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domingo, 17 de maio de 2020

"PAJEÚ EM CHAMAS: O CANGAÇO E OS PEREIRAS".

Por Dr. Helvécio Neves Feitosa

Caros amigos:
O livro “PAJEÚ EM CHAMAS: O CANGAÇO E OS PEREIRAS” é o resultado de uma pesquisa cujo foco inicial era a saga de Sebastião Pereira (“Sinhô Pereira”) e seu primo Luís Padre. Com o desenvolvimento da pesquisa, senti necessidade de ampliar o escopo. O produto final resultou em livro com 608 páginas, composto por 12 capítulos, assim distribuídos: 1 – “As causas do cangaceirismo no Nordeste”, com ênfase em aspectos antropológicos e sociais; 2 – “O cangaceirismo independente e alguns bandoleiros que fizeram história”, no qual se conta um pouco da história dos “pré-lampiônicos”: O Cabeleira, Lucas da Feira, João Calangro, Jesuíno Brilhante e Antônio Silvino; 3 – “Lampião e os irmãos no cangaço”, com ênfase nas motivações que levaram os irmãos Ferreira ao cangaceirismo e o destino trágico de cada um deles; 4 – “A origem dos Pereiras em Portugal”, com regressão ao ano de 740 d.C., quando um ancestral lombardo aportou à Galiza (Espanha), vindo da Itália; 5 – “A origem dos Pereiras no sertão pernambucano”, com abordagem de aspectos genealógicos dos pioneiros (com atualização da descendência de alguns ramos) e a descrição vários episódios históricos, em particular o relato das proezas do invencível Cap. Simplício Pereira da Silva; 6 – “A origem dos Pereiras Neves nos Inhamuns”, com a descrição da genealogia dos descendentes de Crispim Pereira de Araújo (Ioiô Maroto), uma ramificação que veio para o Ceará em consequência do cangaço; 7 – “A guerra entre os Pereiras e Carvalhos”, aborda o sangrento conflito entre as duas poderosas famílias, desde as suas origens ainda na primeira metade do século XIX, com períodos de agudização e de acalmia, mas com prolongada exacerbação no primeiro quartel do século XX, vindo a vitimar mais de 200 pessoas; 8 – “Conversando com o Cel. Antônio Pereira”, um líder dos Pereiras na ribeira do Pajeú no início do século XX, constando de entrevistas com o famoso protagonista de vários feitos celebrados em prosa e verso, por ocasião da sua prisão na Penitenciária de Fortaleza em 1917 e de uma visita que fez à capital alencarina em 1919; 9 – “Conversando com Sinhô Pereira”, como o título sugere, aborda uma série de entrevistas em jornais, revistas e livros de diversos autores com o lendário ex-comandante de Lampião e um mito do cangaço; 10 – “O encontro de Optato Gueiros com Sinhô Pereira e Lampião”, consta de relato feito pelo referido oficial da polícia pernambucana de um encontro inesperado e cordial com os cangaceiros, quando da sua hospedagem não programada com a jovem esposa na casa de uma Pereira, em uma noite escura nos sertões do Pajeú; 11 – “A vida de Sinhô Pereira e Luís Padre em Goiás”, aborda a saga não menos dramática da famosa dupla em Goiás, com o relato das incríveis refregas com o famoso caudilho Abílio Wolney na antiga Vila do Duro (hoje Dianópolis-TO); 12 – “Ioiô (ou Yoyô) Maroto e a morte de Gonzaga”, traça um relato, com base em diversas versões escritas, da famosa hecatombe ocorrida no ano de 1922 na cidade de Belmonte (hoje São José do Belmonte), que teve como consequência não só a morte de Luiz Gonzaga Gomes Ferraz, mas o desterro de Ioiô Maroto para os sertões dos Inhamuns no Ceará, vindo a originar a ramificação dos Pereiras Neves naqueles rincões. Helvécio Neves Feitosa.

O escritor Dr. Helvécio Neves Feitosa lançou o livro: "Pajeú em Chamas: O Cangaço e os Pereiras". São 606 páginas. 'Ligação direta com Sinhô Pereira'.

SENSACIONAL!!!

ELABORADO, ESPECIALMENTE PARA NÓS QUE ESTUDAMOS O TEMA, POIS, NOS LEVA AS RAÍZES DA HISTÓRIA.

PARA ADQUIRI-LO ENTRE EM CONTATO COM O PROFESSOR: 

franpeloma@bol.com.br

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ROBÉRIO SANTOS ANDA MEIO ADOENTADO, DIZ RAQUEL NOGUEIRA.



Apesquisadora do cangaço Raquel Nogueira nos informa que o pesquisador do cangaço e dono do canal "O Cangaço na Literatura" Robério Santos pode está com o Corona Vírus. Está sentido falta de ar, febre, dores e sem vontade de comer.  

Ele está precisando muito das nossas orações e energias boas pra mandarmos pra ele.

Conto com vocês nessa corrente de fé.


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NÃO ERA SÓ LAMPIÃO QUE COSTURAVA


Por Volta Seca

Não era só Lampião que costurava no grupo. Na cena, abaixo, vemos Luis Pedro usando a máquina de costura manual, em plena caatinga, sendo observado por Zé Sereno/lado esquerdo e, Jurity do lado direito de quem olha.

Fonte: foto, possivelmente, feita pelo árabe Benjamin Abrahão, em plena caatinga nordestina, em 1936.


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A VOZ DE MAMÃE

Francisco de Paula Melo Aguiar


Oh! Quantas delícias passadas
Presentes e futuras desta vida
De lições lidas e compensadas
Na voz de mamãe querida.

Sua voz é a voz da imagem
Sonora da vida nunca esquecida
De afeto, amor e coragem
Da genitora aqui enaltecida.

Ah! De tão meiga, doce e divina
Ao som de hinos e doçura
A que todo coração duro se inclina
Para escutá-la com amor e brandura.

Expressar em prosas e versos a ternura
Da voz angelical de sonoridade forte
Na educação materna sem alisar a criatura
De corpo e alma ardente é seu norte.

Enviado por Francisco de Paula Melo Aguiar.

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VILA DE NAZARÉ 1969 SÍMBOLO DE RESISTÊNCIA CONTRA O CANGAÇO

Pescado no canal de Fabiano Ferraz


Imagens do documentário sobre o Ex-comandante Geral das Forças Volantes, o Nazareno Manoel de Souza Ferraz (Manoel Flor) e o Ciclo do Cangaço, realizado pela Empetur (Empresa Pernambucana de Turismo de Pernambuco) e TV Universitária, órgão suplementar da Universidade Federal de Pernambuco, com o apoio da Prefeitura de Floresta.

Gravações realizadas na Vila de Nazaré  no ano de 1969, nos escombros da casa em que nasceu Virgolino Ferreira da Silva na Passagem das pedras e em sua posterior moradia no Poço do Negro.

A filmagem faz parte do projeto da jornalista, pesquisadora e escritora Marilourdes Ferraz, com roteiro dos jornalistas Carlos Garcia e Marilourdes Ferraz e com a participação dos jornalistas Duda Guennes (à época residente em Portugal) e o premiado cinegrafista Rucker Vieira.

Material cedido para o projeto de pesquisa intitulado "Abismos do Cangaço" de autoria de Fabiano de Souza Ferraz.


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A MESA E A FOME

*Rangel Alves da Costa

Em meio à natureza, no seu habitat natural, o bicho até pode emagrecer demais por carência de alimentos, porém nunca será visto em situação de sobrepeso ou de obesidade. Grandes, largos, corpulentos, mas jamais pelo excesso de gordura, e sim pela própria compleição física de cada espécie.
Contudo, quando o bicho é caçado pelo homem e passa a viver em ambiente doméstico, logo perderá seu aspecto físico natural. E assim ocorre pelo fato de ser alimentado da forma que o homem faz na sua alimentação: exagerada, gordurosa, desequilibrada. O resultado será uma obesidade contrastante com a normalidade do bicho.
O porco, por exemplo, jamais alcançaria um exagero de quilos, de modo até a não poder mais caminhar, acaso seu ambiente de vida fosse distante do homem e seu chiqueiro tomado de restos de alimentos da mesa, lavagens, rações gordurosas e produtos químicos próprios à engorda. É criado assim por que quanto mais banha alcançar mais presumidamente gordo será, e com isto vendido pelo peso.
Noutra situação, um porco do mato é todo esguio, esbelto, na grandeza e na largura apropriados ao seu tamanho. Não existem lobos gordos demais nem elefantes obesos. Não existem guaxinins fora de forma pelo peso ou onças com sobrepeso. Mas basta que a onça seja domesticada num circo, por exemplo, e toda sua estrutura biológica e química será transformada.
O animal, seja leopardo, raposa, tigre ou hiena, come apenas na sua medida. É a sua fome que vai medir o tamanho de seu prato. Mas não com o exagero humano de ingerir cada vez mais alimentos sem qualquer necessidade, sempre forçando dilatação de seu estômago e consequentemente a obesidade. Já o animal se contenta em apenas se alimentar, não forçando nada além daquilo que seu estômago pede.
Uma ilustração. De repente um tigre, sempre à espreita de sua presa, sai de seu esconderijo e corre em disparada em direção a um lobo. Veloz, atroz, levado pela necessidade de alimento e pela fome que está sentindo, num bote avança sobre a presa e prega seus dentes afiados no pescoço do indefeso animal. Daí em diante, e rapidamente, grande parte do lobo é devorado. Quando está saciado, ou deixa os restos para outros animais ou arrasta para algum esconderijo nos arredores. Será a garantia de uma comida posterior.


Não se observa, contudo, o tigre forçando a ingestão de mais e mais alimento. Acaso fosse assim, ali ele permaneceria para roer até os ossos. Assim ocorre com os demais animais, cuja fome faz devorar suas presas, mas sem fazer disso um desperdício na sua mesa natural. Ademais, não é uma questão de apenas matar o outro animal pelo prazer de sangrar sua jugular, mas de necessidade de sobrevivência, de uma imperiosa necessidade de se alimentar para recompor suas forças e se proteger dos avanços de outros predadores.
Mas o que ocorre com homem na sua dieta? Totalmente o inverso do coelho, do tamanduá, da girafa, da lebre, da zebra, do elefante, do lince, do leopardo. Perante a mesa, ante sua gula infinita, o ser humano é um descontente por natureza. Parece mesmo que a sua gula é tão doentia quanto o alimento que ingere. Geralmente, não há limitação do homem perante o que lhe é disposto enquanto alimento. Quer mais e sempre mais, come mais e sempre mais.
Somente quando o alimento é escasso ou pouco mesmo, situação em que não pode desejar sequer um tiquinho a mais e muito menos repetir o prato, é que o homem se dá, forçosamente, por satisfeito. Mas não quando a comida é farta, quando a mesa é grande e as carnes e os mexidos são muitos e variados. Enche o prato, come de se lambuzar, sempre coloca mais e parece até querer chorar quando já não lhe cabe mais nem uma perna de frango. Despede-se da mesa tristonho, cheio demais, largo demais, esbaforido por dentro e por fora, mas prometendo logo voltar. E volta mesmo. Não espera nem a digestão se completar e novamente já estará enchendo um prato.
Como observado, na forma de se alimentar também uma grande diferença entre o bicho e o homem. O animal é comedido, é educado perante sua mesa e seu alimento. Quando o cachorro é gordo demais, assim o é pela mão humana, que lhe empanturra do que não presta. Assim como faz a si mesmo, devorando tudo pelo prazer da gula, acha que o seu bicho doméstico também deve ter sua doentia obesidade.
Bastaria que se mirasse na dieta dos bichos. Alimentar-se por que é preciso, mas somente na medida da fome. Jamais esvaziar tudo que estiver adiante e encher tudo que estiver por dentro e por fora. E como resultado esse balofamento todo que se vê por aí, onde roupa não cabe mais e até a pessoa não cabe mais em si mesma.

Escritor
blograngel-sertao.blogspot.com

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OS CANGACEIROS QUE TINHAM O APELIDO DE AZULÃO DO BANDO DE LAMPIÃO

Por José Mendes Pereira

O AZULÃO I

O Azulão I se chamava Patrício de Souza e era irmão do cangaceiro "Serra D´umã". Tanto Sérgio Augusto de Souza Dantas, quanto Raul Fernandes e Raimundo Nonato, os principais autores que trataram do ataque de Lampião a Mossoró, nos relatam que no dia 10 de junho de 1927, após o bando do rei do cangaço haver cruzado a fronteira potiguar, seguiu em direção norte, visando à cidade de Mossoró.

Próxima à povoação de Vitória, atual município de Marcelino Vieira, atacaram as primeiras casas do sítio conhecido como “Caiçara, ou “Caiçara dos Tomaz”. Travou-se um combate com a volante comandada pelo tenente Napoleão de Carvalho Agra, e lá morreu um soldado e o cangaceiro "Azulão" que foi enterrado em cova rasa. 

Ainda não conseguimos foto que o identificasse.


Amanhã postarei o Azulão II

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MARIA BONITA E O DESRESPEITO DO CANGACEIRO DIFERENTE.

Por José Mendes Pereira - (Crônica 41)
Maria Bonita - Foto colorida pelo professor 
pesquisador do cangaço Rubens Antonio.

Maria Gomes de Oliveira era o seu nome de batismo. Nasceu em Malhada da Caiçara em Paulo Afonso no Estado da Bahia e foi assassinada  no dia 28 de julho de 1938, na Grota do Angico em Porto da Folha, hoje pertencente à cidade de  Poço RedondoFoi uma cangaceira brasileira, companheira de Virgulino Ferreira da Silva o Lampião, e a primeira mulher a participar de um grupo de cangaceiros. 

José Felipe e dona Maria Joaquina da Conceição pais de Maria Bonita. - Ele faleceu em 1965 e ela em 1964 vitima de uma picada de cobra.

Entre os familiares era conhecida como Maria de Déia, e no mundo do cangaço ela foi alcunhada pela imprensa e pela polícia militar de Maria Bonita, por ser uma senhora linda, assim informou o sergipano Antônio dos Santos ao jornal "O Pasquim" publicada na edição de nº. 221 - Setembro/Outubro de 1973. 

O ex-cangaceiro de Lampião o Volta Seca nasceu no Saco Torto, Malhador no Estado de Sergipe, em 13 de março de 1918, e faleceu em Estrela Dalva no Estado de Minas Gerais, no dia 2 de fevereiro de 1997).   Confira clicando neste link abaixo para você ter certeza da minha informação: http://lampiaoaceso.blogspot.com/2009/12/entrevista-de-volta-seca-jornal-o.html

O cangaceiro Volta Seca ainda muito jovem

Os cangaceiros não a chamavam de Maria Bonita e sim, quando falavam diretamente a ela chamavam-na de dona Maria, e quando se referiam a ela  chamavam-na de dona Maria do capitão. Foi uma mulher honesta e em nenhum momento denegriu a imagem do seu homem.

O escritor Roberto Vila Nova fala em um dos seus textos, “Caçador de cangaceiros revela segredos do cangaço”, 11 de outubro de 2005, que o ex-soldado Josias Valão dos Santos (já falecido) que era comandado do sargento Aniceto, conta um fato que aconteceu envolvendo Maria Bonita. 



Josias Valão dos Santos 

Diz o escritor. Na integra: 

"(... outro episódio que chamou a atenção de Josias foi a rebeldia do cangaceiro apelidado de “Diferente”, que era viciado em baralho e, quando estava perdendo, falava palavrões. 


Neném do Ouro companheira de Luiz Pedro e o cangaceiro Diferente

Numa partida em que se encontravam Lampião, Luiz Pedro, Maria Bonita e Sabonete, o cangaceiro soltou palavrões e foi recriminado por Luiz Pedro que o chamou a atenção para a presença de Maria Bonita na mesa. E o cangaceiro desbocado reagiu, dizendo que Maria Bonita não era nenhuma santa. “- Você ...come ela...”, relatou Josias, dizendo que essa passagem foi contada ao sargento Aniceto por um coiteiro. A surpresa é que Lampião fez que não ouviu nada”, ...


Crédito: Foto do Acervo de Robério Santos. 
O que o policial informou a Roberto Vila Nova foi o “DISSE ME DISSE”, pois a história já vinha de um coiteiro que contou ao sargento Aniceto, e o Josias Valão dos Santos contou a Roberto Vila Nova.

Confira a minha informação clicando neste link abaixo:
https://www.alagoas24horas.com.br/829504/cacador-de-cangaceiros-revela-segredos-do-cangaco-2/

Eu não me refiro ao escritor e pesquisador do cangaço Roberto Vila Nova porque ele apenas registrou o que o volante da polícia militar Josias Valão dos Santos lhe informou. Mas eu acho muito difícil que isso tenha acontecido com Maria Bonita, pois ela detestava traições de cangaceiras, e como companheira do rei do cangaço jamais iria decepcionar ele, e que ela tinha deixado a sua família e toda uma vida sossegada  para trás só na intenção de viver um amor com o facínora, perverso e sanguinário capitão Lampião.



Aqui eu registro uma das provas que Maria Bonita detestava traições de cangaceiras que não dominavama o seu sexo e traíam os seus companheiros em plena caatinga  do sertão brasileiro.

Gitirana e o cangaceiro Sofreu - Conheça mais um pouco sobre Gitirana clicando neste link: - http://blogdomendesemendes.blogspot.com/2015/06/um-pouco-mais-sobre-o-cangaceiro.html

“Certa vez, o cangaceiro Corisco deu o seu parecer sobre a traição que fizera Cristina contra o seu companheiro Português. 

Ela havia tido um caso amoroso com o cangaceiro Gitirana do bando de Corisco, e o Português queria contratar o cangaceiro Catingueira para assassiná-lo. 


Corisco e Dadá sua companheira. 

Português sentindo-se decepcionado diante dos amigos de imediato contratou o cangaceiro Catingueira para limpar sua honra. Quando Catingueira chegou ao coito de Corisco chamou Gitirana em particular para terem uma conversa.


Inacinha de Gato e Catingueira

Nesse momento, Maria Bonita e Lampião que estavam no coito de Corisco aproximaram-se do local. Maria Bonita opinou que Cristina era a grande culpada, e deveria ser eliminada do grupo e morta por Catingueira.


Maria Bonita e Lampião

Foi quando Corisco lhe respondeu:

- Ela deu o que era dela! Ninguém tem nada com isso!

Não satisfeita com a resposta, Maria Bonita disse:


- Mas Português vai  ficar desmoralizado por causa dela que deveria ter evitado.

Corisco deu um basta à discussão, exclamando:


- Ele que cuide da mulher dele! De Gitirana cuido eu!" 



O alagoano Antônio Félix se tornou cangaceiro no ano de 1937, com a intenção de vingar a morte do seu pai, que foi morto pela volante do sargento Deluz. Fazia parte do subgrupo de Corisco e no cangaço ficou conhecido pela alcunha de Gitirana. https://www.pinterest.co.uk/pin/483925922445006501/

Eu não estou aqui querendo santificar a rainha do cangaço Maria Bonita, e afinal, eu não estava na caatinga do nordeste com ela e nem com eles, mas eu acredito na  sua honestidade. Maria viveu dois amores apenas. O primeiro foi o José Miguel da Silva o Zé de Neném, e o segundo e último foi o capitão Lampião a quem ela tanto o admirava.

Se os próprios cangaceiros remanescentes do cangaço da "Empresa de Cangaceiros Lampiônica & Cia." do afamado  Lampião, afirmaram aos repórteres e escritores que todos eles respeitavam bastante Maria Bonita, e por que dizer coisas contrárias a sua honra? Ela e Lampião já tinham falecidos, e eles poderiam ter dito coisas ridículas contra ela, mas nenhum deles quis nodoar a sua honra, porque durante o tempo em que viveram amargamente com ela no cangaço, não tomaram conhecimento de nenhuma traição dela. Esta é a minha humilde opinião. Mas qualquer um amigo pode contrariar o que eu afirmo sobre Maria Bonita.

http://blogdomendesemendes.blogspot.com.br/2010/12/maria-bonita.html

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PESQUISADOR CONTA DETALHES EXCLUSIVOS SOBRE TRAJETÓRIA DE LAMPIÃO EM PALESTRA NA ASLE



Com uma memória  p rivilegiada e domínio destacado sobre a história do cangaço no Brasil, o pesquisador e escritor José Sabino Bassetti, de 76 anos, encantou, na manhã deste sábado (6), membros da Academia Saltense de Letras (ASLe) e convidados com palestra sobre o tema.
Intitulada “Lampião e o Fenômeno do Cangaço no Brasil”, a exposição trouxe detalhes exclusivos sobre a trajetória de Virgulino Ferreira da Silva, conhecido popularmente pelo apelido de Lampião, que foi o principal e mais conhecido cangaceiro brasileiro.
É o caso, por exemplo, do fato de que Lampião nunca trabalhou na vida, embora tenha sido artesão até os 20 anos. Ao contrário da maioria dos cangaceiros também, ele era alfabetizado. “Lampião pode ter sido tudo nesta vida, mas burro ele não era”, disse o pesquisador.
Dispensando o microfone por ter voz forte, Bassetti falou por quase duas horas como se conversasse com amigos na varanda de casa e essa intimidade deu aos presentes a impressão de que tivessem presenciado as cenas, afirmou João Milioni, escritor responsável pela organização.
A palestra estava programada havia seis meses e foi proposta pelo escritor por ele ser um apaixonado pela vida de Lampião e o cangaço. “Eu sabia que Bassetti tem tantos conhecimentos a respeito que achei que seria interessante dividir isto com os colegas da ASLe”.
José Sabino Bassetti é um estudioso sobre o cangaço desde os anos 60 e é autor de “Lampião – O cangaço e seus segredos” (Nova Consciência, 2015) e “Lampião, sua morte passada a limpo” (Nova Consciência, 2011), esta última com Carlos Cesar de Miranda Mengale.
Testemunha ocular
“Tive oportunidade de conhecer pessoas envolvidas com o cangaço, parentes de quem esteve lá também e outros que estiveram próximos das principais cenas desse movimento, além de ter ido aos locais de batalhas, principalmente onde Lampião morreu”, disse Bassetti.
Só na Grota do Angico, fazenda em Porto da Folha, sertão de Sergipe, palco da última batalha entre Lampião e as chamadas Volantes (grupos de policiais), que culminou com a morte do líder e da sua conhecida companheira Maria Bonita, em 1938, ele visitou nove vezes.


“Fui para lá com um dos policiais que participaram da emboscada ao bando e medi com uma trena a distância entre os locais onde membros do grupo estavam para definir detalhes que comporiam os meus livros sobre o tema e ouvi do policial tudo como aconteceu”, afirmou.

Em 27 de julho de 1938, Lampião e vários cangaceiros foram surpreendidos pela volante do tenente João Bezerra, auxiliada pelos militares aspirante Francisco Ferreira de Melo e o sargento Aniceto Rodrigues, e nove deles morreram com Lampião e Maria Bonita.
O pesquisador disse que não houve resistência à emboscada. “O que se pode chamar de resistência foi que os 23 que escaparam fugiram atirando, mas era correr, olhar trás e dar tiro só”. Curiosamente, após o episódio, nenhum dos que escaparam cometeram mais crimes.
Bassetti afirmou que vários deles ajudaram a polícia a desvendar detalhes sobre o bando em uma espécie de delação premiada. “No sertão, o ódio não tem pressa. Muitos deles se vingaram de desafetos dentro do próprio bando com as suas delações”, afirmou.
Os 11 mortos –além de Lampião e Maria Bonita, morreram Quinta-Feira, Luís Pedro, Mergulhão, Manoel Miguel (Elétrico), Caixa de Fósforo, Enedina, Cajarana, Moeda e Mangueira- tiveram as cabeças arrancadas e levadas para Alagoas como troféus.
Mitos desfeitos
“As cabeças foram conservadas em latas de querosene com sal, cal e aguardente”, disse o pesquisador. Para muita gente, Maria Bonita estaria viva quando fora decepada. “Mas isso não é verdade. É mito. Ela levou um tiro na barriga. Depois outro nas costas. Ninguém sobrevive”.
Outro mito que Bassetti desfez foi que Lampião teria escapado da emboscada e acabado morto depois, porque sua cabeça estava muito deformada. Na verdade, ela ficou assim após um dos policiais bater com a coronha do fuzil com força e com muita raiva.
Ele desfez o mito ainda de que os cangaceiros tivessem sido envenenados antes de morrer. “Não foram não. Os policiais colocaram creolina nos corpos para evitar disseminação de doenças”. A atitude levou alguns urubus a morrer intoxicados depois de comer a carne.
Uma das mais conhecidas lendas sobre Lampião, segundo Bassetti, é a que diz que seus companheiros de cangaço deram esse apelido a ele, porque atirava tão rápido (como se fosse uma metralhadora) que a ponta de seu fuzil ficava vermelha, parecendo um lampião.


Mas o pesquisador e escritor fez uma revelação que responde à questão que sempre vem à tona quando se fala de Lampião: ele foi herói ou bandido? Para Bassetti, é difícil dizer quem mais prejudicou o nordeste, se Lampião, padre Cícero ou Antônio Conselheiro.
A afirmação reflete uma vida dedicada a pesquisas sobre a trajetória e toda a repercussão dos atos de Lampião, passando pelos desses líderes, sobre a população sofrida do nordeste e sobre as esperanças e sonhos de um povo que não foi aquinhoado com muitas chances.
Legendas: Na foto 1, José Sabino Bassetti empolga-se na descrição das ações de Lampião. Na foto 2, responde a perguntas da plateia. Na foto 3, concede entrevista para a TV Taperá.
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