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quinta-feira, 15 de março de 2012

CANGACEIROS

 Dr. Ivanildo Alves Silveira

As fotos abaixo pertencem ao acervo do colecionador do  cangaço: Dr. Ivanildo Alves da Silveira


 O cangaceiro Zé Sereno, companheiro da cangaceira


Ilda Ribeiro - a Sila


Moreno - companheiro da cangaceira

 

Durvalina


Criança - companheiro da cangaceira



Dulce

Extraído do blog: Lampião Aceso

O jornalista Mário Melo (1884-1959)

APRESENTAÇÃO, Rita de Cássia Barbosa de Araújo
mariomelo

Cadê Mário Melo?
Partiu para a eternidade
Deixando na sua cidade
Um mundo de saudade sem igual
Foliões, a nossa reverência
À sua grande ausência
No nosso carnaval
[...]
Nos sucessivos Carnavais de Pernambuco, ano após ano, os foliões entoam, nas ruas e nos clubes, o frevo de bloco Evocação nº 3, de Nelson Ferreira. Rememoram, cantam a saudade de Mário Melo que muitos, os nascidos da década de 1960 em diante, não conheceram pessoalmente e de quem só ouvem falar durante os festejos de Momo ou o tem na conta de nome de uma grande avenida do bairro da Boa Vista, no Recife. Todos sabem, porém, da existência de um certo Mário Melo, amante do Carnaval pernambucano, dos clubes pedestres, das troças e dos maracatus, que, de abraços abertos e cabelos desgrenhados, entregava-se de corpo e alma ao frevo e ao passo.

O desconhecimento sobre Mário Melo, sobre sua produção intelectual e os seus posicionamentos políticos, bem como sobre a influência que suas opiniões exerceram sobre diversas gerações de pernambucanos — insistimos em falar em pernambucanos uma vez que Mário Melo foi, fundamental e assumidamente, um provinciano — estende-se para além do senso comum e adentra a academia. Nascido ainda no Império, em 1884, falecido em 1959, Mário Melo vivenciou os tempos da República Velha e de suas elites oligárquicas e conservadoras. Aderiu imediatamente à chamada Revolução de 1930; e, anticomunista ferrenho, esteve ao lado do interventor Agamenon Magalhães desde as primeiras horas do Estado Novo. Com a redemocratização, elegeu-se deputado estadual pelo Partido Social Democrata – PSD, cumprindo mandato de 1947 a 1951.

O combativo jornalista testemunhou também as mudanças que alteraram radicalmente as conformações físicas, espaciais e paisagísticas do País e de sua terra natal, Pernambuco, e da cidade do Recife em particular, na primeira metade do século XX; como também acompanhou as modificações advindas da passagem de uma sociedade eminentemente rural para uma sociedade urbana e industrial, e as alterações acontecidas nas mentalidades, nos comportamentos e nos valores.

A exemplo de alguns contemporâneos e conterrâneos, como o antropólogo e sociólogo Gilberto Freyre e o memorialista e escritor Mário Sette3, Mário Melo vivenciou a tensão e o mal-estar provocados, como percebiam então, pelo difícil convívio entre esses dois mundos, o campo e a cidade, comumente associados à tradição e ao moderno respectivamente. A seus olhos, a modernidade e a modernização ameaçavam o passado, o importante passado de Pernambuco que tanto procurou defender e exaltar em seus livros, artigos e pronunciamentos públicos. Porém, diferentemente dos dois intelectuais acima referidos, o “homem dos sete instrumentos”, como se autodefinia4 — foi telegrafista, jornalista, geógrafo, historiador, folclorista, político, professor, poeta, crítico teatral, músico e folião — ainda espera pelo reconhecimento da academia, no sentido de ver sua produção intelectual, suas opiniões e seus posicionamentos político-ideológicos como objetos de estudo de historiadores, de cientistas sociais e de comunicadores sociais.

O trabalho de Lúcia Gaspar e Virgínia Barbosa, bibliotecárias da Fundação Joaquim Nabuco, Mário Melo, 1884-1959: uma bibliografia, para a elaboração do qual contaram com a colaboração da bibliotecária Fernanda Ivo e do museólogo Henrique Cruz, reúne e sistematiza a dispersa e variada produção intelectual do empertigado jornalista, constituindo grande estímulo para a elaboração de estudos científicos que sistematizem e analisem densa e criticamente a obra de Mário Melo. São mais de mil registros bibliográficos e documentais à disposição dos pesquisadores, daqueles interessados em investigar a contribuição de Mário Melo para a produção do conhecimento histórico sobre Pernambuco e a marca por ele deixada na historiografia local; assim também, sua colaboração para os estudos sobre os povos indígenas da atual Região Nordeste, escritos em uma época em que eram completamente invisíveis para o Estado e para as elites nacionais.

Mário Melo participou também das discussões matriciais sobre a definição do conceito de patrimônio cultural no País e sobre o papel que caberia ao Estado, às elites e às camadas subalternas nesse campo, entre as décadas de 1920 e 1930. Defensor apaixonado de um museu regional para Pernambuco, envolveu-se nas discussões em torno da criação da Inspetoria Estadual de Monumentos Nacionais em Pernambuco, no ano de 1928. Devotado às manifestações culturais populares, desejando vê-las preservadas em sua autenticidade e tradicionalismo, livres das influências políticas e culturais trazidas pelo estrangeirismo e pela modernidade, Mário Melo foi um dos principais idealizadores da Federação Carnavalesca Pernambucana, criada em 1935, assumindo importante cargo nessa instituição ainda hoje existente.

A diversificada produção intelectual de Mário Melo, sua atuação profissional e sua ativa participação nos mais variados campos da vida social, política e cultural suscitam uma multiplicidade de temas de investigação e estudo, inclusive sobre a definição, o papel e a prática do ser intelectual no Brasil, na primeira metade do século XX.

O inventário documental que Lúcia Gaspar e Virgínia Barbosa ora trazem à cena se apresenta como uma provocação intelectual para todo aquele que se interessa por conhecer os possíveis e infindáveis diálogos que o presente pode estabelecer com o passado, em busca de novas interpretações e de novos sentidos que ampliem nossos horizontes conceituais e nos apontem diferentes e promissores caminhos a seguir.
[...]
De braços para o alto
Cabelos desgrenhados
Frevando sem parar
Lá vem Mário!
Defendendo Vassourinhas
Pão Duro, Dona Santa,
Dragões ou Canindés
Lá vem Mário!
Com ele já se abraçaram
Felinto, Pedro Salgado
Guilherme e Fenelon
E no palanque
Sem fim lá do espaço
Lá está Mário a bater palmas
Para o frevo e para o passo.

Recife, 27 de fevereiro de 2012.

:: Consulte a bibliografia completa, faça download do arquivo em pdf

15 de março - Santa Luísa de Marillac


Luísa nasceu em 12 de agosto de 1591, filha natural de Luís de Marillac, senhor de Ferrières, aparentado com a nobreza francesa, cujas posses permitiram dar à filha uma infância tranqüila. A menina aos três anos foi para o Convento Real de Poissy, em Paris onde recebeu uma educação refinada, quer no plano espiritual, quer no humanístico.

Porém, seu pai morreu quando ela tinha treze anos, sem deixar herança e, felizmente, nem dívidas. Nessas circunstâncias Luísa foi tirada do Convento, pela tia Valença, pois os Marillac não se dispuseram custear mais sua formação. Ela desejava dedicar sua vida à Deus, para cuidar dos pobres e doentes, mas agora com a escassez financeira teria de esperar para atingir esse objetivo.

Durante dois anos viveu numa casa simples de moças custeando-se com trabalhos feitos em domicílio, especialmente bordados Ela tentou ingressar no mosteiro das capuchinhas das Filhas da Paixão que acabavam de chegar em Paris, mas foi rejeitada pela aparência de saúde débil, imprópria para a vida de mosteiro. Depois disso viu-se constrangida a aceitar um casamento que os tios lhe arranjara. Foi com Antonio de Gràs, que trabalhava como secretário da rainha. Com ele teve um filho, Miguel Antonio. Viveu feliz, pois o marido a respeitava e amava a família. E se orgulhava da esposa que nas horas vagas cuidava dos deveres de piedade, mortificando-se com jejuns freqüentes, visitando os pobres, os hospitais e os asilos confortando a todos com seu socorro. Até que ele próprio foi acometido por grave e longa enfermidade e ela passou a se dedicar primeiro à ele sem abandonar os demais. Mas com isso novamente os problemas financeiros voltaram.

Nesse período teve dois grandes conselheiros espirituais: Francisco de Sales e Vicente de Paulo, ambos depois declarados Santos pela Igreja. Foi graças à direção deles, que pôde superar e enfrentar os problemas que agitavam o seu cotidiano e a sua alma. Somente sua fé a manteve firme e graças à sua força, suplantou as adversidades, até o marido falecer, em 1625 e Miguel Antonio foi para o seminário.

Só então Luísa pôde dedicar-se totalmente aos pobres, doentes e velhos. Isso ocorreu porque Vicente de Paulo teve a iluminação de colocar-la à frente das Confrarias da Caridade, as quais fundara para socorrer as paróquias da França, e que vinham definhando. Vicente encarregou-a de visita-las, reorganiza-las, enfim dinamiza-las, e ela o fez durante anos.

Em 1634 Luísa, com ajuda e orientação de Vicente de Paulo, fundou a Congregação das Damas da Caridade, inicialmente com três senhoras da sociedade, mas esse núcleo se tornaria depois uma Congregação de Irmãs. Isso o porque serviço que estas Damas prestavam aos pobres era limitado pelos seus deveres familiares e sociais e pela falta de hábito aos trabalhos humildes e fatigantes. Era necessário colocar junto delas, pessoas generosas, livres e totalmente consagradas a Deus e aos pobres. Mas na Igreja não existiam porque a vida de consagração para as mulheres estava concebida apenas como vida de clausura. Então, Vicente e Luísa, em 1642 ousaram e, criam as Irmãs dos Pobres, as Filhas da Caridade, a quem foram confiados os doentes, os enjeitados, os velhos, os mendigos, os soldados feridos e os condenados às prisões.

Nascia um novo tipo de Irmã, com uma missão inédita para aqueles tempos: uma vida consagrada em dispersão pelos caminhos do sofrimento humano, assim estava criada a Congregação das Irmãs Filhas da Caridade, em 1642. Na qual Luísa fez os votos perpétuos, sendo consagrada pelo próprio Vicente de Paulo. A obra, sob a direção dela foi notável. Quando Paris foi assolada pela guerra e peste, em 1652, as Irmãs chegaram a atender quatorze mil pessoas, de todas as categorias sociais, sendo inclusive as primeiras Irmãs a serem requisitadas para o atendimento dos soldados feridos, nos campos de batalhas.

Luísa morreu em 15 de março de 1660. Foi beatificada em 1920, e canonizada pelo Papa Pio XI, em 1934. Suas relíquias repousam na Capela da Visitação da Casa Matriz das Irmãs da Caridade, em Paris, França. Santa Luísa de Marillac foi proclamada Padroeira das Obras Sociais e de todos os assistentes sociais, pelo Papa João XXIII, em 1960.

Fonte:

Falando nisso...

Alagadiço - Frei Paulo é Rota do Cangaço em Sergipe
O messianismo que surgiu no Nordeste, e principalmente o banditismo que se tornaram comuns, especialmente durante a República Velha esboça o abandono pelas autoridades entremeado de período de desmedida repressão contra os mais humildes dos sertões.
Eis porque Lampião ainda é visto como um mal menor por muita gente, diante da selvageria dos senhores fazendeiros. Todavia, os horrores que os cangaceiros praticavam, muitas vezes levavam a reações como a que houve no Alagadiço contra
Zé Baiano que acabou morto, dando início ao declínio do banditismo nos sertões. Alagadiço, pois, marca o primeiro grande revés no cangaço já que não se tratou apenas de expulsar os cangaceiros: eles foram desmoralizados com a morte de um dos mais temidos.

Atualmente, fruto do trabalho incansável do exército de um homem só, de Antônio Porfírio de Matos Neto, foi montado e é mantido por este um museu com várias e valiosas peças no mesmo povoado, daquele período negro da história nordestina, próximo do local do assassinato do terrível Zé Baiano, em 07 de junho de 1936 que, entre outras manias, tinha a de ferrar suas vítimas mulheres depois de as estuprar.

Curiosamente, a instalação do dito museu está às margens daquela que foi canal para o primeiro grande choque entre o branco dominador e o índio e o negro: a gênese do povão brasileiro.

Chega-se ao povoado tomando-se a BR-235 até Frei Paulo, e daí até o trevo para o mesmo povoado por mais três quilômetros; e do trevo até lá por estrada asfaltada, mais sete quilômetros. O museu está localizado numa casa modesta, às margens da estrada real dos quilombos, na saída no sentido da cidade de Carira. Está sempre aberto à visitação nos horários convencionais.

Créditos: Andarilho 59, YouTube
Extraído do blog: "Lampião Aceso"

O Estado Maior do Cangaço

Por: Cicinato Neto
Magérbio de Lucena
Lampião e o Estado Maior do Cangaço - Hilário Lucetti e Magérbio de Lucena - Estudo feito por dois estudiosos do Cariri cearense sobre os maiores nomes do cangaço no Nordeste: Lampião, Luís Pedro, Labareda, Sabino Gomes, Massilon, os irmãos Engrácia, Antônio Matilde, Antônio Ferreira, Livino Ferreira, Jararaca, entre outros.
Edição utilizada: 2ª edição, Fortaleza, Gráfica Encaixe, 2004 (a primeira edição é de 1995).
Trecho significativo:
Declarações do cangaceiro Oliveira aos pesquisadores sobre Lampião:


"Durante o tempo que andei com Lampião, quando a gente entrava no Ceará, ele dizia logo: - Coidado, qui é um istado qui eu arrespeito! E ninguém tomava nada de ninguém, não matava ninguém. Lampião não gostava de dar surras, dizia: Prá pegá um pobi, um paisano dizarmado dá u'a pisa, não é vantage prum homi. Vantage prum homi é falá arto prá ôto homi armado! Não se dava bolos. As moças tinham que ser respeitadas. O padre Cícero tinha pedido para ele respeitar moças, senhoras casadas e seus romeiros, dizendo que se fizesse isso, ele morreria velho em sua cama. Quando entrô no Juazeiro, deram-lhe armas, fardamento e a patente de capitão prá deixar aquela vida, mas o governo e a polícia do Pernambuco não deixaram. Lampião dizia:
Ninguém quêra si apossá de muié de vergon'ia o que mi dizibedecê eu atiro pra matá! E se o o cabra teimasse, morria mesmo".
O tratamento dos feridos era uma coisa desmantelada. Lavava-se era com cachaça, pois não havia álcool e colocava-se emplasto de sal com pimenta. Nunca fui ferido, mas vi muito baleado sofrer com ferimento aberto e tendo que andar sem parar, correndo da polícia. Se o ferimento era grande, deixava-se o baleado com algum coiteiro. Quando não tinha jeito, se abreviava a morte do companheiro, a pedido dele mesmo como foi feito com Sabino". (p. 204-5).

Cicinato Ferreira Neto
www.cicinato.blogspot.com

NOTA CARIRI CANGAÇO: Para adquirir um exemplar desta obra de Hilário Lucetti e Magérbio de Lucena, entrar em contato com Professor Pereira, através do email: franpelima@bol.com.br

Extraído do Cariri Cangaço


OS DESEJOS PROIBIDOS (Crônica)

Por: Rangel Alves da Costa*
Rangel Alves da Costa

OS DESEJOS PROIBIDOS
O tempora! O mores! Que tempos, que costumes! Assim se pronunciou o romano Cícero ao se referir à decadência moral de sua época. Caberia agora repetir tal expressão latina diante desses tempos modernos e tecnologicamente desenfreados?
Mas claro que sim. O progresso tecnológico não veio acompanhado do aperfeiçoamento moral do ser humano. Muito pelo contrário, quanto mais se inova mais o indivíduo deixa de se reconhecer enquanto portador de valores e deixa-se triturar pelos absurdos que chegam multiplicados, pois tudo em série.
E o mais absurdo ainda é que pretendem ver como alijados desse mundo novo todos aqueles que lutam para manter suas virtudes; todos aqueles que se mantêm distanciados da luxúria e da devassidão, das entregas fáceis e da vulgarização corporal e sexual; todos aqueles que não pretendem ocultar sua religiosidade, sua fé e sua devoção. Assim, quem não se deixa levar pela enxurrada dos modismos perversos passou a ser visto como inapto ao exigente convívio social.
Parece verdadeiro absurdo, mas atualmente não seria demais afirmar que pessoas são proibidas de ser como intimamente desejam, de não praticar aquilo que a sociedade maléfica e perniciosa pretende, de se abster de não se transformar forçosamente em algo imprestável para atender aos anseios dos novos tempos. Ora, aos olhos de muitos não há pecado maior nesses dias do que não viver se entregando a pecados.
Só mesmo muita força e persistência, destemor e determinação, para a pessoa se impor como deseja ser e não se desvirtuar pelos caminhos errôneos a cada momento mostrados. Que não se duvide o quanto sacrifício será para vencer os cochichos do mal, as graciosidades perversas, os convites da perdição. É como se flores do mal, belamente enfeitadas numa cesta de intemperança, fossem todos os dias colocadas à porta como num irrecusável convite ao erro.
Se a pessoa for fraca realmente se deixará levar, pois as lições imprestáveis chegam na televisão, no olhar adiante da janela, no mundo lá fora. Em grande parte, a sociedade se tornou escola maior de tudo que seja fútil, vulgar, imprestável, desonesto e imoral, e dela a pessoa não pode fugir com facilidade. Ademais, chega um amigo e até um parente insistindo para que faça exatamente aquilo que o íntimo não deseja e a personalidade não permite.
Em muitas situações, os desejos íntimos, os anseios da personalidade, os reclamos pessoais se tornam proibidos. E proibidos porque o mundo perverso e pervertido não comunga com aquele que procura viver em castidade, na pureza possível, com jeito conservador próprio de ser. A sociedade não acata e procura reprimir a inocência, a singeleza, a correção moral, as virtudes positivas.
Nesse desvão da vida, muitos desejos sempre tidos como normais se tornaram proibidos, impossíveis de se realizar, principalmente porque é muito difícil encontrar outra pessoa que comungue dos mesmos sentimentos de preservação moral. Assim, se tornaram desejos proibidos o amor verdadeiro, o namoro sem apelações, o diálogo como forma de compreender o outro e o mundo ao redor.
Tornaram-se desejos proibidos amar ao próximo como a si mesmo, demonstrar respeito aos mais velhos, ser piedoso com os mais necessitados, dar a mão àquele que precisa de ajuda para se erguer, olhar e sorrir para o outro sem que isto seja compreendido como má intencionalidade, procurar partilhar a alegria e a felicidade, dialogar palavras recheadas de boas lições, pedir sem ter que dar nada em troca, oferecer sem que o ofertado ache que tem de retribuir.
É proibido principalmente ser verdadeiro, honesto, ter um bom egoísmo para se achar importante e capaz acima de tudo, vaidoso na preservação própria, orgulhoso dos atos não corrompidos. E certamente vão querer proibir, mas jamais conseguirão afastar o seu desejo permanente e infinito de ter Deus no coração.

Poeta e cronista
e-mail: rangel_adv1@hotmail.com
blograngel-sertao.blogspot.com

Baú sem chaves (Poesia)

Por: Rangel Alves da Costa*
Rangel Alves da Costa

Baú sem chaves

Quanto e tudo da vida
tanta chegada e partida
carta amassada e fotografia
tempo que foi outro dia
e o velho baú esquecido
feito ontem já perdido

minha linda namorada
sorriso na foto amarelada
e uma agenda sem data
com verso que fere e mata
por tanta incompreensão
por tanto amor e solidão

ao redor silêncio e tristeza
baú fechado à mesa
olhos enxergando sem ver
tanta coisa ainda a ler
tudo rapidamente guardado
porque outro amor encontrado

o que me veio foi embora
tentei reencontrá-la senhora
pedir a chave do meu coração
abrir o lacre e pedir perdão
revirar esse baú do avesso
e da vida fazer recomeço.


Rangel Alves da Costa
Poeta e cronista
e-mail: rangel_adv1@hotmail.com
blograngel-sertao.blogspot.com