabeça, um tanto pensativo, e sem nada responder naquele instante, mas não demorou muito, depois de levantar os olhos em direção aos horizontes da noite, para afirmar: “Cangaceiro nunca tem hora de chegar nem de partir. É o sopro do vento, o desassossego do bicho e o zunido da mata quem tudo diz. Sinta o que tô dizeno e vai saber a hora da gente levantar coito”.
Noite fechada, de breu. Vaga-lumes voejavam pelo coito sem imaginar sobre quem jogavam suas faíscas de luz. Lampião chamou Maria Bonita e juntos seguiram até a encosta de um lajedo grande mais adiante. A companheira do Capitão se mostrava inquieta, nervosa, assombrada com qualquer coisa. E foi por esse motivo que seu companheiro logo lhe perguntou: “O que lhe aperreia, Maria. Tô sentindo uma estranheza e não gosto que teja assim. Me diga, o que tá acontecendo?”.
“Meu Capitão, nada não. Nem em todo momento a gente se mostra despreocupada. Preocupada eu num tô não, mai também num deixo de tá. Nessa madrugada me veio um sonho que nada lhe contei sobre ele, mai depois que a noite caiu eu comecei a sentir quase tudo que se passava no sonho. Uma noite fechada como essa, com vaga-lumes pelo coito, e também um silêncio estranho que parece trazendo voz, que parece anunciar a presença de gente vigiando a gente. Outra coisa. Também ouvi um piado tão assombroso de passarinho que mais parecia o anúncio de um tempo ruim que chegava. Ainda bem que esse piado não apareceu...”.
Maria Bonita ainda falava quando um piado medonho, o mais arrepiante e espantoso que pudesse existir, surgiu tão alto que mais parecia de um pássaro agourento pousado no meio do coito. Não se sabe sequer de qual lado veio, mas trinou como um terrível prenúncio de algo muito ruim. Maria Bonita se lançou nos braços do Capitão e não pôde conter as lágrimas. Trêmula, perguntou: “Ouviu, meu Capitão?”. Lampião não respondeu. Abraço ainda mais forte a sua Santinha, mas sem demora já estava dando o sinal por todos conhecido. Era hora da retirada, e naquele mesmo instante, sem qualquer demora.


Toda a cangaceirama parecia permanentemente preparada para receber esta ordem a qualquer momento. No coito, o repouso não contava com a total retirada da roupa pesada nem com o descanso das armas. Mesmo sem as cartucheiras e embornais, sem os chapéus e jabiracas, a cangaceirama mantinha sobre o corpo o necessário ao enfrentamento dos contratempos. Sempre uma arma ao redor, sempre um olho aberto enquanto o outro tentava dormir, sempre a constante vigília daqueles que nunca descansavam na paz e na despreocupação. Até mesmo os encontros sexuais se davam por entre roupas.
Assim, poucos instantes depois da ordem do Capitão e todos já estavam prontos para a partida. E não havia tempo sequer de perguntar o que tinha acontecido e o porquê daquela pressa toda. Os apetrechos foram juntados nos embornais, as cartucheiras apressadamente repostas, os armamentos deitados ao largo do corpo, as pequenas tendas desfeitas e os canecos e cantis dependurados. “Seguir por onde?”, um cangaceiro perguntou. Mas nem houve tempo de qualquer resposta. Quando a mata adiante se abriu e a bala começou a zunir, então a direção tinha que ser ao contrário.

Rangel Alves da Costa e Manoel Severo
Mas assim não ocorreu. Quando o primeiro tiro inimigo faiscou na pedra e a cangaceirama sentiu que estava sendo atacada, a voz de Lampião se fez mais alta e uma ordem inesperada ecoou: “Sem recuar. Atacar de frente!”. Então a cangaceirama começou a abrir fogo frente a um inimigo invisível. A terrível escuridão não permitia avistar quase nada que estivesse à frente. Os vaga-lumes agora eram os cuspidos das armas chispando no meio da noite. Numa vontade cega de lutar, de atacar o que estivesse pela frente, as armas vomitavam de lado a lado e os gritos anunciavam as investidas e os açoites recebidos. Brados de dor, urros e silêncios mortais.
A mataria amanheceu em estado de devastação. Galhos retorcidos, troncos cravejados de balas, folhagens tingidas de sangue. O combate travado fora tão violento que urubus e outras aves carnicentas despontavam pelos ares em busca de sangue ainda latejante. Mas nenhum morto por ali, nenhum cangaceiro ou volante prostrado em suas dores e aflições. Ora, em guerra tão feroz as vítimas teriam de estar por ali. Mas nenhum morto e nenhum ferido.
As marcas da guerra ainda continuam pelos arredores daquele coito. Até hoje, contudo, ninguém sabe o final daquela vindita travada em meio à escuridão. Entre vencidos e vencedores, apenas a certeza de que os heróis não se eternizaram. Os cangaceiros colocaram a volante em forçado recuou, ou a soldadesca fez com que os homens do Capitão abrissem fogo somente para fugir? Ninguém sabe. Não precisa saber. Não há nenhum herói nem bandido nessa história. Apenas homens que nem sempre sabiam a bandeira de luta que carregavam.
Apenas ficção. Mas bem que poderia ter acontecido assim.

Rangel Alves da Costa, pesquisador e escritor
Conselheiro Cariri Cangaço, Poço Redondo-SE

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TODOS A NOVA OLINDA, VIDA LONGA E VIVAS A SEU ESPEDITO CELEIRO !



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NA TERRA DOS MASTODONTES

Clerisvaldo B. Chagas, 29 de outubro de 2019
Escritor Símbolo do Sertão Alagoano
Crônica: 2.205
Monumento ao tigre, acesso a Maravilha. (F. Com B. Chagas/Arquivo).

A cidade de Maravilha – Microrregião de Santana do Ipanema e Mesorregião do Sertão Alagoano – continua fazendo sucesso com seus monumentos de mastodontes distribuídos pela urbe e cercanias. As réplicas dos animais titãs que viveram na região, além de novo alento na paisagem urbana, atraem constantemente estudiosos, estudantes e turistas em busca das estátuas e do museu ali implantado. Todos querem posar com esses animais para suas reflexões ou simplesmente enviar lindas fotos para a Internet. Maravilha é um brejo de pé de serra famosa pela altura da serra da Caiçara e que agora soma com a descoberta de fósseis que impressionam; provas de que viveram naquelas paragens animais gigantes como a preguiça, o tatu e o tigre-dente-de-sabre.
O município de Maravilha que antes pertencera a Santana do Ipanema fica a uma distância de 232 km da capital, Maceió. Quem nasce no lugar é maravilhense e pertence à Paróquia da Sagrada Família. “Em 2007, foi inaugurado, na praça principal da cidade, o Museu Paleontológico Otaviano Florentino Ritir, único museu brasileiro voltado exclusivamente à Paleontologia. Ele reúne fósseis de mamíferos pré-históricos que foram encontrados na região (...)”. O município de Maravilha tem como limites outros como Ouro Branco, Canapi, Poço das Trincheiras e o estado de Pernambuco. Tendo como referência Santana do Ipanema, fica apenas a um salto da “Rainha do Sertão”.
Para quem gosta de coisas sobre o cangaço, foi por ali que foi assassinado a pedradas um dos irmãos Porcino. O bando dos Porcino foi o primeiro em conceder abrigo a Virgulino Ferreira, antes de virar Lampião. Era chefiado por três irmãos, mas o irmão assassinado na região de Maravilha, não fazia parte da caterva. Foi morto por Caiçara, o mesmo soldado que assassinara o pai de Virgulino, sem nem saber quem ele era. A área sertaneja de Maravilha e sua vizinha Ouro Branco foi bastante visitada por esses bandidos alagoanos que atuavam no alto sertão.
Portanto, se você é pesquisador, está aberto o sertão dos mastodontes e os primórdios lampionescos.
Visite Maravilha, cuja serra recentemente se transformou em reserva de caatinga.



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ROMEIROS DO PADIM CIÇO

*Rangel Alves da Costa

Dá-se o nome de romaria aos grupos de pessoas que viajam em peregrinação aos locais sagrados, guiados pela fé e pela crença, objetivando sempre a demonstração de gratidão religiosa ou a retribuição por graças alcançadas. Romeiros, pois, são tais pessoas que seguem a pé, em animais ou outros meios de transportes, vencendo cansaço e até as dores de enfermidades, para ter-se diante daquilo que reputam como divino ou milagroso. Muitas vezes, a simples presença é como alívio ou cura.
Os objetivos da romaria podem ser diversificados, mas a real penitência sempre se volta para o pagamento de promessas, a alimentação da fé e a demonstração de amor e gratidão ao templo, ao santo ou ao local tido como sagrado. É neste sentido que os romeiros de antigamente faziam quando, neste período do ano, já ao findar o mês de outubro, seguiam em grupos até Juazeiro do Norte, na região do cariri cearense, para louvar a vida, os feitos e os milagres de Cícero Romão Batista, o Padre Cícero Romão, ou simplesmente “Padim Ciço”.
Hoje a ida até Juazeiro do Norte, terra do Padre Cícero e da fé do nordestino, é feita de modo muito mais seguro, ligeiro e através de meios de transporte modernos e confortáveis. É uma viagem qualquer, a passeio, com hora de partida e de chegada, acaso algum contratempo não surja. Muito diferente de antigamente, quando viajar a terra sagrada dos nordestinos significava esforço, sacrifício e extrema abnegação. Somente a fé para chamar e conduzir o sertanejo em meio a tantas atribulações na viagem e estadia.
Nos dias de agora, basta fretar um ônibus de turismo ou tirar da garagem o possante de luxo e seguir viagem. As paradas são poucas, os restaurantes oferecem do bom e do melhor nos instantes de fome, as vias são asfaltadas e as distâncias parecem muito mais encurtadas. Agora imaginem uma viagem longa e cansativa, por muitos trechos de chão batido, em cima de uma caminhonete, rural ou caminhão pau de arara. E num apinhado tão grande de gente que mal dava para abrir a boca para as cantigas e rezas de romaria.


Mas quanto mais sacrifício mais demonstração de amor ao santo padrinho do nordestino e do sertanejo. E assim porque desde muito que o Padim Pade Ciço foi santificado pelo povo, desde muito que a fé em seus milagres está presente na vida de tantos. Mesmo sem o reconhecimento oficial do Vaticano, o Santo do Juazeiro já foi entronizado pela fé de um povo que o devota proteção, cura e desatribulação. Exemplo disso está na sala dos ex-votos onde troncos e membros em madeira, representando as partes curadas, estão expostos como demonstração das graças alcançadas.
Dona Maria havia sido desenganada pela medicina. Com problema tamanho e sem mais jeito a dar pela ciência humana, um dia se ajoelhou perante a imagem do Padim Pade Ciço e, após lágrimas e orações, ao santo pediu intercessão de cura e prometendo que se boa ficasse, a partir daquele ano não faltaria a mais nenhuma romaria. E no mês de outubro lá estava ela subindo num pau de arara e levando consigo a prova da cura em madeira: duas pernas. Desenganada estava, mas o santo nordestino lhe permitiu restabelecer suas forças e ficar curada daquelas dores terríveis que até a impediam de caminhar.
Assim com Sebastião, com Jurema, com Quitéria, com Leontino. Todos curados pela intercessão do Padim Pade Ciço, pelo desejo do santo dos pobres e dos desvalidos. Por isso mesmo que dificilmente há uma casa onde não esteja presente a imagem do milagreiro ou mesmo uma fitinha de fé. E não adianta querer justificar que a cura foi obtida por outros meios. Ora, o povo não quer saber se houve receita e médico, se houve injeção ou comprimido, se houve dieta e cuidado. O que importa mesmo ao povo é a certeza de que através da fé foi atendida pelo Santo de Juazeiro.
Daí que, no passado, tanto sacrifício para pagar promessas, para visitar o túmulo do santo padre, para entrar ajoelhado nas igrejas, para ouvir missas e sermões, para receber a água benta de Juazeiro, para avistar a estátua, para chorar a seus pés. Mais de dia de viagem, levando a devoção no peito e farofa com carne seca no saco de viagem. Mulheres já partindo com lenços na cabeça, vestidos compridos, dinheirinho escondido nas pregas das anáguas, em atitudes que somente a fé e a devoção extremadas podiam justificar.
E de Juazeiro retornar renovadas, espiritualmente fortalecidas, e trazendo sempre uma garrafinha de água benta, meia dúzia de rapaduras e um punhado de fitas. E a promessa de retornar. E a certeza de que o altar nordestino está mesmo em Juazeiro e no pedestal santificado está o Santo Padim.

Escritor
blograngel-sertao.blogspot.com

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O BLOGDOMENDESEMENDES COMPLETOU QUATRO MILHÕES DE ACESSOS

Por José Mendes Pereira

Hoje o nosso "Blog do Mendes e Mendes" completou 4 milhões de acessos, equivale a 58 vezes  o Estádio do Maracanã no Rio de Janeiro lotado com 70 mil pessoas. 

E a quem devemos entregar a medalha de ouro?


Ela é dedicada aos escritores, pesquisadores, aos cineastas, aos administradores de blogs, aos que não são escritores, mas que ou de um jeito ou de outro colaboram com seus textos, aos que estão engatinhando aos poucos no estudo do cangaço, aos curiosos que  o acessam vez por outra, enfim, a todos aqueles que permitem que eu traslade os seus textos para ele.

O "blogdomendesemendes" foi criado por mim sem fins lucrativos, e parece que ele está no caminho certo. 

Agradeço a todos aqueles que acessam o blog e dão credibilidade. Lógico que nem tudo na vida é perfeito, mas pelo menos  é aceitado. E nem esperava que eu ainda estivesse vivo para ver ele completar 4.000.000 de acessos. 

Espero que quando ele completar 5.000.000 eu ainda não tenho feito a viagem que ninguém quer fazer. Mas um dia faremos.

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LIVRO DO PROFESSOR BENEDITO É LANÇADO COM MUITO SUCESSO EM NATAL.


Por Benedito Vasconcelos Mendes

O livro “Vivências de um Menino em uma Fazenda Sertaneja“, de autoria do Prof. Benedito Vasconcelos Mendes foi lançado ontem( 1-10-2019) na Academia Norte-rio-grandense de Letras-ANRL, em Natal, com sucesso absoluto. Grande número de imortais da Academia de Letras prestigiaram o evento, além de historiadores do quadro de sócios do Instituto Historico e Geográfico do Rio Grande do Norte-IHGRN e de outros intelectuais. 

Foi um evento cultural e de congraçamento, onde  um significativo número de intelectuais foram prestigiar o lançamento do livro do Acadêmico Benedito Vasconcelos Mendes. Estiveram no lançamento quase a totalidade dos imortais da ANRL, capitaneada pelo Presidente Diógenes da Cunha Lima, Vice-presidente Paulo Macedo, Secretária Leide Câmara, Editor da revista Manoel Onofre Júnior e outros acadêmicos dentre eles os ex-Reitores Daladier Cunha Lima e Geraldo Queiroz . 

O Prof. Benedito ficou emocionado e demonstrou gratidão aos confrades e confreiras que assistiram ao lançamento de sua mais recente obra literária.

Enciado pelo autor.

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VEM AÍ O 4º CÍRCULO NATALENSE DO CORDEL



PÁ BUTÁ NA AGENDA SEMINÁRIO CANGAÇO CAMPINA 2019

Campina Grande, PB

Quando: 22 a 24/11

Onde: Sítio São João - Centro - Campina

Breve traremos a programação oficial.