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sexta-feira, 30 de novembro de 2018

COM 62 BARCOS E MAIS DE 10 MIL A BORDO, A FAMÍLIA REAL FUGIU DE PORTUGAL PARA O BRASIL

Por André Luis Mansur
Chegada de D. João VI a Salvador, de Cândido Portinari Foto:Reprodução

O trajeto foi cheio de percalços, incluindo uma epidemia de piolhos que obrigou a princesa Carlota Joaquina a raspar a cabeça.

Se atravessar o oceano num barco à vela até hoje exige uma senhora coragem, imagine 200 anos atrás. No início do século 19, cruzar o Atlântico era um desafio repleto de perigos. Principalmente, levando-se em conta que os navios usados na mudança da corte para o Brasil, em 1807, eram verdadeiras “latas-velhas” – desconfortáveis, vulneráveis no caso de combate e carentes de reparos.


Ainda naquele 29 de novembro, dia da partida de Lisboa, a esquadra portuguesa – composta por 19 navios – encontrou-se com a frota britânica que a escoltaria até o Brasil – outras 13 embarcações. Essa deve ter sido uma cena monumental, de ficar gravada para o resto da vida na memória de quem a testemunhou: 32 barcos de guerra, mais uns 30 navios mercantes, preparando-se para a travessia oceânica. Às três horas da tarde, o comandante da Armada britânica, Sidney Smith, ordenou uma salva de 21 tiros de canhão. Estava marcado o início da penosa jornada da família real em direção à colônia.

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quarta 7 março, 2018
sábado 1 março, 2008

Rico sofre

Algo entre 10 mil e 15 mil portugueses – cerca de 5% da população do país – estavam embarcados naqueles navios. Na maioria, era gente importante, muito afeiçoada aos luxos da nobreza. No Afonso de Albuquerque, navio em que viajava Carlota Joaquina, uma infestação de piolhos obrigaria todas as mulheres – incluindo a princesa – a raspar o cabelo. Ratos eram abundantes nas embarcações, o que só aumentava o risco de uma epidemia. Por causa da alimentação precária, distúrbios intestinais tornaram-se comuns. Para os nobres portugueses em fuga, a situação não poderia ser mais constrangedora.

Dom João e sua mãe, a rainha Maria I, estavam no navio Príncipe Real – acompanhados de Pedro e Miguel, os dois filhos do príncipe regente com Carlota. Quatro das seis filhas do casal viajavam com a mãe, no Alfonso de Albuquerque. E as outras duas filhas seguiam no Rainha de Portugal. Ainda havia uma tia e uma cunhada de dom João, embarcadas no navio Príncipe do Brasil.

Navegação arriscada

No dia 8 de dezembro, perto da ilha da Madeira, uma violenta tempestade fez estragos consideráveis. Na esquadra portuguesa, mastros foram quebrados e velas, rasgadas. A péssima condição de visibilidade obrigou as embarcações a parar, sobretudo porque aquela era uma área de navegação arriscada, cheia de rochedos submersos. A frota dispersou-se e uma parte dela seguiu direto para o Rio de Janeiro. Alguns navios britânicos já tinham voltado para a Europa, a fim de reforçar o cerco à Lisboa, invadida por tropas de Napoleão.

Representação da saída da frota em direção ao Brasil Wikimedia Commons.

Quando as esquadras alcançaram a linha do equador, novo imprevisto: uma calmaria tornou a frear o avanço, submetendo passageiros a dias de sol escaldante. Casos de insolação e desidratação multiplicaram-se. Até que a calmaria se foi, a viagem seguiu e 1807 chegou ao fim – uma triste passagem de ano para a corte portuguesa.

Cajus e Pitangas

Depois de tanta carne seca e biscoito, imagine qual não foi a alegria de dom João e sua comitiva ao avistar, já bem perto da costa brasileira, um pequeno barco não identificado. Era o Três Corações, um bergantim enviado por Caetano Pinto de Miranda, então governador de Pernambuco, para dar as boas-vindas à Coroa portuguesa. Dentro dele, um carregamento de frutas tropicais, como cajus e pitangas, e muitos recipientes com refresco. Aquele certamente foi um momento de glória – dom João e seus asseclas tirariam a barriga da miséria.

Àquela altura, o príncipe regente já havia determinado que o destino da frota seria Salvador, e não o Rio de Janeiro. Em 23 de janeiro de 1808, 55 longos dias depois de zarpar de Lisboa, a comitiva finalmente desembarcou na Bahia, para uma escala que duraria pouco mais de um mês. Estavam todos cansados e debilitados. Mas o primeiro desafio tinha sido superado: o oceano Atlântico, agora, protegeria a corte da fúria de Napoleão.

Purgatório em alto-mar

Eram terríveis as condições a bordo do Príncipe Real, navio que trouxe dom João ao Brasil. Os banheiros particulares eram exclusivos de oficiais e pessoas mais importantes, o resto da tripulação contava com sanitários públicos e livres de qualquer higiene. A presença de animais - porcos, galinhas, vacas e cabras que garantiam a alimentação dos passageiros mais ilustres - também não ajudavam em nada na higiene.

Enquanto poucos se alimentavam de carne fresca, ovos e leite, a ração servida à maioria dos passageiros era formada por carne salgada, biscoitos, lentilhas e ervilhas desidratadas. A água era salobra e o vinho, péssimo. Resultado: desarranjos intestinais freqüentes.

Os suprimentos eram mantidos em barris, com todo o asseio possível, - o peso dos barris ajudava a manter a estabilidade do navio -, mas acabavam atacados por ratos, que roíam a madeira. Além disso, os barris de biscoito acomodados no porão acabavam contaminados por vermes. Para eliminá-los, usava-se peixe morto: eles eram atraídos pela carcaça, até que os biscoitos ficassem “próprios para o consumo”. 

Os navios portugueses eram antigos e careciam de uma série de reparos. Eles deram trabalho de sobra para carpinteiros e ajudantes durante toda a travessia. Rachaduras, quando surgiam, eram preenchidas com estopa e piche. 

Embarque da família real portuguesa no cais de Belém, em 29 de novembro de 1807 Wikimedia Commons.

Os chamados “navios de linha” (capazes de entrar na linha de combate) podiam ter até 100 canhões, alinhados nas laterais de cada deque e geralmente de três calibres diferentes. Cada canhão era operado por uma equipe de até seis homens. A pólvora era armazenada em compartimentos no fundo, para evitar ser atingida durante um combate. Manuseá-la era tarefa de alto risco, reservada a especialistas.

Dom João viajou na cabine do comandante, na popa. Era o lugar mais confortável do navio, com gabinete de trabalho, sala de refeições e quarto. Até banho quente dom João tomava – em uma bacia, com água da chuva aquecida num fogão. A corte teve de se acomodar em redes estreitas e muita gente deve ter dormido no chão. Os deques reservados aos nobres passageiros eram mal ventilados e não garantiam a menor privacidade aos ocupantes.

Qualquer descuido da tripulação podia resultar numa tragédia (como a disseminação de uma epidemia). Por isso, a disciplina era mantida com rigor. Castigos corporais, como chibatadas, eram punições rotineiras. O risco de infecções também era altíssimo. As cirurgias mais comuns eram as de amputação.

Sofrimento no Atlântico

Os perrengues enfrentados pela família real em 55 dias de viagem.

29 de novembro de 1807 - O embarque.

A esquadra portuguesa zarpa do cais de Belém, em Lisboa, e encontra-se ainda bem perto da costa, com as 13 embarcações britânicas que farão sua escolta até o Brasil.

8 de dezembro de 1807 - A tempestade

Perto da ilha da Madeira, o mau tempo obriga os navios a parar. Uma tempestade destroi velas e derruba mastros, enquanto a falta de visibilidade torna a navegação perigosa – a área é repleta de rochedos submersos. Algumas embarcações, no entanto, retomam a viagem e seguem direto para o Rio de Janeiro. A frota acaba se dividindo.

8 de dezembro de 1807 - A calmaria

Ao cruzar a linha do equador, uma calmaria submete os passageiros a dias inteiros de sofrimento sob um sol escaldante. Mas dois navios portugueses e três britânicos encontram ventos mais a oeste e seguem viagem até o Rio de Janeiro. Elas transportam duas filhas de Carlota Joaquina e duas irmãs de Maria I.

23 de janeiro de 1808 - A chegada

Cinquenta e cinco dias depois de zarparem de Lisboa, dom João e Carlota Joaquina finalmente desembarcam no Brasil. Em Salvador, permanecerão por pouco mais de um mês, antes de se fixarem em definitivo na cidade do Rio de Janeiro.

Extraído da página facebook da pesquisadora Verluce Ferraz 

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LAMPIÃO EM RIBEIRÓPOLIS (SE): Visita ao Armazém e Padaria do Seu Mamede Paes Mendonça.



Em certa madrugada, fomos visitados pelo Coronel Virgulino Ferreira, o “Lampião”! Seus homens estavam famintos e pararam para comer na nossa padaria, pois viram que estávamos funcionando lá dentro, com as luzes acesas. Comeram quase todo o estoque, mas na hora de pagar, a prudência mandava não aceitarmos!

Lampião ainda insistiu, mas resolvemos não receber. Muito agradecido, foi nosso amigo até à morte, mas nunca soube que havia nos causado o maior problema de capital de giro de toda a história da firma. Ainda assim a padaria cresceu e compramos um armazém. A firma se chamava “Armazém e Padaria Sergipana”. (Mamede Paes Mendonça)

O EPISÓDIO

Numa daquelas madrugadas, Ribeirópolis adormecida, os rapazes percebem um tropel inusitado. Muitos cavaleiros vêm entrando na cidade e acabam parando na porta da padaria. Mamede estranhou aquela multidão de fregueses chegando antes da hora normal.

Bateram forte na porta. Era um jagunço enorme! Cara feia, faltando dentes e sobrando cicatrizes. Pente de balas por todo lado, poeira por todo o corpo. E falou grosso:

- Vosmicê é o dono da padaria?

Mamede balançou a cabeça, dizendo que sim.

- O Capitão Virgulino Ferreira taí fora querendo falar com vosmicê.

Mamede saiu sentindo frio e um pouco assustado. Aliás, devia estar, provavelmente, apavorado. O que será que Lampião ia querer com ele? 

Alguma informação sobre a cidade, ou sobre a polícia?

- Qual é a sua graça? perguntou Lampião, com certa gentileza.

- Mamede Paes Mendonça, sim senhor.

- Muito prazer. Sou o Capitão Virgulino Ferreira. Meus homens tão sem comer desde ontem e tou vendo que o moço tem aí uma padaria. O que se tem prá comer aí?

Mamede logo respondeu:

- Capitão, o pão já está saindo, mas tem umas bolachinhas aí para se comer enquanto espera.

- Isso demora muito?

- Não senhor. O senhor vai ver que é num instante!

Mal a jagunçada acabou de devorar o estoque de bolachas e Mamede já estava distribuindo o pão quente com manteiga. O clima já descontraído, Mamede fazendo piadinhas e brincadeiras, sob o olhar e sorriso condescendente do Capitão e com a alegre aprovação de todos os cangaceiros.

Barriga forrada, pessoal já montado, o Capitão perguntou:

- Quanto devo a vosmicê?

- A mim o Capitão não deve nada - disse Mamede – eu não vou cobrar de quem defende os fracos.

O Capitão sorriu lisonjeado e respondeu:

- Muito obrigado então, homem. Deus lhe proteja. Até mais ver!

Mamede, de pé, continuou acenando até o bando sumir na estrada. Depois caiu sentado e lá ficou, por muito tempo, pensando em como iria repor seu capital de giro. Mas é certo que Lampião não se esqueceu dele, e consta que sempre lhe teve em muito boa conta.

Mas a história não acaba aí. Dizem que por volta de um mês depois, em outra madrugada, Ribeirópolis ouviu outro tropel. De novo os cavaleiros se detiveram à porta da padaria iluminada.

Mamede pensou: é ele de volta; virou freguês.

Não era Lampião. Agora assomava à porta o Tenente Arlindo Leite, comandante de uma volante faminta, na pista do Capitão Virgulino. Repetiu-se todo o ritual, Tim-Tim por Tim-Tim. Na hora da conta, Mamede outra vez:

- A mim o Tenente não deve nada, que eu não vou cobrar de quem está arriscando a vida pela Pátria.

No dia seguinte, Mamede se virava para comprar matéria prima no fiado. Seu irmão e sócio Euclides então lhe diz:

- Mamede se essa briga de jagunços demorar de acabar, nós vamos é quebrar.

Ao que ele responde, entre conformado e otimista:

- Mas não se esqueça de que estamos fazendo amizades importantes!

DANTAS, Raymundo Paiva. A história em depoimentos: Mamede Paes Mendonça. Salvador: Press Color, 2015. p. 129-131.

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EXPEDITA FERREIRA FILHA DE LAMPIÃO E MARIA BONITA E ADERBAL NOGUEIRA PESQUISADOR E CINEASTA DO CANGAÇO.


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VERA FERREIRA E EXPEDITA. NETA E FILHA DE VIRGOLINO E MARIA.


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PESQUISADORES COM VERA FERREIRA NETA DE LAMPIÃO

Paulo Brito filho do João Bezerra o matador de Lampião, Vera Ferreira neta de Lampião, Aderbal Nogueira e sua esposa Maristela Mafuz.

Essa foto tem valor especial para mim; Paulo Britto e Vera Ferreira em um encontro pra lá de animado. Poucas pessoas sabem o significado histórico dessa foto, agradeço aos dois por presentear eu e Maristela Mafuz um momento tão bom em nossas vidas.

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UM BOM BATE PAPO COM ESPEDITA E VERA FERREIRA.


Dona Expedita Ferreira Nunes filha de Lampião e Maria Bonita, ..., sua filha Vera Ferreira e o cineasta e pesquisador do cangaço Aderbal Nogueira.

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A GUERRA DE PALMARES, ÓLEO DE MANUEL VICTOR, 1955



Como hoje é o Dia da Consciência Negra deixo este mravilhoso texto sobre Palmares do site Impressões Rebeldes ( História UFF ).

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"Pouco se sabe sobre o dia-a-dia e os primeiros anos no quilombo de Palmares. Há notícias de expedições a partir de 1602, comandadas pelo oficial português Bartolomeu Bezerra que resultaram na destruição de mocambos e na apreensão de alguns fugitivos. As fontes históricas mais consistentes começam a surgir apenas a partir de 1670, quando teve início a mobilização de tropas organizadas pelas autoridades coloniais para a destruição do mesmo.

Tais manuscritos são de natureza pública - pareceres, alvarás e relatos de comandantes sobre estratégias de guerra – revelando poucos detalhes do cotidiano em Palmares. Já está claro que os chamados “negros alevantados” começaram a se expandir depois de 1630 durante a ocupação do Nordeste pelos holandeses devido à desordem ocasionada pela invasão: negros fugiam das senzalas refugiando-se nos mocambos da região da Serra da Barriga, no atual território de Alagoas.
Nesse período, segundo José Antônio Gonsalves de Mello, grupos de negros promoviam ataques nos caminhos; eram os chamados “boschnegers”, ou negros da mata. O autor Flavio José Gomes Cabral afirma que “há divergências quanto ao número da população de Palmares nessa época. Estima-se que existiam entre 6 mil e 20 mil habitantes.”

Os quilombolas conseguiram vencer as matas e paulatinamente foram tomando conhecimento da topografia da região. A princípio viviam da caça, da coleta e da pesca, mas, com o crescimento da população, passaram a praticar a agricultura (milho, feijão e cana-de-açúcar), comercializando esses produtos e trocando-os por armas e munições.

A comunidade palmarina era hierarquizada, havendo indícios de se tratar de uma “monarquia eletiva”, cujo rei ou “chefe de macacos” comandava os chefes dos outros mocambos. Em uma carta escrita pelo governador D. Pedro de Almeida em 4 de fevereiro de 1678 ao regente D. Pedro, consta que, por ocasião dos ataques contra Palmares que resultaram na morte de Ganga-Zumba, suas mulheres, filhos e cativos, abriu-se a possibilidade de se pensar na inexistência de um “igualitarismo” em Palmares, dada a vigência da escravidão nos quilombos.

Com a capitulação dos holandeses em 1654, os negros palmarinos continuaram a desafiar o poder colonial. Nos anos de 1670, duas expedições contra Palmares não cantaram vitória: a de 1675, chefiada pelo capitão Manoel Lopes Galvão, e a de 1677, comandada pelo capitão Fernão Carrilho, que pensou ter derrotado os negros, quando na verdade apenas pôs as mãos em alguns palmarinos, entre eles os parentes do chefe Ganga-Zumba.

“A década de 1670 é importante porque marca o reconhecimento por parte das autoridades portuguesas e coloniais desse sobado (estado africano) em Palmares. Os termos do acordo negociado em 1678 constituem a maior evidência disso”, disse a historiadora Silvia Hunold Lara. “Todo mundo diz quilombo dos palmares, mas a palavra ‘quilombo’ é empregada deslocadamente nesse contexto e é anacrônica para designar Palmares. A palavra empregada naquele período para designar ‘assentamentos de fugitivos’ é mocambo”, afirmou Lara.

No tempo de D. Pedro de Almeida (1674-1678), governador de Pernambuco, a prioridade era destruir Palmares. Em 1674, organizaram-se algumas forças contra os mocambos. Para isso, munições bélicas e víveres foram estocados em Sirinhaém, Porto Calvo, Una e São Francisco, pontos equidistantes do Centro de Palmares. As lutas foram equilibradas acirradas, gerando baixas em ambos os lados.

A pesquisadora Silvia Lara conta que a ideia de as autoridades coloniais fazerem acordos com escravos fugidos sempre existiu (ver Tratado reproduzido no site). O Tratado de 1678, porém, foi o que mais progrediu. Boa parte dos habitantes dos mocambos de Palmares mudou-se para uma aldeia criada especialmente para recebê-los, Cucaú, e eles foram considerados livres.

A paz, no entanto, não durou mais do que dois anos. Uma parte dos mocambos, liderada por Zumbi, rejeitou o acordo e ficou em Palmares. Seguidores de Ganazumba, como seu irmão Ganazona, participaram de buscas para trazer os que haviam permanecido no mato. Ganazumba termina assassinado e Cucaú, destruída, provavelmente por tropas coloniais. As pessoas que moravam lá voltaram à condição de escravos.

Apesar de estar sendo protegido, Zumbi foi morto em combate no dia 20 de novembro de 1695. Sua cabeça foi cortada e enviada ao Recife. A carta do governador Melo de Castro ao monarca datada de 24 de junho de 1696 contava tal fato, relatando a guerra e a morte de Zumbi, cuja cabeça foi exposta como troféu de guerra em um mastro “no lugar mais público” do Recife, na tentativa de satisfazer os patrocinadores da guerra, como também para “atemorizar os negros que supersticiosamente” se recusavam a acreditar na morte do líder negro. "
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Fonte: Impressões Rebeldes (História UFF)

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VELÓRIO DE JOSÉ MARROCOS, EM 1910.


Por Voltaseca

Marrocos foi um dos mais aguerridos defensores do Padre Cícero e da Beata Maria de Araújo, no caso do Milagre da Hóstia.

Foi fundador do jornal "O Rebate", e militou incansavelmente pela independência de Juazeiro do Norte, sendo hoje bastante homenageado na dita cidade.

Acervo de Renato Casimiro e Daniel Walker.


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