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quinta-feira, 5 de junho de 2025

SEU GALDINO, A ONÇA VERMELHA E O MEL. - Só como arquivo.

Por José Mendes Pereira

- Compadre Galdino, a sua novilha já pariu? – perguntou seu Leodoro sentado sobre uma cocheira no estábulo, enquanto fabricava um cigarro de fumo bravo.

- Ainda não, compadre. Ainda não. E eu não estou querendo soltá-la no pasto, quero acompanhar o seu parto de perto. E eu tenho medo que as onças comam o bezerro quando nascer. Ela está com um úbere que faz gosto de ver. E me parece que vai ser uma boa vaca leiteira.

- Foi à caça hoje, compadre Galdino?

- Fui. Mas não foi totalmente uma caça. Apenas eu sabia onde tinha uma colmeia de abelhas italianas, e como aqui em casa já estava quase sem mel, eu fui obrigado a ir tirá-la.

- Onde foi que o senhor encontrou esta colmeia?

- No Riacho do Pai Antonio – dizia seu Galdino apontando a direção.

- A colmeia estava gorda, compadre Galdino?

- Não tão gorda assim, pois eu esperava mais... Mas ainda me rendeu uma lata de mel, aliás, mel e cera.

- É, compadre, nesse período elas não estão tão gordas. Só quando chegar a primavera, período das flores e dos frutos.

- Mas compadre Leodoro, eu acho que Deus sempre me acompanha em minhas andanças.

- Sim senhor! – fez seu Leodoro.

- Assim que terminei o trabalho, isto é, da tirada do mel, eu não quis mais demorar pelas caatingas. Lá no Riacho do Pai Antonio, o senhor conhece muito bem aquele baixio..., eu estava na barreira, na parte alta, pelo lado de lá, tentando adquirir fôlego para enfrentar a viagem para casa. Fiz um cigarro, e quando o levei à boca para acendê-lo, fui surpreendido por uma onça vermelha.

- Uma onça vermelha, compadre, nessa mata?! – atalhou seu Leodoro se admirando.

- Sim senhor! Ela estava trepada em uma árvore, e se eu não tivesse levantado a vista, ela tinha me pegado e me estraçalhado de uma só abocanhada. Ela estava bem pertinho de mim, com os olhos aboticados me observando. De arma, eu só tinha meu facão. Tomei posição para enfrentá-la, mas tive medo, ela poderia tomar da minha mão o facão só com uma tapa. Mas veja o que passou por cima de mim...

- O que, compadre, passou diante do senhor? - interrompei Leodoro.

- Uma macaca, compadre. Uma macaca prego com um filhote sobre às costas. Ela vinha dependurada em um cipó. E quando se aproximou de mim, soltou o cipó, e com o impulso do seu próprio corpo, caiu do outro lado do riacho. Mas antes de soltar o cipó, eu ouvi uma voz que dizia assim: "- Salve-se, seu Galdino! Salve-se! Dependura-se no cipó e passe para o outro lado do córrego, se não a onça te come!"

- A macaca falou, compadre? – Quis duvidar seu Leodoro.

- Se não foi ela compadre, foi Deus! E eu que não sou besta, agarrei o cipó e me mandei dependurado nele, e só o soltei quando eu já estava do lado de cá com os pés em terra firme.

- Já vi, compadre Galdino, o senhor tem razão em dizer que Deus lhe protege. Acontecer desta macaca passar dependurada no cipó, e soltá-lo para o senhor se salvar das garras da onça. Só pode ser milagre. Não é isso mesmo, compadre?

- E a pois, compadre! – confirmou seu Galdino se gabando.

- Nesse momento que o senhor passou pro outro lado do riacho, perdeu o mel, mas ganhou a vida. - quis saber seu Leodoro,

- Quem lhe disse que eu perdi o mel, compadre Leodoro?

- O senhor voltou pro outro lado do riacho para apanhar o mel, diante da onça, que com certeza, ainda estava lá?

- Não senhor! O cipó que a macaca havia deixado para eu passar dependurado nele, pro outro lado do córrego, tinha um gancho no final da ponta dele, e no momento em que eu o agarrei, passei sobre a lata do mel, o gancho enganchou no arame da lata, e se mandamos nós dois juntos, isto é, eu e a lata do mel.

- O senhor é guiado por Deus mesmo! Ah, se eu tivesse essa mesma sorte que o senhor tem, compadre Galdino!

- Graças ao meu bom Deus, compadre Leodoro! Se não fosse aquela macaca de aparecer naquele momento, hoje eu seria um finado naquelas matas do Pai Antonio! Sim, senhor!!!

- Vou embora, compadre Galdino. A Gertrudes é muito medrosa e está só..., até mais tarde, compadre!

- Até, compadre Leodoro! Vai-te corno! Dizia seu Galdino consigo mesmo. A Gertrudes não tem medo de onça. Ela tem medo é de você, sua peste. Um homem ignorante que nem falar sabe direito!

Minhas Simples Histórias

Se você não gostou da minha historinha não diga a ninguém, deixa-me pegar outro.

Se você gosta de ler histórias sobre "Cangaço" clique no link abaixo:

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VAQUEIRO ZÉ DA LAVRA ESCAPA DA SURRA DO CANGACEIRO ÂNGELO ROQUE.

 Por Aderbal Nogueira

https://www.youtube.com/watch?v=trNeJb0hjwI&t=394s

Quer ajudar nosso canal? Nossa chave Pix é o e-mail: narotadocangaco@gmail.com O vaqueiro Zé da Lavra fala ao pesquisador João de Sousa Lima sobre o encontro com os cangaceiros do bando de Lampião e de como escapou da surra do cangaceiro Ângelo Roque, o Labareda. Link desse vídeo:    • Vaqueiro Zé da Lavra escapa da surra do ca...

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O TRÁGICO FIM DO CANGACEIRO ZEPELIM E A M°RT3 DO PAI DE JOÃO TORQUATO (O HOMEM QUE ALEIJOU CORISCO)

 Por Helton Araújo

https://www.youtube.com/watch?v=7RlNHs6AerE

Conheça o enredo da história que levou aos trágicos fins de Zepelim e do velho Torquato, pai do homem que aleijou Corisco.

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O CANGACEIRO CAIXA-DE-FÓSFORO | CNL | 1313.

Por O Cangaço na Literatura
https://www.youtube.com/watch?v=y7JGzFFia-s&t=5s

Livro sobre CORISCO e DADÁ https://www.swainstituto.com.br/loja/...

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A MORTE DE ZÉ DE JULIÃO, O CANGACEIRO CAJAZEIRA

Por Aderbal Nogueira
https://www.youtube.com/watch?v=mB_ThoE_sx8 

Quer ajudar nosso canal? Nossa chave Pix é o e-mail: narotadocangaco@gmail.com 9º vídeo da série Rota do Cangaço - Poço Redondo, onde o pesquisador Manoel Belarmino fala sobre o cangaço em Poço Redondo e também sobre o filho da terra Zé de Julião, o cangaceiro Cajazeira. Ilustrações: Matheus Almeida Cordeiro Violão: Beto Sousa Link desse vídeo:    • A morte de Zé de Julião, o cangaceiro Caja...  

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ZÉ DE JULIÃO APARECE EM POÇO REDONDO E A DOLOROSA NOTÍCIA

  Por José Mendes Pereira

O cangaceiro Zé de Julião

O escritor e pesquisador do cangaço Alcino Alves Costa, diz em seu trabalho sobre o cangaceiro Zé de Julião que ele estava nas redondezas de Poço Redondo, no Estado de Sergipe. Uns falavam pelos cantos da boca, que a sua visita, nada mais era do que deixar os seus inimigos, todos intranquilos, ou ainda para receber uma boa quantia do Artur, ainda despesas gastas no pleito que foi realizado em Poço Redondo. 

Fonte - Youtube

Outros diziam que não, era apenas uma visita à sua querida e amada terra. Na lei orgânica do município, não existia nada que proibia um filho de lá, passear pelas ruas da sua terra. Mas as suas aparições seriam que o ex-bandido estava se tornando muito famoso e perigoso? E por isso, enviaram-no de volta a Poço Redondo, na companhia de Eron, um afamado e perigoso pistoleiro, para que este o matasse e todos se livrassem do incômodo chamado Zé de Julião? Essas e outras eram as perguntas que todos faziam caladamente em suas mentes.

O cangaceiro Zé de Julião.

As conversas continuavam se alastrando por todo Poço Redondo, que Zé de Julião, um verdadeiro cangaceiro dos tempos de Lampião, estava nas terras do município. As fofocas continuavam. Zé de Julião fora ou não, visto pelos arredores de Poço Redondo? Era verdade ou não que diziam sobre sua misteriosa presença no município?                                                    

No sábado, dia 18 de fevereiro de 1961, Artur e Elieser chegaram a Poço Redondo.  Artur chegou à cidade, vindo de sua fazenda no povoado Bonsucesso. Veio intencionalmente fazer a feira, esta seria feita no domingo, e se hospedou na casa da filha Parceirinha. Sem que ninguém compreendesse o porquê, no dia 19, um domingo, Artur, antes de o sol apontar, os moradores das vizinhanças que iam para a feira, na estrada Poço Redondo-Curralinho, encontraram Artur e o prefeito Eliezer, e conversavam um assunto que talvez, de muito interessante para ambos. Diz Alcino que essa caminhada, apenas os dois, quando todos sabiam dos boatos existentes sobre a possível presença de Zé de Julião no município. 

Com o calor forte do sol, que esquentava o sertão, os dois retornaram. Artur não mandou ninguém, e ele mesmo foi ao mercado fazer suas compras, inclusive, carne, e lá por bobagem, disse a todos que iria voltar à fazenda, precisava estar lá, ou fazendo com que todos escutassem as suas palavras, talvez na tentativa de forjar algo. Como você leitor, vem acompanhando bem a história, Artur chegou de Bonsucesso montado em seu famoso cavalo, um animal que causava inveja aos fazendeiros, sendo este considerado o melhor da região. 

Só como ilustração

E em companhia do Artur, esta não podia faltar, dona Laura, na garupa de seu esquipador. O mais incrível e suspeito, foi que Artur deixou o seu cavalo e retornou para a fazenda montado em um cansado e velho burro, tendo ele conhecimento da presença de Zé de Julião na área. Como também a população se admirou de Artur ter deixado a sua esposa em Poço Redondo, tendo ele retornado sozinho para sua morada.                                                                           

Nesse dia, era um domingo e de muito verão. Um sol bruto já esquentava fortemente os campos. Artur viaja rompendo as pesadas areias quentes do caminho de sua fazenda denominada Bastiana. A estrada era estreita, tinha aparência de vereda, com ligeiras curvas, e sem pressa, o burro caminhava em direção à fazenda. Em uma das várias curvas, sem menos esperar, um homem sai na estrada e ligeiramente não deixou mais o burro continuar seus passos. Apavorado com o que estava vendo em sua frente, Artur conheceu a figura do Zé de Julião. Desesperado, deu um grito assustador:                                                                                        

- Valei-me, Nossa Senhora, mãe de Jesus!

Zé de Julião tentou agarrar as rédeas do burro. O animal espantando-se, não esperou por mais nada, e fez carreira na estreita estrada.  Artur como sempre fora um bom cavaleiro, sentindo o perigo, deitou-se sobre a sela e tentou fugir dali o rápido possível. Os tiros sugiram e o burro que não era besta, correu mais ainda. Um tiro maior do que os primeiros foram disparados. Em seguida, um silêncio foi feito e foi aí que Artur percebeu que estava totalmente vivo e sã. Em vez de seguir a viagem para a Fazenda, voltou para Poço Redondo.

Ao chegar lá, com a roupa toda suja de sangue, comunicou aos policiais. O comandante reuniu os soldados, formou uma volante e para o local se dirigiram levando mais um rastejador. Em uma das curvas da vereda, encontraram três tocaias. Um rastejador seguiu as pegadas ali existentes, e ao passar por cima de umas pedras, avistou um corpo caído do outro lado. Os militares invadiram o local e reconheceram de imediato, que aquele corpo ali estendido, era na verdade o do famoso Zé de Julião. Havia morrido de papo para cima e os óculos permaneciam nos olhos.                            

Diz Alcino que, no sábado, por volta de nove horas da noite, Zé de Julião e seus dois companheiros, haviam tomado banho no tanque da fazenda Queimada Grande. Como era uma noite enluarada, várias pessoas da fazenda observavam, mesmo com a grande distância, deu para elas verem que eram cangaceiros que àquelas horas se banhavam no açude da fazenda.                                                                            

Um senhor chamado José Vitor, que era o vaqueiro desta fazenda chamada Barra da Onça, disse que justamente por àquelas horas, Zé de Julião o chamou pedindo-lhe fósforo, dizendo que ia para a Fazenda Bastiana do senhor Artur.               

Para desconfiança de muitos, que na verdade não poderia ter sido outro plano, e sim, plano dos senhores: Artur e Zé Vitor que possivelmente tramaram a morte de Zé de Julião. Depois da morte do afamado cangaceiro, e já tendo acontecido os depoimentos, Zé Vitor que era um aliado de Zé de Julião, e que antes era um pequeno vaqueiro, deixou a vaqueirice e comprou uma pequena fazenda bem próxima da cidade. O que você acha leitor? Foram eles ou não, os culpados da morte de Zé de Julião?                                                                        

Ainda diz Alcino Alves, em seu texto, que uma versão de uma pessoa (Alcino não revela o nome da pessoa em seu texto), que Zé de Julião, estava acoitado em um lugar bem perto da Queimada Grande, chamado Umbuzeiro de Fora.  No sábado à noite, ele havia recebido a visita do amigo Zé de Pastora, este comprara algumas encomendas para Zé de Julião, em Pão de Açúcar: Foram as compras: Um par de alpercatas, fumo e um vidro de pílula Rossi. Lá eles conversaram até altas horas da noite com o amigo Zé de Pastora. Quando este foi embora, não viajou quinhentos metros, escutou uns tiros no coito e um medonho grito. Correu não passou nem em sua fazenda, foi direto para a beira do rio, fugindo, amedrontado, para a proteção de Elísio Maia, em Pão de açúcar.  

Zé de Julião foi encontrado morto e no local, apesar do ferimento, em cima do peito e rompendo as costas, no chão, não existia uma gota de sangue, apenas uma leve umidade, mesmo sendo um terreno de areia, que as gotas de sangue não sumiriam. Estas observações que foram feitas, dúvidas e mais dúvidas ficaram sobre a sua morte.

Artur chegou a Poço Redondo, com a roupa toda ensopada de sangue, e aparentemente seria necessária de uma cirurgia urgente. Mas feita as verificações, Artur não tinha nada que levasse a uma enfermaria, mas apenas um de seus dedos, pelo lado interno, tinha sofrido um pequeno ferimento na unha.    

Mas ali, as pessoas presentes, notaram logo que se tratava de uma verdadeira trama, já que Artur não teve nenhum ferimento que fosse necessário uma cirurgia.  Diziam os especialistas que, uma bala nunca poderia atingir aquele local sem ferir outras partes do corpo, porque as mãos e os dedos de Artur estavam amparados por todo o seu corpo. E ainda, uma vez que ele estava montado no burro, deitado na sela, como ele mesmo havia declarado as autoridades, e ainda as mãos segurando as rédeas do animal. Estas eram as perguntas que circulavam no meio de Poço Redondo: Como seria possível uma bala procurar desviar-se do resto do corpo e ir alcançar um dos dedos que estava protegido pelo seu próprio corpo?                               

Ao anoitecer, depois de uma grande caminhada e dificultada pelo enorme peso do cangaceiro, os soldados chegaram a Poço Redondo com o morto enrolado em uma velha rede. O pranto e a dor dos de Poço Redondo foi sem igual, apesar de facínora, mesmo os seus adversários não lhe desejavam uma cruel morte. O Zé de Julião estava morto.  Foi para o outro mundo além, o além que nunca mais retornaria aos convívios de Poço Redondo, deixando as festas, as cachaças, as amadas mulheres, os amados filhos, deixando no mato de sua espinhosa caminhada através dos tempos, a terrível luta que por toda sua vida enfrentou contra os projetos do destino. De nada valeu e nem de nada aproveitou. Sempre havia imaginado de um dia tentar apagar a sua nódoa de cangaceiro, mas isso era impossível. Quem já havia sido, continuaria sendo. Que mal fez em um dia entrar naquele mundo de morte e desgraças a toda hora, só pelo prazer de satisfazer vontade de Lampião.

Como Zé de Julião, apesar de ser um perigoso cangaceiro, lá em Poço Redondo, ele havia feito muitos benefícios em prol dos moradores. E ele não esperava que um dia a sociedade o perdoasse. Diz Alcindo que a odisseia de Zé de Julião jamais poderá ser esquecida e servirá de exemplo para todos aqueles que se aventure pelos caminhos perigosos.    

Zé de Julião pagou com a vida e foi arrasado neste grande mundo, que para ele era apenas um pequeno fragmento de poesias, quando queria abraçar o imenso mundão, como se tudo fosse dele. Depois de tantos sofrimentos, lutas ferozes, batalhas destruidoras, correrias nas caatingas, livrando-se dos policiais do governo, e de ter sido cangaceiro e considerado um fora da lei, recebeu como presente uma bala no corpo, começando pelo peito e saindo nas costas sofridas do sol e da poeira.                

Confirma Alcino, que hoje o nome apenas existe, mas é totalmente esquecido e abandonado. A poeira dos desenganos fê-lo de um homem qualquer, sem nenhuma influência aos que vivem, e do tempo a tudo apagou e condenou ao esquecimento o homem que com coragem e obstinação enfrentou a poderosa e invencível força do destino, sabendo-se de antemão, ser a parte fraca que inevitavelmente sairia perdendo.

Hoje já não se conhece o Zé de Julião, apenas uma vaga lembrança passa pelos mais velhos que ainda restam, e que o dia 19 de fevereiro é uma data como qualquer outra.

Conta Alcino que Zé de Julião está num escondido e canto triste e solitário do pequeno cemitério da cidade de Poço Redondo.  Foi enterrado numa humilde cova que talvez já nem exista mais, lá os seus restos mortais do bravo e injustiçado Zé de Julião. Seus patrícios já nem visitam a sua cova, já não se lembram do amigo e irmão que sempre sobre ser leal e sincero para com todos. O passar dos anos apagou a imagem sincera e honesta do grande filho de Poço Redondo. Nos dias em que se completam anos de sua morte, o velho sino da igreja já não retine os seus pesarosos e saudosos ecos.

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