Seguidores

segunda-feira, 29 de julho de 2019

LIVRO “O SERTÃO ANÁRQUICO DE LAMPIÃO”, DE LUIZ SERRA


Sobre o escritor

Licenciado em Letras e Literatura Brasileira pela Universidade de Brasília (UnB), pós-graduado em Linguagem Psicopedagógica na Educação pela Cândido Mendes do Rio de Janeiro, professor do Instituto de Português Aplicado do Distrito Federal e assessor de revisão de textos em órgão da Força Aérea Brasileira (Cenipa), do Ministério da Defesa, Luiz Serra é militar da reserva. Como colaborador, escreveu artigos para o jornal Correio Braziliense.

Serviço – “O Sertão Anárquico de Lampião” de Luiz Serra, Outubro Edições, 385 páginas, Brasil, 2016.

O livro está sendo comercializado em diversos pontos de Brasília, e na Paraíba, com professor Francisco Pereira Lima.
franpelima@bol.com.br

Já os envios para outros Estados, está sendo coordenado por Manoela e Janaína,pelo e-mail: 

Coordenação literária: Assessoria de imprensa: Leidiane Silveira – (61) 98212-9563 

http://blogdomendesemendes.blogspot.com

VISITE O NOSSO MEMORIAL DO CORDEL


Visite o NOSSO MEMORIAL DO CORDEL e o o canal Acorde pro Cordel? Vamos guri e guria, adquira os muitos cordéis que tenho pra vocês. Inscrevam-se comente e dê joinha. Ele só quer atenção.

PIPA QUE AVOA

Autor: Francisco de Assis A.S
Registrada no CEU/EDA/FBN
©TODOS OS DIREITOS RESERVADOS

Aos pipeiros de plantão.
Segue agora este poema,
Eu quis abordar o tema,
Pois arde no coração,
Essa grande emoção,
Misturada à nostalgia
Repleta de alegria,
Remonta ao tempo criança
Que de brincar não se cansa,
De pipa. Quanta energia.

No espaço que havia,
Seja rua ou terreno,
Corre o menino pleno,
Com sua raia eu via,
O sorriso evoluía,
Estampava-se no rosto,
Eita! Chega dava gosto,
Aquela cena enxergar,
Não me cansava de olhar,
Deixo o registro aqui posto.

Passa longe o desgosto,
Não pode ficar ao lado,
Ao brincar com o quadrado,
Aí é outro entreposto,
Antes do mês de agosto,
Nas férias, principalmente,
A pandorga, minha gente!
Era mesmo um barato!
O papagaio de fato,
Atiçava nossa mente.

Brincadeira inteligente,
O peixinho é bom demais,
São as brincadeiras tais,
Que para nós é presente,
Que diversão envolvente,
A piposa, a pepeta, 
Quem conhece a capucheta?
Por cafifa alguém conhece,
Quem brincou jamais esquece,
Desdenhar ninguém se meta.

Quem brinca não é careta,
Mas sabe o qu’é diversão,
Voando na imensidão,
Debicando.Maior treta!
Não só quando de veneta,
Sempre que tiver vontade,
Sem o serol amizade,
Pra evitar o perigo,
Brincar assim eu consigo,
Você não? Por caridade!

“Cata, apara meu cumpade”!
A pipa vou batizar,
Toda a linha soltar,
Independe da idade,
Rabiola é majestade,
Lá no céu não rodopia,
Mas a dança... Olha! Pia!
É linda, no infinito,
E eu verbalizo num grito,
Pipa é vida, é alegria!

22/07/2019 21:33:56



http://blogdomendesemendes.blogspot.com

FESTA DO CARRO DE BOI

Clerisvaldo B. Chagas, 29 de julho de 2019
Escritor Símbolo do Sertão Alagoano
Crônica: 2.152

Uma festa atrás de outra, amigos do Brasil. Em Santana do Ipanema foi encerrada a Festa da Juventude e logo em seguida veio a Festa da Padroeira Senhora Santana. Agora, seguidamente chegou o dia, da Festa do Carro de Boi no município de Inhapi, Alto Sertão Alagoano. Trata-se da 11edição do evento cujo encontro dos carreiros é o maior do mundo. Tudo é respaldado por lei criada no município que instituiu o Dia do Carreiro no calendário municipal para ser comemorado no dia 31 de julho. Lei de dezembro de 2016. Programada para acontecer no sábado, 27, várias atrações estavam sendo aguardadas pelo homem rural que ama preservar as tradições. Chegada dos carros de boi, violeiros, toadas, xaxado e desfile pela cidade constavam da programação.

(CARTAZ/DIVULGAÇÃO).

“A tradicional festa do Carro de Boi é realizada na cidade de Inhapi, há dez anos, com encontro de carreiros e grandes shows artísticos em praça pública. A festa tem o encontro aberto de carreiros do Brasil, vindos de diversas cidades da região, com seus carros de boi, carroças de burro e carrinhos de carneiro, dessa forma, resgatando todos os anos a cultura do município e região. O evento é realizado pelo Sindicato dos Trabalhadores Rurais em parceria com a prefeitura”.
Saindo de Maceió pela BR-316, é fácil chegar ao Inhapi entre Santana do Ipanema e Delmiro Gouveia. Quem gosta de curtir o regionalismo pode se dirigir àquela cidade que estará de braços abertos a acolher os visitantes. Muitos ficam acampados assim como os carreiros que se divertem a valer nesse encontro onde fala mais alto o espírito sertanejo.
Assim o velho carro de boi que tanto deu ao Brasil colonial, permanece vivo com a figura reconhecida do seu condutor. Muitas histórias, casos contados, culinária bruta e bastante música faz de Inhapi o centro de Alagoas nesses dias marcados por divertimentos.

No sertão do Inhapi
Tem encontro verdadeiro
Carreiro beijando moça
Moça beijando carreiro
Pode ser que sobre beijos
Pra quem vem por derradeiro.


http://blogdomendesemendes.blogspot.com

NO EVOLUCIONISMO HUMANO, MUITA GENTE CONTINUA SENDO CACHORRO, SERPENTE...

*Rangel Alves da Costa

Sou adepto da teoria criacionista, aquela que prega ser o homem fruto do sopro divino, criado por Deus, portanto.
Contudo, ante o que observo em algumas pessoas, de vez em quando sou obrigado a ter uma pontinha de crença na teoria evolucionista da espécie, ou seja, que o homem foi evoluindo de outros animais até alcançar o status atual.
E justifico o porquê da caidinha pelo evolucionismo. Ora, gente há que só pode ter sido originária dos caninos e, como não evoluiu suficientemente, cachorro continua sendo.
Outros existem - e em maior quantidade do que se imagina - que surgiu dos ofídios e serpente continua sendo, pois em nada a evolução lhe ajudou a ter normalidade humana.
Mas tais aspectos são muitas vezes confirmados pelo próprio povo. Quando se diz: “Eita mulher cachorra!”, “Aquilo é um cachorro, mas nem pra latir presta!”, “Isso é cachorrada, de gente cachorra, e não atitude de gente que se respeita!”.
Tudo isso como um reconhecimento da espécie não bem evoluída - ou evoluída de forma deplorável - para justificar a cachorreira existente em muitos.
Com as serpentes não é diferente, ainda que as cobras, muitas vezes, sejam bem menos venenosas que muitas pessoas. As venenosas rastejantes sofreriam com o veneno humano.
Vejam o que se costuma dizer: “Vixe, aquilo é uma serpente, e pior que cascavel!”, “Cobra perde feio pra fulana, daquela boca peçonhenta só sai veneno mortal!”, “Não passo nem perto dela. Aquilo ali já anda de bote armado, Deus me livre!”.


Realmente, muita gente não nasceu para dignificar a espécie humana de jeito nenhum. Pelo contrário, parece tudo fazer para se rebaixar perante os demais. Gente que age pelo erro e vive pelo erro.
Gente que passa e deixar atrás marcas de patas ou de riscos tortos no caminho. Há, nestes aspectos, a demonstração de uma degenerada evolução humana.
Gente que nasceu pra ser gente, para ter dignidade, pra se respeitar e respeitar os demais, pra ter caráter e honra, mas não: continua sendo cachorro, serpente e coisa ainda pior...
Conheço cobras perigosas. Conheço serpentes famintas (também por dinheiro). Conheço peçonhentas de beira de estrada.
Conheço cachorros sarnentos, raivosos, cuja baba é mais que mortal. Conheço cachorro que é pior que o mais ladino dos cachorros de rua.
Com mil desculpas aos verdadeiros cães e serpentes, mas é assim que acontece no reino animalesco humano.
Eita mundinho de gente desacertada!


Escritor
blograngel-sertao.blogspot.com

http://blogdomendesemendes.blogspot.com

RESUMO DA ATA DE FUNDAÇÃO DA ACADEMIA BRASILEIRA DE LETRAS E ARTES DO CANGAÇO – ABLAC

Por Archimedes Marques

Aos vinte e cinco dias do mês de julho do ano de dois mil de dezenove (27/07/2019), na cidade de Juazeiro do Norte, Ceará, fazendo parte da programação oficial do evento Cariri Cangaço 10 anos, fora fundada a ACADEMIA BRASILEIRA DE LETRAS E ARTES DO CANGAÇO – ABLAC – cuja regularização e legalização se dará na cidade de Aracaju-SE.

Inicialmente o proponente da criação da Academia, historiador ARCHIMEDES JOSE MELO MARQUES solicitou da plateia que se respeitasse um minuto de silêncio em respeito ao recente falecimento do historiador DANIEL WALKER, que convidado e radiante de alegria seria um dos membros desta Academia. 

Pesquisador Daniel Walker

Em seguida explicou a motivação e os objetivos de tão importante instituição, dizendo inclusive que a ideia inicial da sua criação ocorreu há anos atrás, por intermédio do historiador PAULO MEDEIROS GASTÃO, então Presidente da SBEC (Sociedade Brasileira de Estudos do Cangaço), ideia essa que infelizmente não vingou, entretanto agora é o seu sonho transformado em realidade, sendo este o motivo principal da escolha deste grande historiador como PATRONO OFICIAL e IMUTÁVEL da Academia, escolha essa confirmada por unanimidade dos seus membros.

Paulo de Medeiros Gastão

Dando continuidade aos trabalhos deliberou-se por ACLAMAÇÃO absoluta de votos dos membros Acadêmicos Fundadores a sua primeira Diretoria, a saber: Presidente: 



Archimedes José Melo Marques; 


Vice-presidente: Aderbal Simões Nogueira; 


Secretária-geral: Elane Lima Marques; 


Tesoureiro: Raul Meneleu Vasconcelos; 


Diretor de Propagação Cultural e Artística: João Paulo Araújo de Carvalho; 


Diretor Técnico: Ivanildo Alves da Silveira. Cuja Diretoria conduzirá os destinos da Academia por quatro anos.

Deliberou-se que a Academia concederá periodicamente os Diplomas “CANTIL PRATEADO” e “CANTIL DOURADO”, partilhados individualmente ou alternadamente, os quais passam a ser as suas mais altas Comendas, entregues periodicamente somente aos membros de qualquer categoria da Academia, que se tenham distinguido em atividades literárias, científicas, artísticas em geral, pesquisas ou culturais a eles afeitas ou incumbidas, ocorridos antes ou depois da sua fundação.


Deliberou-se que a Academia concederá periodicamente os Prêmios “PAULO MEDEIROS GASTÃO” e “ALCINO ALVES COSTA”, partilhados individualmente, os quais passam a ser as Láureas Oficiais da instituição, destinados a escritores, poetas, artistas plásticos em geral, cineastas, teatrólogos e musicistas que estejam relacionados aos temas específicos desta entidade, ofertados as pessoas em geral que se destaquem, inclusive aos seus próprios membros, ocorridos antes ou depois da sua fundação.

Deliberou-se que os Patronos das Cadeiras individuais dos membros ACADEMICOS FUNDADORES, da categoria ACADEMICO TITULAR serão os seguintes: Archimedes José Melo Marques (Patrono: Felipe Borges de Castro), Elane Lima Marques (Patrono: Ilda Ribeiro de Souza – Sila), Aderbal Simões Nogueira (Patrono: Benjamim Abrahão Botto), Ana Lucia Granja de Souza (Patrono: João Gomes de Lira), Angelo Osmiro Barreto (Patrono Gustavo Barroso), Antonio Vilela de Souza (Patrono: José Domingos de Morais – Dominguinhos), Bismarck Martins de Oliveira (Patrono: José Lins do Rego), Euclides Jose de Almeida Junior – Junior Almeida (Patrono: Rui Facó), Francisco Honorio de Medeiros Filho (Patrono: Raimundo Nonato da Silva), Geraldo Ferraz de Sá Torres Filho (Patrono: Optato Gueiros), Gilmar Teixeira Santos (Patrono: Tadeu Rocha), Ivanildo Alves da Silveira ( Patrono: Joaryvar Macedo), João de Sousa Lima (Patrono: Rogaciano Leite), José Bezerra Lima Irmão (Patrono: Ranulfo Prata), Jorge Farias Remigio (Patrono: Jorge Amado), José Sabino Bassetti (Patrono: Euclides da Cunha), Juliana Pereira (Patrono: Melquiades Rocha), Leandro Cardoso Fernandes (Patrono: Willian Palha Dias), Luiz Ruben F. de A. Bonfim (Patrono: Ariano Suassuna), Manoel Severo Gurgel Barbosa (Patrono: Jonas Luiz da Silva, de Icapuí), Narciso Aparecido Dias (Patrono: Silvio Romero), Osvaldo Abreu Mendes (Patrono: Leandro Gomes de Barros), Rangel Alves da Costa (Patrono: Alcino Alves Costa), Raul Meneleu Vasconcelos (Patrono: Câmara Cascudo), Severino Neto de Souza – Souza Neto (Patrono: Floro Bartolomeu da Costa), Voldi Ribeiro (Patrono: Delmiro Augusto da Cruz Gouveia), Lourinaldo Teles Pereira Lima (Patrono: Manoel Cavalcanti de Souza – Neco de Pautília).


Deliberou-se que os temas centrais da Academia serão: o cangaço em todas as suas ramificações e os sertões em todas as suas ramificações, a exemplo do Messianismo, Misticismo, Coluna Prestes, Canudos, Quilombos, as revoltas Praieira, Balaiada, Cabanagem e Quebra-Quilos, personagens como Padre Cícero, Delmiro Gouveia, Luiz Gonzaga, Dominguinhos, Jackson do Pandeiro dentre outros que compõem a raiz da verdadeira História do nosso Nordeste, Música Popular Nordestina, enfim, tudo aquilo que for ligado ao sofrido, mas inteligente sertanejo, excetuando as manifestações políticas atuais e vindouras que fogem do nosso propósito.


Após, finalizadas as questões da pauta, o membro Acadêmico Fundador, então Presidente aclamado, ARCHIMEDES JOSE MELO MARQUES, entregou a primeira Comenda da ABLAC, uma estatueta da sua autoria, representando o grande forrozeiro JOSÉ DOMINGOS DE MORAIS (DOMINGUINHOS) ao colega Membro Acadêmico Titular ANTÔNIO VILELA DE SOUZA que agradeceu a honraria emocionadamente.


Após a distribuição de souvenirs pela Secretária-Geral Elane Lima Marques, fora por todos brindado com champagne a fundação da ABLAC, cujos objetivos iniciais serão: a) Promover o estudo, a pesquisa e a divulgação dos temas centrais, abrangendo as áreas da literatura, da música, da cultura, das artes plásticas e artes cênicas; b) Incentivar os escritores e demais artistas nos seus respectivos trabalhos relacionados aos temas centrais da instituição; c) Estimular os novos talentos nestas mesmas vertentes; d) Valorizar e preservar as diversas culturas regionais presentes em nosso Brasil, em especial em nosso Nordeste; e) Estimular as diversas manifestações literais e artístico-culturais, observadas a liberdade de expressão e a criação popular; f) Discutir e programar ações conjuntas nas diversas áreas de ação cultural; g) Estabelecer políticas de obtenção de recursos junto a instituições públicas e privadas; h) Promover periodicamente encontros, simpósios, palestras, seminários, debates e outros eventos similares nos âmbitos Regional, Estadual e Municipal, sobre temas contemporâneos das suas áreas e pertinentes aos objetivos gerais da entidade; i) Estabelecer intercâmbio com órgãos públicos federais, estaduais e municipais ou mesmo privados vinculados à Cultura, Literatura e as Artes; j) Reivindicar o aperfeiçoamento do direito, das instituições e das ações governamentais com respeito ao amparo e à igualdade dos escritores e artistas. k) Filiar-se a entidades congêneres que atuem nos planos regional, estadual, nacional e até internacional; l) Homenagear nas pessoas dos seus atuais familiares, os historiadores que deixaram os seus legados na Cultura pertinente aos temas centrais dessa instituição; m) Homenagear nas pessoas dos seus atuais familiares os remanescentes das guerras do Cangaço especificados no Regimento Interno da instituição; n) Aglutinar, através dos seus membros e colaboradores, o pensamento criativo, a fim de que, fortemente representado, ganhe em difusão e implementação à elevação dos temas centrais da Academia, para uma melhor divulgação à nível nacional e internacional.

MARIA BONITA ENTROU PARA O CANGAÇO POR ESPONTÂNEA VONTADE

Por José Mendes Pereira
Maria Bonita

Maria Bonita foi uma cangaceira diferente de outras tantas, porque  ela se tornou cangaceira simplesmente por espontânea vontade, não foi obrigada e nem tão pouco estuprada e era a esposa do famoso cangaceiro Lampião. 

Lampião 

Achava-se infeliz com o companheiro que era seu primo o sapateiro José Miguel da Silva. Toda mulher quer ter um filho e isso não aconteceu no seu casamento, e findou  largando tudo para acompanhar o cangaceiro Lampião. 

Maria Bonita e seu primeiro esposo o Zé de Neném - Não existe foto de Maria com ele, esta é colada uma a outra.

Se era porque ele estava na mídia, famoso no mundo inteiro pelos seus crimes e suas regras, só ela poderia dizer. 

Ela viveu com Lampião durante  8 anos, quando infelizmente foram pegos pela volante do tenente João bezerra da Silva, tendo sido assassinados na madrugada de 28 de julho de 1938, na Grota do Angico, nas terras de Porto Redondo, no Estado de Sergipe.  Lampião era tão famoso que teve até direito uma reportagem no "The New York Times".

Estes eram os sofridos pais de Maria Bonita José Felipe e dona Maria Déia. 

Assim como sofreu bastante a família Ferreira a família de Maria Bonita também não teve vida boa, e consta em alguns escritos que houve uma porção de casos triste no seio dela. 

Não disponho no momento deste texto que confirma o que se passou de triste na família "Gomes", mas eu tenho publicado em meu blog. Se eu estivesse lembrado do título deste seria fácil encontrá-lo, mas infelizmente não sei, é difícil procurá-lo no meio de mais de 25 mil postagens no http://blogdomendesemendes.blogspot.com. 

http://blogdomendesemendes.blogspot.com

VOCÊ SABIA? O CANGAÇO FOI OBJETO DE ESTUDOS E PESQUISAS DOS ALUNOS DA FACULDADE DE DIREITO DO RECIFE.


No Arquivo da Faculdade de Direito do Recife há um relatório documentando uma viagem de observação e pesquisa na “zona sertaneja assolada pelo banditismo” realizada por uma comissão de estudantes da Faculdade na ocasião da morte de Lampião e de seus companheiros em Angico, sertão de Sergipe, em julho de 1938.

Sob a orientação dos professores Drs. José Joaquim de Almeida e Aníbal Firmo Bruno, formou-se, na Faculdade de Direito do Recife, uma comissão de estudantes do 2º ano do curso de bacharelado, a qual, para conseguir facilidades em Alagoas, tomou o nome de Comissão Acadêmica Coronel Lucena, com a finalidade de visitar e estudar os resultados da Tragédia de Angico in loco. Compunha-se a caravana de seis acadêmicos: Wandenkolk Wanderley (presidente)1, Elisio Caribé3, Décio de Sousa Valença4, Plínio de Sousa5, Haroldo de Mello6 e Alfredo Pessoa de Lima2. A este incumbia apresentar ao interventor federal em Pernambuco, Agamenon Sérgio de Godoy Magalhães, o relatório da missão.

A Comissão visita o Cap. João Bezerra no Pronto Socorro

Os estudantes acompanharam de perto as análises frenológicas e antropométricas praticadas sobre as cabeças dos cangaceiros e tiveram a oportunidade de examinar as peças de fardamentos, ornamentos e pertences dos cangaceiros, além de observar o local da caatinga em que se travou a luta.
  
A Comissão ouvindo a prelação sobre os dados antropológicos colhidos nas cabeças

Por fim, os estudantes da Faculdade de Direito do Recife entenderam que o Cangaço é resultante de um tríplice sistema de fatores: sociais, mesológicos e antropológicos.

Referências:

Comissão Acadêmica Coronel Lucena. Arquivo da Faculdade de Direito do Recife.


http://blogdomendesemendes.blogspot.com

A TRISTEZA DE LAURA


Para ser cangaceira precisava ter também um pouco de sorte. Primeiro, pelo companheiro, depois para livrar-se das doenças e da  morte prematura. Laura Alves, alagoana, uma morena pequena, era o que se pode dizer  de não ter sorte no amor. Abandonada pelo noivo, mesmo com casamento marcado, a moça entrou numa tristeza profunda. O pai, descobriu que a filha perdera a virgindade e como castigo, teve prisão domiciliar por muito tempo. Não colocava a cabeça fora de casa.

Um dia, porém, Laura conheceu umas cangaceiras que estiveram em sua casa e, interessou-se pela vida delas. E não pensou duas vezes: entrar no bando, mesmo sem ter companheiro. Se aquelas moças aguentavam a vida dura no Cangaço, ela suportaria também. Qualquer vida fora daquela prisão era bem-vinda. E partiu.

No início, a mais nova integrante do grupo, escolheu o cangaceiro Moita Brava, mas veio uma outra decepção. Ele não aceitou… Conversou com os cangaceiros solteiros até chegar em Boa Vista, nascido Manoel dos Santos. Deu certo. Mesmo “casada”, Laura não demonstrava alegria. Sempre calada e bem-comportada. Recebeu o apelido de Doninha.

Anos depois, sumiu do Cangaço e foi morar no Sul da Bahia. Calada e sem alegria, pois a rejeição do noivo a atormentou até o fim da vida.


Se você quiser conhecer mais um pouco sobre a cangaceira Laura clique no link abaixo:


http://blogdomendesemendes.blogspot.com

SEIS MARIAS



Maria Vieira da Soledade, Maria Sulena da Purificação, Maria Vieira do Nascimento, Maria Lopes da Conceição, Maria Santina da Purificação e Maria Lusulina da Purificação.  Seis Marias. e todas são uma só pessoa, sendo a  mais conhecida Maria Lopes da Conceição, que entrou nessa conversa “por acaso”.

Ela nasceu no Sertão Pajeú, Serra Talhada, Pernambuco, às margens do Riacho São Domingos um dos afluentes do Rio São Francisco aquele “que vai bater no rio do mar”…. Casou muito jovem com um homem pacato, José Ferreira dos Santos e tiveram nove filhos. O terceiro, ficou famoso: Virgolino, mais tarde, Lampião.  É aí, onde essa Maria com tantos nomes passou para a história.

Naquela época, anos 20, era comum adotar vários nomes para a mesma pessoa. O costume era primeiro, batizar a criança, depois, registrar no cartório e já alterava. Depois, vinha o casamento e mais uma modificação. Igrejas, cartórios, “assentamento” de casamento, dificilmente traziam os mesmos nomes. Mais apenas um deveria permanecer na boca do povo. Entretanto, essa nossa Maria recebeu “apelidos” demais só para confundir os pesquisadores.

Autoritária, criou os filhos dentro dos rígidos costumes sertanejos. A vida da família era pacata, até Virgolino virar cangaceiro. A situação tornou-se insuportável para ela, sendo obrigada a deixar sua casa, viver de sobressaltos, perseguições etc. O coração não suportou e Maria Sulena morreu de infarto aos 47 anos em Alagoas. Foi enterrada discretamente no Cemitério Santa Cruz do Deserto. Mas sua vida continua acesa.

ADENDO: 

http://blogdomendesemendes.blogspot.com

Alguns historiadores e pesquisadores afirmam que dona Maria Sulena da Purificação tinha o gênio fortíssimo. Enquanto seu José Ferreira da Silva desarmava os filhos na porta da frente, ela os armava na porta de traz.



http://blogodmendesemendes.blogspot.com

QUEM MATOU MARIA BONITA?

Xilogravura é de Nei Vital

Mais uma história emblemática no Cangaço, como se poucas houvessem. Agora é a morte de Maria Bonita. Todos afirmam, inclusive a volante, que a mulher do capitão foi degolada  ainda viva pelo soldado Panta de Godoy. Ele contou com riqueza de detalhes. Surge, então, a versão que, outro soldado conhecido como Negro foi o autor. Ele mesmo confessou a degola, após atirar nela, a um repórter do Estado de São Paulo, em 2001.

O que surpreende, é o fato de Negro ser uma figura desconhecida nessa história. A polícia militar jamais o enalteceu, uma vez quer ele foi decisivo no Massacre de Angico naquela madrugada de 1938, em Porto a Folha, Sergipe.  Negro era baiano e passou cinco anos perseguindo Lampião. Seu nome: Augusto Gomes de Menezes.

Após o Cangaço, casou duas vezes e teve 18 filhos. Foi para Orocó, Pernambuco e não escondia as mágoas da PM, que iam desde as joias do bando que não ficou com nenhuma (embora prometidas) e da promoção garantida que nunca veio. Restou contar  as histórias das perseguições nas caatingas...


http://blogdomendesemendes.blogspot.com

ARTESANATO REFINADO


Entre mandacarus, espinhos, facheiros, vegetação típica da caatinga foi o cenário que a estilista alagoana Martha Medeiros escolheu para fotografar a sua nova Coleção Sertões, em Piranhas, Alagoas, lugar onde  Maria Bonita esteve tantas vezes. O ambiente foi perfeito para a proposta. Afinal, a mais famosa das cangaceiras foi também inspiração da grife.

Tendo como matéria prima a renda renascença, a Coleção Sertões uniu história, arte e moda. O resultado não poderia ter sido mais feliz, como atesta aqui algumas fotos de Bob Wolfenson.


 “Maria Bonita sinônimo de mulher forte, serve de mote e empresta seu nome a restaurantes, salões de beleza e, sobretudo à moda….” (A dona de Lampião, página 38).

A vaidade da Maria Bonita vinha desde a infância. Ela desfilava entre mandacarus e xiquexiques como fosse uma passarela.  Essas fotos em Piranhas, nos remete à “mulher do capitão” na sua meninice.

A Coleção Sertões foi apresentada em São Paulo, recentemente e fez sucesso. Para a estilista a “renda é o mais refinado artesanato nacional”.


http://blogdomendesemendes.blogspot.com

AMADORISMO NO CANGAÇO



Só acreditei, porque li. A revista Veja, edição 2610, na página 92, traz matéria de causar espanto. O texto é de João Batista Jr, que não teve o menor cuidado ou curiosidade em pesquisar. Entre tantas leviandades, ele afirma que Maria Bonita e Lampião nunca tiveram filhos! E Expedita? A filha do casal que está viva e lúcida em Aracaju?. É ficção? Ela é viúva, tem quatro filhos, duas netas e todos vão bem obrigada.

Achou pouco? Uma foto de página inteira de Maria Bonita com Jurity (um dos cangaceiros) postada como fosse Lampião e a legenda Pioneira do Crime.  E foi? Que crimes ela cometeu? Quem pesquisa e escreve sobre Cangaço sabe que ela nunca matou ninguém, nem saqueou, nem arrancou orelha das mulheres. Isso só aconteceu em documentário de TV. Esse João, autor da matéria, não tem noção do tempo, pois escreve que Lampião nos anos 20, já aterrorizava o Nordeste e estava na Bahia. Como, se nessa época, ele engatinhava no Cangaço? É  muita história mal contada que lembra uma musiquinha de Carnaval – “É de fazer chorar:…”

O repórter para dizer essas maravilhas, diz se basear nos livros de Adriana Negreiros e Wagner Barreira, ambos lançados recentemente. Os autores são paulistas e, pelo jeito, só agora se interessaram pelo Cangaço. O livro de Negreiros, não consegui ler todo. Parei quando está dito que Maria Bonita tocava bandolim na caatinga e que, por sua vez, aprendeu com Lampião… tive medo do que poderia vir adiante. O de Barreira, ainda não li, mas acredito que seja menos nocivo porque ele teve a preocupação de pesquisar in loco e tinha vontade de acertar.

Imagino como deve estar a família Ferreira, especialmente Vera, a neta do casal mítico, vendo tanta irresponsabilidade publicada nos últimos anos. Ela luta como uma leoa para preservar a biografia correta dos avós. Ela sofre quando algumas criaturas  passam dos limites comprometendo a história. Um abuso. Digo sempre que Cangaço não é para amadores. Parem, senhoras e senhores!

Em tempo: a foto é de Expedita, filha única de Maria Bonita e Lampião.



http://blogdomendesemendea.blogapot.com