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domingo, 15 de março de 2020

LIVROS "PEREIRAS" DO PAJEÚ E "FEITOSAS" DOS INHAMUNS - HISTÓRIA GENEALOGIA


Outra grande obra com a assinatura do Professor Venicio Feitosa Neves que se avizinha, trazendo a história das famílias "Pereira" do Pajeú e "Feitosa" da região dos Inhamuns no Ceará.

Recentemente o Professor Venicio Feitosa Neves lançou o Livro "O PATRIARCA - CRISPIM PEREIRA DE ARAÚJO (IOIÔ MAROTO", um estudo com 712 páginas, focado na saga dos colonizadores, origens das famílias Feitosa dos Inhamuns e Pereiras do Pajeú, coronelismo, biografia e história do patriarca Crispim Pereira de Araújo e narrativas do cangaço.

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INDICAÇÃO BIBLIOGRÁFICA

Por Francisco Pereira Lima

O excelente livro Flores do Pajeú, de Belarmino de Souza Neto, sempre será indicado como fonte de estudo e pesquisa sobre fatos referente ao Pajeú pernambucano. Quem desejar adquirir este e outros 550 títulos: 

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TACANDO FUMO NOS CABRAS

Clerisvaldo B. Chagas, 12 de março de 2020
Escritor Símbolo do Sertão Alagoano
Crônica: 2.273


Estive na casa do senhor Luís Soares Filho em manhã de domingo de 2 de abril de 2006, localidade Aterro. Fiz uma entrevista com o popular Luís Fumeiro, então, com 83 anos de idade. O homem que era feirante, negociava com fumo de rolo vindo de Arapiraca. Era comum encontrá-lo aos sábados na Feira do Fumo, primeiro entre o “prédio do meio da rua” e o “sobrado do meio da rua”, depois, defronte ao Mercado Público e finalmente por trás da Rua Ministro José Américo. A entrevista completa está no livro inédito: “O Boi, a Bota e a Batina, História Completa de Santana do Ipanema”. O entrevistado parecia ansioso e fez o seu desabafo, ainda com uma lucidez impressionante.
LUÍS, AO CENTRO. (FOTO: B. CHAGAS).

Foi ele quem fundou a Avenida Nossa Senhora de Fátima (via da Câmara de Vereadores), com cinco casas. Foi ele também quem fundou o time de futebol Ipiranga, que se tornou o principal adversário do Ipanema, por longos anos. Luís dá detalhes de tudo. Ainda foi ele quem fundou a rua do antigo Aterro, onde morava na época da entrevista; rua que faz parte da BR-316 e desafoga o trânsito de Santana do Ipanema. Da última metade do século XX, o bloco carnavalesco “Os cangaceiros” foi um dos mais famosos de nossa folia. Também foi Luís Soares o seu fundador que gastava muito dinheiro em carnavais e pastoris. O time do Ipiranga sempre foi sustentado por ele e não pedia ajuda a ninguém. Todos os anos o fumeiro fazia uma casa para vender e aplicar a verba no Ipiranga.
Pessoa pacata e empreendedora, morava com a mãe – senhora   de idade avançada – na rua onde atualmente funciona a popular empresa ROBRAC. Quase defronte. Vez em quando eu lhe fazia uma visita em sua casa para ouvir suas ideias. Outras vezes as visitas eram feitas à sua própria banca de feireiro, onde o encontrava animado, mas sempre com alguma sombra de preocupação nos gestos. A feira específica foi migrando em diversas gestões municipais, mas nunca neguei a minha presença à banca do fundador e dono do Ipiranga. Luís faz parte muito forte da história do nosso município.
Sempre que eu chegava à sua banca, a saudação e a resposta eram quase sempre as mesmas: “Diga aí, amigo, o que estar fazendo?”.
E Luís, entre a ironia e a tristeza: “Tacando fumo nos cabras”.


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NO PASSO, NA CAMINHADA...

*Rangel Alves da Costa

Sou de passo, sou de estrada e de caminhada. O olhar tantas vezes avista ao longe, mas nunca como ir mais distante e conhecer o além mais além, o que até não se imagina que possa existir. E há tanto há se descoberto que não é pouca caminhada que possa encher a cuia.
Minha curiosidade me faz querer saber sempre mais. E de trás pra frente e da frente pra trás. Nada melhor que conhecer a raiz e não somente a flor. Quem se acostuma a somente avistar o que vive por riba, jamais vai conhecer a fonte rica que corre embaixo.
E é no adiante que está a história. História fincada no tempo, escondida em escombros, oculta entre tufos de mato. Ou mesmo gritando pelos fantasmas que ainda vagueiam pelas distâncias. Mas tudo possível de ser encontrado, visto, conhecido.
Sim, o meu passo vai, minha caminhada segue, minha necessidade de conhecer me guia. Não há tempo de chuva ou sol, nublado ou de indecisão, pois sei que tenho de andar por aí para escrever na memória cada letra avistada na vida, do antigo ao agora.
Chego na beirada do pote e o barro antigo, lanhada de tempo e sede, sempre me ensina alguma coisa. Chego perante a cancela do velho casebre e os restos toscos e encardidos daquele mundo, ecoam a me chamar para conhecer suas entranhas. E vou...
Aió e embornal pelos cantos, candeeiro de parede e oratório de fé, tudo me ensina. Enxada e enxadecos, foice e gadanho, retalhos de chão e história, de luta pela sobrevivência e retratos do mundo-sertão. Sou moço do mato, sou da cidade não. Nem quero ser.
O batente ainda manchado do sangue da luta, o tronco alquebrado mais adiante, o esquecido baú com suas saudades guardadas, tudo isso me ensina. E também me ensina a palavra matuta, a mão calejada, a face marcada de tempo. Olhares fundos e profundos, testemunhos de tudo aquilo que tanto eu quero ouvir, saber e conhecer.
Não prossigo sem antes seguir aos pés da cruzinha abandonada, já pendendo ao chão, sem mais dizer quem ali tombou pela emboscada. Que tocaia maldosa. Sim, sei que houve um tempo de armas famintas e gemidos soltos, de estampidos saídos dos canos vorazes e de corpos estendidos ao chão. Histórias de carnicentos, de urubus, de gaviões e carcarás.
E vou lendo nas paisagens as letras pelos anos já apagadas. Ninguém quer falar sobre aquilo. Dói demais, dizem. Eu sei que dói. Conheço as artimanhas e os labirintos desses sertões. Um sertão tão belo como a florada do mandacaru, como a suntuosidade da flor da jurubeba, mas também tão feio e medonho quanto a fome, a sede e as vinditas de sangue.
Os clavinotes ainda estão apontados entre os tufos de mato. Cangaceiros, jagunços, volantes, bandoleiros de paga, tudo ainda assombra e amedronta. As folhagens farfalham gemidos estranhos. A avoação da tem-tem anuncia uma presença escondida. Quem será? Meu Deus, meu Deus...
Os cemitérios estão debaixo dos umbuzeiros e suas fitas e suas cruzes choram as saudades tantas. Rosários e terços perante o meu olhar. As mãos velhas passeiam ao paraíso enquanto as bocas sussurram as sagradas confissões. Eita coisa bonita nesse povo: sempre o céu na lua, sempre o céu no sol, sempre o céu no prato cheio ou na panela vazia.
Mas também ainda ouço as sentinelas, as ladainhas, os ofícios de um povo ajoelhado aos pés do altar. As igrejinhas silenciam mistérios. Os santos e anjos saíram para visitar os empobrecidos destes sertões. Por isso que sempre encontro um fogão de lenha aceso. Abro a porta da velha igreja e ajoelho-me.
Mas não sei rezar, confesso. Só sei pedir a Deus que sempre proteja esse sertão e o seu povo. E não se esquecendo de que também sou sertanejo.

Escritor
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O SAMURAI DO SERTÃO.

Por João Filho de Paula Pessoa

Segundo o historiador e pesquisador Frederico Pernambucano de Mello, a estética do canganço foi um fato de extrema riqueza material, moral, cultural e histórica, que seguiu acompanhada por fortes códigos de honra, e poucos personagens na história da humanidade tiveram tamanha riqueza de indumentária e estilo. Afirma o historiador: “Nisso, talvez apenas o Cavaleiro Medieval Europeu ou o Samurai Oriental possa rivalizar com o nosso capitão do cangaço” e, “A despeito de ser um criminoso muito violento e sem escrúpulos humanitários, era um homem que tinha um requinte muito grande e um senso estético à flor da pele” e diz ainda “Eu diria que Lampião e o cangaço, indissoluvelmente ligados, respondem pela formação da mais importante mitologia popular brasileira, que é uma mitologia baseada no épico e que foi objeto da ocupação das mais ilustres cabeças do país, como José Lins do Rego, Graciliano Ramos e Jorge Amado”. 

João Filho de Paula Pessoa, Fortaleza/Ce. 14/02/2020.


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LAMPIÃO E O TORMENTO DA LEPRA.

Por João Filho de Paula Pessoa

Conta-se que por volta de 1926, quando Lampião andava pelo Ceará já como capitão, certa vez, após alguns combates nos sertões de Pernambuco e Paraíba, fugiu pelo sertão cearense e embrenhou-se na remota caatinga em busca de refúgio e ao longe, avistou uma precária casa de taipa no meio do nada e foi até lá em busca de água e comida, ao se aproximar percebeu que não havia rebanho, nem criações, mas havia pessoas na casa. Mandou um de seu cabras chamar o morador, que o fez, porém sem resposta, mandou então que batesse na porta, sem derrubar, pois estavam em terras de Pe. Cícero, este bateu várias vezes, mas não abriram. Lampião impacientou-se e foi até a porta e bateu fortemente com a coronha de seu rifle, ordenando que abrissem senão poria a porta à baixo. A parte superior da porta abriu-se pela metade e por esta brecha ouviu-se uma fraca voz perguntar o que queriam. Lampião anunciou-se dizendo que vinham em paz e precisavam de água. Disse a voz, que tinham água, mas que de sua água Lampião não poderia beber. Lampião irritou-se pela insolência e disse que abririam fogo contra a casa e pegariam a água de qualquer jeito e mandou o bando preparar as armas para abrirem fogo, momento em que a porta se abriu por completo e mostrou duas almas moribundas envoltas em trapos brancos encardidos por todo o corpo, inclusive nos rostos, mais parecendo umas múmias vivas com cheiro de morte. Lampião assustou-se pavorosamente, baixou a guarda e todos do bando também baixaram as guardas assustados. Uma destas criaturas desenrolou os panos da cabeça e mostrou seu rosto desfigurado pela lepra, que já tinha corroído parte de seus lábios e nariz, sua bochecha, deixando aparente e expostos seus dentes e mandíbula lateral até a orelha, também já corroída pela doença, e num ar desafiador e desesperançoso encarou Lampião e esperou por sua atitude, como se não temesse a morte. Lampião nesta hora escureceu a vista, a tontura tomou conta de seu corpo e atônito lutou par manter-se em pé, extremamente impressionado enfrentou o desmaio e o calafrio, o suficiente para fazer o sinal da cruz três vezes, beijar seu escapulário e retirar-se vexado dalí aos enjoos, levando consigo aquela perturbadora visão, que atrelada à suas inúmeras crenças e superstições, tornou-se um tormento em seus medos, presságios e pesadelos por muito tempo. 

João Filho de Paula Pessoa, Fortaleza/Ce. 26/02/2020.


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O DESCANSO DO DIABO NA IMENSIDÃO DO MAR.

Por João Filho de Paula Pessoa

Corisco, o Diabo Loiro, morreu em 1940 e foi enterrado no cemitério da Consolação em Miguel Calmon/Ba, doze dias após o enterro, seu corpo foi exumado e sua cabeça e seu braço esquerdo arrancados. A cabeça de Corisco ficou exposta à visitação pública durante 30 anos no Museu Antropológico Nina Rodrigues em Salvador ao lado das cabeças de Lampião, Maria Bonita e de outros cangaceiros mortos em Angicos. Em 1969, o Governo da Bahia publicou um decreto para o sepultamento das cabeças dos cangaceiros, pondo fim àquela exposição macabra. Dadá identificou os restos mortais de Corisco enterrados há trinta, os quais foram juntados, formando a integralidade do corpo e sepultado novamente. 


Dadá faleceu em 1994, em Novembro de 2012, seu filho Silvio Bulhões, já com idade avançada e considerando que o corpo de seu pai permaneceu desmembrado e separado por trinta anos, com parte dele, cabeça e braço, exposta à curiosidade alheia por todo este tempo e considerando ainda que a cabeça de Corisco estava embalsamada e que poderia durar ainda muitos e muitos anos, podendo ser explorada futuramente por algum descendente ou museu, o exumou novamente, pela terceira e última vez, o cremou e jogou suas cinzas na imensidão do mar em 2013, para que seu pai, enfim, tenha um permanente e seguro descanso eterno. 

João Filho de Paula Pessoa, Fortaleza/Ce. 11/02/2020.


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"O SUCESSOR DE LAMPIÃO. CORISCO."POR GONÇALO FERREIRA DA SILVA.



UM BREVE RELATO SOBRE O CANGACEIRO, QUE QUERIA SER REI MAS NÃO PASSAVA DE UM VASSALO DA CORTE.

Serviu em Sergipe no Batalhão de Caçadores. E Maynard revoltado, seus próprios inferiores, estes foram transformados em soldados desertores.

Houve debandada feito ensurdecedor tropel o desertor perseguido tão leal quanto cruel o fugitivo Corisco abandonou o quartel.

Corisco sofreu o mais cruel martírio. Indefeso quando Herculano Borges mandou conduzi-lo preso. Todo tipo de torturas sofreu Corisco, e desprezo.

Estando no Nordeste em vigência a lei do mais forte quem dessa forma humilhasse o valente homem do Nordeste com sua mão assinava sua sentença de morte.

Quem provocava em Corisco tão dolorosas feridas cedo ou tarde pagariam com as suas próprias vidas quando as cartas do baralho da sorte fossem invertidas.


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DONA NAIR VIU "LAMPIÃO"

Por Antônio Corrêa Sobrinho

Toda vez que boto os pés em Nossa Senhora da Glória, cidade do sertão sergipano, lembro que ela foi visitada por Lampião e asseclas em 1929, e fico a imaginar, em cima do que nos conta a história, como isso se deu.

Estou de novo na antiga Borda da Mata, e agora lembrei da matéria que há dois anos aqui publiquei, sobre a entrada de Lampião nesta, à época, minúscula localidade do sertão sergipano, hoje cidade progressista e porta de entrada do nosso sertão.


Leiam o texto até o fim, para saberem de dona Nair, a senhora que me disse que viu Lampião; ela que já se aproxima de um século de vida.

EM BUSCA DE LAMPIÃO

Demorar um pouco mais na sertaneja e progressista cidade sergipana de Nossa Senhora da Glória, antiga Borda da Mata, onde estou nestes dias, a trabalho, foi a disponibilidade de tempo que eu precisava para ir a lugares que Lampião e seus asseclas Luiz Pedro, Volta Seca, Quinta Feira, Ezequiel (Ponto Fino), Virgínio (Moderno), Corisco, Arvoredo, Ângelo Roque (Labareda), Mariano, Delicado e Zé Fortaleza (Fortaleza II), no dia 20 de abril de 1929, nesta cidade estiveram em razia.


Fui ao local da feira, onde Lampião e os seus amigos cangaceiros fizeram-se presentes, até assistiram à morte de um bode, ali mesmo, na feira; feira onde ele, quieto, tranquilo e bem humorado, deu esmolas, agradou a crianças, conversou com pessoas. Tirei foto onde funcionava o salão de Zé Besouro, onde Lampião fez a barba. Também da Intendência, hoje a Prefeitura, cujo gestor João Francisco de Souza (Joãozinho), também comerciante de tecidos, tratou Lampião muito bem e atendeu a todas às suas reivindicações: bom dinheiro, lauto almoço e animais de montaria. E a Cadeia, segundo consta, xadrez sujo e fedido, onde ficaram presos enquanto Lampião agia, sem antes entregarem as armas, o sargento Alfredo e os soldados Osório, João e Zé Rodrigues.

Nada, porém, foi mais interessante do que o encontro que eu tive com a senhora Nair Aragão Feitosa, de 95 anos, viúva do ex-escrivão Pedro Alves Feitosa, ofício que ela também exerceu; dona Nair que foi uma das centenas de pessoas que naquele dia, estiveram a mercê do mais temível bandoleiro das terras sertanejas.


Embora convalescendo de uma cirurgia ortopédica, mas lúcida como poucos na sua idade, dona Nair me disse coisas a respeito desta presença de Lampião, confirmando o que disseram os pesquisadores. Informações que, considerando a sua pouquíssima idade em 1929, ela, em boa parte, deve ter obtido de terceiros, no correr dos seus anos.

Porém, o que eu mais queria dela, era saber se ela realmente viu Lampião.

Quando lhe fiz a pergunta, ela respondeu imediatamente, sem pestanejar, que sim.

Disse dona Nair que naquela manhã estava em casa, uma edificação situada na praça da feira, e ouviu quando o seu pai bradou: “Lampião entrou, Lampião entrou!” Portas e janelas foram fechadas, e de uma fresta na janela, a uns 20 metros de distância, ela com alguns da família viram claramente quatro cangaceiros, juntos, em pé, parados, segurando o fuzil fora de posição, na vertical, cano pra cima, coronha no chão. Tinham chapéus grandes na cabeça, que brilhavam muito, reluziam, contou ela.

Num momento, seu pai lhe disse: “Lampião é aquele mais alto, o de óculos”.

Ela voltou a dizer, também com gestos de mãos, sem eu perguntar: Os chapéus deles brilhavam muito...

Perguntei se seu pai teve medo. Ela disse que não.

Nossa conversa durou pouco, não quis cansá-la, em razão de sua idade e de seu estado de saúde, mas o suficiente para, atento às suas palavras, ao tom de sua voz e, principalmente, ao seu olhar que parecia vivenciar aquele inesquecível instante, aquele misto de medo, apreensão, curiosidade e expectativa, eu saí transbordante de satisfação. Agora eu posso dizer que estive com alguém que, muito provavelmente, viu Lampião, o rei do cangaço, este que fez dona Nair recordar e contar essa história durante toda a sua vida.

Nossa Senhora da Glória/SE, 22/01/2015.

Foto da hoje centenária, a notária Nair Aragão Feitosa, extraída da obra "Grandes Notáveis", de Euvaldo Lima.



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A EX-CANGACEIRA DADÁ E SEU SEGUNDO ESPOSO ALCIDES



Fotografia raríssima da ex-cangaceira Dadá com o seu segundo marido, Alcides! Após a morte do Capitão Corisco.

A cangaceira Dadá era casada com Cristino Gomes da Silva Cleto, o cangaceiro Corisco, um dos maiores facínoras da empresa de cangaceiros lampiônica & Cia, do afamado capitão Lampião, mas após a sua morte, no dia 25 de Maio de 1940, Dadá fez um segundo matrimônio, e desta vez foi com o Alcides, e segundo informações que tenho, é que ele era pintor de casas.

Uma homenagem a amiga: Indanaia Santos.

Fonte: http://blogdomendesemendes.blogspot.com

FUGAS E CAPTURAS DE “VOLTA SECA”

Por Antônio Corrêa Sobrinho

Aquele que foi um dos mais temerosos cangaceiros de Lampião, o sergipano Antônio dos Santos, conhecido por "VOLTA SECA", cumpriu pena de 20 anos, de 1932 a 1952, na Penitenciária de Salvador, período durante o qual fugiu duas vezes.

A primeira, no dia 14 de fevereiro de 1944, sendo capturado no dia 03 de março deste mesmo ano, no município de Santa Luzia do Itanhy, em Sergipe, pelo cabo Mário Magalhães, comandante do destacamento desta cidade. Volta Seca foi detido juntamente com o seu companheiro de cela, Manuel Porfírio dos Santos, com quem fugira. O delegado regional de Estância, município contíguo a Santa Luzia, João Libório Filho, acompanhado de uma força de polícia, seguiu para o local e escoltou os dois fugitivos até Aracaju, de onde foram transportados, de trem da Leste Brasileiro, de volta ao presídio de Salvador.

Sobre esta fuga, informou Volta Seca que serrou as grades do cubículo, com este seu companheiro Porfírio, descendo por uma escada feita de pedaços de madeira. Disse que, após escapar, rumaram para a estação da Calçada, viajou de trem até Aratu, de onde chegaram a Itapuã, na Bahia, seguindo para o norte pelas praias. Negou que tenha praticado qualquer assalto, e que perambulou pelos caminhos até alcançar Santa Luzia; e que mais longe teria ido não fosse o seu comparsa ter adoecido. Não foram encontradas armas em seu poder. Volta Seca disse que não fugiu com o intuito de retornar ao banditismo, ao cangaço, mas para ter de volta a liberdade que lhe tiraram.

A segunda escapada de Volta Seca, na verdade, não foi propriamente uma fuga, já que ele tinha sido autorizado a deixar o presídio, em razão do seu bom comportamento, apenas deixou de retornar. Tal se deu no mês de janeiro de 1946, sendo recapturado uns 15 dias depois, na própria cidade de Salvador, no lugar Cotovelo, na Fonte do Capim, ao lado da esposa Percilia Santos.

A propósito desta fuga, disse ele ao jornal "A Noite" (RJ): "há 15 dias tivera permissão para dar um passeio pelas redondezas da Casa. Sentindo, porém, saudades de sua esposa, residente no Cotovelo, para lá se dirigiu e foi recebido com as maiores manifestações de alegria. Ali permaneceu até à tarde e como se sentisse envergonhado de regressar ao presídio, pois havia passado da hora, resolveu ficar em casa. Durante todo esse tempo passou no mato, só regressando à noite à casa para não ser preso. Confessou-se arrependido por haver traído a confiança dos que lhe facultaram a saída."

Em abril de 1948, Volta Seca obteve livramento com as seguintes condições: 1. Não voltar sob hipótese alguma a qualquer ponto da zona onde atuaram Lampião e seu bando; 2. Não dar entrevistas nem autógrafos; 3. Não falar em estações de rádios; 4. Não usar armas de qualquer espécie; 5. Não se deixar fotografar para a imprensa; e 7. Apresentar-se uma vez por mês ao juiz competente.

Em 1952, por indulto, livra-se definitivamente da prisão.


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