Seguidores

domingo, 26 de março de 2017

A ESCRAVIDÃO CONTEMPORÂNEA

No Brasil, a escravidão acabou há mais de um século, certo!? Depende do ponto de vista do que se entende sobre escravidão.

Se entendermos escravidão apenas como negro e senhor de engenho, Casa-Grande, imagens e histórias que aprendemos na escola, realmente ela acabou, mais precisamente em 13 de maio de 1888. Porém, se for pensar em dias atuais, a situação apenas se transformou, mas sem mudanças profundas na sociedade.

Vamos comparar algumas coisas: se à época da escravidão tradicional os negros africanos vinham nos chamados navios negreiros, hoje, os trabalhadores viajam em transportes superlotados - muitas vezes com poucas condições humanas -, demorando horas da sua casa para o trabalho, com a  possibilidade de ser vítima de brigas no trânsito e até dentro da própria condução, assaltos e acidentes.   Além disso, é obrigado a aturar o mau-humor do chefe que não entende ou não faz questão de entender seu atraso.

Na escravidão tradicional, o escravo recebia comida para trabalhar de graça para o seu dono. Hoje, somos escravos sem dono. Recebemos o básico para podermos nos alimentarmos e vestirmos (o que nem sempre dá) para trabalharmos e cada vez mais gerarmos lucros para os nossos patrões.

Podemos dizer assim que, na escravidão contemporânea, recebemos um salário para contribuir com o sistema capitalista, ou seja, por exemplo, montamos um carro que vai ser vendido à R$40.000 no mercado, e ganhamos por esse trabalho, um salário de aproximadamente R$2.000 a R$3.000 por mês. Detalhe: se você produzir 2 veículos por mês, a venda vai ser de R$80.000, mas seu salário será o mesmo. É o conceito de mais-valia, que só vale positivamente para os patrões. E ainda com esse mesmo salário, você vai dar entrada na compra de um carro, e pagar prestações a perder de vista.

Me disseram que os políticos me representariam, representariam meus anseios e desejos.

Me disseram que o único caminho para o país ser desenvolvido é investir em educação.

Me disseram que não vale a pena cortar gastos de deputados e senadores, porque estes são apenas uma "minoria" da sociedade.

Me disseram que o trabalhador precisa contribuir mais porque a expectativa de vida do brasileiro aumentou.

Me disseram que há um "rombo" (ou um roubo?) na previdência, mesmo com algumas fontes existentes destinadas à ela.

Me disseram que uma tal de PEC é necessária, mesmo congelando os investimentos em educação e saúde.

Prestei tanta atenção no que me falaram, mas percebi que não me falaram nada, e de tão cansado que fiquei me procurando, achei que estava na hora de me perder.

A Lei do sexagenário nunca esteve tão atual com a reforma da previdência. À época, todo escravo com mais de 65 anos ganhava a liberdade. Era motivo de gargalhada nacional, porque poucos chegavam a essa idade, e mesmo que chegassem, estariam quase mortos e/ou sem perspectivas de uma continuação de vida. Alguma semelhança pode ser mera coincidência.

Há tantas coisas que ouço e faço que não ligo, porque somos milhões de brasileiros e é a vontade de alguns parlamentares é que sempre vale.

É um absurdo de inocência acreditar que a abolição acabaria com a segregação. Não se surpreenda com o apartheid e o soweto na história da África do Sul sem antes conhecer os guetos daqui, porque afinal esse lado do mundo/muro continua como sempre foi.

Assim somos público e não povo, espectadores e não participantes, um povo povoado de contribuições que pouco contribuem para o bem- estar da nação. Tem noção do que é ser nação? Acho que a maioria de nós, não.

Vivemos num conceito de isonomia ilusória, na verdade uma isomeria isolada e quedante na história do país. Ficamos fora do foro privilegiado, lamentando um lamaçal amargo em um rio que já foi doce. Um país gigante por natureza que não acorda, correndo o risco de viver num pesadelo eterno...em berço esplêndido.

Então, podemos dizer que existe sim uma diferença entre a escravidão atual e a tradicional. Enquanto na tradicional o trabalhador não tinha liberdade, hoje temos total liberdade...para contribuir.

Texto de Cadu de Souza
Criador do blog: 
www.memoriascampogrande.blogspot.com.br

VISITA AO MUSEU DO SERTÃO DA FAZENDA RANCHO VERDE - ESTRADA DA ALAGOINHA - ZONA RURAL DO MUNICÍPIO DE MOSSORÓ - ESTADO DO RIO GRANDE DO NORTE - DIA 25 DE MARÇO DE 2017 - PELO PROF. DR. BENEDITO VASCONCELOS MENDES

Professor, Dr. Benedito Vasconcelos Mendes

Visitaram também o MUSEU DO SERTÃO, ontem 25.03.2017, turmas da UFERSA - Universidade Federal Rural do Semiárido, da UERN - Universidade do estado do Rio Grande do Norte, da UVA - Universidade Vale do Acaraú e de diversos colégios públicos e privados de Mossoró e região. Além dos estudantes, estiveram também na Fazenda Rancho Verde, empresários capitaneados pelo comerciante Rutênio Queiróz, o general do Exército Brasileiro, Eliézio Girão, Secretário de Segurança do município de Mossoró, uma Comitiva de Artistas populares de Natal, composta pelo Cordelista Abaeté e outros e muitos professores do ensino superior e médio.

Quadro denominado Nordeste Encantado, doado pela artista plástica, geógrafa (Discente egressa do Curso de Licenciatura em Geografia do Campus Central da Universidade do Estado do Rio Grande do Norte) e escritora mossoroense Franci Dantas ao Prof. Dr. Benedito Vasconcelos Mendes, o grande sábio do semiárido, mantenedor e Diretor-Presidente do Museu do Sertão da Fazenda Rancho Verde (Estrada da Alagoinha - Zona Rural do Município de Mossoró - Estado do Rio Grande do Note) - 25 de março de 2017


Museu do Sertão da Fazenda Rancho Verde

Visita ao Museu do Sertão da Fazenda Rancho Verde - Dia 25 de março de 2017

Compareceram também ao Museu do Sertão, ontem 25.03.2017, os Professores Chagas Silva, Romero Cardoso, Josué Moreira, a Professora Rai e o Poeta Gualter Alencar, usaram da palavra para exaltar a grandiosidade cultural deste espaço de cultura. Citando também a presença do poeta e Cordelista Maurílio Américo, residente na cidade de Natal. Após a visita às instalações do Museu do Sertão, a Professora, Escritora e Artista Plástica Franci Dantas doou um sugestivo quadro denominado "Nordeste Encantado" (óleo sobre tela) para o acervo do museu. Foi uma concorrida e animada manhã de cultura e lazer.


Enviado pelo professor, escritor, pesquisador do cangaço e gonzaguiano José Romero de Araújo Cardoso

http://blogdomendesemendes.blogspot.com

CANGAÇO ECOS NA LITERATURA E CINEMA NORDESTINOS


Como adquirir esta obra:

Entre em contato com o professor Pereira lá de Cajazeiras, no Estado da Paraíba, através deste e-mail:

franpelima@bol.com.br

Não fique sem ele! Peça logo o seu!


http://blogdomendesemendes.blogspot.com

CELEBRAÇÃO DO ANIVERSÁRIO DE 57 ANOS DE NASCIMENTO DE RENATO RUSSO NO RUSTCAFÉ KNEIPE - MOSSORÓ - RN



Nesta segunda 27 de março aniversário de 57 anos de nascimento de Renato Russo. O RustCafé Kneipe promoverá uma celebração à memória do poeta do rock Renato Russo, como também sua banda, a Legião Urbana. 


No comando musical Airton Cilon e Elizeu Tagima farão um acústico para dois violões relembrando seus grandes sucessos. 

https://www.youtube.com/watch?v=KjQ2k1hU5aQ

Local: Rust Café
Hora:20:00hs 

Enviado pelo professor, escritor, pesquisador do cangaço e gonzaguiano José Romero de Araújo Cardoso

http://blogdomendesemendes.blogspot.com

O LIVRO O FOGO DA JUREMA JÁ ESTÁ À VENDA COM O PROFESSOR PEREIRA


Se você está interessado no livro "O FOGO DA JUREMA" é só entrar em contato com o professor Pereira lá da cidade de Cajazeiras, no Estado da Paraíba,  que ele tem e está disponível aos amigos. 

São 318 páginas, preço R$ 50,00 com frete incluso.
Pedidos: 
franpelima@bol.com.br e 
fplima156@gmail.com

http://blogdomendesemendes.blogspot.com

ROBINSON CRUSOÉ, O CLÁSSICO DA LITERATURA INFANTO JUVENIL DE MUITAS GERAÇÕES, AGORA TAMBÉM É CORDEL.

Por Prof. Stélio Torquato Lima
Prof. Stélio Torquato Lima e o filho Davi

Robinson Crusoé, o clássico da literatura infanto juvenil de muitas gerações, agora também é cordel. Com versos sete-silábicos, o poeta Stélio Torquato Lima, ao adaptar para a poesia popular a obra de Daniel Defoe, desenvolveu sua narrativa poética em 172 estrofes de sete pés. 

A ilustração de capa é de Cayman Moreira. Esse é o terceiro folheto de cordel da caixa 02, da Coleção Obras Primas em Cordel, publicado pela Cordelaria Flor da Serra.

O autor desse clássico é o jornalista e escritor Daniel Foe (sobrenome alterado depois para Defoe) que nasceu em 1660, em Londres, onde também faleceu, em 1731. Pretendia seguir a carreira eclesiástica, mas acabou estabelecendo-se como comerciante. 

Com a falência dos negócios, passou a se dedicar ao jornalismo. Escreveu panfletos famosos, muitos deles favoráveis ao rei Guilherme III. Como dissidente, contrário ao rei católico Jaime II, participou da malograda rebelião de Monmouth, em 1685. Algumas Obras: Robinson Crusoé (1719), Capitão Singleton (1720), Moll Flanders (1722), Diário do Ano da Peste (1722), Coronel Jack (1722), Roxana (1724), Viagem por toda a ilha da Grã-Bretanha (1724-727) e Uma História Geral dos Piratas (1724-1728).

Robinson Crusoé, publicado em 1719, foi escrito a partir das memórias de alguns viajantes, principalmente a do marinheiro escocês Alexander Selkirk, um náufrago escocês que viveu durante quatro anos em uma ilha do Pacífico. O texto reflete o espírito da época, mostrando o herói como um empreendedor que, através da razão, consegue dominar a natureza hostil, ajustando-a aos seus interesses e produzindo riqueza.

Além de exaltar a capacidade empreendedora do homem, a obra apresenta várias reflexões filosóficas, incluindo o problema do relativismo cultural, principalmente nos trechos em que a personagem, condenando o canibalismo dos nativos da ilha, defende, perante o companheiro Sexta-Feira, a crença em um padrão de moralidade absoluta. 

O livro, tido por muitos como a obra fundadora do romance moderno, sofreu várias adaptações para o cinema, televisão, teatro, quadrinhos, etc. No cinema, vale a referência ao filme Náufrago, de 2001, dirigido por Robert Zemeckis. Com Tom Hanks no papel principal, o filme transporta para os dias atuais a história passada originalmente no século XVIII. A intensificação do drama psicológico do náufrago se revela em detalhes como a substituição de Sexta-Feira, personagem da obra original, por uma bola de voleibol.

Agora leia os versos iniciais da adaptação de Stélio Torquato e, para ler a obra completa, faça seu pedido pelo Email cordelariaflordaserra@gmail.com ou pelo WhatsApp (085) 999569091.


Você, que caminha ao largo
Desta minha sepultura,
Pare um pouco para ouvir
Uma incrível aventura
Que vivi em uma ilha.
Ouça. É uma maravilha,
Sou eu quem lhe assegura.

Fui Robinson Crusoé,
Filho de York, Inglaterra.
Vim de importante família
Da minha adorável terra.
Três irmãos, amigo, tive.
O irmão mais velho, inclusive,
Veio a morrer numa guerra.

Sendo eu o filho caçula,
Também fui o mais mimado.
Meu pai sonhou para mim
A vida de advogado,
Dizendo: “Ganhe dinheiro,
Pois problema financeiro
Torna o homem afobado.”

Pra tristeza de meu pai,
Bem outros eram meus planos:
Só pensava em viajar, 
Cortando os cinco oceanos,
Conhecendo outras culturas,
Vivendo mil aventuras 
Sem temer dores ou danos.

Preocupada, minha mãe,
Com frequência aconselhava
A seguir a trajetória
Que meu pai me apresentava.
Ela, chorando, implorou,
Mas, por fim, se conformou
Com o destino que eu buscava.

Também meu pai, percebendo
Que o seu conselho era vão,
Disse que eu podia ir,
Mas, por ele, a expedição
Não seria abençoada,
Afirmando: “Ela é fadada
À iminente perdição.”

E nem mesmo a intervenção
Da minha mãe tão querida
O fez estender-me a bênção
Antes da minha partida.
Mesmo sem o seu apoio,
Tomei parte num comboio
Que partiria em seguida.

No ano cinquenta e um
Lá do século dezessete,
Eu, com dezenove anos,
Vim a tornar-me um grumete.
Em primeiro de setembro,
Isso ocorreu, bem me lembro,
E contar-lhe me compete.

Logo após deixar o porto,
O veleiro em que eu me achava
Foi por ondas envolvido,
O que muito me assustava.
E durante toda a noite,
A tormenta, qual açoite,
De fustigar não parava.

Extremamente assustado
Devido àquele revés,
Jurei que, numa embarcação,
Eu jamais poria os pés. 
 De meu pai logo lembrei,
E, pra mim mesmo, falei,
Em um canto do convés:

“Sem a benção de meu pai,
Abandonei o meu lar.
Agi, assim, como Jonas,
Que pensava em se ocultar
Dos olhos do Deus bendito.
E, como o profeta, aflito,
Meu erro enfurece o mar...”

Porém, promessa de aflito
Não merece confiança.
E assim, quando a tempestade
Cedeu lugar à bonança,
Esqueci-me da promessa,
E segui, contente à beça,
Com o sopro da brisa mansa.


Enviado pelo professor, escritor, pesquisador do cangaço e gonzaguiano José Romero de Araújo Cardoso

http://blogdomendesemendes.blogspot.com

NÃO EXISTE NA HISTÓRIA DO BRASIL UM PERSONAGEM MAIS POLÊMICO QUE LAMPIÃO E QUE CUJA HISTÓRIA DESPERTE TANTA CURIOSIDADE E INTERESSE POR PARTE DAS PESSOAS.

Por Geraldo Júnior

A prova disso que estou falando é a grande quantidade de livros escritos sobre sua trajetória e o grande fascínio que sua história desperta em quem a conhece.

Uma história polêmica e repleta de versões, mentiras e mistérios e talvez seja exatamente a busca por respostas que torna a vida desse cangaceiro motivo de debates, estudos e discussões.

Essa fotografia foi registrada no ano de 1936 por Benjamin Abrahão Botto (ABA Filmes - Fortaleza/CE).

Geraldo Antônio de Souza Júnior

https://www.facebook.com/photo.php?fbid=738765739620658&set=a.302509623246274.1073741831.100004617153542&type=3&theater

http://blogdomendesemendes.blogspot.com

VISITA DE ESTUDANTES DOS ENSINOS FUNDAMENTAL, MÈDIO E SUPERIOR AO MUSEU DO SERTÃO DA FAZENDA RANCHO VERDE DE MOSSORÓ - DIA 25 de MARÇO DE 2017

Por Franci Dantas
Prof. Chagas Silva, artista plástica, geógrafa e escritora Franci Dantas e o Prof. José Romero Araújo Cardoso no Museu do Sertão da Fazenda Rancho Verde

MUSEU DO SERTÃO DA FAZENDA RANCHO VERDE DE MOSSORÓ - Ontem, sábado, 25 de março de 2017, realizou-se uma das maiores e mais proveitosas visitas ao Museu do Sertão. Cerca de 700 estudantes universitários e do ensino fundamental e médio assistiram a palestra do Professor Benedito Vasconcelos Mendes , Curador do museu, sobre a Cultura do Povo Sertanejo e depois, guiados pela Professora Susana Goretti e pelo Professor Benedito, percorreram os 11 pavilhões temáticos, o Pátio das Artes, a Casa de Taipa, a área das Plantas Úteis da Caatinga e o Memorial do Idealizador, Fundador e Mantenedor do referido museu.

Franci Dantas

Prof. Dr. Benedito Vasconcelos Mendes recebendo das mãos da artista plástica, geógrafa e escritora Franci Dantas exemplar do livro PELOS MEANDROS DA MEMÓRIA, segundo trabalho literário de autoria da renomada intelectual mossoroense

Visita de estudantes ao Museu do Sertão da Fazenda Rancho Verde - Estrada da Alagoinha - Zona Rural do Município de Mossoró - Estado do Rio Grande do Norte. Dia 25 de março de 2017.


A artista plástica, geógrafa e escritora Franci Dantas entregando ao Prof. Dr. Benedito Vasconcelos Mendes o quadro por ela pintado, denominado de Nordeste Encantado. Ladeando-os, encontravam-se, à esquerda, o Prof. Chagas Silva e, á direita, o Prof. José Romero Araújo Cardoso. Dia 25 de março de 2017


Enviado pelo professor, escritor, pesquisador do cangaço e gonzaguiano José Romero de Araújo Cardoso

http://blogdomendesemendes.blogspot.com

FINALMENTE... FINALIZADO. O Cangaço e suas cores.

Por: Rubens Antonio (Salvador/BA)

Após anos... Provavelmente, a Versão final...
.
"Cavalos do Cão"
Zé Ramalho 

.
"Corriam os anos trinta
No nordeste brasileiro
Algumas sociedades lutavam pelo dinheiro
Que vendiam pelas terras
Coronéis em pé-de-guerra
Beatos e cangaceiros
.
E correr da volante
No meio da noite, no meio da caatinga
Que quer me pegar
.
Na memória da vingança
Um desejo de menino
Um cavaleiro do diabo
Corre atrás do seu destino
Condenado em sua terra
Coronéis em pé-de-guerra
Beatos e cangaceiros…
.
E correr da volante
No meio da noite, no meio da caatinga
Que quer me pegar"

https://www.youtube.com/watch?v=WRmJJSmzHKs

Enviado em 9 de nov de 2009

Oitava faixa do terceiro disco solo de Zé Ramalho, intitulado "A Terceira Lâmina", do ano de 1981. Obtenha as obras originais, ajude a arte sobreviver!
Categoria
Licença
Licença padrão do YouTube
Música
"Cavalos do Caô" por Zé Ramalho ( • )

http://blogdomendesemendes.blogspot.com

CARRO DE BOI, RELÍQUIA DO BRASIL (IV) (Seriado em três crônicas + uma)

Por Clerisvaldo B. Chagas, 25 de março de 2017 - Escritor Símbolo de Sertão Alagoano - Crônica 1.651

Encerrando nosso trabalho de crônicas, após apresentar as peças do carro de boi e seus acessórios, exibiremos abaixo, os arreios dos bois, os utensílios do carreiro e a tolda.

Foto: Antônio Feitosa dos Santos

ARREIOS DOS BOIS

1.    Broxa – Correia de couro cru, curtido e torcido que une um canzil a outro, passando por baixo do pescoço do boi.
2.    Cambão – Peça de madeira que liga as parelhas de trás as da frente.
3.    Canga (de craibeira e braúna) – Peça que se prende ao cabeçalho ou ao cambão e colocada sobre o pescoço do boi.
4.    Canzil (de bom nome e pereiro) – Cada um dos 04 paus da canga, colocados de cima para baixo, entre os quais o boi mete o pescoço, entre dois deles. Plural: canzis.
5.    Chave (de bom nome) – Peça que prende a canga ao cabeçalho + correia de couro cru.
6.    Correia de ponta – Peça para unir as pontas furadas correspondentes de cada parelha.
7.    Corrente – Parte que complementa o cambão, às vezes é de corda.
8.    Látego – Parte do arreio que sustenta o sininho, muito usado nas parelhas da frente.
9.    Sininhos – Pendurados nos látegos e que servem de advertência de aproximação do carro de boi ou simples enfeites.
10. Tamboeiro (ou tamboeira) – Correia de couro cru, curtido e torcido que prende a chave do cabeçalho ou cambão à canga.
11.  Trela – Peça de sola que, na cara do boi, leva os enfeites.

ACESSÓRIOS DO CARREIRO

1.    Currião (de couro cru e cabo de madeira) – Serve para açoitar os bois e é conduzido no ombro.
2.    Facão (de arrasto ou rabo de galo) – Objeto cortante robusto para trabalhar em diferentes tarefas e ocasiões durante as viagens.
3.    Vara de ferrão (de quixabeira, assada ao fogo, na caieira) – Serve para conduzir, guiar, e castigar os bois.

TOLDA

1.    Tolda (de esteira de piripiri). Formada para amparar do Sol e da chuva, principalmente, ao transportar pessoas.
2.    Amarração (de palha de Ouricuri) – Amarra-se a tolda aos fueiros.
3.    Arcos da tolda (varas flexíveis de cipós ou marmeleiro) – Serve para arquear a tolda, por baixo, amarradas aos fueiros com a palha do coqueiro Ouricuri.



http://blogdomendesemendes.blogspot.com

OS CANGACEIROS DE PORTINARI

Material do acervo do pesquisador Renilson Soares

O cangaço é um dos assuntos mais recorrentes na obra de Candido Portinari (1903-1962). São 114 trabalhos do artista registrados sobre esse tema no site do Projeto Portinari, que incluem várias técnicas, como a pintura, a gravura e o desenho.


A abordagem do cangaço está diretamente ligada à sua afiliação ao Partido Comunista Brasileiro, pelo qual foi candidato a deputado, em 1945, e a senador, em 1947, sem nunca ter sido eleito.


A aproximação com o marxismo o levou a tratar das questões sociais brasileiras. Tiradentes, por exemplo, é outro personagem da história nacional retratado por Portinari -22 vezes. 


Numa época que a arte abstrata era tratada como a corrente mais avançada, especialmente nos Estados Unidos, Portinari conseguiu grande projeção, realizando dezenas de exposições e até mesmo os painéis "Guerra e Paz" na sede da ONU, em Nova York, em 1956.


Candido Portinari nasce em 30 de dezembro de 1903, numa fazenda de café perto do pequeno povoado de Brodowski, no estado de São Paulo. 


Filho de imigrantes italianos, de origem humilde, tem uma infância pobre. Recebe apenas a instrução primária. Desde criança manifesta sua vocação artística. Começa um Pintar aos 9 anos. E – do cafezal às Nações Unidas – ele se torna um dos maiores pintores do seu tempo.


O tema essencial da obra de Candido Portinari é o Homem. Seu aspecto mais conhecido do grande público é a força de sua temática social. 


Embora menos conhecido, há também o Portinari lírico. Essa outra vertente é povoada por elementos das reminiscências de infância na sua terra natal: os meninos de Brodowski com suas brincadeiras, suas danças, seus cantos; o circo; os namorados; os camponeses... o ser humano em situações de ternura, solidariedade, paz.

https://www.facebook.com/groups/1617000688612436/?fref=ts

http://blogdomendesemendes.blogspot.com

ASSEMBLEIA DE SEBISTAS.

Por: José Ribamar

A confraria do SEBO
Proporciona prazer
Movido pelo diálogo
Com livro, conto e lazer.
Os amigos prosam juntos,
No entra e sai dos assuntos.
Opiniões se encaixam,
Todos os assentos lotam
E as gargalhadas brotam
Quando as inspirações baixam.

Interpretações poéticas
E histórias são ouvidas
Dos lábios sentimentais
Risadas são extraídas...
Porque a satisfação
Do baú do coração
Ergue-se de mãos abertas
Para banhar com aplausos
Toda grandeza dos causos
De melhores descobertas.

Muitos livros em silêncio
Ouvem no repouso deles,
Seus leitores prediletos
Conversarem sobre eles.
E as partes mais citadas
Sentem-se regozijadas
Pela ênfase das pronúncias
E aquelas esquecidas
Sentem-se almas feridas
No impacto das renúncias.

Os ícones de vários gêneros
São ali idolatrados.
Literalmente falando
Pelos fãs obcecados.
Leituras são relembradas,
Concordâncias contempladas
Por aqueles que escutam
A eloquência dos sábios
E do que sai dos seus lábios,
Felizes os que desfrutam.

A descontração vestida
 De criança imaculada,
Sorrir nos braços do tempo
E recolhe-se admirada.
Quando o anfitrião diz,
Infelizmente, feliz:
Faço cientes vocês
Que nossas conversações
Adornadas de emoções
Vão ficar pra próxima vez!

(José Ribamar)

Enviado pelo professor, escritor, pesquisador do cangaço e gonzaguiano José Romero de Araújo Cardoso

http://blogdomendesemendes.blogspot.com

AS VIAGENS DE GULLIVER É MAIS UM CLÁSSICO DA LITERATURA UNIVERSAL ADAPTADO POR STÉLIO TORQUATO LIMA PARA A COLEÇÃO OBRAS PRIMAS EM CORDEL.

Por Prof. Stélio Torquato Lima
Prof. Stélio Torquato Lima e o filho Davi

As viagens de Gulliver é mais um clássico da literatura universal adaptado por Stélio Torquato Lima para a coleção Obras Primas em Cordel. Como os cordéis dessa coleção, aqui já divulgados, a ilustração de capa é de autoria de Cayman Moreira. Esse é um super cordel. São 197 estrofes de sete linhas de pura emoção, na exploração do desconhecido. para ler o cordel, é interessante conhecermos algumas curiosidades do texto original.

As Viagens de Gulliver foi publicado originalmente em 1726. Em 1735, foi lançada uma edição modificada da obra. O livro se constitui de uma sátira à sociedade da época, incluindo críticas à administração inglesa na Irlanda e ao pensamento cientifico alienado, incapaz de trazer benefícios para a humanidade. 

Na parte final do livro, o autor faz o louvor dos ideais iluministas da verdade e da razão. No entanto, esses ideais são transmitidos por cavalos, sendo os homens descritos como feras, os yahoos. O interesse do cinema pela obra se evidencia já em 1902, quando Georges Méliès produz o curta A Viagem de Gulliver a Lilipute e aos Gigantes, ainda mudo. Além de várias versões cinematográficas, a obra também inspirou trabalhos na televisão, no rádio, no teatro, nos quadrinhos, etc.
O autor, Jonathan Swift nasceu em 1667, em Dublin, Irlanda, onde também faleceu, em 1745. Em 1695, dois anos após doutorar-se em Teologia pela Universidade de Oxford, assumiu o posto de Cônego em Kilbroot, na Irlanda. Sua tendência para criticar a elite através de obras satíricas rendeu-lhe dissabores pessoais, ao mesmo tempo em que o tornava popular. Por toda a vida, manteve uma relação especial com Esther Johnson, para quem escreveu as cartas que compõem a obra Diário para Stella (1710-1713). Após o falecimento desta, escreveu Versos sobre a Morte do Doutor Swift (1739). 

Pouco antes de morrer, redigiu em latim o seguinte epitáfio: "Aqui jaz o corpo de Jonathan Swift, doutor em Teologia e deão desta catedral, onde a colérica indignação não poderá mais lhe dilacerar o coração. Segue, passante, e imita, se puderes, esse que se consumiu até o extremo pela causa da Liberdade". Algumas obras: História de um Tonel (1704), A Batalha dos Livros (1704), Diário para Stella (1710-1713), As Viagens de Gulliver (1726) e Versos sobre a Morte do Doutor Swift (1739).

A seguir, leia as estrofes inicias do cordel de Stélio Torquato e para ler a obra completa faça seu pedido pelo E-mail cordelariaflordaserra@gmail.com ou pelo WhatsApp (085) 999569091.


Gulliver: eis o meu nome,
E médico, a profissão.
Mas, desde a infância, o mar 
Prendia minha atenção.
E foi pelos oceanos
Que vivi fatos insanos
Dos quais faço a narração.

Pra ir direto ao assunto,
Bem pouco irei lhes dizer
Dos anos sem aventura
Que eu também vim a viver.
Contar, porém, me compete:
Foi no século dezessete
Que eu viria a nascer.

Da rotina no hospital,
Eu estava bem cansado.
Então, um antigo sonho,
Que eu sempre tinha adiado,
Resolvi realizar:
Num navio viajar,
Cortando o mar tão amado.

Ingressando como médico
Na embarcação Andorinha, 
Eu, por fim, realizava
A velha aspiração minha.
Ali passei cinco anos,
Percorrendo os oceanos,
Curtindo a vida marinha.

Após instalar-me em Londres,
Belo consultório abri.
Casei-me e tive meus filhos,
Sem atropelos vivi. 
Mas o mar... Oh! Que saudade!
Dele, com sinceridade,
Nem um só dia esqueci.

Se é verdade que a bonança
Vem depois da tempestade,
Para mim foi ao contrário:
Depois da tranquilidade
O tempo ruim chegou:
O meu negócio arruinou,
Contas tive em quantidade.

Mudei pra junto do cais,
Pra clientes arranjar
Entre aqueles que viviam
Percorrendo o alto-mar.
Mas, pra minha frustração,
A minha situação
Não conseguiu melhorar.

Guilherme Prichard, que era
Meu amigo e capitão,
Por sorte, deu-me um emprego
Em sua bela embarcação.
Antílope se chamava
O navio que se achava
Sob a sua direção.

E o Antílope zarpou,
Tendo enfrentado o oceano,
No dia 4 de maio,
Sendo o penúltimo ano
Do século dezessete.
(É verdade! Quem promete
Sou eu, que nunca lhe engano!).

Nas três primeiras semanas,
Foi bem tranquila a viagem.
Estava o céu muito limpo,
Soprando uma branda aragem.
Mas chegaram vendavais
Nas Índias Orientais,
Alertando a marinhagem.

Os ventos, infelizmente,
Não cessaram de aumentar.
As ondas se agigantaram,
Proceloso fez-se o mar.
Nossas velas se romperam,
E tanto as ondas bateram,
Que o leme veio a quebrar.

Entregue à mercê dos ventos
E das ondas furiosas,
O Antílope era levado
Pelas vagas poderosas.
Nossas almas, com o presságio
De um iminente naufrágio,
Se achavam bem temerosas.

Como todos nós temíamos,
O Antílope naufragou.
Fomos lançados ao mar,
Quando o navio tombou,
Gritei por meus companheiros,
Mas nenhum dos marinheiros,
Ao chamado, retornou.

Enviado pelo professor, escritor, pesquisador do cangaço e gonzaguiano José Romero de Araújo Cardoso

http://blogdomendesemendes.blogspot.com