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sábado, 19 de novembro de 2022

25 DE JANEIRO DE 1927, NO “O COMBATE”

Do acervo do pesquisador do cangaço Rubens Antonio

Lampeão e bando em Limoeiro

25 de janeiro de 1927, no “O Combate”:

Papeis invertidos.

Lampeão não depredou Limoeiro... Mas a força parahybana quasi arrasa tudo!
Uma sensaccional entrevista com o prefeito daquella cidade
.
FORTALEZA, 25 [Agencia Brasileira – Pelo Submarino] – O prefeito de Limoeiro agora chegado do interior, tem sido alvo das attenções dos reporters e dos photographos avidos de detalhes sobre a invasão dessa cidade pelo bando de Lampeão.

Depois de vaias recusas resolveu o mesmo falar aos jornaes e da forma seguinte:
Reporter: – Poderia descrever a acção de Lampeão em Limoeiro?
Prefeito: – Com muito gosto. Este bandido esteve, de facto, em Limoeiro, onde passou um dia e uma noite, esta numa fazenda afastada umas tres legoas da cidade.
Manda a justiça que se diga não ter elle nem qualquer dos seus homens praticado a menor depredação, nem desrespeitado a quem quer que fosse.
Excessos mesmos, de quem bebe cachaça, e que é uma coisa natural nessas gentes, elles não praticaram alli,
Reporter: – Mas, dizem, entraram na cidade ovacionando as autoridades.
Prefeito: – É certo que invadiram aquella localidade dando hurralis ás autoridades, como tambem é veridico ter sido a sua primeira ordem: aqui não se pega naquilo que não for nosso.
Reporter: - Constou aqui que o senhor teria estabelecido perfeita cordialidade com Lampeão.
Prefeito: - Lampeão, ao penetrar na cidade, mandou me solicitar uma audiencia especial, e, coisa interessante marcava, elle proprio, logar e hora para a realisar.
Em virtude do mêdo reinante, e procurando poupar o municipio ao saque, accedi em ter contacto com o cangaceiro. Fui muito bem recebido.
A principio, um certo respeito, depois fui tratado com muita gentileza lá ao modo do facinora, que não tardou a se acamaradar de uma maneira petulante. Mais ou menos senhor da scena, jogou com o seu intento: - precisava de dinheiro e queria o. Recursei seccamente o pedido. Elle insistiu, tendo nova recusa de minha parte. Tornou a insistir, obrigando me a dizer lhe que eu não tinha dinheiro e que o municipio tambem não tinha um real. Voltou-se para o seu ajudante de campo, um tal Sabino e disse:
- “veja só! a gente pede, torna a pedir de bons modos e recusam, quando se rouba gritam...”
A ameaça era grave e, a despeito de me pegar de surpreza não fez com que perdesse a minha presença de espirito. Depois de dar um passeio vagaroso pela quadra onde estavamos os tres pergunta me:
- “onde anda o Moysés”
“O major Moysés, respondi, não estava em Limoeiro, no momento”
Novo passeio terminado com a seguinte phrase: - Não estou satisfeito, por que não gosto de vir ao encontro de alguem ou de alguma coisa para se rmal succedido. Se encontrasse o Moysés teria que ajustar com elle umas contas velha...” Depois de assim monologar despediu-se dizendo me que pensasse sobre o dinheiro.
Mais tarde encontram-nos de novo.
Eu ia com o padre Guedes, e Lampeão com o Sabino. Lampeão abordou me de novo. Exigiu dez contos de réis. Tornei a recusar, mas notei caracteristico movimento contrafeito de Lampeão, que olhou para Sabino. Offereci-lhe dois contos, de minhas economias.
Neste momento o “ajudante de campo” interrompeu a conversação dizendo:
“Ué... dois contos... isso, moço, não é dinheiro p’ra nós...”
Tinha um ar de mofo e deboche, despido de qualquer affectação e midos de seu indifferentismo por quantias pequenas.
O padre Guedes compreendeu tudo e voltando para Sabino bateu-lhe no hombro, num gesto de camaradagem e disse-lhe: - “É pouco, mais o que se pode dar, antes pouco que nada.”
Lampeão riu-se e reolveu acceitar os dois contos de reis.
Não os trazia commigo, mas fiquei de dal-os mais tarde. Ja estavamos partindo quando o cangaceiro falou:
- “Dois contos, mas numa condição: precisamos de balas e vocês nol-as darão.” Retruquei logo: deste artigo não ha aqui na praça. Caso se convença da sua existencia me avise para que possa intervir no sentido de ser satisfeito seu pedido, e – com todo geito, prosegue o prefeito o ia evando o bandido. A minha prudencia chegava mesmo a me causar impressão. Já tinhamos andado quando Lampeão voltando se disse
– “Olhem: podem avisar por ahi que me responsabilisarei por tudo que tomarem os meus homens, salvo bebidas, pois, não as reputo genero de primeira necessidade.
Reporter: - Quando se foram os bandidos.
Prefeito: - Muita esperança tivemos de que mal recebesse os dois contos partir-se, mas dali foram aalmoçar a contento, todos elles, e depois, correram ás casas commerciaes adquirindo do melhor e pagando tudo por altos preços, sem regatearem.
Á tarde desse dia Lampeão deu donativo para a igreja e em frente desta, cercado de toda a garotada local, deu a seguinte ordem: - “Despejem esses bolsos de nickels e pratas aqui. Vocês não são burros de carga!”
De facto, sem a menor repulsa, todos despejaram  seus bolsos que estavam abarrotados de prata e nickel. Em seguida passou a fazer – galinha gorda – com a meninada. Emquanto esta luctava e se esmurrava, Lampeão e os seus riam-se á vontade divertindo-se a valer, com os meninos. Foi tanto dinheiro jogado ás creanças a despeito de seu grande numero a que menos logrou apanhar pratas colhei dez mil réis. Antes disso já havia dado esmolas aos cégos e aleijados, de cedulas de dez mil réis.
 

Lampeão e bando em Limoeiro

Foi, no adro da igreja que fui ter com Lampeão para lhe entregar o dinheiro. Recebeu-o e ia guardal-o quando adverti:
“É conveniente contar.”
Retrucou:
- “Qual nada. Não costumo tratar com que não seja serio”.
Creia que me revoltava tudo aquillo, mas, soffria calado as affrontas para poupar a cidade ao saque.
Guardando o dinheiro disse ainda:
“Confio no senhor. Em seguida trato a bolsa de couro, a tira collo.
Com dificuldade a abriu e não menor foi a para conseguir que o dinheiro coubesse lá dentro, pois a mesma estava transbordando de cedulas graudas. Já declinava o dia. Todos nós convenceramos que, ao receber dinheiro elle levantasse acampamento. Qual nada, e travo ia continuar, para mim e todos os dalli.
De repente disse-me.
– Preciso falar para Aracaty, á noite é preciso que o telegraphista não avise coisa alguma. Quero ir consigo.
A hora aprazada lá estava Lampeão na estação telegraphica – Falou: o direto para Aracaty, ordenou para o telegraphista:
- “Repita a ligação para Russas.
- Não posso, pois não tenho linha livre...
- Reputa já disse...
E como o telegraphista tentasse subtilmente isolar o apparelho.
Não desligue o apparelho... quero falar com Russas.
Foi feita, afinal, a ligação, e, veio se a saber estarem alli forças da Parahyba. Cheio de raiva, mandou que pedisse o rapaz do telegrapho confirmação da noticia. Esta veio. Sem que ninguem esperasse falou alto:
- “Vou defender esta cidade”!
E incontinente passou a dar ordens a Sabino. Foram expedidas patrulhas, distribuidos piquetes nas estradas e atalhos da região. Tudo aquillo impressionava a todos, pois o homem se revelava tão conhecedor do lugar como nós mesmos.
Antes dessas ordens voltou-se para mim e disse:
“Bóta tudo p’ra fora. Aqui só fica eu, voce e aquelle senhor.
Referia-se ao telegraphista. Não precisava pedir nem dar ordens. Todos comprehenderam pela entonação da voz do bandido que elle estava fulo de raiva.
A meia hora que se seguiu foi para mim de angustias. Por todos os meios convencer o faccinora que elle não devia insistir em ficar alli. Mostrei-lhe que só quem tinha a perder era a população. Alleguei o modo por que tinha sentido tratar. Emfim depois de uma grande discussão acabei convencendo o homem que devia partir.
Lampeão chamou novamente Sabino transmittiu lhe contra-ordem, a qual foi recebida com contrariedade da parte deste.
Exigia, porem, que lhe indicassemos uma fazenda onde pudesse pernoitar com os seus homem, garantindo elles, que não sofreriam nem a fazenda nem os seus moradores. Era questão de palavra.
Indicaca a fazenda, partir Lampeão seguido de seus companheiros.
Era um pesadello que parecia passar.
Reporter: - Tinha, mesmo, força em Russas?
- Prefeito: - Sim tinha. Mas, antes não tivesse esta sob o commando de tenente parahybano. Quelé deu entrada no outro dia pela manhã, em Limoeiro onde praticaram todas as sortes de desatinos.

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19 DE NOVEMBRO, DIA DO CORDELISTA

 Por Pedro Motta Popoff


Dia 19 de Novembro se comemora o dia do Cordelista, aqui vai a nossa homenagem para alguns representantes da nova geração de poetas no Brasil.

Faltou muita gente!!

#novageração

#diadocordelista

#cordelteca

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ENTREVISTA COM LAMPIÃO NA CIDADE DE TUCANO

 Por Nas Pegadas da História

https://www.youtube.com/watch?v=I6FhOi7XWIM&ab_channel=NASPEGADASDAHIST%C3%93RIA

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GENÉSIO XAVIER, OS BEBERRÕES E A GARRAFA DE PITÚ

 Por José Mendes Pereira

A foto pertence ao site Relembrando Mossoró, do amigo Lindomarcos Faustino

Informação: Primeiro do que tudo, para as pessoas que observam o português ao pé da letra, a palavra pitu não tem acento, mas a bebida pitú, tem acento. Ela foi registrada assim e assim continua. 

Genésio Xavier era conhecido pelos mossoroenses por “Genésio da barragem”, e havia ganhado este pseudônimo, devido uma barragem que fora construída no leite do rio Mossoró, em sua propriedade. 

Morava entre o bairro Alto da Conceição e os Carnaubais. Era um dos mais antigos comerciantes desta encantadora e amada cidade. 

O nosso conterrâneo viveu do comércio por toda sua vida, até que chegou o ponto de parar suas atividades, devido a visita já esperada da indesejada velhice, e era mossoroense de raízes plantadas nestas terras dos famosos índios Monxorós ou Moxorós. 

Índios Monxorós - http://pt.wikipedia.org/

Hospitaleira por excelência, mãe, e tem um coração de madrasta para aqueles que procuram um lugarzinho sobre o seu seio; terra de gente humilde, mas valente quando é necessário defender sua soberania. Lutou contra os malfeitores que queriam tirar a tranquilidade e a paz de uma jovem cidade ainda debutante.

Mas ela soube muito bem defender e preservar o que é seu, o que lhe pertence, quando em 13 de Junho de 1927, obrigou Lampião e seu afamado e destemido bando de cangaceiros,  saírem destas terras às carreiras. 

Genésio Xavier era conhecido pela sua maneira de ser. Palavra dada, não a voltaria atrás, e não abria mão para nada e nem tão pouco para ninguém. Mercadorias fiadas do seu barracão só sairiam de lá, somente para pessoas que tinham responsabilidades, ligadas em algumas empresas, que tivesse um ordenado garantido, uma espécie de fonte ganhadora.

Mas segundo as pessoas que faziam parte da sua intimidade afirmavam que Genésio não era o que ele aparentava ser, e se alguém tentasse ludibriá-lo, era possível vencê-lo, fazendo com que ele se rendesse a certas coisas que  antes, não as aceitava. 

Sabendo das suas manias e preservações do que ele não aceitava de forma alguma, e que era tido como homem que não engolia cordas de ninguém, João Mutemba e Carlos Silva, que costumeiramente viviam de bares em bares ingerindo bebidas alcoólicas, e que seu Genésio não os conhecia, visto que eles moravam mais distante do seu barracão, combinaram para tentar convencer Genésio a lhes vender uma garrafa de cachaça, e com garantia de honrarem o valor,  assim que eles recebessem dinheiro já ganho de alguém.

A tentativa dos dois foi da seguinte maneira: João Mutemba iria até ao balcão do seu barracão, e solicitava a venda de uma garrafa de cachaça, garantindo-lhe pagamento depois. 

O Carlos Silva ficaria por trás dele, e com uma das mãos e com o dedo indicador estirado, ficaria acenando para seu Genésio, indicando-lhe que não  vendesse a bebida  ao João Mutemba. Mas isso era só para ver se Genésio engoliria a corda e os venderia a bebida.

Tudo pronto. Ao chegarem ao barracão seu Genésio cuidava das prateleiras, abastecendo-as com novas mercadorias que recebera dos fornecedores ambulantes.

Como o João Mutemba iria fazer a solicitação da venda do líquido ao seu Genésio, o Carlos Silva logo posicionou-se por trás dele, e ali ficaram aguardando, enquanto seu Genésio terminasse a tarefa que no momento fazia.

Virando-se em direção aos novos fregueses, que no momento iriam tentar convencê-lo a venda da garrafa de cachaça, seu Genésio perguntou-lhes:

- Querem o quê?

- Seu Genésio - dizia João Mutemba - O problema é o seguinte:

- Diga logo, sem muito sermão - fez Genésio.

- Se possível, a gente está querendo que o senhor nos venda uma garrafa de "pitu", mas não tenha medo, assim que a gente receber dinheiro, vem lhe pagar.

Enquanto isso, Carlos Silva ficou balançando a mão, acenando que não vendesse a bebida ao João Mutemba.

Genésio observava a cena feita por Carlos Silva, já com ódio. E de imediato desabafou:

- Olha seu magrelo branco - dizia ele ao Carlos Silva - você está querendo mandar no meu barracão? Aqui quem manda sou eu, o Genésio Xavier! Ora essa! Vá mandar lá nas suas coisas, as minhas quem manda sou eu. 

Genésio foi à prateleira, tirou a garrafa de cachaça, trouxe-a dizendo-lhe:

- Vendo-a! Vendo porque a cachaça é minha e eu vendo a quem eu quiser. Leve-a, mas não dê um pingo de cachaça a este safado, para não ficar querendo mandar nos barracões dos outros. Só o que me faltava mesmo! Um sujeito que eu nem sei quem é, agora quer mandar no meu barracão! Ora essa! E saia daqui logo, sua peste!  -Dizia Genésio Xavier expulsando o Carlos Silva do seu barracão.

Minhas Simples Histórias

Se você não gostou da minha historinha não diga a ninguém, deixe-me pegar outro.

Fonte:

http://minhasimpleshistorias.blogspot.com

Se você gosta de ler histórias sobre "Cangaço" clique no link abaixo:

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PAIS E IRMÃOS DO GRANDE LUIZ GONZAGA....( todos já falecidos ) Indicação: Devanier Lopes


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O LADO ANEDÓTICO DE SILVIO ROMERO

Por Zózimo Lima

Sílvio Romero

Sobre Silvo Romero, notável publicista sergipano, muito se tem escrito e ainda se poderá escrever, no caso de serem feitas pesquisas bem profundas.

Além da sua monumental HISTÓRIA DA LITERATURA BRASILEIRA, dos seus estudos sociológicos e filosóficos, do abundante florilégio lírico, da preciosa coletânea folclórica, das agressivas polêmicas em matéria de ciência, política, literatura e direito, há a parte anedótica que é riquíssima e interessante.

O imortal escritor brasileiro, apesar de polido pela cultura multiforme e em contato com as camadas que se presumiam aprimoradas pela civilização, não se libertara da casca-grossa de autêntico tabaréu de Sergipe, nascido no Lagarto.

O seu modo de falar, a sua despreocupação dos protocolos sociais, a franqueza rude para com os poderosos da política e grandes da literatura, a sua indumentária relaxada, tornaram-se sobremodo conhecido, como o era, pelos hábitos e simplicidade, o historiógrafo Capistrano de Abreu.

Até no agnosticismo eram semelhantes, o sergipano e o cearense. Tolerantes ambos, entretanto, em questão de fé, de crenças religiosas. Assim é que Silvo consentiu em que um seu filho professasse na Companhia de Jesus, e Capistrano não opôs embargos a que uma sua filha entrasse para o convento das Carmelitas.

A diferença é que Capistrano era um tanto misantropo e Silvio sociável e exuberante em todos os ambientes e circunstâncias.

Os seus antigos discípulos do Ginásio Nacional e da Faculdade de Direito poderiam colaborar na feitura de uma antologia de anedotas ouvidas e presenciadas nas aulas por ele ministradas.

Delas divulgo uma pouco conhecida e narrada a Humberto de Campos pelo poeta Belmiro Braga, que foi grande amigo e admirador de Silvio.

Estava Silvio, como sempre o fazia, veraneando, com a família, em Juiz de Fora. Achava-se na rede, com a camisa por cima das ceroulas, como era de seu hábito, quando lhe aparece o poeta Brant Horta para ler-lhe um poema de quatro cantos.

Pacientemente Silvio se dispõe a ouvi-lo. Os filhos que lhe estão por perto fazem uma algazarra dos diabos. Silvio grita para a garotada brincalhona: “Para aqui, tudo, canalha”.

Os pequenos, agora quietos, enfadados, no banco, caem no sono. O poeta anuncia que vai ler o terceiro canto. Silvio, como se sofresse uma agressão, brada: “Ainda tem?! Vai-te embora! Volta amanhã. Os meninos já estão dormindo”.

O poeta Brant Horta vai e não volta mais, naturalmente encabulado.

O grande Silvio era assim, franco, desabusado, sem papas na língua, por isso contava com aversões sérias na área literária, sendo, porém, em maior número, as simpatias em torno da sua individualidade bondosa e excêntrica.

Zozimo Lima

Correio de Aracaju (SE) – 16/12/58

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