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quinta-feira, 9 de fevereiro de 2012

"PAULO FREIRE: UM GRANDE EDUCADOR"

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"PAULO FREIRE: UM GRANDE EDUCADOR"

BIOGRAFIA DE PAULO FREIRE:

Paulo Reglus Neves Freire, educador brasileiro. Nasceu no dia 19 de setembro de 1921, no Recife, Pernambuco.

Por seu empenho em ensinar os mais pobres, Paulo Freire tornou-se uma inspiração para gerações de professores, especialmente na América Latina e na África. Pelo mesmo motivo, sofreu a perseguição do regime militar no Brasil (1964-1985), sendo preso e forçado ao exílio.

O educador apresentou uma síntese inovadora das mais importantes correntes do pensamento filosófico de sua época, como o existencialismo cristão, a fenomenologia, a dialética hegeliana e o materialismo histórico. Essa visão foi aliada ao talento como escritor que o ajudou a conquistar um amplo público de pedagogos, cientistas sociais, teólogos e militantes políticos.

A partir de suas primeiras experiências no Rio Grande do Norte, em 1963, quando ensinou 300 adultos a ler e a escrever em 45 dias, Paulo Freire desenvolveu um método inovador de alfabetização, adotado primeiramente em Pernambuco. Seu projeto educacional estava vinculado ao nacionalismo desenvolvimentista do governo João Goulart.

A carreira no Brasil foi interrompida pelo golpe militar de 31 de março de 1964. Acusado de subversão, ele passou 72 dias na prisão e, em seguida, partiu para o exílio. No Chile, trabalhou por cinco anos no Instituto Chileno para a Reforma Agrária (ICIRA). Nesse período, escreveu o seu principal livro: Pedagogia do Oprimido (1968).

Em 1969, lecionou na Universidade de Harvard (Estados Unidos), e, na década de 1970, foi consultor do Conselho Mundial das Igrejas (CMI), em Genebra (Suíça). Nesse período, deu consultoria educacional a governos de países pobres, a maioria no continente africano, que viviam na época um processo de independência.

No final de 1971, Freire fez sua primeira visita a Zâmbia e Tanzânia. Em seguida, passou a ter uma participação mais significativa na educação de Guiné-Bissau, Cabo Verde, São Tomé e Príncipe. E também influenciou as experiências de Angola e Moçambique.

Em 1980, depois de 16 anos de exílio, retornou ao Brasil, onde escreveu dois livros tidos como fundamentais em sua obra: Pedagogia da Esperança (1992) e À Sombra desta Mangueira (1995). Lecionou na Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) e na Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP). Em 1989, foi secretário de Educação no Município de São Paulo, sob a prefeitura de Luíza Erundina.

Freire teve cinco filhos com a professora primária Elza Maia Costa Oliveira. Após a morte de sua primeira mulher, casou-se com uma ex-aluna, Ana Maria Araújo Freire. Com ela viveu até morrer, vítima de infarto, em São Paulo.

Doutor Honoris Causa por 27 universidades, Freire recebeu prêmios como: Educação para a Paz (das Nações Unidas, 1986) e Educador dos Continentes (da Organização dos Estados Americanos, 1992).

Obs: Informações retiradas do site:

PAULO FREIRE E A EDUCAÇÃO INFANTIL:

Verdades da Profissão de Professor: Ninguém nega o valor da educação e que um bom professor é imprescindível. Mas, ainda que desejem bons professores para seus filhos, poucos pais desejam que seus filhos sejam professores. Isso nos mostra o reconhecimento que o trabalho de educar é duro, difícil e necessário, mas que permitimos que esses profissionais continuem sendo desvalorizados. Apesar de mal remunerados, com baixo prestígio social e responsabilizados pelo fracasso da educação, grande parte resiste e continua apaixonada pelo seu trabalho.

A data (Dia do Professor) é um convite para que todos, pais, alunos, sociedade, repensemos nossos papéis e nossas atitudes, pois com elas demonstramos o compromisso com a educação que queremos. Aos professores, fica o convite para que não descuidem de sua missão de educar, nem desanimem diante dos desafios, nem deixem de educar as pessoas para serem “águias” e não apenas “galinhas”. Pois, se a educação sozinha não transforma a sociedade, sem ela, tampouco, a sociedade muda.

Obs: Informações retiradas do site:

FRASES DE PAULO FREIRE:

“A educação sozinha não transforma a sociedade, sem ela tão pouco a sociedade muda.”

“Não é no silêncio que os homens se fazem, mas na palavra, no trabalho, na ação-reflexão.”

“A humildade exprime uma das raras certezas de que estou certo: a de que ninguém é superior a ninguém.”

“Mudar é difícil, mas é possível.”

“Eu sou um intelectual que não tem medo de ser amoroso, eu amo as gentes e amo o mundo. E é porque amo as pessoas e amo o mundo, que eu brigo para que a justiça social se implante antes da caridade.”

“A alegria não chega apenas no encontro do achado, mas faz parte do processo da busca. E ensinar e aprender não pode dar-se fora da procura, fora da boniteza e da alegria.”

“Amar é um ato de coragem.”

“Não há saber mais ou saber menos: Há saberes diferentes.”

“Ninguém educa ninguém, ninguém educa a si mesmo, os homens se educam entre si, mediatizados pelo mundo.”

“As terríveis consequências do pensamento negativo são percebidas muito tarde.”

“Ai daqueles que pararem com sua capacidade de sonhar, de invejar sua coragem de anunciar e denunciar. Ai daqueles que, em lugar de visitar de vez em quando o amanhã pelo profundo engajamento com o hoje, com o aqui e o agora, se atrelarem a um passado de exploração e de rotina.”

“Se, na verdade, não estou no mundo para simplesmente a ele me adaptar, mas para transformá-lo; se não é possível mudá-lo sem um certo sonho ou projeto de mundo, devo usar toda possibilidade que tenha para não apenas falar de minha utopia, mas participar de práticas com elas coerentes.”

“Ninguém nasce feito, é experimentando-nos no mundo que nós nos fazemos.”

“Não basta saber ler que Eva viu a uva. É preciso compreender qual a posição que Eva ocupa no seu contexto social, quem trabalha para produzir a uva e quem lucra com esse trabalho.”

“A leitura do mundo precede a leitura da palavra.”

“Ninguém é sujeito da autonomia de ninguém.”

“(...) toda amanhã se cria num ontem, através de um hoje (...).Temos de saber o que fomos, para saber o que seremos.”

“Mudar é difícil, mas é possível.”

“Educar é impregnar de sentido o que fazemos a cada instante !”

Obs: Frases de Paulo Freire extraídas do site:
http://pensador.uol.com.br/frases_de_paulo_freire/

Extraído do blog: "Professora Angélica", 

Clique neste link:

SERTÃO SANGRENTO - LUTA E RESISTÊNCIA - L AMPIÃO: RETIRADA E REFÚGIO

Por: Jovenildo Pinheiro de Souza

Todos os estudiosos da vida de Lampião são unânimes a afirmar que o ataque a Mossoró, no dia 13 de junho de 1927, foi uma operação guerreira, no mínimo, desastrada. Uma série de equívocos culminou numa derrota para Lampião. Os principais equívocos cometidos por Lampião, segundo os estudiosos, podem ser resumidos nos seguintes:

a) comando compartilhado,
b) desconhecimento do terreno,
c) distanciamento de suas fontes de suprimento.

No que se refere ao compartilhamento do comando das operações, estranha-se o fato de que Lampião, tão cioso do seu valor como estrategista e tático, tenha-se deixado influenciar por um aventureiro medíocre e falastrão, como Massilon Leite.

O fator desconhecimento do terreno contribuiu, decisivamente, para o fracasso da operação, sendo também de se estranhar este descuido de Lampião, pois ele jamais tinha incorrido neste erro inadmissível em um chefe militar. Por fim, o distanciamento das fontes de suprimento deixou-o numa situação difícil quando teve que percorrer longas distâncias contando com o acaso e saques para reabastecer seu grupo.

Diante de tais erros, não se pode  estranhar que o ataque a Mossoró tenha
terminado em derrota e fuga. As táticas equivocadas, baseadas numa apreciação irreal do objetivo a ser alcançado, terminaram por conduzir à derrota. Beneficiandose destes erros, cometidos por Lampião, o Prefeito da cidade, Rodolfo Fernandes, comandou a resistência satisfatoriamente.

Luiz da Câmara Cascudo, ao elogiar a  atitude do Prefeito, não esconde seu entusiasmo, afirmando o seguinte: “Surgira o HOMEM, providencial-necessário de Carlyle, polarizador incomparável  da Energia... organizando a defesa, arregimentando dedicações, improvisando e reunindo armamentos e munições, enfrentando a incredulidade que negava o perigo aproximado, sacudindo os tíbios, encorajando os fracos, comunicando, contagiando, irradiando a confiança, a Fé, a convicção da invencibilidade aberta, transformada em fortaleza inexpugnável”

Retirando-se de Mossoró, começou  para Lampião um dos seus períodos delicados, no qual os erros deveriam ser descartados, sob pena de ser exterminado.

É o período da busca de um refúgio, de um santuário. Para a efetivação deste plano ainda deveria transcorrer um longo período de mais de quatrocentos dias, entremeados de deserções, mortes e combates quase diários contra as forças policiais de vários estados nordestinos.

Para administrar um situação tão difícil e adversa, com os adversários  tentando dar-lhe um xeque-mate no campo de batalha, Lampião passou a corrigir drasticamente os seus erros. Descartou qualquer parceria no comando e assumiu total responsabilidade pelas ações do grupo, rumou para terras conhecidas, para retomar a iniciativa no campo de luta e procurou ativar a sua rede de informantes e coiteiros. Mesmo assim, as dificuldades chegaram várias vezes a um ponto limite.

Os   primeiros   passos   de   Lampião,   depois   da   retirada   de   Mossoró,   foi   tentar escapar rapidamente da armadilha em que ele mesmo tinha se metido. Marchou então  para   o  Ceará,  margeou   o   Jaguaribe e rumou para Pernambuco, combatendo quase todos os dias. Três meses depois do frustado ataque a Mossoró, Lampião, “com apenas nove companheiros, percorria, praticamente, sem se deter, o sertão de Pernambuco e as áreas vizinhas dos Estados do Ceará e de Alagoas, acossado pelas forças volantes. Os cangaceiros passavam por um período aflitivo, às vezes passando de dois a três dias sem beber água, exceto aquela conseguida sugando-se caules descascados de xiquexique”

As atribulações de Lampião, nessa marcha   em   busca   de   refúgio   mal   tinham começado. Por mais onze meses o quadro não se alteraria, numa rotina mortal: combates, mortes, deserções, fome, sede e mais combates. Por esse tempo, o grupo de Lampião já estava bastante reduzido, com menos de dez cangaceiros que percorriam incessantemente todos os quadrantes dos sertões nordestinos, traçando num   mapa   um   roteiro   assombroso   e,   aparentemente, sem lógica. Numa dessa caminhadas, Lampião voltou ao Ceará e aí, no dia 27 de março de 1928, travou-se o
combate na fazenda Piçarra, sendo mortalmente ferido um dos homens de
confiança de Lampião, Sabino Gomes de Góis.
Por fim, depois de uma ”luta titânica" , que teve a duração de um ano, dois
meses e  quinze dias, Lampião atravessou o Rio São Francisco, pisando, finalmente, em território baiano, o quadro não recordava em nada Lampião em seus dias de glória. Escreve ele: “Eram apenas 5, esfarrapados, esfomeados, estropeados, mais mortos do que vivos”

Também Optato Gueiros é da mesma opinião. Ele escreve que quando Lampião chegou à Bahia, o seu abatimento físico e moral “eram tais que, os soldados das volantes falavam mais de capturá-lo à mão do que abatê-lo, fosse quais fossem as conseqüências”.

Depois de ter sido submetido a terríveis pressões  por parte das volantes e de ter sido levado quase ao colapso físico e moral, seria de esperar que Lampião deixasse o cenário   por   um   longo   período,   tentando  fingir-se de morto. Mas, não. Uma vez mais, Lampião surpreendeu a todos, renasceu de suas próprias cinzas, em território baiano, tendo por fundamento “o seu valor pessoal, a sua extraordinária inteligência, as suas invejáveis qualidades de estrategista nato”.

Dois militares, que tiveram destacadas atuação no combate a Lampião e a seu grupo,  não   escondem   o   seu  espanto   ao   relatarem  a   rapidez   como Lampião  passou da extrema decadência para um extremo prestígio entre a população do sertão baiano. Ele passou a ser chamado pelos sertanejos de o HOMEM, não no sentido de carlyleano do termo, mas sim no sentido de alta responsabilidade, como se fosse um santo ou um conselheiro. Abaixo, transcrevemos o testemunho de dois militares, Optato Gueiros e João Gomes de Lira, sobre a perfeita integração de Lampião com a população sertaneja, numa região  aparentemente - só aparentemente - desconhecida.

Optato Gueiros:

“Conquistou Virgulino quase todos os habitantes das caatingas, tratando-os com extrema bondade e esbanjando prodigamente o dinheiro de que se apossara... Tornou-se Lampião para aquela gente, no que fora o Padre Cícero, no Juazeiro, para os seus crentes. O seu nome sinistro não foi mais pronunciado, agora era conhecido por - “o Homem”

João Gomes de Lira:

“Diante do grande conceito que os baianos deram ao chefe Lampião, tornou-se ele naquele Estado um homem fanatizado. Logo alguns sertanejos o classificaram de um homem santo, o chamavam de Santo; outros passaram a chamá-lo de ‘o Homem‘. Quando um sertanejo programava uma festa ou um adjunto qualquer na sua casa, os convidados procuravam logo se já havia ele convidado  ‘o Homem‘, caso não tivesse convidado, fosse convidá-lo para vir garantir aquelas reuniões. Dizia ser ele o Governo do Sertão. Que tudo no Sertão tinha que passar por suas mãos”.

Tinha Lampião, por essa época, 31 anos de idade.

Fonte:

SERTÃO SANGRENTO - LUTA E RESISTÊNCIA - O COMBATE DE SERRA GRANDE


Por: Jovenildo Pinheiro de Souza

O combate de Serra Grande, travado entre Lampião e o seu grupo, no dia 26 de novembro de 1926, contra quase trezentas praças da Polícia Militar de Pernambuco, representou, sem dúvidas, a maior vitória de Lampião e do cangaço, durante quase duas décadas de lutas. Neste combate, Lampião com pouco menos de cem cangaceiros, divididos em três subgrupos, derrotou de forma cabal as três volantes da Polícia Militar, comandadas por experientes e bravos oficiais. Sob o comando geral do 


Major Teófanes Torres e do Tenente Higino Berlamino e Sargento Manuel Neto e Arlindo Rocha, o efetivo militar não teve como impedir a  “vitória estrondosa de Lampião”, segundo a opinião do historiador Frederico Pernambucano de Mello.

A derrota da Polícia Militar diante de Lampião foi atribuída a alguns “equívocos” táticos. Mas, o que ressalta de imediato é o desequilíbrio emocional dos oficiais que comandavam a tropa. Enquanto Lampião escolhia o local e a hora para dar início ao combate, os oficiais incorriam no erro capital de subestimar o adversário, além de renunciarem a toda prudência e sensatez.

Cegos de ódio, tombaram gravemente feridos, logo no início do tiroteio, os
Sargentos Manoel Neto e Arlindo Rocha. O Tenente Higino Berlamino, à custa de muito esforço, conseguiu evitar que Lampião e os seus cangaceiros tivessem “acabado com duzentos e noventa e sete homens, de sede e na bala, dentro da Serra”.

Do ponto de vista de Lampião, talvez tenha sido melhor para ele que, ao invés do aniquilamento total da tropa militar, o que teria transformado o boqueirão da Serra Grande num grande cemitério perdido dentro das caatingas, as tropas tivessem debandado sem rumo e sem comando.


João Gomes de Lira, que participou dos acontecimentos, resume o que significou este combate. Escreve ele:

“O tiroteio da Serra Grande foi  o maior travado na campanha contra Lampião em   Pernambuco.   Teve   duração   de   oito   e   quarenta   e   cinco   da   manhã   até   cinco   e quarenta e cinco da tarde. Foi uma peleja com muita dificuldade. Soldados desorientados sacudiam seu armamento, como todo equipamento fora, e, de serra abaixo, descia o mesmo como um relâmpago. Muitos foram cair em  Vila Bela, Triunfo, Custódia,  Flores, Afogados de Ingazeira,  Lagoa de Baixo   (Sertânia),   Rio   Branco (Arcoverde),   Salgueiro,   Floresta   e   muitos   outros lugares”

Os militares tiveram vinte e quatro baixas, treze feridos e onze mortos. Os
cangaceiros não tiveram nenhuma baixa. Pode-se   imaginar   a   comoção   que   esta  derrota,   representou para   o  Governo  do Estado e para alta oficialidade militar. E também o que terá representado para os sertanejos a chegada nas cidades e vilas de dezenas de soldados estropiados, assombrados e desmoralizados pelo “fogo devorador”.

Respaldado em sua vitória total no campo de batalha, Lampião redigiu e enviou ao Governador Interino de Pernambuco, o Dr. Júlio de Melo, uma carta com a seguinte proposta:

“Senhor Governador de Pernambuco
Suas saudações com os seus.

Faço-lhe esta devido a uma proposta que desejo fazer ao senhor para evitar guerra   no   sertão   e   acabar   de   vez   com   as   brigas...   Se   o   senhor   estiver   no   acordo devemos dividir os nossos territórios.  Eu que sou Capitão Virgulino Ferreira - Lampião, Governador do Sertão, fico governando esta zona de cá, por inteiro, até as pontas dos trilhos em Rio Branco. E o senhor, do seu lado, governa do Rio Branco até a pancada do mar. Isso mesmo. Fica cada um no que é seu. Pois então é o que convém. Assim ficamos os dois em paz, nem o senhor manda os seus macacos me emboscar, nem eu com os meninos atravessamos a extrema, cada um governando o que é seu sem haver questão. Faço esta por amor à Paz que eu tenho e para que não se diga que sou bandido, que não mereço. 

Aguardo sua resposta e confio sempre.
Capitão Virgulino Ferreira Lampião, Governador do Sertão”.

 LIRA, João Gomes de. Ob. cit., pág. 365.
LIRA, João Gomes de. Idem, pág. 351
 MACIEL, Frederico Bezerra. Lampião - seu tempo e seu Reinado. 2ª ed., 3º vol., Rio de
Janeiro, Editora Vozes Ltda., 1985, pág. 154.

Fonte:

SERTÃO SANGRENTO - LUTA E RESISTÊNCIA - A BATALHA DE MARANDUBA

Por: Jovenildo Pinheiro de Souza

Em princípios de janeiro de 1932, na fazenda Maranduba, no sertão do Sergipe, Lampião   repetiu   o   fato   militar   da   Serra Grande, em 1926, ao derrotar uma numerosa força militar, integrada por famosos combatentes contra o cangaço.


Na opinião de um desses destacados militares, o Tenente Manoel Neto, da força pernambucana, em Maranduba “ele nunca tinha visto tanta bala como viu ali”

 A intensidade do tiroteio travado entre  Lampião e o seu bando e as forças militares foi de tal intensidade que um contemporâneo dos acontecimentos registrou o fato de que “uma coisa que foi muito comentada e com curiosidade, foi que no local em que aconteceu o fogo de Maranduba, durante   vários   anos,   das   árvores   e   dos   matos rasteiros não ficaram folhas. Tudo era preto, como se tivesse passado um grande fogo. As árvores ficaram completamente descascadas de cima abaixo, de balas” 

Tal como ocorrido em Serra Grande, Lampião preparou uma emboscada com o objetivo de liquidar, de uma só vez, todo o efetivo militar. Mais uma vez, os chefes da força policial subestimaram a competência de Lampião e acreditaram que a superioridade que detinham em homens e armas seria um fator de desequilíbrio na batalha. 

Enquanto não vem cangaço - Carta de despedida de D. Pedro II (1889)

Fonte: http://santoscenarium.blogspot.com

Apenas no dia 16 de novembro, Pedro II deu-se conta de que estava deposto e a República havia chegado para ficar. Durante todo o dia 15, apesar dos relatos alarmados da princesa 

Fonte: portalsaofrancisco.com.br

Isabel e do chefe do gabinete, Visconde de Ouro Preto, o imperador acreditou que a movimentação militar poderia ser contida com a dissolução dos batalhões sublevados e mudanças no ministério. 

 

Tanto que, ao embarcar no trem que o levaria de Petrópolis ao Rio, na tarde do dia 15, tranqüilizou a imperatriz, que julgava a situação perdida: “Qual, senhora. Lá chegando, isso se acaba”. Ao chegar ao Paço, no Rio, insistiu na mesma idéia: “Isso é fogo de palha; conheço meus patrícios”.

Mas Pedro II estava errado. Exaurida, a monarquia havia caído sem tiros e sem resistência. No dia 16 de novembro, o homem que havia comandado Brasil durante quase meio século recebeu um comunicado do novo governo provisório, informando-o sobre a proclamação da República e dando-lhe o prazo de 24 horas para deixar o país. Na madrugada seguinte, a bordo do navio “Alagoas”, Pedro de Alcântara e sua família seguiram para o exílio na Europa. Antes de partir, ele escreveu uma pequena carta de despedida ao povo brasileiro.

 
Fonte: newsrondonia.com.br

“A vista da representação escrita, que me foi entregue hoje, às 3 horas da tarde, resolvo, cedendo ao império das circunstâncias, partir, com toda a minha família, para a Europa, deixando esta Pátria, de nós tão estremecida, à qual me esforcei por dar constantes testemunhos de entranhado amor e dedicação, durante quase meio século em que desempenhei o cargo de chefe de Estado. Ausentando-me, pois, com todas as pessoas de minha família, conservarei do Brasil a mais saudosa lembrança, fazendo os mais ardentes votos por sua grandeza e prosperidade.


Rio de Janeiro, 16 de novembro de 1889.

D. Pedro de Alcântara.”


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"LAMPEÃO DE A a Z"

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CORISCO – O DESTEMIDO ALAGOANO

Por: José Mendes Pereira

No dia 25 de maio, deste, completou 71 anos que o famoso cangaceiro Corisco foi assassinado pelas armas do tenente Zé Rufino, o maior caçador de cangaceiros de todos os tempos. O assassinato aconteceu em Brotas de Macaúbas, no Estado da Bahia. No momento, sua companheira Dadá foi atingida com um tiro na perna, sendo obrigada a fazer uma cirurgia, e não sendo aproveitada, foi amputada. Foi presa, mas posteriormente foi liberada para novamente participar da sociedade livre.

Corisco

Cristino Gomes da Silva Cleto era seu nome verdadeiro. Nascido no dia 10 de agosto de 1907, em Matinha de Água Branca, no  Estado de Alagoas. Era filho do sofrido casal Manoel Anacleto e Firmina Maria (segundo comprovação no atestado de óbito do acervo Ivanildo Alves da Silveira).

No ano de 1924,  foi convocado pelo Exército Brasileiro para cumprir o serviço militar, mas talvez não satisfeito com as exigências das forças armadas, desistiu   em seguida.

No ano de 1926, Corisco resolveu participar da pior vida do mundo,  incorporou-se à “Empresa de Cangaceiros Lampiônica & Cia”,  do famoso Virgulino Ferreira da Silva, vulgarmente chamado “Lampião”.

Corisco foi um dos cangaceiros mais admirados pelas mulheres,  pela sua beleza, dono de um belo físico  e cabelos longos. Entre os comparsas ele era admirado  pela sua  força física.  No cangaço fora alcunhado por Corisco, pela sua ligeireza, Diabo Loiro, Alemão…

Assim que Lampião levou Maria de Déia, a futura Maria Bonita para o cangaço, com a liberação do chefe, Corisco raptou uma moça de 13 anos, descendente dos índios Pancarerés, a Sérgia Ribeiro da Silva, conhecida por Dadá. Como a companheira não sabia  ler e escrever, Corisco a ensinou, e também os manejos de  armas de fogo.

Em relação às vestes dos cangaceiros, Dadá foi a maior  estilista do bando; costurava e enfeitava as vestes de todos os cangaceiros. Corisco foi o seu companheiro até o dia de sua morte.

Mesmo vivendo de correrias dentro das caatingas, o casal teve sete filhos, mas apenas três deles sobreviveram, e um deles é o Sílvio Bulhões, muito conhecido por todos os escritores e pesquisadores do cangaço.

Corisco e Dadá

Como em toda sociedade sempre há desavenças por uma razão qualquer, infelizmente Lampião e Corisco  se desentenderam, causando a separação do bando, e com isso Corisco foi obrigado a formar o seu próprio grupo de cangaceiros, mas continuou conservando a amizade com o chefe Lampião.

Na madrugada de 28 de julho de 1938, na Grota de Angicos, no Estado de Sergipe, a polícia alagoana desbaratou o bando de cangaceiros;  matou e degolou onze asseclas, que infelizmente não conseguiram furar o cerco, e entre eles morreram: o rei  Lampião e a sua rainha Maria Bonita.

 O fim de Lampião

O cangaceiro Corisco não se encontrava no acampamento no momento do massacre, e ao tomar conhecimento, vingou-se ao seu modo.

Cinco dias depois do combate na Grota de Angicos, Corisco  matou o  coiteiro Domingos Ventura, e mais cinco pessoas de sua família, incentivado por Joca Bernardo, dizendo que o coiteiro Domingos Ventura era o responsável pela denúncia de Lampião.

Em seguida, separou  as cabeças dos corpos, e mandou-as para o Tenente João Bezerra da Silva. E comelas foi o recado: “-Faça uma fritada. Se o problema é cabeça, aí vai em quantidade”.

Como havia sido mortos os pais dos cangaceiros, isto é, seus protetores,  com uns trinta dias depois do massacre de Angico, a maioria dos facínoras já havia se rendido. Na ativa apenas permaneciam os grupos de Moreno e Corisco.

Corisco foi morto e enterrado em Jeremoabo, no Estado da Bahia, e com ele foi sepultada a “Empresa de Cangaceiros Lampiônica & Cia.”

* Esta postagem é do nosso grande amigo José Mendes Pereira, da cidade de Mossoró, Rio Grande do Norte, responsável pelo ótimo blog: http://blogdomendesemendes.blogspot.com/ , 
nosso parceiro. 


Amigo Mendes, o espaço está sempre a disposição, meu amigo.

Extraído blog: "Tok de História", do historiógrafo Rostand Medeiros




Enquanto os cangaceiros dormem - Filha de Wando impede discurso de Agnaldo Timóteo em enterro

Agnaldo Timóteo, ao lado do filho de Wando, no velório do cantor (Foto: Alex Araújo/G1)
Agnaldo Timóteo, ao lado do filho de Wando, no velório do cantor (Foto: Alex Araújo/G1)

O cantor Agnaldo Timóteo foi impedido de falar uma palavras finais pela filha de Wando, minutos antes do enterro do cantor em Belo Horizonte. A confusão, testemunhada por todos os presentes, aconteceu no fim da manhã desta quinta-feira (9), no Cemitério Bosque da Esperança, em Belo Horizonte.

De acordo com um padre que acompanhava o velório, quando Timóteo pediu a palavra, a filha de Wando Gabrielle o impediu porque ele havia falado mal do pai dela antes.

Gabrielle se referia a uma entrevista dada por Timóteo a um programa de televisão, onde ele falou sobre Wando e comentou os hábitos do cantor por bebidas e cigarro.

Durante o velório, Agnaldo Timóteo fez recordações sobre o amigo. “Wando será lembrado pela irreverência, simplicidade e alegria. Vai deixar saudade”. Ele também fez referência a Elis Regina, Raul Seixas e Tim Maia e disse que “infelizmente muitos artistas não se cuidam como deveriam”.

Cantor Wando é enterrado em Belo Horizonte no fim da manhã desta quinta-feira (9). (Foto: Alex Araújo/G1)
Cantor Wando é enterrado em Belo Horizonte no fim da manhã desta quinta-feira. (Foto: Alex Araújo/G1)

Declaração

Agradeço pelo homem que ele [Wando] foi, pelo marido. Agradeço a Deus por minha filha ter podido conviver com ele durante cinco anos, ele foi um pai maravilhoso”, disse a viúva de Wando, Renata Costa Lana e Souza, ao depositar flores sobre o caixão. Bastante emocionada, ela não deu entrevistas no velório e enterro, mas fez a breve declaração de despedida antes de o caixão ser abaixado.

Renata lembrou o lado companheiro de Wando e da postura dele como pai. O cantor foi enterrado no fim da manhã desta quinta-feira (9) no Cemitério Bosque da Esperança, em Belo Horizonte. Ele ficou internado em um hospital de Nova Lima, na Região Metropolitana, onde morreu por causa de parada cardíaca. Ele deixou quatro filhos e oito netos.

O enterro foi antecedido de missa de corpo presente, celebrada pelo padre Jefferson Lima, amigo da família e celebrante do último casamento de Wando. O velório foi repleto de homenagens e de muita emoção.

A irmã do cantor, cabelereira Maria das Graças Reis, 53 anos, desmaiou no velório minutos antes do enterro de Wando nesta quinta-feira (9), em Belo Horizonte. De acordo com a administração do Bosque da Esperança, não há unidade de saúde no cemitério. (Foto: Alex Araújo/G1)
A irmã do cantor desmaiou no velório (Foto: Alex Araújo/G1)

Mal estar

A irmã do cantor, a cabeleireira Maria das Graças Reis, 53 anos, se sentiu mal e desmaiou no velório minutos antes do enterro de Wando nesta quinta-feira (9), em Belo Horizonte. Após ser carregada e ajudada por outras pessoas, ela se recuperou a tempo de acompanhar o enterro.

Homenagens

Coroas de flores foram enviadas pela cantora Cláudia Leitte, pelo governador de Minas Gerais, Antonio Anastasia, pelos senadores Aécio Neves (MG) e Fernando Collor (AL), e pela atriz mineira Gorete Milagres, dentre outros. Uma delas, cheia de calcinhas, foi encomendada por um grupo de fãs. Um fã clube de mulheres cantou sucessos românticos ao lado do caixão enquanto carregavam LPs e fotos de Wando.

Saiba mais


A dinâmica do cangaço

Por: Paulo Gastão
Paulo Gastão e Juliana Ischiara

O sentido da normalidade mostra que todos nós começamos nossas trajetórias, frente ao cangaço, na qualidade de curiosos sobre o mundo cangaceiro. A próxima etapa é tornar-se leitor do tema. Taludos vamos ao campo, onde se descortinou o movimento bélico que mexeu não só com o Nordeste, mas com todo o Brasil.

Desde o século XIX que a literatura de cordel, tornou-se o veículo eleito para transportar as novas gerações, às histórias mirabolantes dos cangaceiros. Assim podemos citar nomes que fizeram folheto e história ao longo de muitos anos. Citamos: Leandro Gomes de Barros, João Martins de Athaydé, Rodolfo Coelho Cavalcante, Francisco das Chagas Batista, Dila, J. Gomes, Zé Saldanha, Abraão Batista, José Costa Leite, José Bernardo da Silva e centenas de outros grandes poetas.

Logo em seguida, ou seja, a partir de 1912 com Carlos Dias Fernandes se deu o início para com as publicações em livro, sobre o tema que ganhava cada vez mais espaço, junto aos leitores curiosos e ávidos por novos relatos.

Juntaram-se jornalistas, poetas de cordel, escritores, profissionais liberais, religiosos, advogados, membros de academias de letras em nível nacional, estadual e outros, no sentido de ampliar uma história que cativava leitores de todas as camadas sociais.

O movimento iniciado a mais de um século continua. Parece mais o mar em calmaria, porém, estamos na base de um vulcão sempre emitindo suas larvas e, mostrando as forças que engrandecem ao homem e a natureza simultaneamente.

O espaço além de folhetos e livros foi ocupado pelo cinema, pintura, televisão, desenho, artesanato em madeira, ferro, fibras, palha, tecidos e uma gama intensa de processos criadores e voltados à manutenção da história dos povos das catingas.

Foram estudados coronéis de patente, coiteiros, volantes, rastejadores, comerciantes, políticos e até religiosos. O somatório desses personagens engrandeceu substancialmente a história e ajustou os pontos onde restavam dúvidas ou interrogações da veracidade estabelecida.

Cangaço e cangaceiros são misturados com a Guerra de Canudos e Antonio Conselheiro - grande líder -, a Coluna Prestes, a Revolução de 30, padre Cícero Romão Batista, beatos e religiosidade popular, além de outros motivos bélico-religiosos ou não, que ocorreram nos sertões nordestinos.

São inúmeros os casos de pesquisadores que se arvoraram em registrar os momentos ocorridos, tendo-se à frente cangaceiros, volantes e demais participantes da história. Deixaram muitos espaços abertos para futuras investigações. Pois, novos personagens que participaram diretamente das refregas estão aparecendo e prestando suas informações de forma clara e transparente. Novos pontos dentro das fechadas caatingas têm sido visitados e em alguns casos temos os dados registrados pelo sistema oferecido pelo GPS.

Nos últimos tempos temos nos deparado com os depoimentos de Vinte e Cinco & Candieiro (registrados, porém não divulgados); Tenente João Gomes de Lira e Neco de Pautilha, hoje residentes em Carqueja, antiga Nazaré; Sílvio Hermínio Bulhões, filho de Corisco e Dadá, residente em Maceió; Sinhô da Beleza, que canta uma outra versão da música "muié rendeira", Genésio e Artur Ferreira, primos de Lampião, Dona Especiosa, costureira de Lampião (falecida), e Luiz Flor membro de volante que perseguia cangaceiros, todos, residentes em Serra Talhada, estado de Pernambuco; Sargento Elias, residente em Olho d"Água do Casado, Alagoas, remanescente do episódio registrado em Angico, que na época pertencia a Porto da Folha, estado de Sergipe; Moreno e Durvalina (também chamada de Durvinha), casal residente em Belo Horizonte, Minas Gerais; Maria de Juriti que residia em Canindé do São Francisco e recém falecida; Aristéia, residente em Paulo Afonso, estado da Bahia.

Procurados, identificados e carentes de entrevistas temos: Alecrim, Antônia de Gato, Manuel Tubiba, Maria de Pancada, Bem-te-vi, Rita (vitima de Sabiá), Garrafinha.

A tendência é conseguirmos um maior número de pessoas, desde que o cangaço teve seu término na região abaixo do Rio São Francisco, ou seja, nos estados de Alagoas, Sergipe e Bahia. Procurando com cuidado ainda conseguiremos bons resultados.

Por outro lado vejamos alguns dados sobre cangaceiros que atuaram na década de 20 do século passado: Félix da Mata Redonda, também conhecido como Félix Caboge. Era pardo, alto, desdentado, apresentando ter trinta e cinco anos de idade, no ano de 1925. Residente na localidade Mata Redonda, situada no município de Triunfo, estado de Pernambuco. Fez parte do grupo que assaltou Mossoró. 

Assaltou com seu grupo a cidade de Triunfo e tornou-se famoso. Esteve ligado aos acontecimentos dos Sítios Alagoa do Serrote e Caboré (detalhes logo abaixo), ambos no município de Princesa, estado da Paraíba. Participou dos bandos que atacaram Mossoró em 1927. O cangaço não se resume à figura de Lampião.

Sabino Gomes identificado também, como Sabino Gore, Sabino Barbosa de Melo, Sabino Goa, Sabino das Abóboras. É na fazenda Abóboras no sopé da Serra de Triunfo, Pernambuco que está localizada a origem deste cangaceiro que recebeu a patente de tenente na cidade do Juazeiro do Norte, estado do Ceará. Era Sabino baixo, pardo, corpulento, de trinta anos de idade, mais ou menos, quando visitou o Rio Grande do Norte. Participou do fogo do Gavião, dos assassinatos ocorridos nos Sítios Alagoa do Serrote e Caboré, no município de Princesa, Paraíba, juntamente com Lampião, Antonio Ferreira, Horácio Novaes, José Cavalcante (vulgo Dé Araújo), Belarmino Novaes, André Sepahuba, Inácio de Tal (vulgo Jurema), Félix Caboge da Mata Redonda, Carolino (vulgo Juriti), Jorge de Tal (vulgo Maçarico), Manoel Izabel, José Rachel, Vicente - filho da negra Penha -, Sebastião Valério, Ricardo de Tal (vulgo Pontaria), Eleno (vulgo Asa Preta), Hermino de Tal (vulgo Chumbinho), José Cesário, Luiz Berto de Lima, Juvenal Porfiro, José Porfiro, Luiz Pedro, Raimundo Novaes, Damásio (vulgo Chá Preto), Antonio de Tal (vulgo Sabiá), Luiz - filho de Nominata - e outros. Seus familiares residem atualmente nos estados de São Paulo, Ceará, Bahia, Pernambuco e Paraíba. Um livro sobre sua vida, está sendo escrito por uma de suas netas, que reside atualmente no estado da Paraíba. Visita Mossoró e retorna para morrer em tiroteio na Piçarra, município de Brejo dos Santos, estado do Ceará. Era homem valente e da extrema confiança de Lampião. Continua em aberto o número de cangaceiros que atacaram Mossoró. Em discussão. Você pode habilitar-se. Aproveite o momento.

Luiz Pedro, também conhecido como Luiz Pedro Cordeiro, Luiz Pedro da Canabrava e ainda Luiz Pedro do Retiro. Não aceitou a retirada do seu nome, que indica o local de origem. O Retiro está localizado no município de Triunfo, estado de Pernambuco. Desta comunidade saíram muitos cangaceiros que ganharam fama e outros ficaram no anonimato. Localidade produtora de farinha - a melhor do mundo - e de punhais tão bem feitos, quanto os produzidos no Juazeiro do padre Cícero. O cangaceiro esteve ligado ao bando dos Ferreira desde que adentrou ao cangaço. Esteve na cidade de Mossoró e foi dos raros que chegaram a Serra da Baixa Verde, em Triunfo, e de lá após algum tempo, seguem em busca do território bahiano, quando vão viver a segunda fase do cangaço lampiônico. Luiz Pedro está registrado nos anais de Princesa, como cangaceiro que atacava aquela região, em represália à forma de tratamento que lhes era dada pelo Coronel Zé Pereira, líder da comunidade que, outrora, era identificada como Lagoa do Pecado. Tinha aproximadamente vinte e três anos de idade, quando da sua passagem pelo município de Princesa, deixando com seus companheiros, os seguintes mortos: 

Antonio Valdivino, Joaquim Alves - velho de 96 anos de idade -, Manoel Rodrigues de Melo, Ananias Alves, Antonio Zuza, Belizário Zuza e o menino Pedro Valdivino, de doze anos de idade. Fazia Luiz Pedro parte do comando maior de Lampião, valente, bravo e de extrema confiança do chefe. Sua morte em Angico e dos outros dez continua em discussão.

Mossoró, 13.06.08.

(*) Escritor, pesquisador. Assessor de Comunicação da SBEC.



Enterro do cantor Wando acontece às 11h em Minas Gerais

Velório do cantor Wando reuniu fãs, familiares e amigos do cantor. Foto: José Guilherme Camargo/Especial para Terra
Velório do cantor Wando reuniu fãs, familiares e amigos do cantor Foto: José Guilherme Camargo/Especial para Terra

O enterro do cantor Wando acontecerá às 11h desta quinta-feira (9), no cemitério Bosque da Esperança, no bairro Jaqueline, região Norte de Belo Horizonte, em Minas Gerais. O músico morreu na manhã de quarta-feira (8) após uma parada cardíaca no Hospital Biocor, em Nova Lima, na região metropolitana de Belo Horizonte, Minas Gerais.

Wando estava com 66 anos e foi internado no dia 27 de janeiro com problemas cardíacos graves. Após passar por uma angiolplastia, que reduziu significativamente o risco de morte, o cantor apresentou uma melhora, mas sofreu uma parada cardíaca às 8h e não respondeu às tentativas de ressuscitação.

O velório começou pouco depois das 17h ainda de quarta-feira no cemitério Bosque da Esperança. Ao contrário do que estava previsto, a família liberou a entrada dos fãs. Por isso, o caixão com o corpo do cantor teve de ser retirado da sala de velório e levado até o corredor do cemitério, possibilitando que o público presente acompanhe a cerimônia.

Pouco menos de uma hora antes do início do velório o cemitério já recebia uma bom volume de homenagens de fãs e familiares. Além da presença cada vez maior de pessoas no local, a chegada intermitente de belas coroas de flores com mensagens de carinho ornamentavam o espaço onde ocorre o último adeus ao músico, morto em decorrência de problemas cardíacos, aos 66 anos.
Wando, o rei das calcinhas 

Wanderley Alves dos Reis nasceu no dia 2 de outubro de 1945, em uma pequena fazenda na cidade de Bom Jardim, em Minas Gerais. Ainda criança, mudou-se para Juíz de Fora e ganhou da avó o apelido de Wando.
Em Minas Gerais, começou a estudar violão erudito e já tinha uma banda na cidade de Congonhas, onde tocava em festas da região. Mais tarde mudou-se para Volta Redonda, no Rio de Janeiro, e trabalhou como entregador de leite e de jornal, além de feirante e caminhoneiro.

Desistiu do violão clássico e começou a "fazer canções de amor para as moças", como ele mesmo narrou em sua própria biografia, disponível em seu site oficial. Alcançou o sucesso em 1973, com Nega de Obaluaê, que já ganhou versões de nomes como Pedro Luís e a Parede, João Sabiá, Benito di Paula, Sambasonics, entre outros.

Em São Paulo, gravou com Jair Rodrigues O Importante é Ser Fevereiro, que também estourou no início da década de 70, mas foi com a faixa Fogo e Paixão que ele consolidou sua carreira de cantor e compositor.

Com álbuns intitulados Ui-Wando de Paixão, Obsceno, Depois da Cama e Vulgar e Comum é Não Morrer de Amor, por exemplo, Wando recebeu o título de "o cantor mais erótico do Brasil". Seus shows eram famosos por cenários com camas, haréns e, claro, a distribuição de calcinhas perfumadas.

Discografia:

Gloria a Deus e Samba na Terra (1973) 

Wando (1975) 

Porta do Sol (1976) 
Ilusão (1977) 
Gosto de Maçã (1978) 
Gazela (1979) 
Bem-vindo (1980) 
Pelas Noites do Brasil (1981) 
Fantasia Noturna (1982) 
Coisa Cristalina (1983) 
Vulgar é Comum é Não Morrer de Amor (1985) 
Ui-Wando Paixão (1986) 
Coração Aceso (1987) 
O Mundo Romântico de Wando (1988) 
Obsceno (1988) 
Tenda dos Prazeres (1990) 
Depois da Cama (1992) 
Mulheres (1993) 
Dança Romântica (1995) 
O Ponto G da História (1996) 
Chacundum (1997) 
Palavras Inocentes (1998) 
S.O.S. de Amor (1999) 
Picada de Amor (2000) 
Fêmeas (2001)