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quarta-feira, 25 de março de 2020

"LAMPIÃO A RAPOSA DAS CAATINGAS"


Depois de onze anos de pesquisas e mais de trinta viagens por sete Estados do Nordeste, entrego afinal aos meus amigos e estudiosos do fenômeno do cangaço o resultado desta árdua porém prazerosa tarefa: Lampião – a Raposa das Caatingas.

Lamento que meu dileto amigo Alcino Costa não se encontre mais entre nós para ver e avaliar este livro, ele que foi meu maior incentivador, meu companheiro de inesquecíveis e aventurosas andanças pelas caatingas de Poço Redondo e Canindé.

O autor José Bezerra Lima Irmão

Este livro – 740 páginas – tem como fio condutor a vida do cangaceiro Lampião, o maior guerrilheiro das Américas.

Analisa as causas históricas, políticas, sociais e econômicas do cangaceirismo no Nordeste brasileiro, numa época em que cangaceiro era a profissão da moda.

Os fatos são narrados na sequência natural do tempo, muitas vezes dia a dia, semana a semana, mês a mês.

Destaca os principais precursores de Lampião.
Conta a infância e juventude de um típico garoto do sertão chamado Virgulino, filho de almocreve, que as circunstâncias do tempo e do meio empurraram para o cangaço.

Lampião iniciou sua vida de cangaceiro por motivos de vingança, mas com o tempo se tornou um cangaceiro profissional – raposa matreira que durante quase vinte anos, por méritos próprios ou por incompetência dos governos, percorreu as veredas poeirentas das caatingas do Nordeste, ludibriando caçadores de sete Estados.
O autor aceita e agradece suas críticas, correções, comentários e sugestões:

(71)9240-6736 - 9938-7760 - 8603-6799 

Pedidos via internet:

Peça agora: 
franpelima@bol.com.nr

Mastrângelo (Mazinho), baseado em Aracaju:
Tel.:  (79)9878-5445 - (79)8814-8345

Clique no link abaixo para você acompanhar tantas outras informações sobre o livro.
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SANTANA DO IPANEMA AS SEIS PRIMEIRAS IGREJAS

Clerisvaldo B. Chagas, 25 de março 2020
Escritor Símbolo do Sertão Alagoano
Crônica: 2.281

Vamos à lição de hoje, extraída em parte do livro “O Boi, a Bota e a Batina; História Completa de Santana do Ipanema”.
Temos como a primeira igreja erguida em Santana do Ipanema, a ermida ou capela em homenagem à Santa Ana. Foi a capela que deu origem à atual cidade, fundada pelo padre Francisco José Correia de Albuquerque nas terras do fazendeiro Martinho Rodrigues Gaia, em 1787. Havia sido um pedido da esposa do fazendeiro, Ana Teresa, primeira devota da avó de Jesus na Ribeira do Panema. A capela é a atual Matriz de Senhora Santana, reformada em 1900 e em 1947.
IGREJA DE SÃO SEBASTIÃO. (FOTO: B. CHAGAS/LIVRO 230).

Como segunda igreja, temos a capela/monumento dedicada a Nossa Senhora Assunção, erguida para marcar o início do século XX.
Vem em seguida a terceira igreja de Santana do Ipanema, a ermida do cume do morro da Goiabeira. Foi construída pelo ex-sargento de polícia, Antides Feitosa, como motivo de promessa. Homenageia Santa Terezinha e foi erguida no período 1914-1915. Já havia no cume uma cruz enorme e azul que marcava o início do século XX. Desde então o morro da Goiabeira passara a ser chamado de serrote do Cruzeiro. A ermida foi construída a três metros por trás da cruz de madeira. Ruiu, foi reerguida e ruiu novamente. Outra em estilo estranho à região tomou o seu lugar e até hoje permanece no cimo.
Como quarta igreja de Santana, apontamos a de São Sebastião, erguida no Centro Comercial, pela família Rocha, em 1915. Essa igreja originou o nome do beco com o qual faz esquina e  leva à Rua Prof. Enéas, mais abaixo, vizinha ao rio Ipanema. Já houve modificações na sua fachada.
A quinta igreja da cidade foi a dedicada a São João, no subúrbio Maniçoba e já contamos seu histórico em crônica anterior. Foi construída pelo artesão de chapéu de couro de bode e festeiro do lugar, João Lourenço e família. 1917.
Finalmente, a sexta igreja de Santana do Ipanema, teve início em 1915, tendo seus trabalhos sido interrompidos e só foi concluída em 1937, com ajuda do comerciante Tertuliano Nepomuceno. Trata-se da igreja de São Pedro (hoje reformada) na rua e bairro com o mesmo nome do santo.
Como já expomos fotos de outros templos católicos, vejamos a simplicidade da capela de São Sebastião. Gostou? Vamos rezar.


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AS VELHAS AMENDOEIRAS

*Rangel Alves da Costa

Quando o tempo era de mais paz, quando as praças podiam ser tomadas de visitantes, então eu costumava seguir até os canteiros silenciosos para observar a pujança das velhas amendoeiras ao redor. Eu ficava ao redor de uma praça tomada de grandes árvores, sobressaindo-se as amendoeiras com suas folhas vistosas e belas.
Observando aquelas frondosas árvores, com cada uma contando com mais de cem anos ali enraizadas, logo me veio à mente o quanto suas copas, suas folhagens e sombreados, foram testemunhando ao longo de tantos anos. Tudo passando, tudo se transformando ou simplesmente desaparecendo, e elas ali ainda tão imponentes.
A praça é uma das mais antigas. Antiga e relegada ao esquecimento, como se as praças necessitassem apenas de árvores centenárias e canteiros cortando os seus percursos. Por que os arvoredos não precisam de constantes reparos, então também descuidam das gramas e de outras árvores menores. Não há mais bancos, os córregos secaram e os caminhos internos se tornaram perigosos demais.
Noutros idos, quando ainda era cuidadosamente preservada e constantemente embelezada, ainda era possível encontrar resquícios de fontes, pequenos córregos, canteiros floridos e até um pequeno jardim zoológico. As famílias por ali passeavam, os namorados se encontravam, era até um deleite espiritual estar lentamente caminhando pelas suas diversas opções, principalmente ao redor da pequena ponte e seu silêncio entrecortado por um ou outro canto passarinheiro.
Nas festas de final de ano, principalmente na época natalina, a praça se transformava numa verdadeira festa. Parques de diversões eram instalados, o carrossel chegava como verdadeiro encantamento, barracas vendiam de tudo, doceiros e pipoqueiros ofereciam aos visitantes desde maçãs do amor a coloridos e cativantes algodões doces. Cachorro quente, pipoca colorida, churros e tudo o mais. Uma diversão segura, acolhedora e barata a todas as famílias e seus pequenos brincalhões.


Hoje a praça não dispõe de um banco sequer debaixo das sombras. Os pombos ainda são muitos, mas não se pode mais sentar ao entardecer para observar seus rasantes, seus encontros catando restos pelo chão e seus voos de partida. Não há como sentar para a leitura de um livro, para um instante de silêncio e meditação, para uma palavra amorosa com alguém querido. Apenas os vazios tomados por estranhezas, por pessoas que passam sem tempo de apreciar o que ainda resta.
Mas não resta muito. Lar de árvores centenárias, desde longe são avistadas com suas copas e folhagens derramadas sobre as tristezas do presente. Murmurando velhas canções ao sabor do vento, ali repousam antigas, talvez já cansadas, esperando as estações para mudarem seus semblantes, cores e formas. Os canteiros abaixo estão sempre tomados de suas folhas caídas na ventania, mas é no outono que os tapetes se alastram com seus ocres, vernizes, marrons e acinzentados.
Uma paisagem tão bela como melancólica. As folhas grandes vão caindo e se deitam umas sobre outras, como velhos escritos que vão se acumulando pelas salas de um poeta triste. Talvez não sejam apenas folhas mortas, outonais, mas verdadeiras páginas que se desprenderem dos galhos e trazem consigo memórias escritas de outros tempos, de uma nostalgia guardada em lenços molhados. As folhas das amendoeiras caindo como livros abertos e que desejam leituras. Ler o passado através da recordação.
De vez em quando faço do entardecer um reencontro com aquelas velhas amendoeiras. A cada passo e a cada olhar é como se estivesse diante de um livro antigo, cujas folhas amareladas vão contando histórias de outros tempos. Ali, debaixo daqueles sombreados, ao farfalhar da ventania, os testemunhos tantos de um tempo muito mais humano e singelo. Hoje também testemunha as transformações, os novos dias, mas sem aquele olhar gracioso que antigamente se estendia sobre o bucolismo apaixonante.

Escritor
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OS MISTÉRIOS DE LAMPIÃO


Por Antônio Neto

A vida de Virgolino, vulgo Lampião, sempre foi misteriosa, desde a sua data de nascimento, de seu sobrenome, da alcunha Lampião e de sua morte em 1938, na localidade de Angico no município sergipano de Poço Redondo.

No Brasil, antes do Regulamento nº 18.542, de 24.12.1928, não havia exigência legal de complementos para a palavra que designava a pessoa, tampouco obrigatoriedade do nome completo e por extenso, isto é, de nome e sobrenome. Bastava registrar em um Cartório de Registro Civil das Pessoas Naturais o nome individual, tal como, José, Pedro, Virgolino ou Antônio. Desse modo estava tudo certo, desde que constasse no assento de nascimento o nome completo dos pais, dos avós maternos, paternos e das testemunhas.



O escritor Ranulfo Prata em sua obra “Lampião documentário”, publicada em 1934, registrou na página 22 que Virgolino havia nascido em 12 de fevereiro de 1900. Optato Gueiros em seu livro “Lampião Memórias de um Oficial Ex-comandante de Forças Volantes”, 3ª edição, página 19, confirma essa data. Se bem que, no livro do registro civil de Virgolino, consta que o mesmo foi registrado civilmente, em 12 de agosto de 1900, apenas com o nome individual, ou seja, sem o sobrenome, tendo nascido em 7 de julho de 1897, exatamente como está escrito no assento civil do nascimento de Virgolino grafado no livro nº 2, folhas 8 e 9, do registro de nascimento do Cartório Civil de Tauapiranga, na época 3º distrito de Vila Bela, hoje Serra Talhada no estado de Pernambuco.

O Padre Frederico Bezerra Maciel ao escrever a biografia do Rei do Cangaço, intitulada “Lampião Seu Tempo e Seu Reinado”, 3ª ed. Pág.79, registrou que o mesmo teria nascido em 4 de junho de 1898, portanto condizente com o assento de batismo da Paróquia Bom Jesus dos Aflitos na freguesia de Floresta no sertão pernambucano, tal qual se encontra escrito no livro nº 13 – Batizados de 1895 a 1900, pág. 146, sequencial de registro nº 463, ficando evidente que a data em questão corresponde ao dia, mês e ano da natividade de Virgolino, uma vez que, o mencionado registro de batismo foi efetivado de modo cronológico e sequencial, à medida que se processavam os batizados, não havendo, sequer, a mínima possibilidade de erros ou enganos. Por tanto, o menino Virgolino foi de fato batizado em 3 de setembro de 1898, simplesmente três meses após o seu nascimento. O ato batismal ocorreu em presença de seus pais José Ferreira dos Santos e Maria Sulena da Purificação; dos avós maternos Manoel Pedro Lopes e Jacoza Vieira da Solidade; dos avós paternos Antônio Ferreira de Barros e Maria Francisca da Chaga, tendo como padrinhos Manoel Pedro Lopes e Maria José da Solidade. Consonante com o respectivo assento de batismo, podemos afirmar, categoricamente, que 4 de junho de 1898 é a data certa em que veio ao mundo o Rei do Cangaço.


Entre os diferentes nomes de famílias acrescentados ao nome de batismo de “Virgolino” inscritos em registros cartoriais de fé pública, arquivos da justiça de Pernambuco e em livros de renomados escritores são encontrados para este os sobrenomes: Ferreira, Ferreira da Silva, Ferreira de Lima, Ferreira de Souza, Lopes de Souza e Lopes de Oliveira. Levando em conta que o nome José Ferreira dos Santos figurado na certidão civil do nascimento de Virgolino como pai do mesmo e sendo expedida pelo Cartório que o registrou civilmente, este, deveria chamar-se legalmente de Virgolino Ferreira dos Santos e não Virgolino Fereira da Silva, Virgolino Lopes de Oliveira ou outro nome completo qualquer. Legalmente, Virgolino não possui sobrenome. É um fato, talvez inédito ou que não se tenha noticia, na historiografia brasileira. Em razão disso, até hoje continua uma incógnita a identidade verdadeira do bandoleiro mais famoso do Brasil.


Até a origem da alcunha “Lampião” é um enigma. Há mais de dez versões sobre esse título e não se sabe dizer corretamente qual a verdadeira nem como surgiu esse epíteto. Um outro fato enigmático na história do célebre cangaceiro foi a sua morte em 28 de julho de 1938, na gruta de Angico no município de Poço Redondo no estado de Sergipe. A maioria dos estudiosos do cangaço acreditam, piamente, que Lampião foi realmente assassinado na tão propalada gruta daquele municipio sergipano e outros tantos discordam dessa proposição. Pela visão enigmatista não há dúvida tratar-se de um grifo, isto é, coisa difícil de entender ou compreender como Virgolino um grande estrategista que venceu várias batalhas contra a Força Pública e, sendo ele, um magistral guerrilheiro das caatingas tenha sido abatido, facilmente, sem disparar um só tiro? Por que não existe atestado ou registro de óbito de Virgolino e nem processo do massacre de Angico, no fatídico dia de 28 de julho de 1938? Essas questões devem ser respondidas com provas documentais e não só com explicações verbalizadas. A meu ver o atestado de óbito do Rei do Cangaço emitido naquela época, esclareceria de uma vez por todas, esse mistério.

Fontes:

Cartório de Registro Civil das Pessoas Naturais. 6ª distrito de Tauapiranga – Serra Talhada-PE. Certidão de Nasciemnto de Virgolino.
Assento de registro civil de Virgolino no Cartório de Tauapiranga- Serra Talhada-PE.
Assento de Batismo de Virgolino na Capela de São Francisca, registro no livro nº 13 da Paróquia Bom Jesus dos Aflitos na cidade de Floresta-PE.
Lampião, Seu Tempo e Seu Reinado. Vol. 1. 2ª ed. Padre Frederico Bezerra Maciel.
“Lampião”. Memórias de um oficial ex-comandante de forças volantes. 3ª ed. Optato Gueiros.

Anexos:

Assento de nascimento de Virgolino no Cartório Civil de Tauapiranga – Serra Talhada/PE.
Assento de batismo de Virgolino na Paróquia Bom Jesus dos Aflitos em Floresta/PE.
Certidão de Nascimento de Virgolino expedida pelo Cartório Civil de Tauapiranga- Serra Talhada/PE.
Antonio Neto é pesquisador, biógrafo, dicionarista, escritor e poeta. Membro da Academia Serra-Talhadense de Letras, da Academia Recifense de Letras e da UBE.



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A FUGA PELO DESERTO

Por Beto Rueda

O ano de 1931 assinalou a mais espantosa e dramática aventura de Lampião: seu homízio no Raso da Catarina, magnífico, de uma beleza trágica, nos sertões baianos.

Acossado por diversas volantes policiais, soldados baianos, pernambucanos e alagoanos, a adivinhar-lhe o rastro invisível, misterioso, desnorteante, fez desse pedaço de mundo o seu refúgio.

Lampião, estava agindo nas longas extensões que iam de Santo Antônio da Glória a Uauá e de Curaça a Geremoabo, nessas terras de cactus e favelas.

Ninguém sabia do seu paradeiro. E já a lenda começava outra vez a cercar-lhe o nome, a audácia, a memória: morrera, desertara, fugira. As aves do céu testemunharam a sua desdita, agonizando de sede e fome.
Um dia, o tenente José Sampaio Macedo prendeu um sertanejo, matuto, pobre, mas forte e inteligente. Não permitiu o oficial que o homem sofresse qualquer vexame por parte da tropa. Deixou-o à vontade, no meio da volante. Três dias depois, por livre e espontânea iniciativa, o caboclo disse:

- Seu tenente, eu sei onde está Lampião.

A marcha no rumo indicada pelo prisioneiro, foi penosa. Tenente e soldados, afundaram no Raso a pé, tendo como guia rastejador Antônio Cassiano, um pernambucano, e um sargento de larga experiência e coragem, de nome Luiz Mariano.

Sucedem-se os dias, sem novidade. De repente, ecoam no deserto, partidos de sobre uma pedra, sucessivos tiros de fuzil. Era uma sentinela avançada de Virgolino que, avistando a volante, anunciava ao grupo a sua aproximação. Estabelecera em torno do seu acampamento no Raso, um cinturão de segurança.

A volante cerca o bando. O tenente Macedo foi atingido com um tiro no pé, o sargento Mariano e o guia Cassiano também são feridos. O fogo fechou-se rápido e nutrido.

Virgolino recua, afundando, mais e mais, no Raso. Desaparece em poucos instantes, debaixo de gritos e imprecações dos seus homens e dos soldados.

No chão, o tenente Macedo contempla os despojos deixados pelo famoso cangaceiro: roupa, chapéus de couro, vestidos, pentes, tesouras, chales, agulhas, linhas e...água!

Todos os objetos foram queimados por ordem do tenente que iniciou a sua longa jornada de volta, carregado nos ombros do sertanejo que lhe revelara o paradeiro de Lampião. Perdera o oficial a dinâmica do pé. Numa rede regressou o sargento Mariano.

O Capitão já ia longe, quando a volante retornou: dois bandos de avoantes ensanguentadas sobre o deserto do Raso...

Enviado pelo autor.

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ATAQUES E MORTES

Por Aderbal Nogueira
https://www.youtube.com/watch?v=1tDi2oemUpc&feature=share&fbclid=IwAR0gTs26mRfTS4itQnbDPRiCH7hi63tJ7JtzozvImbVcFYeQp2Y7J2mSoG4


Sargento Josias fala do ataque de Fortaleza e Medalha a João Bezerra e da morte do cabo Hercílio, rastejador da volante de Manoel Neto.

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O PARTIDO COMUNISTA FOMENTA O BANDITISMO NOS SERTÕES


Material do acervo do pesquisador Josér João Souza

Em 9 de dezembro de 1935, o Correio de S. Paulo, número 1.073, publicou artigo sob a manchete “O Partido Comunista fomenta o banditismo nos sertões!”. Com evidente intenção maliciosa, o jornal paulista apresentou trechos de artigo de Luís Carlos Prestes escrito havia algum tempo ao jornal pernambucano antifascista Homem Livre, em que o capitão procura associar a violência dos cangaceiros à luta anti-imperialista.


Eis o que Prestes pensa dos cangaceiros:

“Os cangaceiros são grupos mais ou menos numerosos de camponeses que, perseguidos pelos senhores feudais ou pelas autoridades governamentais, não podem subsistir senão em luta. Entre outros, o mais conhecido é Lampião, que combate vitoriosamente há mais de dez anos contra todas as forças enviadas contra ele. A crise atual, agravada no Nordeste brasileiro por longos anos de seca, aumentou o número de ‘cangaceiros’ e hoje, ao lado de Lampião, formigam pequenos chefes de bandos que vivem do dinheiro e das mercadorias arrancadas aos ricos comerciantes. As massas nutrem a maior simpatia pelos ‘cangaceiros’ que dividem com ela grande parte dos víveres e mercadorias tomadas”.

E Prestes acrescenta: “Naturalmente, os grandes senhores de terras e os jornais burgueses caluniam os ‘cangaceiros’, apresentando-os como bandos de malfeitores e assassinos, no intuito de amedrontar a pequena burguesia e impedir que o proletariado das cidades entre em ligação com os sertanejos rebeldes, a fim de orientá-los e organizá-los”.
E termina: “No entanto, para fazer face ao furor sanguinário dos grandes senhores de terra contra as massas de camponeses que combatem no interior do país, o P.C.B. e o Socorro Vermelho Internacional têm de executar tarefa urgente: apelar para as vastas massas trabalhadoras do mundo inteiro e realizar grandes movimentos de protestos contra o terror branco no Brasil e pelo desarmamento dos bandos policiais que devastam os sertões brasileiros”.

Fonte: Revista do Instituto de Estudos Brasileiros


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A COLUNA PRESTES E O REI DO CANGAÇO.


Por Beto Rueda

Coluna Prestes, Movimento Tenentista que pretendia

promover uma insurreição contra o governo Arthur Bernardes e o poder das oligarquias, ainda no período da República Velha, entre os anos de 1925-1927.

Foi uma marcha de 25 mil quilômetros, começando pelo Rio Grande do Sul, incorporou no Paraná, a Coluna Paulista, entrou no Paraguai, retornou ao Brasil pelo Mato Grosso, cruzou Goiás, subiu ao Maranhão, entrou no Piauí em direção ao Ceará.

O Estado Maior da Coluna era constituído por Luiz Carlos Prestes, Miguel Costa e Juarez Távora e seus comandados.

Ao entrar no Ceará com estimados 1.500 homens, as autoridades locais se alarmaram; tinha que ser feito alguma coisa para conter aquele movimento de revoltosos.

O Deputado Federal Floro Bartolomeu, designado ao posto pelo então Presidente do Brasil a comandar as tropas federais, por intermédio do Padre Cícero, mesmo contra a vontade deste, convidou Lampião a combater a Coluna Prestes pelos "Batalhões Patrióticos", instituindo com isso a promessa de armamentos e a patente de Capitão a Lampião, Primeiro Tenente a Antônio Ferreira da Silva e Segundo Tenente a Sabino Gomes de Melo.

Lampião, atendendo ao pedido do Padre Cícero, do qual era devoto, foi a Juazeiro do Norte. Chegou no dia 04 de março de 1926 com 49 homens.
Na verdade, por conta do destino e pelo descrédito das patentes e pelas promessas não cumpridas, Lampião e a Coluna Prestes nunca se encontraram.

Fonte: MACIEL, Frederico Bezerra. Lampião, seu tempo e seu reinado. Vol. III. Rio de Janeiro: Editora Vozes, 1986. p. 20.

IRMÃO, José Bezerra Lima. Lampião, a raposa das caatingas.
Salvador: JM gráfica e Editora, 2014.

LUCETTI, Hilário. Histórias do Cangaço. Crato: Gráfica Encaixe Ltda, 2001.

Enviado pelo autor

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SBEC- SOCIEDADE BRASILEIRA DE ESTUDOS DO CANGAÇO

Por Aderbal Nogueira
https://www.youtube.com/watch?v=iVnuket_3gM&feature=share&fbclid=IwAR3M0BpR23OflvdXUDuBhBCm5B46Nm3bXZFupg-M6DduVYgy4nTh5VqAyko 

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PERDEMOS PARA OS CÉUS O GRANDE POETA VALDIR TELES...


Por José Cícero da Silva

Tristonha e de luto há de está agora
a poesia do mundo e do Nordeste.
Foi-se embora o poeta violeiro.
O mestre dos mestres...
O vate do estro versátil, bonito e perfeito,
Valdir Teles.

Nossas sentidas condolências!
Obrigado poeta Valdir, pelas tantas alegrias
que nos proporcionou em noites inesquecíveis
de belas poesias em muitas e muitas cantorias aurorenses.
Deus, certamente agora o ouvirá por todos nós
lá em cima onde você com ele se encontra.
Siga em paz?

Prof. José Cícero
Sec. de Cultura -
Aurora - CE.


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