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segunda-feira, 26 de setembro de 2022

ASCRIM/ACADEM PRESIDENCIA – JUSTIFICATIVA DE NÃO COMPARECIMENTO AO CONVITE DOS MAGNÍFICOS: “REITORA DA UERN, PROFESSORA DRA. CICÍLIA RAQUEL MAIA LEITE, E O VICE-REITOR, PROFESSOR DR. FRANCISCO DANTAS DE MEDEIROS NETO, PARA A QUINTA CULTURAL E LANÇAMENTO DO CORDEL: EQUILÍBRIO DESIGUAL, DA AUTORA ANDREIA KALLIANY.” - OFÍCIO. Nº 025/2022.

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ASCRIM/ACADEM PRESIDENCIA – JUSTIFICATIVA DE NÃO COMPARECIMENTO AO CONVITE DOS MAGNÍFICOS: “REITORA DA UERN, PROFESSORA DRA. CICÍLIA RAQUEL MAIA LEITE, E O VICE-REITOR, PROFESSOR DR. FRANCISCO DANTAS DE MEDEIROS NETO, PARA A QUINTA CULTURAL E LANÇAMENTO DO CORDEL: EQUILÍBRIO DESIGUAL, DA AUTORA ANDREIA KALLIANY.” - OFÍCIO. Nº 025/2022.  

    

MOSSORÓ-RN, 25 de SETEMBRO de 2022.    

  

REF. CIRCULAR Nº 02/2017, DE 12 DE JUNHO DE 2017, REVISTA E AMPLIADA PELAASCRIM CIRCULAR Nº 01/2022, DE 04.09.2022 .  

 

   

 ‘RECEBES ESTE EXPEDIENTE PORQUE A ASCRIM O(A)VALORIZA E RESPEITA, PELO ALTO NÍVEL DE QUEM TEM O PRESTÍGIO DE SER ASSIM CONSIDERADO(a).’               

     

    AGRADECENDO AOS MAGNÍFICOS: REITORA DA UERN, PROFESSORA DRA. CICÍLIA RAQUEL MAIA LEITE, E O VICE-REITOR, PROFESSOR DR. FRANCISCO DANTAS DE MEDEIROS NETO, PELO ESPECIAL CONVITE(recebido às 12:33hs data em 22.09.2022) , HONRAMO-NOS ATRIBUIR MESMO VALOR DE PARTILHA, DIZENDO QUE INFELIZMENTE NÃO CONFIRMAMOS NOSSA PRESENÇA, DADA A EXIGUIDADE DE TEMPO CONSENTÂNEA AO PRAZO REGULAMENTAR, NA FORMA DOS ITENS 1 E 3 DA CIRCULAR REFERENCIADA EM EPÍGRAFE, PESSOALMENTE À 

 “““QUINTA CULTURAL E LANÇAMENTO DO CORDEL: EQUILÍBRIO DESIGUAL, DA AUTORA ANDREIA KALLIANY ”””, QUE ACONTECEU NO DIA 22 DE SETEMBRO DE  2022(quinta-feira), ÀS 16h, NO PÁTIO DA REITORIA-UERN, CENTRO MOSSORÓ RN.   

  

      PORTANTO, REPASSO A JUSTIFICATIVA DO ASSUNTO DO ALVO CONVITE(ANEXO), RECEBIDO  DE IGUAL MODO, POR CÓPIA, PARA CONHECIMENTO ÀS EXCELENTÍSSIMAS AUTORIDADES GOVERNAMENTAIS,  MAGNÍFICOS REITORES DE UNIVERSIDADES, ACADÊMICOS DA ASCRIM E POTENCIAIS CANDIDATOS A ACADEMICOS DA ASCRIM E ACADEM, ILUSTRES PRESIDENTES DE ENTIDADES CULTURAIS E DIRIGENTES DE INSTITUIÇÕES RELIGIOSAS, GOVERNAMENTAIS, PÚBLICAS, PRIVADAS E MAÇÔNICAS,  JORNALISTAS E COMUNICADORES, POR SER DO INTERESSE, CLARO, DOS MESMOS, TOMAREM CONHECIMENTO E DIGNAREM-SE, DO SEU MISTER, MANIFESTAREM-SE A RESPEITO DESSE IMPORTANTE EVENTO. 

        

       

SAUDAÇÕES ASCRIMIANAS,  

FRANCISCO JOSÉ DA SILVA NETO  

-PRESIDENTE EXECUTIVO DA ASCRIM ACADEM-  

  

MARIA GORETTI ALVES DE ARAÚJO  

-PRESIDENTA EXECUTIVA INTERINA DA ASCRIM-  

  

P.S.: 1. CONSIDERANDO A ESSÊNCIA DA HUMANIDADE INTELECTUAL, INSERIDA NA REPRESENTATIVIDADE DE TODOS SEGMENTOS SOCIAIS ABAIXO RELACIONADOS, ENCAMINHA-SE ESTA CÓPIA ORIGINAL, EM CARÁTER PESSOAL DIRETO AOS  INSIGNES DIGNITÁRIOS:  

  

P.S.-1): EVENTUALMENTE – EM RESPOSTA À TRANSMISSÃO DE CONVITE - RECEPCIONAMOS MENSAGENS QUE NOS SÃO ENVIADAS PELOS SIGNATÁRIOS DOS EMAILs DESTINATÁRIOS, AS QUAIS ENVIAMOS PARA OS PATROCINADORES DOS EVENTOS, ATRAVÉS DO NOSSO MALOTE DIGITAL OFICIAL DA ASCRIM-MADA .   

P.S.-2): ESTA É UMA CÓPIA ORIGINAL, ENCAMINHADA, OFICIALMENTE, EM CARÁTER PESSOAL DIRETO PARA O(A)S:    

   

EXCELENTÍSSIMO(A)S PRESIDENTES, DIRIGENTES E AUTORIDADES DE ENTIDADES GOVERNAMENTAIS, JURÍDICAS, MAÇONICAS E MILITARES.   

REVERENDÍSSIMO(A)S PRESIDENTES, DIRIGENTES E AUTORIDADES DE ENTIDADES RELIGIOSAS.   

MAGNÍFICOS REITORES E AUTORIDADES DE UNIVERSIDADES.   

EXCELENTÍSSIMO(A)S PRESIDENTES DE ENTIDADES E INSTITUIÇÕES PÚBLICAS E PRIVADAS.   

EXCELENTÍSSIMO(A)S PRESIDENTES DE ENTIDADES CULTURAIS E INSTITUIÇÕES CONGENERES.   

ILUSTRÍSSIMO(A)S DIRIGENTES DE INSTITUIÇÕES FILANTRÓPICAS, EDUCACIONAIS E DE CIDADANIA.   

ILUSTRÍSSIMO(A)S JORNALISTAS E COMUNICADORES.   

ACADÊMICO(A)S DA ASCRIM.   

POTENCIAIS CANDIDATO(A)S A ACADÊMICO(A)S DA ASCRIM.   


De: Cerimonial da UERN <cerimonial@uern.br>
Enviado: quinta-feira, 22 de setembro de 2022 12:33
Assunto: UERN - Convite QUINTA CULTURAL
 

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Enviado pela ASCRIM

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TEXTO

 Por Valdir Nogueira

O major João Nogueira, proprietário da Fazenda Serra Vermelha, juntamente com o major David Bernardino de Carvalho e Sá foram acusados como sendo os mandantes da morte do coronel Manoel Pereira da Silva Jacobina (Padre Pereira). Aconteceu o seguinte:

Praticado o assassinato do coronel Jacobina, procuraram os Pereiras envolver nas malhas da responsabilidade criminal David Bernardino de Carvalho e João Nogueira, dando como executores do assassinato Luiz de França, Manoel Tomé e Mariano Mendes de Moura. Os Pereiras a partir de então começaram a protestar publicamente que passariam a matar Carvalhos e Nogueiras para vingar a morte do Padre Pereira.

Entre diversos indícios da autoria do assassinato do coronel Jacobina, salienta-se o aviso que Vicente Gato, morador nas cercanias, deu ao referido coronel, que dias antes do crime, o dito Vicente Gato estranhou a freqüência de João Nogueira em casa de David Bernardino, sendo que no dia fatídico do crime, o cangaceiro Mariano Mendes apareceu na povoação de São Francisco e desapareceu rapidamente uma vez que era costume esse indivíduo nos dias de feira passar o dia todo naquela povoação. Vicente Gato ainda relatou que o cangaceiro Barra de Aço esteve em sua casa conduzindo duas cartas, cujo subscrito era de tinta encarnada, sendo procedente de David Bernardino para João Nogueira, dizendo ainda que ia chamar o cangaceiro Luiz de França e acrescentou que em breve ia ocorrer um azar em São Francisco que faria até as pedras chorarem. Vicente Gato disse também que soube que João Nogueira quando voltou do Massapê, fazenda de David Bernardino falou prá sua esposa: - compre roupa preta, uma vez que a mesma era sobrinha do Padre Pereira. Dizem que na carta David Bernardino solicitava a João Nogueira os serviços do seu afamado cangaceiro Luiz de França. Manoel Tomé e Mariano Mendes de Moura eram cabras de David Bernardino.

Foto: Capela e a esquerda a lendária Serra Vermelha que no passado pertenceu ao major João Barbosa Nogueira.

https://www.facebook.com/photo?fbid=5630603680332648&set=a.144216698971401

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CRUZ ONDE MORREU O ZÉ NOGUEIRA

 Por Valdir José Nogueira

Cruz na fazenda Serra Vermelha demarcando o local onde foi covardemente assassinado em 26 de fevereiro de 1926 Zé Nogueira pelo cangaceiro Antônio Ferreira irmão de Lampião.

https://www.facebook.com/photo?fbid=5630736083652741&set=a.144216698971401

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CORPO DE BOMBEIROS DE MOSSORÓ - UMA PEQUENA E SIMPLES HOMENAGEM DO "http://blogdomendesemendes.blogspot.com" A ESTES PROFISSIONAIS QUE ARRISCAM AS SUAS VIDAS POR NÓS.

 Por José Mendes Pereira


Valorize o Corpo de Bombeiros, assim como ele valoriza você. 
Ninguém mais se preocupa com você do que ele.

Quando residências pegam fogo, enchentes derrubam casas, prédios desabam e cidades são soterradas por lama, são os bombeiros que aparecem para salvar vidas. Devido ao comprometimento em realizar um trabalho que exige intensa dedicação e coragem, o Dia do Bombeiro Brasileiro, comemorado em 2 de julho, homenageia esses profissionais.

https://mossorohoje.com.br/noticias/28949-87-novos-bombeiros-militares-sao-formados-no-rio-grande-do-norte

A data foi oficialmente instituída no País após o decreto-lei nº 35.309, de 2 de abril de 1954, também responsável por determinar a realização anual da Semana de Prevenção Contra Incêndios. 

https://defato.com/seguranca/73637/corpo-de-bombeiros-em-mossor-inaugura-posto-avanado-para-otimizar-atendimento

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INVASÃO DA FAZENDA DOIS RIACHOS

 Por Epitácio Andrade


Em entrevista concedida ao escritor Epitácio Andrade, neste dia 05 de outubro de 2015, no restaurante Mangai, em Natal, capital do Estado do Rio Grande do Norte, o cidadão nonagenário Francisco Lobo Maia ¨Chico Lobo¨, de 92 anos, narrou com riqueza de detalhes a invasão da Fazenda Dois Riachos, localizada na zona rural dos municípios de Catolé do Rocha e Belém de Brejo do Cruz, ambos no Alto Sertão paraibano, pelo bando do cangaceiro pombalense Ulisses Liberato de Alencar e do famigerado Sinhô Pereira, um dos mentores do não menos afamado Virgulino Ferreira, o Lampião.


Epitácio Andrade com Chico Lobo
O bando era formado por 20 facínoras, dentre eles, Gato Vermelho, Gavião, Polvinha e o maníaco Chá Preto, que bolinou os seios de uma senhora presente no momento da invasão à fazenda. Na segunda década do século XX, a disputa pelo mandonismo 'coronelístico' no Sertão nordestino motivou o fatídico ataque à fazenda do coronel da guarda nacional Valdivino Lobo, genitor do senhor Chico Lobo.
 
Coronel Valdivino Lobo
Depois de sair, por divergências com o chefe político José Queiroga do município de Pombal, na Paraíba, onde se localiza a Fazenda Estelo, propriedade de seu genitor Francisco Liberato de Alencar, lugar onde nascera em 1894. Ulisses Liberato migrou em 1918 para Milagres, no cariri cearense, onde ficou homiziado na Fazenda Trapiá do major-coiteiro José Inácio de Souza, conhecido como major Zé Inácio do Barro. 
A mando do major-coiteiro Zé Inácio do Barro, Sinhô Pereira e Ulisses Liberato comandaram o ataque à fazenda Dois Riachos. Cuja empreita envolvia semelhante ação criminosa contra outras fazendas vizinhas, como as pertencentes a Adolfo Maia e a Rochael Maia. 
 A fazenda de Adolfo Maia foi depredada por Sinhô Pereira e a fazenda de Rochael Maia não chegou a ser invadida. No percurso do Ceará a Paraíba, o bando enfrentou uma força pública próximo a cidade de Catolé do Rocha o que motivou sua entrada na cidade de Jericó, onde promoveu depredações e roubos. Antes da invasão, os cangaceiros pernoitaram na Fazenda Santana, do senhor Antônio Saldanha, na zona rural de Catolé do Rocha. 
Na época da invasão à Fazenda Dois Riachos, o almocreve e já cangaceiro Ulisses Liberato, casado com a sertaneja Santina Benevides, desde 1919, tinha o Povoado do Jordão, localizado entre os municípios de Patu e Caraúbas, como seu ponto estratégico. No livro Jordão e seus Habitantes, prefaciado pelo mestre sertanista Raimundo Soares de Brito (Raibrito), a escritora caraubense Raimunda Dalila de Alencar Gurgel informa que o povoamento do Jordão começou em 1870. Em 1892, foi construído o açude. 
E foi reconstruído em 1926, depois de arrombar numa cheia.
Escritora Dalila Alencar

Raibrito com A saga dos limões (2011)
Em 1937, foi construída a capelinha de Imaculada Conceição, pelos pedreiros Tião Maia e Zé Pequeno. As senhoras Raimunda Godeiro e Maria dos Anjos auxiliavam na realização das novenas. A imagem da santa foi trazida do Rio de Janeiro/RJ, por dona Brígida Saboia.

Capela do Jordão
Em 23 de setembro de 1943, foi realizada a primeira festa da padroeira.

Em 1964, foi adquirido o harmônio.

Harmônio
No período de 20 a 22 de julho de 1950, ocorreram missões de Frei Damião e Frei Fernando, acompanhados pelo bispo João Batista Portocarreiro.


Em 1926, foi construída a casa de Quincas Godeiro.

Em 1930, teve início o roço da caatinga para a construção da estrada de ferro Mossoró-Souza.


 Estrada de Ferro de Mossoró
Acervo Geraldo Maia

Em 1936, o engenheiro Manoel Marques entregou a estrada de ferro. Da Fazenda Dois Riachos foram subtraídos dois contos e oitocentos mil réis, além de 120 libras esterlinas. Valores integralmente entregues ao major Zé Inácio do Barro, que recompensou Ulisses com 200 mil réis pelo serviço.
Depois do assalto, Ulisses ficou refugiado em Juazeiro por dois meses. No mesmo ano da invasão a sua fazenda, o coronel Valdivino viajou ao Rio de janeiro, capital federal do Brasil, para um encontro com o presidente Epitácio pessoa que fora seu contemporâneo no ciclo ginasial.
Epitácio Pessoa
Era o tempo da ¨Política das Salvações¨, que pretendia instituir uma nova ordem e defendia um combate ao coronelismo. A invasão à  Fazenda do coronel Valdivino teve grande repercussão na imprensa.



O presidente depois de ouvir o relato do ex-colega articulou a integração de autoridades das províncias do nordeste para unir forças numa perseguição implacável ao major-coiteiro Zé Inácio do Barro e um combate sem tréguas ao cangaceirismo. No dia 11 de setembro de 1922, Ulisses Liberato, sem o bando, foi preso na comunidade de Alagoinha, em Lavras da Mangabeira, no Ceará e, em seguida, recambiado para a cadeia do Crato sendo minuciosamente interrogado no dia 24 de janeiro de 1923 pelo delegado major Raimundo de Mores Brito e recolhido à prisão, onde já se encontrava Chá Preto e Polvinha. Chá Preto teve a mão direita decepada à machadada. A pretexto de ser feita a sua barba foi chamado um barbeiro, que realizou um trabalho de um ofício medieval, o barbeiro-cirurgião.
Barbeiro-cirurgião
Cravando-lhe um punhal na subclávia, o maníaco agonizou até a morte.

O major Zé Inácio não resistindo a implacável perseguição, resolveu emigrar para Goiás, aonde veio a ser assassinado, em São José do Duro (uma corruptela de São José do Ouro, hoje no estado de Tocantins). Em setembro de 1923, Ulisses Liberato, com 29 anos foi sumariamente fuzilado. Polvinha o acompanhou na linha de fuzilamento.
Fonte:Lampião Aceso

http://cariricangaco.blogspot.com/2021/07/invasao-da-fazenda-dois-riachos.html

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93 ANOS DEPOIS, CARTA QUE REPRESENTA RESISTÊNCIA DE MOSSORÓ AO BANDO DO CANGACEIRO LAMPIÃO É ENCONTRADA

 Por Igor Jácome, G1 RN

Carta original do prefeito de Mossoró para o cangaceiro Lampião, junto com recorte de jorna da época que fala sobre ela. — Foto: Robério Santos/Cedida

Documento será entregue ao município do Oeste potiguar neste mês, quando é comemorado o aniversário da batalha entre moradores e o grupo comandado pelo rei do cangaço.

Todos os anos, Mossoró, no Oeste potiguar, se enche de festa no mês de junho. Além de comemorar o período de São João, a cidade relembra através do espetáculo "Chuva de Bala", a resistência do seu povo a Virgulino Ferreira da Silva, o temido Lampião - ato que marcou, para alguns historiadores, o início do declínio daquele que ficou conhecido como rei do cangaço. A batalha aconteceu em 1927 e o bando de cangaceiros saiu fugido da região.


Em 2020, a festa não vai ser realizada por causa da pandemia do novo coronavírus. Mas os pesquisadores do tema estão muito mais entusiasmados pelo encontro de uma carta que foi escrita pelo prefeito coronel Rodolpho Fernandes em resposta ao bando de Lampião. Ela estava endereçada ao coronel Antonio Gurgel, que no momento das negociações, era refém do bando e foi escrita, provavelmente, no próprio dia 13 de junho de 1927, data em o ataque ocorreu.


O documento foi encontrado pelo professor, jornalista e escritor sergipano Robério Santos, que é um entusiasta do assunto e tem seis livros publicados sobre o cangaço. O documento chegou a ele em maio, durante sua pesquisa para a publicação da primeira de uma série de cinco obras que pretende escrever também sobre o tema. A carta será entregue por ele à prefeitura, oficialmente, no próximo dia 13.

Carta escrita a mão pelo prefeito de Mossoró e enviada a refém de Lampião — Foto: Cedida

Carta escrita a mão pelo prefeito de Mossoró e enviada a refém de Lampião — Foto: Cedida

Não é possível satisfazer-lhe a remessa dos 400000 (quatro centos contos) que pede, pois não tenho e mesmo no commercio é impossivel de arranjar tal quantia. Ignora-se onde está refugiado o gerente do Banco, Snr. Jayme Guedes, Estamos dispostos a recebe-los na altura em que elles desejarem. Nossa situação oferecce absoluta confiança e inteira segurança.
— Rodolpho Fernandes, prefeito de Mossoró em 1927

Ao G1, o pesquisador afirmou que adquiriu alguns recortes de jornais e outros materiais de uma idosa que mora no Rio de Janeiro e que prefere manter sua identidade em sigilo, mas que é ligada à história do cangaço.


"Ela tinha essa carta há muito tempo, mas não conhecia a importância dela, até porque não estava endereçada diretamente a Lampião. Ela tem muito material. Era uma resposta do prefeito a ele, porque o coronel Gurgel era refém e escreveu a outra carta, pedindo o dinheiro, com uma mensagem ditada pelo Lampião", explicou o pesquisador.


Na mensagem, o prefeito recusa o pedido por 400 contos de réis, feitos por Lampião e diz que a cidade está preparada para responder "à altura" ao ataque dos cangaceiros.

Robério Santos exibe carta que representa resistência de Mossoró ao bando do cangaceiro Lampião — Foto: Cedida

Robério Santos exibe carta que representa resistência de Mossoró ao bando do cangaceiro Lampião — Foto: Cedida

Segundo os pesquisadores o gerente do Banco do Brasil, Jayme Guedes, era genro do coronel Gurgel e havia saído da cidade. Apesar de morar em Natal, o comerciante teria sido feito refém durante uma viagem que fez à região justamente para buscar sua esposa e filhos, ao saber do iminente ataque do grupo. Ao errar o caminho, o carro os levou de encontro ao acampamento dos cangaceiros. O motorista do comerciante teria servido de emissário entre as partes.


Assim como a carta enviada pelo coronel Gurgel ao prefeito, e outra escrita a próprio punho pelo Lampião, a carta encontrada já havia sido citada por jornais da época e em livros importantes sobre o assunto, mas o paradeiro dela era desconhecido, até porque o documento ficou com o próprio bando e não com o município.


"Eu fiquei assustado quando comecei a ler, me levantei imediatamente. Retirei do plástico para fazer uma análise, se era impressão ou se era escrito, e a assinatura. Realmente é uma carta escrita a punho, e na comparação com a assinatura e a escrita do prefeito, são iguais", considerou o pesquisador. "Acho que um documento desse não deve estar em posse de um particular, por isso busquei entrar em contato para devolver a carta a Mossoró", conta.

Jornal da época publicou conteúdo de cartas trocadas entre prefeito de Mossoró e Lampião — Foto: Cedida

Jornal da época publicou conteúdo de cartas trocadas entre prefeito de Mossoró e Lampião — Foto: Cedida

Conforme Asclépius Saraiva Cordeiro, diretor do Museu Lauro da Escóssia - nome do jornalista que presenciou e noticiou o ataque do bando de cangaceiros a Mossoró - ao tomar conhecimento da carta por meio de pesquisadores do tema que tiveram contato com Robério, a prefeitura resolveu pagar uma passagem para a ida do pesquisador ao município, quando será realizada a entrega da carta.


"A carta deverá ficar exposta no salão dos grandes atos, no Palácio da Resistência, que era a casa do prefeito e hoje é a sede da prefeitura municipal. Infelizmente não teremos o espetáculo Chuva de Bala neste ano, mas temos um motivo de soltar fogos", considerou.


De acordo com o pesquisador e escritor Geraldo Maia, que é sócio correspondente do Instituto Histórico e Geográfico do Rio Grande do Norte (IHGRN) e da Sociedade Brasileira de Estudos do Cangaço - SBEC, a carta encontrada seria uma das quatro trocadas entre o grupo que estava com Lampião e o prefeito, ditada pelo cangaceiro e escrita pelo refém coronel Gurgel. Outra missiva foi escrita e assinada pelo próprio Lampião, também respondida pelo prefeito. Ninguém sabe o paradeiro da carta original de Lampião - apesar de haver cópias da original - nem o paradeiro da última resposta.

Lampião (terceiro da esq. para a dir.) e seu grupo de cangaceiros — Foto: Divulgação/GESP/BBC

Lampião (terceiro da esq. para a dir.) e seu grupo de cangaceiros — Foto: Divulgação/GESP/BBC

Invasão e resistência


Mossoró era uma cidade com pouco mais de 20 mil pessoas - uma cidade grande para a época, que tinha até uma agência do Banco do Brasil - a número 036. De acordo com os pesquisadores, bandos de cangaceiros geralmente não invadiam cidades deste porte. "Era uma coisa inimaginável", afirma Geraldo.


De acordo com os pesquisadores, um fazendeiro que acoitava cangaceiros em suas terras no Ceará, próximo à divisa com Mossoró, ordenou um ataque de Massilon, um cangaceiro que tinha um grupo pequeno, contra inimigos em Apodi, no interior do Rio Grande do Norte. O sucesso no saque à cidade teria despertado a cobiça por Mossoró. Dessa forma, os cangaceiros partiram para convencer Lampião, que não conhecia muito as terras do Rio Grande do Norte, a fazer um ataque conjunto também com o bando de Jararaca.


Ao todo, o grupo de cangaceiros tinha cerca de 80 pessoas. Ao saber das notícias que corriam pelo sertão, o prefeito começou a se preparar para defender o município. "A cidade tinha pouco policiamento, cerca de 10 soldados, então o prefeito se juntou aos comerciantes para fazer uma cota e mandar comprar armas e munições em Fortaleza. Elas ficaram armazenadas na prefeitura para o possível ataque", conta Geraldo.


Uma semana antes do ataque, o grupo com dezenas de cangaceiros entrou no Rio Grande do Norte pela região de Luis Gomes, no Alto Oeste, e arrasou oito municípios por onde passou, até chegar, no dia 12 de junho, a São Sebastião, onde hoje é a cidade de Governador Dix-Sept Rosado. Ainda de acordo com os historiadores, o telégrafo ainda conseguiu enviar uma mensagem a Mossoró, avisando do ataque.


Ao longo do dia, a cidade foi sendo esvaziada, com famílias pegando trem para deixar Mossoró e um grupo de resistência com mais de uma centena de homens começou a se preparar para o ataque. Segundo os estudiosos, era final da tarde do dia 13 quando o bando começou a percorrer as ruas vazias e começou uma trocou tiros durante cerca de duas horas com os moradores resistentes.


O bando acabou fugindo, deixando para trás homens feridos, como o cangaceiro Jararaca, que foi preso, morreu e foi sepultado em Mossoró. O prefeito, que tinha a saúde fragilizada, morreu meses após o ataque.


https://g1.globo.com/rn/rio-grande-do-norte/noticia/2020/06/02/93-anos-depois-carta-que-representa-resistencia-de-mossoro-ao-bando-do-cangaceiro-lampiao-e-encontrada.ghtml


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