Por José Tavares de Araujo
CARTÓRIO “CEL.
JOÃO QUEIROGA”
Cel. José Fernandes, 529 – Centro
CNPJ 09.205.816/0001-26
EU, FRANCISCO
NOBREGA QUEIROGA, Tabelião e Oficial do Registro de Imóveis desta Comarca de
Pombal, Estado da Paraíba, na forma da lei, etc…
CERTIFICO que a requerimento verbal de pessoa interessada e para que produza os
seus jurídicos e legais efeitos de que revendo os livros de Notas a cargos
deste Cartório deles constam no Ano de 1894 – fls. 33 – O Testamento Público
que é do teor seguinte: “Testamento publico feito pelo cidadão José Tavares de
Araujo, como abaixo se declara. Saibam quantos este publico testamento virem
que no anno do Nascimento de Nosso Senhor Jesus Christo de mil oitocentos e
noventa e quatro, aos dez dias do mez de Maio do dito anno, nesta cidade de
Pombal, Estado da Parahyba do Norte em caza de residência do mesmo cidadão José
Tavares de Araujo, a rua dos Prazeres, antiga do commercio desta mesma cidade
de Pombal, onde eu José Gonçalo Trigueiro da Costa Tabelião Publico a chamado
vim; sendo ahi presente o dito José Tavares de Araujo, pessoa de mim conhecida
pelo próprio do que dou fé; e, achando-se doente mas em seu perfeito juízo e no
gozo perfeito de suas faculdades intelectuais, segundo o meu parecer e oppinião
unânimes das testemunhas prezentes e adiante nomeadas e no fim assignadas, por
elle cidadão José Tavares Araujo, diante de todos foi dicto que de sua própria
e livre vontade e sem menor constrangimento faz este testamento de modo
seguinte: Primeiramente disse: que como Christão Catolico Apostolico Romano que
seu corpo tanto que fallecer seja envolto em habito preto e sepultado no
cimeterio desta cidade no xão ou catacumba de acordo com a oppinião dos de sua
família, tendo missa de corpo prezente pelos Reverendissimos Parochos que
existirem no lugar, no dia de seu fallecimento, não queria officio solene e
somente interro simples, conforme o uso da terra e pessoa de sua qualidade.
Disse: mais que queria que depois de sua morte fosse distribuidos cinqüenta mil
réis de esmolas entre pessoas pobres; a saber: orphãos, viúvas, alejados e
cegos. Disse mais que foi cazado em primeira nupicias no anno de mil oitocentos
e setenta e sete na Povoação de Salgado Comarca de Tabayanna, deste Estado de
cujo consórcios teve sete filhos, sendo que destes morrerão inteira idade, dois
e cinco criarão-se e que são: Bellarmino Tavares de Araujo, Francisca Delfina
de Araujo, Félix Tavares de Araujo, Francisco Tavares de Araujo e Tertuliano
Tavares de Araujo, sendo que deste falleceu ultimamente o anno passado de nome
Francisco Tavares de Araujo; Disse ainda que depois da morte de sua primeira
mulher partilhou seus bens pelos meios judiciais no foro de Ingá, com seus
cinco filhos sobreviventes acima declarados, sendo que nesse tempo só possuindo
bens de raiz, coube a cada um filhos como legitima materna seos quinhões no
sitio terra vermelha, conhecido por Maria Mello. Disse ainda que cazou-se em
segunda nupicias com Dona Illuminata Maria da Conceição de cujo consorcio tem
tido oito filhos, a saber: Umelinda, Cecilia, Alfredina, José Laurientino,
Bellermina, Florentino e uma ultima ainda não batizada de nome Maria. Disse
ainda que tem doado nas terças de sua terça os bens abaixo descriptos a todos
os seus filhos quer do primeiro quer do segundo matrimônio, como passa a expor:
a seo filho mais velho Bellarmino Tavares de Araujo uma vaca parida no ano anno
de mil oitocentos e oitenta e um que com a produção da mesma possui hoje doze
vacas paridas, reis e garrotes e um novilho, sendo dito gado permanesse já em
seu poder, e divizado com sua própria marca; a sua filha Francisca Delfina de
Araujo, cazada com Feliz Lucas da Silva, doou uma vaca parida e hoje possui
cinco vacas paridas uma solteira, quatro garrotas, uma egoa parida de mulo e um
poltro, permanecendo também dito gado em seu poder e divizado com sua própria
marca; a seu filho Felix Tavares de Araujo pelo mesmo tempo doou uma vaca
parida e uma egoa e hoje possui quatro vacas paridas, uma novilha e trez
garrotes, dois cavalos e uma egoa parida de mulo. A seu filho Tertuliano
Tavares de Araujo doou pelo mesmo tempo duas vacas paridas possui hoje, seis
vacas paridas, trez solteiras, trez garrotes, uma novilhota, um burro-mulo e
uma egoa parida de poltro. Disse ainda que seos primeiros dois filhos doados
cada doou também, por sua vez uma egoa a cada um delles. Disse ainda que
achando-se seos primeiros filhos doados todos de maior idade devizou com suas
próprias marcas os bens acima descriptos e cada um delles está no uso e gozo e
posse dos ditos bens. Disse ainda que dezejando estabelecer entre todos os seos
filhos os princípios de boa justiça no direito de igualdade é seu dezêjo doar
como de facto doa também nas forças de sua terça a seos filhos do segundo
matrimonio e filhos de Dona Illuminatta Maria da Conceição uma vaca parida e
uma egoa a cada delles e no cazo de não haver o números de egoas suficientes
para prehencher o quinhão da cada um dos doados poderá ser substituida a egoa
por uma vaca parida. Disse ainda que dos ditos seos filhos menores, filho do
segundo matrimonio tem dádivas de padrinho, no poder dos mesmos padrinhos
excepção feita somente a Laurentino que possui dois bois e uma garrota
conhecidos pelos nomes próprios meo filho como dádiva de seu padrinho, mais no
instante permanesse ditos bens com minha marca sem deviza alguma. Disse ainda
que sendo commerciante e tendo compromissos a rezolver na praça de Pernambuco e
se achando gravimente doente para prevenir letigios e fucturos, gastos com
inventários complicados e mesmo das união dos membros de sua propria família,
rezolveu vender seu estabelecimento comercial sita a rua do Giro, antiga
Estreita desta cidade, como de facto vendido tem a seu filho Bellarmino Tavares
de Araujo, que como o mais habilitado para o comercio e sempre filho obediente
e fiel cumpridor de seos deveres, espera e confia sobre a todos os seos
compromissos e desempenhará tão dificílima missão com aquella probidade e
honradeis de que me tem dado subjas provas no decurso de todo tempo que tem
gerido e administrado sito estabelecimento. Disse ainda que é devedor na Praça
de Pernambuco da quantia de novecentos, setecentos e sete mil trezentos e
cinqüenta réis a diversas firmas comerciais sendo aos Senhores Machado e
Pereira; quatrocentos oitocentos e setenta e um mil cento e cinqüenta réis; aos
Senhores Andrade Lopes de Companhia – dois contos; Quinhentos e seis mil e
quinhentos réis; ao Senhores Manoel Collaço de Companhia oitocentos e sessenta
e seis mil e quinhentos réis aos Senhores José Joaquim Alves de Companhia –
quinhentos e vinte e trez mil quinhentos e oitenta réis ao Senhor Jose de José
de Macêdo – cento e noventa mil réis, aos Senhores Lopes de Irmão – Trezentos e
noventa e dois mil quatrocentos e oitenta réis aos Senhores Vianna Castro e
Companhia – trezentos e cinquenta e sete mil, cento e quarenta réis, cujas
parcellas todas sommão aquella quantia acima descripta. Disse ainda que tendo
mandado dar balanço no seo estabelecimento e verificando se haver em
mercadorias alli existentes a quantia de quatro contos quatrocentos e oitenta e
seis mil e duzentos réis, inclusive trinta e seis arrobas de farinhas de trigo
que permanesse em caza de minha residência; em dividas activas recebíveis a
quantia de dois contos quinhentos noventa e quatro mil réis, cujas duas
parcellas, sommando a quantia de sete contos e duzentos réis, entregarei ao
dito meu filho a quantia de dois contos setecentos e oitenta e sete mil conto e
cincoenta réis em oeda legal para saldo de meu debito da Praça acima
expecificada ou na falta de dinheiro em algodão que se acha armazenado em minha
caza para dito fim. Disse ainda que feito e com feito das mercadorias, devidas
e da quantia que obrigo-me a entregar ao dito meu filho da quantia já referida
e verificada sem mais tudo a quantia de novecentos, setecentos e sete mil
trezentos e concoenta réis, da qual sou devedor a Praça de Pernambuco as firmas
já especificadas, é minha vontade como de facto fica vendido o meu dito
estabelecimento comercial já referido com todo activo a passivo já mencionado e
descriptos, aos referido meu filho Bellarmino Tavares de Araujo que será
obrigado a saldar e indenizar nos tempos pelo comercio convencionado e conforme
istillo todas as contas da Praça acima descriptas. Disse ainda que pedia a
todos os membros de sua família que de forma alguma isternasse ou procurasse
deficultar a venda que por este fazia de seu estabelecimento comercial, ao dito
seu filho – Bellarmino . Disse ainda que pedia ao mesmo seu filho Bellarmino
que como filho mais velho e portanto chefe da família mantivesse para com todos
seos irmãos a união e armonia tão necessárias as famílias e se acçociasse
aquella que o seu juízo mais digno fosse de seus serviços e auxílios. Disse
finalmente que rogava ao mesmo seu filho Bellarmino Tavares de Araujo ao
Cidadão Menandro José da Cruz e Tenente Antonio Justino de Oliveira Filho,
queiram, fazer a olsadia de serem seus testamenteiros e de sustentar em Juizo
ou fosse della este seu testamento tal qual nelle se contem. E por este modo
disse elle testador havia por feito sua ultima disposição que queria que
vallessse como testamento ou codicillo, revogando por este testamento outro anteriormente
feito. E depois de lhe ser lido por mim Tabelião Publico e por elle testador
confirmado, assinou com as testemunhas, João Alves Feitosa. Silvestre Honório
Rodrigues de Souza. Tenente Antonio da Silva Pereira e Antonio Carneiro de
Mello e Jeronimo Francisco dos Santos que todos assignarão de que tudo dou fé.
Eu, Gonçalo Trigueiro da Costa . Tabelião Público o escrevi e assinei em
publico e razo do que uso e são as seguintes: Em testemunho o (sinal) da
verdade. Gonçalo Trigueiro da Costa. José Tavares de Araujo. João Alves
Feitoza. Silvestre Honório Rodrigues de Sousa. Antonio Silva Pereira. Antonio
Carneiro de Mello. Jeronimo Francisco dos Santos”. Confere com o original; dou
fé. Pombal (PB), 23 de Janeiro de 2012. O Oficial,
Enviado pelo professor, escritor, pesquisador do cangaço e gonzaguiano José Romero de Araújo Cardoso
http://blogdomendesemendes.blogspot.com