Por João Filho de Paula Pessoa
Corisco, o Diabo Loiro, morreu em 1940 e foi enterrado no cemitério da
Consolação em Miguel Calmon/Ba, doze dias após o enterro, seu corpo foi exumado
e sua cabeça e seu braço esquerdo arrancados. A cabeça de Corisco ficou exposta
à visitação pública durante 30 anos no Museu Antropológico Nina Rodrigues em
Salvador ao lado das cabeças de Lampião, Maria Bonita e de outros cangaceiros
mortos em Angicos. Em 1969, o Governo da Bahia publicou um decreto para o
sepultamento das cabeças dos cangaceiros, pondo fim àquela exposição macabra.
Dadá identificou os restos mortais de Corisco enterrados há trinta, os quais
foram juntados, formando a integralidade do corpo e sepultado novamente.
Dadá
faleceu em 1994, em Novembro de 2012, seu filho Silvio Bulhões, já com idade
avançada e considerando que o corpo de seu pai permaneceu desmembrado e
separado por trinta anos, com parte dele, cabeça e braço, exposta à curiosidade
alheia por todo este tempo e considerando ainda que a cabeça de Corisco estava
embalsamada e que poderia durar ainda muitos e muitos anos, podendo ser
explorada futuramente por algum descendente ou museu, o exumou novamente, pela
terceira e última vez, o cremou e jogou suas cinzas na imensidão do mar em
2013, para que seu pai, enfim, tenha um permanente e seguro descanso eterno.
João Filho de Paula Pessoa, Fortaleza/Ce. 11/02/2020.
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