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quarta-feira, 24 de setembro de 2014

O RELEVO BRASILEIRO

Por Clerisvaldo B. Chagas, 24 de setembro de 2014. - Crônica Nº 1.266

Podemos dizer que relevo é o conjunto das diferentes formas que compõem a superfície terrestre.

Como principais formas de relevo terrestre têm montanhas, planaltos, planícies e depressões.

Santana do Ipanema e seu relevo diferenciado.

As montanhas aparecem como as formas de maior altitude do relevo.  Encontramos cidades, povoados e aldeias situadas em lugares bastante elevados, tanto dentro como fora do nosso país.

Os planaltos são planos altos, irregulares, desgastados pela ação de agentes externos. Eles podem ser formados por chapadas (plano alto com descidas abruptas em forma de mesas) ou compostas por formações arredondas a que chamamos morros e, mesmo serras com seus característicos desníveis.

As planícies são áreas de terras mais ou menos planas e geralmente são formadas pelos sedimentos trazidos dos lugares mais elevados. Em alguns lugares as planícies podem receber nomes locais como em Alagoas, cuja planície costeira é chamada de tabuleiro.

Quanto às depressões elas são planas ou levemente onduladas. Estão localizadas em terrenos mais baixos do que as terras que a circundam. Em alguns lugares do Nordeste, onde a vegetação de cobertura é caatinga, são chamadas de raso de caatinga.

Todos os tipos de relevo são habitáveis pelas mais diferentes circunstâncias populacionais.

Modernamente o homem vai utilizando essas diversas formações para a área econômica do turismo aventura, de trilha e ecológico.

O lugar, por mais difícil que seja, basta o homem descobrir a sua serventia e atrair outros homens como fluxo econômico. Alagoas é pródigo em lugares os mais diferentes do relevo, onde as belas paisagens aguardam infinitamente pelos empreendimentos sem chaminés dos seus ilustres filhos. Uma lista completa, do sertão extremo ao litoral, por certo não caberia em apenas uma crônica.



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O ADEUS

Por Rangel Alves da Costa*

Os olhos semicerrados, a face já sem vida, ofegante, na pele a névoa da morte. Não havia mais qualquer força. Arfava somente em resposta ao último sopro de vida. E então, num gesto de expressão misteriosa, devagarzinho foi movendo um braço.

Moveu o braço e estendeu a mão na direção de quem estivesse ali para recebê-la. Talvez soubesse, pela voz ou pela simples presença, quem estava ali ao lado, rente a cama, quase se debruçando sobre o leito.

A mão estendida logo foi recebida e amparada pela outra mão. A mão fria que se entrelaçara logo deu sinais de alguma réstia de existência. Ao ser afagada e acariciada, correspondeu com um leve aperto. E inexplicavelmente foi apertando ainda mais a outra mão.

Era a forma de dizer que dizer que estava ali, que ainda estava presente. Mas também um gesto que expressava as palavras que não mais sairiam da boca. Um esforçado aperto que tencionava não só falar, mas talvez também abraçar, dizer que apenas o destino da vida naquele momento.

Nos olhos sem vida, as pálpebras movendo-se lentamente. Talvez quisesse abri-los, olhar pela última vez aquela paisagem ao redor. E que triste cenário. Sem a força da luz não conseguiria avistar o terrível sofrimento, a dor impiedosa, a indescritível aflição na face de cada um. E todos ali que eram tanto seus.

Um pingo de lágrima irrompeu num canto de olho. A boca estremecia forçando uma palavra, mas nada conseguia falar. Apenas a mão procurava apertar cada vez mais a outra mão. Seria a mão da filha, do filho, do esposo, de um neto? Não importa, eis que todos ali com um só nome: aflição.


E a lágrima jorrou um pouquinho mais. Houve um tempo de paz, saúde e felicidade familiar. A perfeição da vida, ainda que os desencontros e angústias também fossem cotidianos naquele lar. Mas tudo dentro da normalidade da existência, cujo prazer maior era mesmo a certeza da família.

Houve um tempo em que aquela mesma mão que agora dava o último aperto preparava o bolo, o doce, as iguarias tão apreciadas pelos seus. Mão abrindo a janela para o sol da manhã, levantando a roupa no varal, passando o espanador sobre os retratos na estante, chamando para o abraço.

Um tempo diferente, muito diferente daquele instante de terrível sofrimento. A casa sempre arrumada esperando a chegada de um e de outro, a cadeira de balanço sendo levada até o lado da janela para o tricô nos momentos de folga, o pequeno jardim sendo cuidado como criança nova.

Uma presença de fé incontida, se ajoelhando diante do oratório, fazendo preces, conversando com Deus, santos e anjos, mirando a luz da vela como se quisesse encontrar a face maior. Deus estava mesmo no seu coração, e assim sempre permaneceu, e muito mais presente assim que a saúde começou a fragilizar.

Não era fraqueza de idade, não era doença pela fragilidade do corpo. Primeiro remédio caseiro, depois o médico e os remédios de farmácia, e nada de melhorar. A vivacidade deu lugar à tristeza, a feição tão alegre se transformou num mármore melancólico. Parecia dez anos mais velha, parecia não ter mais tempo para viver.

Implorou para que não fosse entregue a um leito frio de hospital. Desejava partir entre os seus, no mesmo lar de uma vida inteira. Passava o maior tempo amargando o sofrimento em cima da cama, mas a família insistia em colocá-la numa cadeira de rodas e deixar que o sol da manhã aquecesse seu corpo. Ela gostava, mas ficava ainda mais triste.

Mas desde a manhã anterior que pediu para não mais sair do seu quarto. A família logo pressentiu o pior. E logo todos acorreram à sua presença. E naquela manhã quase nem respirava mais. E ao anoitecer só teve forças para estender o braço, segurar a mão e apertar.

Apertou ainda mais numa força desconhecida naquela situação. Depois repentinamente abriu os olhos e soltou a mão. A mão estendida foi juntada à outra e levada ao peito. Os olhos foram fechados. Mas a lágrima permanecia ali.

E ali permaneceu, eis que a morte também chora.

Poeta e cronista
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Bandoleira do Mosquetão do cangaceiro Cajueiro


Bandoleira do Mosquetão do cangaceiro Cajueiro (preso na época), ornada com moedas de Prata e Botões de Madrepérola. Foi oferecida a "O CRUZEIRO" pelo Tentente João Miguel da Silva, chefe dos Serviços-Rádio da campanha contra o cangaço. 

O CRUZEIRO, 19 de Março de 1932

Fonte: facebook
Página: Robério Santos

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Livros do Vilela


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A CANGACEIRA DADÁ E O SENHOR ALCIDES, EM SEU SEGUNDO CASAMENTO

Foto extraída do facebook, página do pesquisador Virgulino Ferreira DA Silva

A cangaceira Dadá era casada com Cristino Gomes da Silva Cleto, o cangaceiro Corisco, um dos maiores facínoras da empresa de cangaceiros lampiônica & Cia, do afamado capitão Lampião, mas  após a sua morte, no dia 25 de Maio de 1940, Dadá fez um segundo matrimônio, e desta vez foi com o Alcides, e segundo informações que tenho, é que ele era pintor de casas. 

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RECADO DE LAMPIÃO PARA O TENENTE MANÉ NETO


“Diga ao tenente Mané Neto que eu estou esperando ele na fazenda Favela, pra nós brigar. aqui não me oferece vantagem pra luta. Diga a ele que amunte na mãe dele que é uma velha corredeira, me alcança logo".

Lampião deixou esse recado em uma fazenda próxima a fazenda Favela, no município de Floresta, no Estado de Pernambuco.

Tenente Mané Neto

O recado era para o tenente Mané Neto, que se dirigia com grande força para àquela fazenda, no dia 26 de Novembro de 1926.

Fonte: facebook

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Vingança Não !

Por:Francisco Frassales Cartaxo
O cangaceiro Chico Pereira

Em crônica anterior, falei do padre Francisco Pereira Nóbrega e hoje escrevo sobre o livro “Vingança, não - Depoimento sobre Chico Pereira e cangaceiros do Nordeste”. Não se trata de livro de história nem de memória. Tampouco é romance ou novela, embora o autor tenha lançado mão de recursos ficcionais, a exemplo de recriação de monólogos para imprimir lógica ao fluxo narrativo e torná-lo verossímil.

O foco do livro é conhecido.  Chico Pereira entra no crime para vingar a morte do pai, João Pereira, comerciante, proprietário rural e político em Sousa, com atuação no distrito de Nazaré e em São Gonçalo.  O filho prendeu e entregou à polícia o executor da morte do pai, mas com pouco tempo o viu impune, andando livre pelas ruas, em feiras e festas. Um acinte. Depois de muita tocaia, “Zé Dias foi achado morto no meio da estrada. Estendido no chão. Só ele e a morte. E ninguém mais por testemunha”, escreve padre Pereira.

Francisco Frassales Cartaxo

A partir daí, desencadeia-se o processo de formação de bando de cangaceiros. Chico Pereira planeja assaltar Sousa, ajudado por Lampião, que manda dois irmãos, Antonio e Livino Ferreira, dividir o comando das operações. Em 27 de julho de 1924, à frente de 84 homens, o grupo invade Sousa. Houve saques, cenas de humilhação do juiz de direito e outros fatos narrados com sutileza para não reabrir feridas, penso. O livro repassa, também, episódios que envolvem padre Cícero Romão Batista, políticos paraibanos e o advogado Café Filho; fugas, esconderijos, a morte vestida de cobra venenosa; o descumprimento de acordos com autoridades, a prisão sem resistência em Cajazeiras, em plena Festa da Padroeira, e levado para a cadeia de Pombal. A viagem para a morte na estrada de Currais Novos, nas mãos da polícia, na madrugada de 28 de outubro de 1928. Tudo isso Francisco Pereira Nóbrega narra em 20 capítulos, afora nota explicativa, uma foto e um croquis das andanças do pai em terras da Paraíba, Ceará, Pernambuco e Rio Grande do Norte.

Quarenta e cinco anos depois de publicada, a obra virou peça de teatro e já poderia ter-se tornado filme. É livro perene, um depoimento original, nascido de dentro para fora. Explico. Centenas de livros versam acerca do cangaço, escritos por sociólogos, memorialistas, historiadores, jornalistas, enfim, estudiosos, mas poucos existem como “Vingança, não”. O autor não vivenciou a maioria dos fatos narrados. Ouviu-os da boca de parentes e amigos. Cresceu a escutar as versões familiares. Não se contentou com isso, porém, e durante dois anos checou datas, nomes, lugares e episódios em consultas a processos judiciais, testemunhas e jornais da época.

 
Local da morte de Chico Pereira

O livro encerra aspectos relevantes para as pesquisas históricas, sociológicas e políticas da fase final da República Velha, auge do coronelismo, o intricado sistema de relações de poder que nascia no interior dos municípios, propagava-se pelas capitais dos estados e chegava ao centro das decisões políticas e administrativas do País. Essa teia de relações de poder aparece despida no livro, envolta em simplicidade narrativa de fazer inveja. Como se forma um bando de facínoras? Lá está, passo a passo, sob o influxo das injunções políticas interferindo nas atividades comerciais, envolvendo o judiciário, o aparelho policial, as autoridades do executivo estadual, numa promiscuidade que era a própria essência do poder na Primeira República. 

Nem a religião escapava dessa urdidura. O autor descreve a esperança que era ir a Juazeiro em busca das benções do padre Cícero. Pereira Nóbrega produz uma síntese quase perfeita do messianismo e a exploração política que o cerca, ao referir-se ao mandachuva, deputado Floro Bartolomeu: “Sem ser beato nem cangaceiro, será o ângulo onde se encontram ambos. Sobre essa dupla força se firmará para atingir alturas que jamais suspeitou.” Para quem nada era e nada tinha, isso foi tudo. Enfeite de ficcionista? Que nada, realidade pura.

Floro Bartolomeu e Padre Cícero

Tudo isso está escrito com singeleza, sem rebuscadas técnicas literárias, de permeio com o desenrolar de laço amoroso nascido entre “manso e pacato contratante de cal” e uma menina-moça de 12 anos, órfã de pai, assassinado, que casa por procuração aos 14, e enviúva aos 17 anos, com a herança de três filhos e o estigma de mulher de cangaceiro. “Vingança, não” transpira amor em meio à tragédia sertaneja. 

Esta crônica, publicada no jornal Gazeta do Alto Piranhas, Cajazeiras, nº 325, de 04 a 10/03/2005, foi revisada e ampliada para divulgação nowww.cariricangaco.com

P S – Francisco Pereira Nóbrega deixou a batina, casou-se, teve filhos. Fez-se professor, escritor, cronista. Afastou-se do ministério, mas continuou a obra de evangelização. Sua última missão foi dedicar-se ao Catecumenato. Morreu em João Pessoa, em 22 de janeiro de 2007.

Francisco Frassales Cartaxo
Recife - Pernambuco

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Quem não tinha aptidão para o cangaço, fugia na primeira oportunidade


Na época do cangaço, era comum os cangaceiros chegarem em uma fazenda ou vila, e obrigar a um morador da região, os acompanhar para servir de guia. Muito destes guias, com medo de represália da polícia, permaneciam no bando. Sempre eram usados para servirem de menino de recado e outros serviços domésticos.

Fotos do acervo do pesquisador do cangaço Geraldo Júnior‎ O Cangaço - o cangaceiro que está assinalado com uma seta não foi reconhecido.

Embora se vestissem como cangaceiros, não tinham aptidão para aquela vida, quando aparecia uma oportunidade de fuga, não pensavam duas vezes: ganhavam o oco do mundo. Só vejo esta explicação para tantos anônimos no cangaço. 

Adendo - http://blogdomendesemendes.blogspot.com

Acho que o pesquisador do cangaço Chagas Nascimento quis dizer o seguinte: Algumas fotos de cangaceiros serão difíceis as identificações dos indivíduos, vez que muitos deles não ficaram conhecidos, apenas acompanhavam o bando obrigados. Quando entravam para o bando, tinham que obedecer as normas, e muitos que fizeram parte do cangaço, não foi por paixão pelo o movimento, e sim apenas para se livrarem da polícia, que ela acreditava na possibilidade de serem coiteiros dos cangaceiros.

Fonte: facebook
Página: Geraldo Júnior

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LUIZ MOTA; O CIDADÃO, PADRE E PREFEITO

Por Tomislav R. Femenick
O escritor Vingt-un Rosado Maia e o jornalista Tomislav R. Femenick

Publicado no jornal "O Mossoroense". Mossoró, no dia 27 de Agosto de 2006. E no "O Jornal de Hoje". Natal, no dia 24 de Setembro de 2007.

Padre Mota

O Padre Mota foi uma das figuras mais emblemáticas da história de Mossoró, do Oeste e do Rio Grande do Norte. Emblemático por suas qualidades: determinação, seriedade, honradez, humildade, probidade, coragem, obediência e grande senso de humor. Determinação, quando resolveu ser padre e se ordenar pelo Colégio Pio Latino-Americano de Roma e, para isso, aprendeu latim em somente dois meses. Determinação, ainda, quando tomou a peito a fundação da Diocese de Mossoró. Honradez, por não aceitar o convite do interventor do Estado para continuar à frente da Prefeitura de sua cidade, quando seu mandato, conquistado nas eleições de 1936, foi cassado pelo Estado Novo. Humildade, quando aceitou continuar prefeito, a pedido de seus amigos e do então Bispo de Mossoró, Dom Jaime de Barros Câmara. 

Dom Jaime Câmara

Probidade, porque sempre soube defender os bens públicos sem deixar manchar, macular ou infamar as suas mãos com o dinheiro do povo. Coragem, ao enfrentar as hordas de Lampião, participando de uma das trincheiras montadas para defender a cidade. 


Obediência, por renunciar ao cargo de Prefeito, atendendo a um pedido do seu Bispo. Senso de humor, porque sabia que “Deus não é triste”.

Lampião e o cangaceiro Juriti

Entretanto, a história dessa grande figura humana, desse grande potiguar, tem sido negligenciada. Poucas, muito poucas mesmo, têm sido as homenagens que sua terra fez em sua memória. Nenhuma delas – o nome de uma via pública em Mossoró, sem destaque, ou uma escola pública, sem nenhuma ligação com a sua biografia – reflete a grandeza e a importância que esse homem teve para a construção da identidade mossoroense. A verdade é que até conspurcaram sua memória. O belo espetáculo público “Chuva de bala no país de Mossoró” tem uma mancha: transformou o Padre Mota em uma figura caricata, grosseira, desbocada e até pornográfica. O Padre corajoso que, de arma em punho, defendeu os mossoroenses é apresentado como um personagem picaresco, burlesco, cômico e ridículo.

Capa do livro "Padre Mota"

Incentivado pelos familiares do Monsenhor Mota é que tomei a sério a tarefa de escrever a sua biografia. Se por um lado foi fácil contar a história do Padre, do homem público e do cidadão Luiz Ferreira Cunha da Mota; por outro, a minha grande dificuldade foi me abster da condição de seu sobrinho. Dificuldade porque convivi intensa e duradouramente com ele.

Com nove ou dez anos, mexendo e remexendo nos seus livros, li as primeiras poesias. O contato causou-me espanto. Afinal, que linguagem era aquela, cheia de rodeios, usando palavras incomuns e complicadas, com uma sonoridade e um ritmo diferentes? Umas falavam sobre o amor e coisas belas; outras sobre a dor e o desespero e outras mais sobre fatos e feitos gloriosos. “Marilia de Dirceu”, de Tomás Antonio Gonzaga, “Eu e outras poesias”, de Augusto dos Anjos, e os “Lusíadas”, de Luís de Camões, abriram-me as portas desse mundo misterioso e envolvente que é a literatura. Foi o Padre Mota quem me explicou a estranheza e a maravilha daquela forma peculiar de escrever; quem chamou a minha atenção para o fato de que somente há poesia, se houver emoções e não apenas fatos, ações e pessoas a serem objeto da escrita. Se fechar os olhos, ainda serei capaz de ver aquele homem gordo, sentado em sua cadeira de balanço, fumando seu charuto, suando as bicas e ensinando-me o que é poesia. Mostrou-me os clássicos, alguns poetas brasileiros, franceses e ingleses, os estilos barroco, romântico e moderno. Mas não se esqueceu de me chamar à atenção para a poesia popular, a dos cantadores de cordéis.

Raimundo Soares de Souza

Já adulto, secretário da Prefeitura, na gestão de Raimundo Soares de Souza, muitas vezes levei, a pedido do prefeito, esboços de projetos de Lei, de Decretos ou de planos administrativos para que o Padre Mota, com a sua longa experiência, desse a sua opinião sobre aqueles assuntos de uma administração que não era sua, mas de um dos seus grandes amigos. Doente, com a vista fraca e um olho atacado pelo glaucoma, o Padre Mota, usando uma forte lupa, lia tudo e fazia suas sugestões com letras pouco estáveis, já indicando o seu frágil estado de saúde.

Por isso e pela carga de sentimentos, que me atinge quando rememoro sua figura, é que resolvi escrever esse livro de forma impessoal, procurando excluir da sua história qualquer emoção advinda da minha condição de seu sobrinho e seu amigo. Procurei, em todo o texto, ser o historiador impessoal. Se em algumas passagens não o consegui, aqui me desculpo com a humildade que com ele aprendi.

Leia também:

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LAMPIÃO E A CIGANA ADIVINHADORA DE PARICONHAS

Participação de José Mendes Pereira

Amigos leitores:

Esta ideia não é minha, apenas aumentei alguns itens. Lamento não ter a fonte do verdadeiro criador destes itens. E se aparecer quem os criou, que me envie seu nome através do e-mail que se encontra no blog do Mendes e Mendes, para que eu registre o seu nome como proprietário do artigo. Não é a minha intenção de me apossar dos trabalhos alheios.

Virgolino Ferreira da Silva quando era honesto

Diz que Lampião quando jovem, ainda honesto e trabalhador, conheceu uma cigana bonita e sorridente, na feira de Pariconhas. Lampião querendo saber o seu futuro deu-lhe a mão para ser lida.

A cigana o advertiu dizendo “- Tenha cuidado com o número SETE. Ele vai ser a sua perdição”.

Se Lampião tivesse confiado nas palavras da cigana de Pariconhas, teria notado que o número sete tinha muito a ver com a sua vida.

01 – LAMPIÃO, CAPITÃO BANDIDO ASSECLA E CANGAÇO, todas estas palavras possuem sete letras.

02 – Lampião trabalhava como almocreve do coronel Delmiro Augusto Gouveia, que possuía o nome da patente, CORONEL, sete letras, DELMIRO, sete letras, AUGUSTO, sete letras e o pré-nome, GOUVEIA, com sete letras.

03 – Delmiro foi morto a tiros, no dia 10 de outubro de 1917 em Alagoas que tem 7 letras. Lampião também foi morto com tiros em Sergipe, também com sete letras.

04 – Também foi de 21 o número de anos de diferença entre as mortes de Delmiro Gouveia e Lampião. Múltiplo de sete.

05 – Lampião foi dedurado pelo coiteiro de nome Pedro de CÃNDIDO, também com sete letras.

06 - O outro coiteiro que o traiu, João Almeida, ALMEIDA também tem sete letras.

07 – O coiteiro Domingos Ventura, que Corisco responsabilizou como o dedurador de Lampião à volante de policial, seu sobrenome, VENTURA, também tem sete letras.

08 – JULHO, mês que ele foi assassinado, representa o sétimo mês do ano.

09 – O dia da sua morte, VINTE E OITO, é múltiplo de sete.

10 – Ano de sua morte, 1938, tem quatro algarismos, que somados, totalizam 21, que é múltiplo de sete.

11 – Maria Sulena da Purificação, e José Ferreira da Silva, mãe e pai de Lampião, foram mortos no Estado de ALAGOAS, que também tem sete letras.

12 – Lampião foi morto no Estado de SERGIPE, que também tem sete letras.

13 – No dia 28 de julho de 1938, Lampião foi morto pela volante de policial, João Bezerra, BEZERRA, também tem sete letras.

14 – MOSSORÓ no Rio Grande do Norte também tem sete letras, e foi invadida por Lampião às 17 horas da tarde de 13 de Junho de l927. A cidade estava em festa, promovida pelo o clube de futebol Humaitá. FUTEBOL e HUMAYTÁ, ambos, têm sete letras.

15 – Também tem sete letras o nome do coronel RODOLFO, prefeito de Mossoró, que organizou a resistência contra o cangaceiro.

16 - Lampião conheceu Maria Bonita no interior da Bahia, em Santa BRÍGIDA, que também tem sete letras.

17 – A metralhadora que exterminou a vida de Lampião, era da marca HOT-KISS, que também tem sete letras.

18 – Lampião entrou para o cangaço e seu primeiro e único patrão, foi o Sinhô PEREIRA, que também tem sete letras.

19 – CORISCO, um dos cangaceiros de maior confiança e amigo fiel de Lampião, tem sete letras.

20 – ABRAHÃO era um libanês que vivia em Juazeiro, ajudando o padre Cícero. Foi ele quem pela primeira vez, conseguiu a permissão de Lampião para fotografar o bando, em 1935. Abrahão é o sétimo patriarca da Bíblia, e também tem sete letras.

21 – O coronel Joaquim Resende, que antes não tinha o mínimo respeito por Lampião, sua patente, CORONEL, tem sete letras; seu nome, JOAQUIM, tem sete letras, e seu sobrenome, RESENDE, também tem sete letras.

22 – Os seus dois professores, SORIANO E JUSTINO, ambos, os seus nomes tem sete letras.

23 – O homem que comunicou ao prefeito Rodolfo Fernandes a sua invasão a Mossoró, Antonio Pereira Lima, o nome ANTONIO e sobrenome PEREIRA, tem sete letras.

24 – Os seus antecessores do cangaço, JESUÍNO, SILVINO E PEREIRA, também têm sete letras.

25 – O padre que o batizou, QUINCAS, também tem sete letras.

26– José Leite de Santana, o Jararaca, um dos seus melhores bandidos, Lampião o perdeu em Mossoró, e seu sobrenome SANTANA, também tem sete letras.

27 - O nome do seu cão tinha 7 letras - "Guarani".

28 - Lampião era da Serra Talhada - Talhada tem 7 letras.

29 - Na cidade de Uiraúna, Lampião perdeu dois asseclas em um combate, também tem sete letras.

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