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terça-feira, 20 de março de 2012

RARIDADE!!!

 
Mais uma postagem referente ao CENTENÁRIO DO REI DO BAIÃO. Trata-se de uma foto de Januário e Santana, pais de Gonzagão, ele no oito baixos, ela no zabumba, rodeados pelos filhos. Note-se bem o casal LUIZ GONZAGA e HELENA entre os pares dançantes. Zé Gonzaga está de chapéu de couro e parece que estar dançando com uma de suas irmãs...

Filhos de JANUÁRIO e SANTANA
* JOÃO JANUÁRIO (JOCA) : *17/09/1910 e +11/09/1947. Morreu em São Paulo/SP e deixou dois (02) filhos e adotou uma (01) filha.
* LUIZ GONZAGA: *13/12/1912 e +02/08/1989. Morreu em Recife/PE e deixou dois (02) filhos.
* EFIGÊNIA BATISTA (GENI): *15/04/1915 e +23/04/2003. Morreu no Rio de Janeiro/RJ e não teve filhos, mas criou dois (02) filhos.
* SEVERINO JANUÁRIO (SEVERINO JANUÁRIO): *04/10/1918 e +02/07/1988. Morreu no Crato/CE e deixou seis (06) filhos.
* JOSÉ JANUÁRIO (ZÉ GONZAGA): *15/01/1921 e +12/04/2002. Morreu no Rio de Janeiro/RJ e deixou um (01) filho que reside no Rio.
* RAIMUNDA JANUÁRIO (DONA MUNIZ): *25/06/1923 e +22/02/2011. Morreu no Rio de Janeiro/RJ e deixou seis (06) filhos.
* FRANCISCA JANUÁRIO (CHIQUINHA GONZAGA): *11/12/1925 e +15/03/2011. Morreu no Rio de Janeiro/RJ e deixou três (03) filhos e adotou dois (02) filhos.
* MARIA DO SOCORRO (DONA SOCORRO): *15/08/1927 e +02/12/1994. Morreu no Rio de Janeiro/RJ e deixou quatro (04) filhos.
* ALOÍSIO JANUÁRIO (ALOÍSIO): *13/05/1934. e +23/03/1985. Morreu no Rio de Janeiro/RJ e deixou três (03) filhos.

Fonte:
http://fabiomota1977.wordpress.com/
Luiz Gonzaga, Januário, Aloísio, Chiquinha, Zé Gonzaga e ...

Celebração das Culturas dos Sertões acontece em maio na Bahia


A Secretaria de Cultura da Bahia – SECULT-BA promove no período de 6 a 11 de maio a Celebração das Culturas dos Sertões, em Salvador e Feira de Santana. O evento busca estimular a construção colaborativa de políticas culturais para os sertões e acolhe múltiplas expressões e manifestações das culturas sertanejas.

O escritor Ariano Suassuna está confirmado na programação
A Celebração será aberta em Salvador no dia 5 de maio, com solenidade no Teatro Castro Alves. A partir do dia 6 de maio as atividades acontecem no Centro de Cultura Amélio Amorim, em Feira de Santana. A programação será aberta com desfile de vaqueiros e aboiadores pelas ruas da cidade.

“Estamos concluindo a programação, mas adiantamos que já temos importantes nomes confirmados, como Ariano Suassuna, para abrilhantar ainda mais o evento”, informa o coordenador do Núcleo do Sertão da Secult, Washington Queiroz.

Já está confirmada a realização da exposição fotográfica “Imagens de Vaqueiros” e lançamento do filme “Ritos de Passagem” do cineasta e artista plástico Chico Liberato. Também estão previstos lançamento de livros, CDs,
encontro de repentistas, sambadores, sanfoneiros e violeiros na arena do Amélio Amorim, além de palestras, rodas de conversa, apresentações musicais, encontro de estudos sobre Culturas dos Sertões, dentre outros. 
O I Encontro de Estudos das Culturas dos Sertões abrange sessões de estudos, debates e discussões de trabalhos que analisem e reflitam sobre as culturas dos sertões, com os temas Os sertões no cinema; Identidades e modos de vida dos sertões; e Os sertões pelas letras. O encontro ocorre nos dias 7 e 8 de maio, paralelo ao evento, em Feira de Santana.

Os trabalhos para o encontro de estudos sobre as culturas dos sertões deverão ser submetidos à comissão organizadora. As inscrições são gratuitas e acontecem até o próximo dia 30 de março. Mais informações 
aqui.

Informações da Secult e da Ascom de Feira de Santana.
Postado por Ailton Fernandes

Momentos de Fé e Concentração:

Por: Guilherme Machado
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De Lampião e o seu bando nas caatingas do nordeste, onde o Rei do Cangaço ler o livro " A vida de Cristo" do escritor italiano: Giovanni Papini. Lampião ganhou o livro em Sergipe  das mãos do Cel. Epaminodas Lima e sua esposa, Flora Novaes Lima no ano de 1926, Lampião visitou escolas e gostou do que viu na sala de aulas.
(Lampião Lendo o Livro "História de Cristo)
(Exemplar do Livro História de Cristo: de Giovanni Papini)
(Fotos dos Amigos de Lampião da Cidade de Cabrobó Cel. Epaminodas e sua Esposa d. Flora)

Foto da Professora Adriana Lima de Oliveira Mãe da Escritora Aglaé Lima de Oliveira autora do livro: Lampião Cangaço e nordeste de 1970.
Foi esta professora Que recebeu a visita de Lampião em sua sala de Aula em Cabrobó Pernambuco no Dia 2 de Setembro de 1926.  O Cangaceiro Ficou Bestificado com a Coragem da Professora, em esperá-lo Tranquilamente.
Momentos de Fé e Concentração:  De Lampião e o Seu Bando nas Caatingas do Nordeste. Onde O Rei do Cangaço Ler o Livro  " A vida de Cristo" do Escritor Italiano: Giovanni Papini.  Em 1929 Lampião Ganhou o Livro em Capela Sergipe Das Mãos do Comerciante Jackson Alves de Carvalho, o Dito Livro veio para Lampião com Dedicatória e tudo que Tinha Direito... Lampião Esteve em Cabrobó Pernambuco,  no dia 2 de Setembro de 1926.  Lampião visitou Escolas e Professores, na Companhia de 105 Cangaceiros...  O cangaceiro e sua Cabroeira, ficaram hospedados no Chalé de Luxo no Centro da Cidade de Cabrobó  de Propriedade do Coronel  Epaminondas Lima. Chefe Político da Região Sertaneja. Lampião e os Demais foram Recepcionados, Pelo Coronel e a Sua Esposa,  Dona Flora Novaes Lima.   
Extraído do blog:
Portal do Cangaço de Serrinha - Bahia, do pesquisador do cangaço Guilherme Machado.

"Uma pequena página na Memória..."

Por: Orlins Santana de Oliveira Por Orlins Santana de Oliveira:

“Eu fui avisado para ir ao cemitério e, lá, reclamei do diretor, sobre o estado da grande parede, que tinha rachaduras.
Ele me relatou:
– Você tem a missão de encontrar as famílias deles.
Dadá ainda era viva, mas muito doente... Sila também...
Achei Vera Ferreira, neta do capitão, que se propôs a vir de Sergipe para levar as cabeças para junto dos corpos.
Ao manusear a cabeça de Maria Bonita, retirei um cachinho de cabelos... E do capitão também... Ao manusear o osso temporal, retirei também, um cachinho de cabelos e uni aos dela...
Falando com Vera Ferreira e a irmã, que entregasse o tesouro a Expedita e guardasse aos pés de Nossa Senhora, Mãe de Jesus.
Quando acabei de falar, um vento fortíssimo varreu a frente do ossuário e, sem demora, saiu.
Verifiquei que o crânio de Maria Bonita, apos este acontecido, faltava um olho e o do capitão faltava um dente, que sumiu por um milagre, nas mãos das netas.
O redemoinho se foi e ficamos estatelados, parados, sem nada entender...
Fizemos a ata eu e doutor Lamartine. As netas também assinaram o livro de atas e o diretor do Cemitério da Quinta dos Lázaros...

As outras cabeças lá estão, em uma nova parede e em série horizontal e não vertical, e ao nível do chão.
Agora, os cachinhos estão nas mãos da filha com a qual nunca puderam conviver...juntos...

Enviado pelo professor e pesquisador do cangaço:
Rubens Antonio


AS MATRIZES DO BAIÃO


Texto publicado na revista NORDESTE VINTEUM
AS MATRIZES DO BAIÃO – Luiz Gonzaga, em sua autobiografia ditada ao jornalista Sinval Sá, em 1966 (O sanfoneiro do Riacho da Brígida) deixa claro que muitas de suas composições, sobretudo as que fez em parceria com o cearense Humberto Teixeira, tiveram suas matrizes nas cantigas de trabalho, nas chamadas cantigas do eito, das apanhadeiras de algodão, dos puxadores de roda das casas de farinha, nas toadas dos ceguinhos de feira, no baião de viola que antecede o desafio dos cantadores e nas ladainhas das rezadeiras do sertão. Desta safra constam Asa Branca, Assum Preto e principalmente Juazeiro, cuja letra, na recriação de Humberto, remete ao seu namoro com Nazinha (sua paixão de adolescente, motivo de sua fuga do Araripe pernambucano).  A melodia, contudo, teria sido aproveitada de uma canção chamada “Caatingueira”, que fazia parte do repertório do velho Januário. Zé Gonzaga, num vídeo caseiro realizado no dia 18 de junho de 1999, em sua residência (no Rio de Janeiro), apresenta a versão original ao som do oito baixos que herdou de seu pai:
“Caatingueira do sertão / Chora quando vai chover / Eu também vivo chorando / Com vontade de te ver... Ai caatingueira / Que vontade de te ver / Ai caatingueira, to morrendo de roer...”
Segundo ele, Januário seria a verdadeira matriz dos baiões criados pela dupla e também teria influenciado criações suas, como as clássicas “Pisa na Fulô” e “Cheiro da Karolina”, que desenvolveu em parceria com João do Vale. A parceria de “Cheiro da Karolina”, que seria regravada mais tarde pelo Rei do Baião, acabou sendo creditada a um certo Amorim Roxo, a quem João do Vale teria vendido seus direitos autorais. Essa prática, muito comum na música brasileira, é admitida por João do Vale no fascículo sobre sua obra publicado pela Editora Abril na década de 1970. Eis a letra original de “Cheiro da Karolina”, segundo o depoimento de Zé Gonzaga:
“Seu Netinho foi pra serrinha, Karolina / Pra topar Chico Romão, Carolina / Com cinco contos de réis, Carolina / Pra matar o Lampião!”
JANUÁRIO E SEUS OITO BAIXOS – Januário José dos Santos, o “vovô do baião”, nasceu em Floresta, sertão de Pernambuco, no dia 25 de setembro de 1888, ano da Abolição da Escravatura. Não se sabe, ao certo, em que ano Januário chegou à Fazenda Araripe, nas terras pertences ao Coronel Manuel Aires de Alencar, filho de Gauder Maximiliano Alencar de Araripe, o Barão de Exu. Ali ele trabalhava na lavoura e também dedicava-se ao oficio de animar os “sambas” (era esta a antiga denominação das festas nordestinas) e afinar sanfonas. A palavra “forró” é um termo que só se popularizaria na segunda metade do século XX, a partir do lançamento da composição “Forró de Mané Vito”, embora alguns estudiosos reivindiquem o pioneirismo para a dupla cearense Xerém e Tapuia, naturais de Baturité.
Januário inspirou diversas composições de Luiz Gonzaga e também dos outros filhos, Zé, Chiquinha e Severino. A mais famosa delas tem letra de Humberto Teixeira: “Respeita Januário”, onde Gonzaga satiriza o seu retorno a terra natal depois de permanecer fora por quase duas décadas. Januário veio a falecer aos 90 anos, em 11 de junho de 1978, em Exu.

PARA LER A COLUNA NA ÍNTEGRA, ACESSE O SITE DA EDITORA ASSARÉ E VEJA A EDIÇÃO ON LINE DA REVISTA: 
sites/default/files/revistas/ne21/FLIP/Portaltop/FlipNE31.html

Alcino Alves sofre AVC

Por: João de Sousa Lima

O escritor Alcino Alves Costa sofre AVC e se encontra internado em Aracaju na UTI. Fica aqui minhas orações para que o nobre amigo se recupere mais uma vez e que retorne rápido para nosso convívio diário.
Muita força e luz.
Alcino: Um dos maiores pesquisadores do cangaço.
Subindo uma pedreira na Maranduba, Alcino acabou cortando um dos braços e na foto estamos justamente mostrando a parte que sangra.
Alcino sempre com um sorriso no rosto e sua forte capacidade de ganhar amigos
"O Caipira de Poço Redondo" é uma sumidade no meio dos pesquisadores e escritores do cangaço.
Um amigo que nunca se aparta
O abraço que faz falta

Enviado pelo escritor e pesquisador do cangaço:
João de Sousa Lima

Força ao Decano Caipira de Poço Redondo !


Comunicamos a toda família Cariri Cangaço, que nosso Conselheiro do Conselho Consultivo, pesquisador, escritor, radialista, poeta, Alcino Alves Costa, o Decano Caipira de Poço Redondo, foi acometido de um AVC na madrugada desta terça-feira e transferido em estado grave para Aracaju. As últimas informações são de que sua situação é delicada, se mantendo na UTI sob rigorosos cuidados. Convidamos a todos a participar desta corrente de energia positiva e Oração para que nosso companheiro, amigo e irmão, Alcino; tenha forças para se reestabelecer.

Manoel Severo
 Cariri Cangaço

Urgente - Escritor " Alcino Alves " sofre AVC

Por: Ivanildo Silveira
Alcino e Coroné Severo
É com muita tristeza, que informamos a todos os amigos, que  no dia de ontem (19/03/2012), o escritor  e amigo "Alcino Alves Costa ", sofreu um forte "AVC", e se encontra internado em um hospital na cidade de Aracaju..
Seu estado de saúde é gravíssimo. Os médicos pretendem retirar o coágulo que se instalou na cabeça do escritor, mas a familia está temerosa pela vida do mesmo. No momento, as informações ainda são poucas a respeito do fato, mas, neste dia, assim que tivermos informações mais abalizadas informaremos aos amigos.
No momento, vamos todos rezar, pedindo ao bondoso Deus, que dê saúde ao Alcino, o caipira de Poço Redondo, como a nação cangaceiróloga o conhece carinhosamente.
Abraço a todos, orações ao alto, vamos ficar em alerta.
Atenciosamente
Ivanildo Silveira

Lampião Aceso

II Festival de Músicas do Cangaço

Anildomá Willans de Souza


A Comissão de Seleção / Triagem selecionou as 20 (vinte) músicas que irão participar do Festival no dia 28 de abril de 2012, na Estação do Forró, em Serra Talhada, Terra de Lampião e Capital do Xaxado, onde será distribuída a seguinte premiação:

A. 1º LUGAR: R$ 4.000,00 (quatro mil reais);
B. 2º LUGAR: R$ 3.000,00 (três mil reais);
C. 3º LUGAR: R$ 2.500,00 (dois mil e quinhentos reais);
D. 4º LUGAR: R$ 2.000,00 (dois mil reais);
E. 5º LUGAR: R$ 1.500,00 (um mil e quinhentos reais);
F. MELHOR INTÉRPRETE: R$ 2.000,00 (dois mil reais).
Classificadas
LEMBRANÇAS DO CANGAÇO
Autor: Mauricio Santos
Intérprete: Chik
Cidade: Recife/PE

LEMBRANÇAS DE EU, VIRGOLINO
Autor: Luís Cláudio Ribeiro (Casquideo)
Intérprete: Tavinho Limma
Cidade: Alfenas/MG

UM CANGACEIRO E UM CÃO
Autor: Artur Silva
Intérprete: Laerson Alves
Cidade: João Pessoa/PB

O BRASIL, O CANGAÇO E LAMPIÃO
Autor: Rui Grude
Intérprete: Rui Grude
Cidade: Serra Talhada/PE

ALAÚDE
Autor: Cley Lunna e Odália Araújo
Intérprete: Cley Lunna
Cidade: Macapá/AP

O TRAJETO DO REI
Autor: Henrique Brandão
Intérprete: Aldeir Bezerra
Cidade: Serra Talhada/PE

ESTRADEIRO
Autor: Hélio Crisano e Zeca Brasil
Intérprete: Lysia Condé
Cidade: Parnamirin/RN

CORDEL CELESTE
Autor: Laércio Beethoven
Intérprete: Laércio Beethoven
Cidade: Salvador/BA
AMOR CANGACEIRO
Autor: David Farias, Felipe Burgos e Roberta Aureliano
Intérprete: Roberta Aureliano
Cidade: Maceió/AL

A ÚLTIMA NOITE DE LAMPIÃO
Autor: Jamil Santos
Intérprete: Jamil Santos
Cidade: Jaboatão dos Guararapes

EM VERSOS QUEBRADOS, MULHER NO CANGAÇO
Autor: João Sereno e Maviael Melo
Intérprete: Carlinhos Pajeú
Cidade: Juazeiro/BA

RIACHO DE SANGUE
Autor: Ray di Serrat e Tico de Som
Intérprete: Ray di Serrat
Cidade: Serra Talhada/PE

SEMENTE DO CANGAÇO
Autor: Zé Alberto
Intérprete: Zé Alberto
Cidade: Exu/PE

CONVITE A LAMPIÃO
Autor: Edmilson Providência
Intérprete: Ernesto Teixeira
Cidade: Cratéus/CE

PORRADA
Autor: Igor Bruno
Intérprete: Igor Bruno
Cidade: Recife/PE

SAUDADE DE PROSSEGUIR
Autor: Zebeto Correa
Intérprete: Zebeto Correa
Cidade: Recife/PE

FLORES DO CANGAÇO
Autor: Tavinho Limma e Sandro Livarck
Intérprete: Tavinho Limma e Sandro Livarck
Cidade: Ilha Solteira/SP

BRILHO DE LAMPIÃO
Autor: Plínio Fabrício
Intérprete: Charles Valença
Cidade: Custódia/PE

NAS ESTRADAS DE BOM NOME
Autor: Escurinho
Intérprete: Escurinho
Cidade: João Pessoa/PB

O CANGAÇO E A NOVA ORDEM SOCIAL
Autor: Gouveia Filho
Intérprete: Gouveia Filho
Cidade: São Paulo/SP

O Festival tem o patrocínio do Funcultura / Fundarpe / Governo de Pernambuco.

Saudações cangaceiras.
Anildomá Willans de Souza
 
Museu do Cangaço
Ponto de Cultura Cabras de Lampião
Vila Ferroviária, S/Nº - Centro
CEP: 56.903-170
Serra Talhada - Pernambuco
Tel: (87) 3831 3860 / 9938 6035
E-mail: cabrasdelampiao@gmail.com
www.pontodeculturacabrasdelampiao.blogspot.com

VENTO LEVANDO OUTONO (Crônica)

Por: Rangel Alves da Costa*
Rangel Alves da Costa

VENTO LEVANDO OUTONO
O outono já estava dando os seus últimos suspiros. Desde o seu início que o parque havia sofrido imensa transformação no arvoredo. As cores entristecidas começaram a chegar e a devastar a seiva verde, fragilizando as plantas, as folhas, fazendo as flores e suas cores e aromas desaparecerem. Ainda bem que tudo já estava no seu final.
Um minuto. O vento avançou ao longe, por detrás das montanhas, procurou passagem pelos lados e por cima dos cumes e continuou seu destino. Não estava na sua calma de sempre, mas também não era voraz como deveria ser naquele instante. Nesse momento geralmente se fazia mais forte para levar de vez as últimas folhagens que ainda se sustentavam nos galhos e outras que se espalhavam mortas pelo chão. Sabia que não precisava ser assim, pois um leve sopro já bastava para fechar a cortina daquela estação. E um minuto após já estava de frente ao arvoredo.
Dois minutos. Com a aproximação do vento, e mesmo que a sua aragem ainda não as tivesse alcançado, verdade é que as árvores, as galhagens, os gravetos e as folhagens, já pressentem as consequencias do momento seguinte. Daí que primeiro as folhagens se sentem como que arrepiadas, tomadas de calafrios, de sintomas que fragilizam ainda mais os corpos já sem seiva, sem força e sem cor. No rosto pálido de cada folha, num semblante desfalecido acinzentado, ocre, de um marrom esbranquiçado já carcomido, somente o fechar os olhos para esperar a mão do vento. E quando chega é como se puxasse cada uma de seu galho e a dispusesse solta no ar, ao sabor do voo sem norte.
Três minutos. Com a passagem do vento as árvores ficam desnudas, parecendo mais magras e ossudas, com seus braços finos descobertos do verde reluzente e dançante que todos conhecem. As folhas foram levadas dali e ficou apenas o espanto de se ver de repente sem as vestes mais bonitas que o corpo da natureza estava acostumado a vestir. Instantes atrás, mesmo que já fossem poucas as folhas que insistiam em continuar por ali, ao menos existia a impressão de velhos habitantes em casarões sombrios. Mas agora nem isso, apenas uma paisagem triste, um vazio em meio e por cima das árvores e o medo que sempre surge de que tudo pudesse continuar assim. O outono é belo, mas é triste e assustador.
Quatro minutos. As folhas secas e mortas vagueiam pelo ar numa dança de solidão e despedida. O tapete ocre no chão, perto do tronco das árvores, seguindo pelos canteiros, correndo atrás dos bancos e espalhando-se por todo lugar, também foi varrido pelo sopro fatal da estação. Até que era bonito se ver o chão tomado por folhas caídas, movendo-se lentamente aos sopros despretensiosos que chegavam e estalando-se ritualisticamente debaixo de cada pé que passava por cima. O pintor aproveitava aquele cenário de desilusão e pintava suas telas intituladas “Era uma vez no outono”. O poeta encontrava inspiração em cada folha seca, em cada cor e semblante, e escrevia sobre a morte e o renascimento. Mas a verdade é que agora já não existiam mais folhas por ali, já haviam partido sem adeus e deixando um vazio a ser necessariamente preenchido.
Cinco minutos. Um velho que havia chegado por ali por volta de meia hora atrás, como fazia sempre ao entardecer, observa com olhar triste a natureza silenciosa, mais empobrecida, sem o voo e o canto dos passarinhos, sem o murmurejar das folhagens. Já não enxergava o outono porque este não existia mais, havia acabado de partir nas últimas folhas secas que foram levadas pelo vento, espalhadas pelo ar. Não era mais outono, sabia. E não podia haver outono sem as folhagens secas tomando conta do jardim, despencando do arvoredo. E se já não era aquela estação, então qual o mistério existente nessa passagem da morte para o renascimento?
O velho levantou, já ia embora. Deu uma última volta pelos canteiros e olhou adiante no horizonte, por trás das montanhas. E olhou porque sentiu no rosto a chegada de um vento diferente, mais frio, outro aspecto de ar, algo novo na atmosfera. E sorriu porque sabia que era o inverno que já estava chegando e a vida, em ciclos, continuava.

Poeta e cronista
e-mail: rangel_adv1@hotmail.com
blograngel-sertao.blogspot.com  

Casa de barro (Poesia)

Por: Rangel Alves da Costa
Rangel Alves da Costa

Casa de barro


A mão
a terra
a lama
o barro
o pau
a ripa
a fibra
o croatá
a junção
o visgo
o arremesso
o grude
o marrom
a parede
a tapera
a casa
a casa de barro

a folhagem
o telhado
a porta
e a janela
o pano
o papelão
o vão nu
a cobertura
e a entrada
e a saída
da tapera
da casa de barro

e lá dentro
um homem
uma mulher
tão fortes
tão resistentes
pois feitos
do mesmo barro
da tapera
da casa de barro.

 

Poeta e cronista
e-mail: rangel_adv1@hotmail.com
blograngel-sertao.blogspot.com