A
Policia Militar do Estado da Bahia, através do Centro de Formação e
Aperfeiçoamento de Praças - CFAP, do 3º Batalhão de Ensino Instrução e
Capacitação de Juazeiro, realizaram na manhã desta sexta-feira (15/11), feriado
da Proclamação da República, no distrito de Abóbora, zona rural de Juazeiro, um
evento em homenagem aos 90 anos da morte de dois policiais militares
componentes de uma volante que travaram uma troca de tiros naquele distrito no
dia 7 de janeiro de 1929, no combate um cangaceiro do bando de Lampião também
morreu.
O evento que iniciou pontualmente as 9h, com a entoação da canção Força Invicta
- Hino Oficial da PMBA, executada pela Banda de Música Maestro Wanderley da PM
Juazeiro, em seguida o historiador e Major da PM Raimundo José Rocha Marins,
realizou uma explanação do episódio ocorrido no distrito, contou ao público
presente que na data acima citada, Virgulino Ferreira da Silva, vulgo
"Lampião", Maria Bonita, outras mulheres de cangaceiros e seu grupo,
em fuga do estado de Pernambuco, chegou a Bahia, faminto, cansado, porém com
muito dinheiro na mochila, invadiram o distrito de Abóbora.
O embate ocorreu quando a volante chegou e os cangaceiros dançavam em uma casa,
num forró, a causa do forró, na verdade, era alheia ao bando, eles participavam
da festa em benefício da construção de um Galpão na Praça da feira, quando
chegou a "Força Volante de Juazeiro" e começou o tiroteio, ao cessar
a troca de tiros morreram os soldados José Rodrigues e Manoel Nascimento e o
cangaceiro Antônio Juvenal da Silva, vulgo "Mergulhão II".
Dando continuidade ao evento a aluna a Soldado do CFAP, Fabrícia Souza conduziu
uma coroa de flores em memoria aos dois policiais que deram seu sangue no
"Combate de Abóbora", e entregou ao Comandante do 3º BEIC o Ten. Cel.
José Carlos Soares Mariano e ao Diretor do CFAP o Cel. Carlos Alberto Neves da
Silva, na sequência o corneteiro da Banda de Música Maestro Wanderley executou
o toque de silêncio, posteriormente a turma de alunos a Soldado desfilaram na
Rua principal do distrito. O evento foi finalizado com descerramento de uma
placa na praça defronte a Igreja para materializar o ato em homenagem aos
policiais mortos, e ao som da Banda da PM e fogos.
Na oportunidade o Diretor do CFAP o Coronel Carlos Alberto Neves da Silva falou
a reportagem do Portal Jaguarari, sobre o evento, e aproveitou para abraçar a
população de Jaguarari, bem como toda a região norte e destacando o papel do
policial e que a população continue confiando nesta instituição.
"Estamos hoje aqui em Abóbora para rememorar, para homenagear os policiais
que bravamente defenderam a sociedade e a paz social no combate ao banditismo
de Lampião, então a Policia Militar com a justa homenagem através do Centro de
Formação e Aperfeiçoamento de Praças o CFAP, está rendendo essa homenagem aos
policiais, e também para que as novas gerações, os novos policiais tenham
a mesma noção e missão que é servir e proteger, e na nossa formatura o
juramento é defender a sociedade com risco da própria vida e foi isso que eles
fizeram a 90 anos, estamos aqui rememorando, todo esse evento, toda a passagem
histórica de Lampião, então o Comandante Geral da Policia Militar o Coronel
Anselmo Brandão e todos que compõe a nossa corporação temos a honra e a satisfação
de estar aqui hoje em Abóbora para fazer essa justa homenagem aos policiais que
tombaram no combate ao bando de Lampião.
Mando aqui um abraço a toda população de Jaguarari, eu que sou natural de
Senhor do Bonfim, sou da região, e dizer que a população continue confiando na
Policia Militar, que nos temos essa missão de servir e proteger a sociedade,
então hoje estamos aqui homenageando esses policiais por isso, para que mostre
também a comunidade, a população da importância da nossa Policia Militar, na
defesa do cidadão, na defesa das leis e das instituições, então um abraço a
todos os policiais que compõe o Comando Regional Norte, que Jaguarari também
está inserido deixo aqui meu abraço, felicidades, e espero que esse evento
continue que no próximo ano, que a prefeitura juntamente com a Policia Militar
que retorne a Abóbora para que se faça esta homenagem aos nossos
guerreiros policias, abraço a todos e felicidades", disse o Coronel Neves
do CFAP.
Segundo o vaqueiro Raimundo Bonfim de 87 anos, que relatou ao PJ, quando garoto
contavam a ele sobre o "Combate de Abóbora". "Os policiais
chegaram e Lampião e seu bando dançavam forró quando começou o tiroteio, e o
cangaceiro Mergulhão mesmo ferido, todo baleado e ainda 'tava' com o pulso
cortado e sangrando muito, continuou indo pra cima e atirando contra os
policiais e acabou morrendo, o resto do bando fugiu e a população enterrou ele
(Mergulhão) no meio do mato, e os policiais foram enterrados no antigo
cemitério", disse.
Ainda segundo o Sr. Raimundo o distrito foi crescendo e removeram o cemitério
do centro de Abóbora que hoje serve de posto policial e construíram outro a uns
2 km do distrito, e os corpos dos policias foram exumados e levados para um
outro local desconhecido.
Fotos: Jair Paulo, Werick Lima
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