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segunda-feira, 6 de outubro de 2014

FILMES GATO - UM RASTRO DE ÓDIO E SANGUE (João de Sousa Lima)


Há alguns dias atrás tive o privilégio de ser presenteado pelo amigo pesquisador/historiador João de Sousa Lima com alguns filmes em DVD, entre eles o excelente Filme GATO - UM RASTRO DE ÓDIO E SANGUE que até então não havia assistido.

O filme como o próprio nome já diz conta um pouco da história do temível e sanguinário cangaceiro Gato, considerado entre todos os cangaceiros, o mais perverso e cruel de toda a história do cangaço.

Posso afirmar que se trata de um filme sensacional produzido de forma artesanal, com vários depoimentos de testemunhas que presenciaram algumas das atrocidades do cangaceiro.

Um vídeo/documentário em HDrico em detalhes, e sob a supervisão de João de Sousa Lima, que também interpreta no filme, como não podia ser diferente, o papel de Lampião.

Um trabalho que não pode faltar na coleção dos estudiosos sobre o tema cangaço.

Quem desejar adquirir o filme Gato - Um rastro de ódio e sangue e só entrar em contato diretamente com o produtor através dos e-mail's ou telefones abaixo:

Emails: joaoarquivo44@bol.com.br e joao.sousalima@bol.com.br
ou pelo fones:
(75) 8807-4138 / 9101-2501.
Fonte: facebook
Página: Geraldo Júnior
http://blogdomendesemendes.blogspot.com


Joãozinho Retratista e os Cangaceiros


Falar em Joãozinho Retratista sem falar de sua genialidade fotográfica desde a década de 10 até a de 70 seria como falar de Chaplim sem enunciar a importância dos seus filmes. Herdeiro não de uma fortuna, mas de um maquinário fotográfico do século XIX, Joãozinho começou a vida ajudando seu padrinho itabaianense, Miguel Teixeira da Cunha, primeiro retratista oficial de Sergipe. João de Germano Venta na sua juventude carregava o aparelho de congelar o tempo pra lá e pra cá com seu padrinho, este ato seria sua herança eterna (grande trabalhador) e seu grande prêmio veio junto ao casamento dele com Maria Osana Teixeira em 1918 no mesmo dia que Zeca Mesquita subia ao altar com sua primeira esposa, Bernadete, filha do chefe político local Manuel Batista Itajahy.

Joãozinho abraçou a fotografia, aposentou a antiga Photo Nacional (nome este dado por causa da inscrição na câmera de Teixeirinha, “National Camera”) e fundou a Photo Lobo. A década de 20 foi muito movimentada na vida de Joãozinho. Seu local de trabalho era o mesmo que Teixeirinha começara no século anterior numa Itabaiana ainda Villa, em 1872. Na sua porta ficava antes o Mercado dos Cabaús, depois a feira muda de local (foi para a praça da Igreja Matriz) com a morte de Itajahy e em 1927 ela volta para a praça Santo Antônio com a inauguração do Mercado Municipal por “Ozin” Dutra (assim Volta Seca o chamava), hoje o chamado Mercado Municipal Zezé de Bevenuto.


Nesta mesma época, Lampião, Sabino e seu bando invadiam Limoeiro e faziam as famosas fotos da multidão a pé e a cavalo. Tempos antes o grupo foi fotografado em Juazeiro do Norte, na visita ao Padre Cícero para o combate que nunca ocorreu à Coluna “Peste”. Em 1928 Lampião começa a se aproximar de Sergipe, os jornais anunciam a presença dele pelo oeste, vindo da Bahia. Ainda não havia chegado a hora de entrar no minúsculo Estado, mas que foi um dos mais importantes neste período sangrento e místico do cangaceirismo.

1929 chega e com ele a notícia oficial nos tabloides da capital Aracaju: Lampião e seu bando está em Sergipe! Ele entrara por Carira no dia 1o de março deste ano e com uma “carta de paz” se deixa ver de corpo aberto pela população local fazendo com que as pessoas o descrevesse perfeitamente até poucos anos atrás. Seus passos eram difíceis de serem detectados, assim só temos fragmentos de suas passagens. Eles ficavam escondidos nos matos, em ranchos, em cidades pequenas (por pouco tempo) mas não temos um diário dele por Sergipe exatamente sobre todos os dias e o que fez aqui durante todo o tempo que ficou. Sabe-se que em 1929 Lampião escolhera Sergipe para ser sua “morada”, não se sabe a razão, mas ele estava aqui. Talvez em Sergipe ele tivesse mais amigos que inimigos... Antônio Caixeiro, pai de Eronides de Carvalho pode ser um bom exemplo. 

Itabaiana é avisada por tropeiros carirenses da presença do cangaceiro pelas proximidades. Joãozinho, o retratista e não o Veneno, um curioso nato, diz em voz alta que se tivesse a oportunidade de fotografar os cangaceiros ele iria. As pessoas enxergavam isso como um chiste, vindo de uma pessoa muito brincalhona como está no sangue ceboleiro. Capela, cidade que mantinha bons negócios com Itabaiana é telegrafada e avisada. Quem recebe a notícia lá em Capela é Zózimo Lima, chefe dos Correios local. Por volta das 16h um grupo conversava lorotas na porta da Farmácia Mendonça e Zózimo estava entre os moços, foi quando um de seus auxiliares chega com a devida notícia vinda de Itabaiana. O telegrama dizia: 

Virgulino, partindo de Cariri(1) perambula norte Sergipe, visitará capelenses. 

Voltando a Itabaiana, a tensão era enorme. A jovem Thetis Nunes se trancava em casa com medo dos cangaceiros. Os mais valentes diziam que se eles entrassem seriam recebidos a bala. A célebre Maria Carreiro ainda pegou seu cavalo e como uma Joana D’Arc solitária fez a ronda a fim de não deixar que fôssemos pegos de surpresa. Joãozinho Retratista de arma só tinha a câmera e ela estava preparada.

Um dia calmo de domingo como tantos outros, 31 de março, Joãozinho é procurado em sua casa na Praça da Santa Cruz (atual João Pessoa) por Etelvino Mendonça e Zeca Mesquita, este, dono do único carro da cidade, por isso a probabilidade enorme de Zeca ter participado da façanha. O papo foi dos mais interessantes, Etelvino descreve exatamente o que o retratista estava esperando há meses: eles iam até o Pinhão fotografar o bando de Lampião.


Virgulino chegara na surdina no dia 28 de março de 1929, cansado e desnutrido na fazenda do chefe político de Itabaiana. Lembra Sila décadas depois que Etelvino era cabra muito valente, pois para ser amigo de cangaceiros tinha que ter sangue no olho. A polícia de Carira não sabia se Lampião havia saído de Sergipe ou se estava nas proximidades, mas já estavam se movimentando na união de diversos policiais para a formação de algumas volantes que foram de extrema importância no combate aos cangaceiros no Estado. Lampião e nove de seus mais fortes asseclas descansam com um olho aberto e outro fechado. Dentre eles estava o itabaianense Volta Seca (provavelmente quem indicou o local da fazenda e do conhecido Coronel) e o Diabo Loiro, Corisco, que passara um tempo em Sergipe antes de entrar para o Cangaço.

Joãozinho acorda na segunda-feira nervoso. Sem contar aos familiares o que iria fazer. Ele separa seu material fotográfico e desmonta sua câmera caixão de mais ou menos cinco quilos, pega algumas fotografias já reveladas de Itabaiana e espera Etelvino e Zeca Mesquita chegarem para fazerem a viagem. Por volta das dez horas da manhã chegam à porta de Joãozinho, se acomodam no carro de Zeca e seguem viagem em direção a São Paulo (Frei Paulo). No caminho Etelvino adianta a Joãozinho que os cangaceiros estão mansos, não se sabe porque eles estão relaxados e queriam fazer um retrato para enviar para alguns familiares. Como só Joãozinho era conhecido retratista da região, Etelvino resolveu convidar o jovem de pouco menos 33 anos. 

A viagem não era das melhores, chegando em São Paulo pegaram uma outra estrada (comparada a que temos hoje em dia) em direção ao Pinhão, pois a estrada oficial entre São Paulo e Mocambo só seria construída em 1932 segundo o escritor de Almas Torturadas, J. Rabelo. Chegando lá, Joãozinho já avistou espalhado pelo terreiro alguns cangaceiros proseando e de arma em punho. Alguns se alertaram, entraram e avisaram ao Capitão que o Etelvino havia chegado. Homem de poucas palavras, Lampião se aproxima de João Teixeira Lobo (aqui merece ter seu nome citado por inteiro), estende a mão, percebe a câmera na mão de Joãozinho, ensaia um sorriso e pergunta. 

- Vai deixá o retrato bonito viu? Meus minino tão cansado e não querem ser molestados com demora. Vai demorá?

- Não, Lampião, é o tempo de arrumar o equipamento.

Virgulino deu a volta, foi conversar com Etelvino e Zeca Mesquita (este que era forte empresário local) e não se sabe se alguma quantia foi entregue ao cangaceiro. O povoado Pinhão estava longe, era quase visível a olho nu as pequenas casas que se fixavam perto de uma pequena Capela, também a povoação Mocambo era vista. Estavam numa fortaleza, um local alto e privilegiado que evitaria um ataque surpresa. 

Por volta das 15h Lampião com um pequeno apito soa o alarme, já havia sido instruído por Joãozinho sobre o local ideal para o retrato (por causa da luz do sol). Pede educadamente a seus companheiros que se aproximem a uma das casas que formava o complexo da fazenda. Eram portas altas, parede fixa e que servia para guardar ferragens, sacos de ração e outras coisas. Antes de se aprontarem, Lampião dá uma sondada na câmera para ver se era realmente de tirar fotos ou era uma arma escondida. Curioso e desconfiado chegou à conclusão que era de confiança. Joãozinho começa a focar os homens estranhos e debaixo do pano vermelho, aquele grupo amedrontador de cangaceiros se apresentava de cabeça para baixo no vidro fosco do fundo. Eles estavam em formação futebolística: cinco de pé atrás; cinco na frente com um joelho ao chão. O sol estava forte e alguns fechavam os olhos por causa do clarão. Lampião era o primeiro da esquerda, ajoelhado como os outros quatro, Volta Seca era o menorzinho de pé atrás.

Joãozinho pega o compartimento de madeira com a placa de vidro sensibilizada dentro, coloca no repartimento da câmera, fecha o obturador, puxa a proteção para deixar a placa de vidro na posição e anuncia a fotografia. Haviam alguns meninos curiosos na varanda da fazenda e Etelvino que não se atreveu entrar na fotografia, fica apenas de olho em todo processo. Voltando à foto, Joãozinho toma um susto ao ver que todos estavam com as armas apontadas para ele. Nisso Joãozinho com toda coragem do mundo indaga.

- Só faço a chapa se vocês virarem um pouco para o lado essas armas, não gosto de violência.

Luiz Pedro solta uma piada.

- Oxi ômi e esse canhão aí não atira foto?

E todos caíram numa risada, até Joãozinho. 

Preparado o retrato, é dado o sinal. Joãozinho percebe um furo minúsculo no lado direito do fole, furo este confirmado em outras fotografias e até no remendo na câmera, confirmado por mim quase 80 anos depois. Mas, ele ficou com medo de dizer que a fotografia poderia não sair boa. Colocou o dedo onde entrava um pouco de luz e rezando (agora mais calmo por ver as armas um pouco mais de lado) para que tudo desse certo ele dispara e faz a foto. Na revelação, justamente Lampião saiu com menos nitidez. Ainda fotografou Etelvino Sozinho, também fotografou um grupo de pessoas no carro com dois cangaceiros juntos, o grupo completo com as pessoas e também fotografou individualmente alguns cangaceiros, assim como faria dias depois Felino Bonfim em Saco do Ribeiro (Povoado de Itabaiana) e meses depois Eronides de Carvalho em Jaramataia, ainda em Sergipe. Lampião tomara gosto pelo retrato desde 1926 em Juazeiro.

Acabada a sessão de fotos, Lampião se despede, avisa que quer uma cópia dos retratos e que é só avisar que ele manda alguém pegar em Itabaiana mesmo. Joãozinho presenteia Virgulino com algumas fotos de Itabaiana e pede para ele não ir lá, tudo que ele quiser ele pode ter sem a necessidade de amedrontar um povo simples e pobre. Tudo certo, Joãozinho volta todo feliz para casa, revela as fotos e dias depois entrega-as a Etelvino e nenhuma delas é vista por muito tempo. Mas, Terezinha Andrade, filha de Joãozinho Retratista sempre viu essas fotos ainda nas chapas de vidro, elas eram guardadas com um carinho enorme pelo velho pai. 

A história virou lenda em Itabaiana, nenhuma prova concreta era vista aos olhos de Itabaianenses ou de outra região. Começo então a pesquisar a história de Itabaiana e logo de cara, em 2007 ouço pela primeira vez partes desta história que acabei de contar vinda das filhas de Joãozinho. Delas recebi centenas de fotografias, mas, do cangaço, só a lembrança. 

Em 2011 localizo a primeira fotografia, não estava em boa definição mas era um grupo de pessoas numa fazenda e dois deles com cara de jagunços estavam sentados no automóvel. Batia com a descrição, mas ainda era pouco. Consegui a segunda, o grupo na mesma casa, agora com a presença de Joãozinho Retratista na fotografia. Quem havia fotografado? Era uma fotografia do mesmo dia. Consegui estes retratos originais com uma qualidade incrível e continuei minha busca. Neste mesmo ano publico a biografia “Joãozinho Retratista - O Mestre da Fotografia” e trago o caso pela primeira vez ao público.

2013 chega e com ele muitas ideias novas e a chance de publicar com Vladimir Souza Carvalho um dos livros mais esperados da história de Itabaiana, o “Álbum de Itabaiana” contendo 180 retratos feitos por Teixeirinha, Joãozinho Retratista e Percilio Andrade. Publico as duas fotos que havia encontrado, mas ainda faltava a cereja do bolo. Em setembro deste ano me chega à porta Abércio Gois e com ele um punhado de fotografias antigas de nossa Itabaiana. Amigo de longas datas ele me presenteia com um pedaço de nossa cidade e para minha surpresa eu me deparo com a foto mais incrível e que coroava totalmente minha pesquisa: a foto do bando de Lampião feita por Joãozinho. Era um retrato simples de 17,5 x 11,5 cm colado numa base de papelão de 24 x 18,5 cm, em Sépia e com alguns pedaços já faltando. Mesmo assim, foi considerada pelos pesquisadores como um dos maiores achados fotográficos da história do cangaço. 

Estamos hoje fazendo tudo com ela, desde Rubens Antonio a colori-la até decifrar detalhes escondidos nos pontos mais estragados dela. Nas costas do retrato está a grafia do fotógrafo (onde foi feita a analise grafotécnica e comprovado ser a letra de Joãozinho) a data 1o de abril de 1929 e hoje sabemos que na foto estão de pé: (Supostamente) Arvoredo, Volta Seca, Mariano, Labareda, Ezequiel. De joelhos: Lampião, Virgínio, Calais, Luiz Pedro e Corisco.

Ainda faltam encontrar fotos deste dia incrível, quem sabe possamos ter esse privilégio ainda nesta existência, pois, no dia que eu encontra-las, não ficarão em uma gaveta. Obrigado, Joãozinho por ter tido a coragem e a oportunidade que poucos tiveram.

1“Cariri” é na verdade “Carira” e Zózimo alertou toda região de Dores a Propriá. Ninguém acreditou.

Robério Santos, Membro da Academia Itabaianense de Letras
Fonte: O Cangaço em Itabaiana Grande
Colorização da fotografia: Rubens Antônio

Fonte adquirida: facebook
Página: Robério Santos

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LAMPIÃO A RAPOSA DAS CAATINGAS


Depois de onze anos de pesquisas e mais de trinta viagens por sete Estados do Nordeste, entrego afinal aos meus amigos e estudiosos do fenômeno do cangaço o resultado desta árdua porém prazerosa tarefa: Lampião – a Raposa das Caatingas.

Lamento que meu dileto amigo Alcino Costa não se encontre mais entre nós para ver e avaliar este livro, ele que foi meu maior incentivador, meu companheiro de inesquecíveis e aventurosas andanças pelas caatingas de Poço Redondo e Canindé.

O autor José Bezerra Lima Irmão

Este livro – 740 páginas – tem como fio condutor a vida do cangaceiro Lampião, o maior guerrilheiro das Américas.

Analisa as causas históricas, políticas, sociais e econômicas do cangaceirismo no Nordeste brasileiro, numa época em que cangaceiro era a profissão da moda.

Os fatos são narrados na sequência natural do tempo, muitas vezes dia a dia, semana a semana, mês a mês.

Destaca os principais precursores de Lampião.

Conta a infância e juventude de um típico garoto do sertão chamado Virgulino, filho de almocreve, que as circunstâncias do tempo e do meio empurraram para o cangaço.

Lampião iniciou sua vida de cangaceiro por motivos de vingança, mas com o tempo se tornou um cangaceiro profissional – raposa matreira que durante quase vinte anos, por méritos próprios ou por incompetência dos governos, percorreu as veredas poeirentas das caatingas do Nordeste, ludibriando caçadores de sete Estados.
O autor aceita e agradece suas críticas, correções, comentários e sugestões:


(71)9240-6736 - 9938-7760 - 8603-6799 

Pedidos via internet:

Mastrângelo (Mazinho), baseado em Aracaju:

Tel.:  (79)9878-5445 - (79)8814-8345
E-mail:   

Clique no link abaixo para você acompanhar tantas outras informações sobre o livro.

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GECC - Cariri Cangaço debatem o Mata Sete na noite desta terça-feira...


Noite GECC - Cariri Cangaço

A polêmica liberação do livro de Pedro Morais
"O Mata Sete !!!"
Nesta Terça-Feira
 Dia 07 de Outubro de 2014
Auditório da ABO - 19 Horas
Rua Gonçalves Ledo, 1630
Fortaleza-Ceará

Não Perca !

Manoel Severo
Cariri Cangaço
Ângelo Osmiro
GECC

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DO PRETO E BRANCO PARA O COLORIDO

Colorida pelo professor e pesquisador do cangaço Rubens Antonio
Falta apenas registrar os nomes destes cangaceiros.
O começo para colorir foi por aqui. 

Agora diga, como foi que Rubens Antonio conseguiu colorir o segundo que está em pé da esquerda para direita, que nem dá para perceber o cangaceiro?



Fonte: facebook
Página: Rubens Antonio

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Lampião e seus Cangaceiros, os guerreiros do tempo.

Por Raul Meneleu Mascarenhas

Eram guerreiros do tempo, açoitados pela injustiça e injustos se tornaram. Visavam apenas a subsistência e apenas alguns, as principais lideranças, possuíam posses distribuídas a seus familiares. A vingança inicialmente era o intento. 


Aliados ao espírito de aventuras e liberdade preferiam morrer combatendo que ser presos. Reparem que ao tornarem-se alguns deles líderes, mais um fator surgiu: o orgulho. Por isso a meninada sem eira e nem beira daquela época, tinham o sonho de tornarem-se cangaceiros e a "seleção brasileira" daquela época era o bando de Lampião.


Virgolino Ferreira da Silva, vulgo Lampião, foi o mais famoso cangaceiro da história dessa modalidade de banditismo. Também foi o que durou mais antes que fosse morto por tropas especialmente formadas para isso, inclusive muito imitando o modus operandi dos cangaceiros. 


Lampião morreu em uma região isolada onde costumeiramente se escondia, no município de Poço Redondo, em um local chamado de Grota do Angico, Sergipe, em 28 de julho de 1938, numa emboscada armada pela volante do tenente João Bezerra.

Maria Bonita, sua companheira e mais nove jagunços também ali morreram, varridos por balas bem dirigidas e após a carnificina suas cabeças foram decepadas, salgadas, expostas por diversas cidades do interior e depois levadas para um museu de Salvador.

Reportagens como a dos jornais da época, diziam que com Lampião foram encontrados cerca de cinco quilos de ouro e mais de mil contos de réis, quantia suficiente que só para se ter uma ideia da fortuna que era, daria para comprar 120 carros de último tipo da época.

Virgolino manteve seu império entre 1920 e 1938, ajudado por uma rede de coiteiros, figuras responsáveis pelo fornecimento de armas, munição e mantimentos aos jagunços, e cobrando “contribuições” de fazendeiros, comerciantes e políticos em troca de proteção. Para se ter uma visão desse seu reinado, em postagem do historiador José Mendes Pereira, conta-nos que esse foi o mapa que Lampião traçou as fronteiras de seu reinado.


"Diz que no ano de 1929, numa das andanças pastorais, o vigário de Glória, padre Emílio Ferreira, encontrou-se num arraial com o legendário Rei do Cangaço, que fora assistir à missa e por notável coincidência, o padre, momentos antes de celebrar o ofício, havia recebido de presente, das mãos de um caixeiro viajante amigo, um grande mapa-plano do Brasil que media aproximadamente 1m2, forrado de algodãozinho e pregado em dois cilindros finos de madeira para enrolar, uma edição do Ministério da Viação do Rio.

Após a missa, vai Lampião cumprimentar o sacerdote. Durante animada palestra desenvolvida entre goles de café, teve uma idéia o padre. Estendeu o mapa aberto sobre a mesa e, entregando a Lampião um grosso lápis encarnado, pediu-lhe:

- “De vez que o senhor é Rei, marque e risque sobre esse mapa o tamanho de seu grande Reino”.


Lampião, devagar, observando as localidades, rios e montanhas, perguntando muito e auxiliado pelo padre, foi traçando. Tomando por ponto de partida, ao norte, Mossoró, no Rio Grande do Norte, desceu, em ziguezague, até Porto da Folha, em Sergipe. Desceu mais até Capela e daí tangenciou numa linha até a fronteira da Bahia, onde penetrou por Itapicuru, talando o Estado por Riachão do Jacuípe até Morro do Chapéu. Desceu profundamente, em ponta de lança, até Barra do Estiva e Rio de Contas, donde iniciou a subida para Remanso. Continuando para cima, atingiu Juazeiro do Norte e Caririaçu, no Ceará, depois Jaguaretama, Morada Nova e Limoeiro do Norte, donde fechou o circuito para Mossoró. Em síntese, uma imensa área de cerca de 300.000 km2!

Entusiasmado, exclamou o padre dirigindo-se ao Rei do Cangaço:

- “Territorialmente falando, seu REINO faria inveja a muita cabeça coroada da Europa!”...”

A história de Lampião e Maria Bonita rendeu centenas de livros, teses, filmes de ficção e documentários. Há quem veja Lampião como um bandido profissional. Há quem o considere um herói a enfrentar a tirania do coronelismo.

Na época, ele era chamado de “governador dos sertões”. E teria se engajado numa vida violenta depois que o pai, José Ferreira, foi assassinado. Acompanhado de seus irmãos, Virgolino uniu-se em 1916 ao jagunço Sinhô Pereira, que logo lhe passou o comando. O padre Cícero era seu padrinho, amigo e protetor.

Vaidoso, costumava usar lenços de seda, o perfume francês Fleur D’Amour e óculos alemães, o que disfarçava o defeito no olho esquerdo, causado por espinhos da caatinga. Dizem os jornais que também gostava de beber uísque White Horse.

Virgolino nasceu em Vila Bela, atual Serra Talhada, em Pernambuco. Há controvérsias quanto à data de seu nascimento: 12 de julho de 1897, 4 de junho de 1898 ou ainda 3 de setembro de 1898.

Quando de sua morte, foi manchete nos jornais do Brasil inteiro. Abaixo exemplares de 1938.





Depois de muito tempo, quase vinte anos depois, o comandante da volante que na época tinha a patente de Tenente, deu uma entrevista de como tinha cercado Lampião e seus cabras e conta fatos que antes eram desconhecidos. Abaixo a entrevista em 26 de junho de 1957 do Coronel João Bezerra.


http://meneleu.blogspot.com.br/2014/10/lampiao-e-seus-cangaceiros-os.html
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MUSEU DO SERTÃO abrirá suas portas para visitas no dia 1º de Novembro de 2014


No dia 1º de Novembro de 2014, o  Museu do Sertão em Mossoró, abrirá suas portas para visitas, a partir das 7:00 horas da manhã, estendendo-se até às 12:00 horas do dia. 

vivicultura.blogspot.com
cicerolajes.blogspot.com

Você já é um convidado para visitar o Museu do Sertão em Mossoró, no dia 1º de Novembro de 2014. 

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A CANGACEIRA DADÁ PERDEU A " PERNA DIREITA " NO COMBATE COM O TenENTE ZÉ RUFINO...!....

Da esq. para dir: Policial Antônio Isidoro (volante de Zé Rufino ), DADÁ e o Cabo João Rocha.

A CANGACEIRA DADÁ PERDEU A "PERNA DIREITA" NO COMBATE COM O TENENTE ZÉ RUFINO...!...

Esse assunto foi muito discutido em um tópico nesse Grupo, e, a FOTO abaixo, mostra bem claro, isso, ou seja, perdeu a PERNA DIREITA.


Foto abaixo: Livro "Dadá e Corisco", de Antônio Amaury Corrêa. Araújo

Fonte: facebook
Página: Voltaseca Volta

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BALAS (Cápsulas deflagradas) do COMBATE DE SERRA GRANDE - PE, Ocorrido em 24-11-1926. Considerado, o maior combate de Lampião, tendo envolvido cerca de 80 cangaceiros e 320 policiais. As 3 primeiras cápsulas são dos anos (1912 / 13 e 14 ) fabricadas pela D.W.M (alemã -Deutsche Waffen und Munitions Fabrike ), e, a última, com iniciais S.F.M (França. Societé Française des Munitions...Sem data )

Cortesia: Louro Teles

Fonte: facebook
Página: Voltaseca Volta

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