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sábado, 15 de outubro de 2022

DIA DO PROFESSOR

Por Wikipédia

O dia 15 de outubro foi proclamado pela UNESCO como Dia Mundial dos Professores em 1994,[1] para celebrar a aprovação, em 15 de outubro de 1966, a Recomendação da UNESCO / OIT sobre o Estatuto dos Professores, em cooperação com OIT, numa conferência intergovernamental especial convocada pela UNESCO e realizada em Paris.[2]

No dia 5 de outubro celebra-se também a adoção, pela Conferência Geral da UNESCO, em 1997, da Recomendação da UNESCO sobre o Estatuto do Pessoal Docente do Ensino Superior.[3]

Em alguns países há um dia especial para os professores. Em alguns deles é feriado enquanto em outros são realizadas apenas comemorações em dias úteis.

O Dia do Professor

Inspirado por um professor paulista, no Brasil o Dia do Professor é comemorado em 15 de outubro.

No dia 15 de outubro de 1827Pedro I, Imperador do Brasil baixou um Decreto Imperial que criou o Ensino Elementar no Brasil. Pelo decreto, "todas as cidades, vilas e lugarejos tivessem suas escolas de primeiras letras". Esse decreto falava de bastante coisa: descentralização do ensino, o salário dos professores, as matérias básicas que todos os alunos deveriam aprender e até como os professores deveriam ser contratados. A ideia, inovadora e revolucionária, teria sido ótima - caso tivesse sido cumprida.[4]

Mas foi somente em 1947, 120 anos após o referido decreto, que ocorreu a primeira homenagem e comemoração de um dia efetivamente dedicado ao professor. Começou em São Paulo, em uma pequena escola no número 1520 da Rua Augusta, onde existia o Ginásio Caetano de Campos,[5] conhecido como "Caetaninho". O longo período letivo do segundo semestre ia de 1 de junho a 15 de dezembro, com apenas dez dias de férias em todo este período. Quatro professores tiveram a ideia de organizar um dia de parada para se evitar a estafa e de congraçamento e troca de ideias com os pais. O principal, entretanto, era a análise conjunta do conteúdo do aprendizado e de rumos no ensino para o restante do ano.

O professor Salomão Becker,[6] ainda no primeiro semestre deste ano de 1947, sugeriu que o encontro se chamasse "Dia do Professor" e se desse no dia de 15 de outubro, data em que, na sua cidade natal, Piracicaba, professores e alunos traziam doces de casa para uma pequena confraternização. A sugestão foi aceita e a comemoração teve presença maciça - inclusive dos pais.[7] O discurso do professor Becker, além de ratificar a ideia de se manter na data um encontro anual, trazia a essência daquele encontro. Disse ele: "Professor é profissão. Educador é missão", "Em Educação, não avançar já é retroceder". "Professor, a profissão que dá origem a todas as outras".[8] Com a participação dos professores Alfredo GomesAntônio Pereira e Claudino Busko, a ideia estava lançada.

A comemoração - que se mostrou um sucesso - espalhou-se pela cidade e pelo país a partir daí. No ano seguinte, 1948, na Capital de São Paulo, dezenas de escolas já celebravam a data.[9] Os Estados de São Paulo e Santa Catarina foram os primeiros a oficializar a data como feriado escolar,[10] seguidos depois por vários outros. No Brasil, a data se torna oficial nacionalmente como feriado escolar pelo Decreto Federal 52.682,[11] de 14 de outubro de 1963. O Decreto definia a essência e razão do feriado, como idealizado 16 anos antes: "Para comemorar condignamente o Dia do Professor, os estabelecimentos de ensino farão promover solenidades, em que se enalteça a função do mestre na sociedade moderna, fazendo participar os alunos e as famílias".

Brasil

10:20
Discurso do Presidente Getúlio Vargas em cerimônia para professores em dezembro de 1943.
Antonieta de Barros, primeira mulher negra eleita no Brasil e criadora da primeira lei que instituiu o dia do professor no Brasil.

No Brasil, o Dia do Professor é comemorado em 15 de outubro.

No dia 15 de outubro de 1827Dom Pedro I, Imperador do Brasil sancionou a lei que criou o Ensino Elementar no Brasil, estabelecendo que "todas as cidades, vilas e lugarejos tivessem suas escolas de primeiras letras".[12]

A jornalista, professora e política brasileira Antonieta de Barros, a primeira negra brasileira a assumir um mandato popular, foi deputada estadual em duas legislaturas de Santa Catarina. Antonieta, que foi pioneira e inspiração para o movimento negro, além de ter contribuído no parlamento, na imprensa e no magistério, foi uma ativa defensora da emancipação feminina, de uma educação de qualidade para todos e pelo reconhecimento da cultura negra, em especial no sul do Brasil. Em sua segunda passagem pelo parlamento, criou a Lei Nº 145, de 12 de outubro de 1948, que instituiu o dia do professor e o feriado escolar em 15 de outubro. Apesar de ter âmbito estadual, essa foi primeira lei que associa a data ao dia do professor.[13]

A data se torna oficial nacionalmente como feriado escolar pelo Decreto Federal 52.682, de 14 de outubro de 1963. O Decreto definia a essência e razão do feriado: "Para comemorar condignamente o Dia do Professor, os estabelecimentos de ensino farão promover solenidades, em que se enalteça a função do mestre na sociedade moderna, fazendo participar os alunos e as famílias".[14]

Índia

5 de setembro é o Dia do Professor na Índia. É o dia de nascimento do ex-presidente e professor indiano Dr. Sarvapalli Radhakrishnan. Quando o Dr. Radhakrishnan tornou-se o presidente da Índia em 1962, alguns de seus alunos e amigos se aproximaram dele e lhe pediram para permitir que eles comemorassem seu aniversário no dia 5 de setembro. Em resposta, o Dr. Radhakrishnan disse, "Ao invés de comemorar o meu aniversário separadamente, eu ficaria mais orgulhoso se o dia 5 de setembro fosse marcado como o Dia do Professor."

Ele não é um feriado na Índia. É considerado um "dia comemorativo", onde professores e estudantes vão para as escolas como de costume, mas as atividades habituais e de classe são substituídas por atividades de celebração, agradecimentos e recordações. Em algumas escolas neste dia, a responsabilidade de ensinar é deixada por conta dos alunos das séries mais avançadas como uma avaliação por seus professores.

Tradicionalmente, as pessoas na Índia têm tido grande respeito e estima pelos professores. Um antigo ditado indiano (geralmente ensinado para as crianças), coloca o professor em terceiro lugar: "Maata, Pitha, Guru, Daivam", significando a mãe, o pai e o professor é Deus. Há um outro ditado na forma de uma parelha de versos (doha), que diz, "Guru Govind doou khare kake lagon paai? Balihari guru aap ki Govind deeo batai," significando "Eu estou em dificuldade de saber quem saudar primeiro: o professor ou o Deus. Eu escolherei o professor porque ele é um instrumento da sabedoria de meu Deus". Ainda, um ponto central na escritura Hindu mostra "Guru Bramha, Guru Vishnu, Guru devo Maheshwaraha - Gurusakshath parabramha tasmai shree gurve namaha", que se traduz como "O professor é a santíssima trindade. O professor é a manifestação do próprio senhor".

Malásia

16 de maio é o Dia do Professor (malaio: Hari Guru) na Malásia.

Turquia

O Dia do Professor (em turco: Öğretmenler Günü) é comemorado em 24 de novembro na Turquia. O dia 24 de novembro foi dedicado aos professores por Kemal Atatürk. Atatürk achou e declarou que aquela nova geração seria criada por professores. (turco"Öğretmenler yeni nesil sizin eseriniz olacaktır." - M. Kemal Atatürk)

O Dia do Professor comemorado em dias úteis

Albânia

Na Albânia, o Dia do Professor é um feriado não oficial em 7 de março, um dia antes do Dia das Mães (8 de março).

China

O Dia do Professor foi primeiramente instituído na Universidade Central Nacional em 1931. Foi adotado pelo governo central de Taiwan em 1932 e em 1939 o dia foi transferido para 28 de setembro, que é o dia do aniversário de Confúcio. Foi extinto pelo governo da República Popular da China em 1951 e restabelecido em 1985 sendo que o dia foi novamente mudado para 10 de setembro. Atualmente mais e mais pessoas estão fazendo esforços para retornar o Dia do Professor para o dia de nascimento de Confúcio.

República Tcheca

Na República Tcheca, o Dia do Professor (Den učitelů) é um feriado não oficial, comemorado em 28 de março, aniversário de Jan Ámos Komenský (Comenius). As crianças levam flores para seus professores. Representantes do governo utilizam este dia para demonstrar agradecimento a esta profissão e premiar os melhores professores.

Irã

O Dia do Professor no Irã é comemorado em 2 de maio (Ordi, behesht 12, no calendário iraniano).

América Latina

O Dia Internacional do Professor na América Latina é 11 de setembro, em memória ao dia da morte de Domingo Faustino Sarmiento, um político argentino e pedagogo respeitado. Esta data foi estabelecida na Conferência Interamericana sobre Educação de 1943, no Panamá.

Muitos países latino-americanos, porém, têm uma data separada para comemorar o Dia do Professor de acordo com acontecimentos de sua própria história. No Brasil, o Dia do Professor é 15 de outubro. No México, em setembro de 1917, o Congresso Federal decretou o dia 15 de maio como Dia do Professor (Día del Maestro). No Peru, o Dia do Professor é comemorado em 6 de julho.

Polônia

Na Polônia o Dia do Professor (Dzień Nauczyciela), ou Dia da Educação Nacional (Dzień Edukacji Narodowej) é 14 de outubro. Nesse dia a Komisja Edukacji Narodowej (Comissão de Educação Nacional) foi criada em 1773.

Rússia

Na Rússia o Dia do Professor é 5 de outubro. Antes de 1994, esse dia era comemorado no primeiro domingo de outubro.

Singapura

Em Singapura, o Dia do Professor é um feriado oficial escolar, comemorado em 1 de setembro. As comemorações são geralmente realizadas no dia anterior, quando os estudantes têm metade do dia livre.

Eslováquia

Na Eslováquia, o Dia do Professor (Deň učiteľov) é um feriado não oficial, comemorado em 28 de março, aniversário de Jan Ámos Komenský (Comenius).

Coreia do Sul

Na Coreia do Sul o Dia do Professor (스승의 날) é 15 de maio. Nesse dia, os professores são geralmente presenteados com cravos por seus alunos e ambos desfrutam de um dia escolar mais curto. Ex-estudantes prestam seus respeitos aos seus antigos professores visitando-os e oferecendo-lhes presentes. Atualmente muitas escolas por todo o país suspendem suas aulas para comemorarem esta data.

Taiwan

Na República da China (Taiwan) é comemorado em 28 de setembro. O dia presta homenagem às virtudes, às dificuldades dos professores e também as suas contribuições não apenas em relação aos seus próprios alunos, mas também para com toda a sociedade. As pessoas geralmente aproveitam o dia para expressar sua gratidão aos seus professores, tais como lhes fazendo uma visita ou enviando-lhes um cartão. Esta data foi escolhida por comemorar o nascimento de Confúcio, que se acredita ter sido o modelo de mestre e educador da antiga China.

Em 1939, o Ministério da Educação estabeleceu que o feriado nacional seria em 27 de agosto, atribuído ao dia de nascimento de Confúcio. Em 1952, o governo o mudou para setembro, alegando ser esta a data correta pelo Calendário gregoriano.

O festival comemorativo acontece nos templos de Confúcio espalhados por toda a ilha, conhecido como a "Grande Cerimônia Dedicada a Confúcio" (祭孔大典). A cerimônia acontece às seis horas da manhã com batida de tambores. 54 músicos vestindo roupões com cintos azuis, 36 (ou 64) dançarinos vestidos de amarelo com cintos verdes. Eles são conduzidos pelo chefe descendente de Confúcio (atualmente Kung Te-cheng) e acompanhado por oficiais do cerimonial. Três animais -- a vaca, a cabra, e o porco -- são sacrificados. A pelagem retirada desses animais sacrificados é chamada de Cabelos da Sabedoria.

Além disso, institutos locais de educação e órgãos civis oferecem prêmios a determinados professores por suas influências excelentes e positivas.

Tailândia

16 de janeiro foi adotado como o Dia do Professor na Tailândia por uma resolução do governo em 21 de novembro de 1956. O primeiro Dia do Professor aconteceu em 1957.

Estados Unidos

Nos Estados Unidos, o Dia do Professor é um feriado não oficial na terça-feira da primeira semana de maio.

A Associação de Educação Nacional (National Education Association) descreve o Dia Nacional do Professor como "um dia para homenagear os professores e reconhecer todas as contribuições duradouras que eles realizam em nossas vidas".

A Associação apresenta uma história do Dia Nacional do Professor: A origem do Dia do Professor não é precisa. Por volta de 1944 um professor de Arkansas Mattye Whyte Woodridge começou a se corresponder com líderes políticos e educacionais sobre a necessidade de se ter um dia nacional para homenagear os professores. Woodbridge escreveu para Eleanor Roosevelt que em 1953 convenceu o Congresso dos Estados Unidos a proclamar o Dia Nacional do Professor.

A Associação juntamente com seus estados afiliados Kansas e Indiana e Dodge City (Kansas) pressionaram o Congresso para criar um dia nacional para os professores. O Congresso declarou 7 de março de 1980, como o Dia Nacional do professor apenas para aquele ano.

A Associação de Educação Nacional e seus afiliados continuaram a comemorar o Dia do Professor na primeira terça-feira de março até 1985, quando a Associação Nacional de Pais e Professores estipulou a Semana de Avaliação do Professor na primeira semana de maio. A Assembleia Representativa da Associação de Educação Nacional então votou para que se fizesse na terça-feira daquela semana o Dia Nacional do Professor.

A partir de 7 de setembro de 1976, foi adotado o Dia do Professor em 11 de setembro no estado de Massachusetts.

Vietnã

No Vietnã, o Ngày nhà giáo Việt Nam (Dia do Educador Vietnamita) cai em 20 de novembro. Naquele dia, os estudantes têm o dia livre, mas se espera que eles visitem seus atuais e antigos professores em suas casas e lhes levem flores para demonstrar sua consideração.

Referências

  1.  «World teachers day». UNESCO. Consultado em 15 de outubro de 2018
  2.  «Recomendação da UNESCO/OIT sobre o Estatuto dos Professores». UNESCO. Consultado em 15 de outubro de 2018
  3.  «Recomendação da UNESCO sobre o Estatuto do Pessoal Docente do Ensino Superior». UNESCO. Consultado em 15 de outubro de 2018
  4.  «A lei de 15 de outubro de 1827»DireitoNet. Consultado em 23 de novembro de 2021
  5.  «| CAETANO DE CAMPOS»www.caetanodecampos.com.br. Consultado em 23 de novembro de 2021
  6.  «A história de Salomão Becker, o criador do Dia do Professor»Secretaria da Educação do Estado de São Paulo. 15 de outubro de 2019. Consultado em 23 de novembro de 2021
  7.  «educador - Ministério da Educação»portal.mec.gov.br. Consultado em 23 de novembro de 2021
  8.  «APEOESP - 'Para meu pai, educação não avançar já era retroceder', diz filho do criador do Dia do Professor»www.apeoesp.org.br. Consultado em 23 de novembro de 2021
  9.  «15 de outubro - Dia do Professor»Mundo Educação. Consultado em 23 de novembro de 2021
  10.  «Lei n° 174, de 13/10/1948»www.al.sp.gov.br. Consultado em 23 de novembro de 2021
  11.  «D52682»www.planalto.gov.br. Consultado em 23 de novembro de 2021
  12.  «LEI DE 15 DE OUTUBRO DE 1827 - Publicação Original - Portal Câmara dos Deputados»www2.camara.leg.br. Consultado em 9 de outubro de 2018
  13.  Fernanda da Escóssia (ed.). «A filha de ex-escrava que virou deputada e inspira o movimento negro no Brasil». BBC Brasil. Consultado em 15 de outubro de 2021
  14.  LEI Nº 145, DE 12 DE OUTUBRO DE 1948 (14 de outubro de 1948). «LEI Nº 145, DE 12 DE OUTUBRO DE 1948 - Dia do Professor». Assembleia Legislativa de Santa Catarina - SC. Consultado em 15 de outubro de 2020.
  15. https://pt.wikipedia.org/wiki/Dia_do_professor

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BASTIDORES DE UMA OBRA ROSTAND MEDEIROS EM AÇÃO

Entre os meses de Agosto de 2009 a Fevereiro de 2010, estive percorrendo as áreas rurais por onde o bando de Lampião no Rio Grande do Norte, como parte de uma consultoria que prestei ao SEBRAE, dentro do projeto “Território Sertão do Apodi - Nas Pegadas de Lampião” (www.sertaodoapodi.com.br). Desde a cidade de Luís Gomes, a Mossoró e finalizando em Baraúna, percorri "todo o mesmo trajeto dos cangaceiros" de todas as formas percorrer o mesmo caminho originalmente palmilhado por estes cangaceiros. Para traçar esta rota, além das obras escritas sobre a história da passagem do bando de Lampião pelo Rio Grande de Norte, fiz uso de materiais históricos existentes nos arquivos do Rio Grande do Norte, Paraíba e de Pernambuco. Após seis meses, foram percorridos, entre idas e vindas, mais de 4.000 Km, onde visitamos 82 sítios, fazendas, comunidades e cidades. Foram entrevistadas 123 pessoas e obtidas mais de 2.000 fotos. Em grande parte deste trajeto, a motocicleta se mostrou um aliado muito mais eficiente para se alcançar estes distantes locais.

Compartilho com os leitores e rastejadores do Lampião Aceso alguns momentos dessa minha aventura!

Uma pausa para um café. Aqui junto ao mototaxista Moisés Pautilho, de Luís Gomes. Quem quiser sair da frente do computador e ir ver estes locais, contrate este sertanejo honesto e trabalhador e pode rodar pelos caminhos de Lampião com segurança e satisfação.

Com o Sr. Pedro Belo do Nascimento, Sítio Tigre, zona rural de Luís Gomes. Na época da passagem do bando, o Sr. Pedro percorreu as mesmas fazendas pouco tempo depois das depredações e sequestros e contou muita coisa interessante. Quem quiser ir lá não perde a viagem. Lúcido em seus 99 anos, conta muita coisa em detalhes e fumando um cigarrinho feito por ele mesmo.

Casa do Sítio Baixio (ou Baixio dos Leites), as margens da BR que liga Major Sales (RN) a Uiraúna (PB). Segundo Sérgio Dantas, esta foi a primeira fazenda visitada por Lampião no RN. Falo visita, pois esta era a casa do pai de Massilon Leite, o cangaceiro que guiou o bando de Lampião no RN e o clima foi de tranquilidade. A data foi 10 de junho de 1927.

O que resta da fazenda Aroeira, de onde a Sra. Maria José Lopes foi sequestrada pelo bando. Zona rural da cidade de Paraná.

Segundo membros da comunidade, nesta antiga casa grande do Sítio Barro Preto, na zona rural do município de Tenente Ananias, que pertencia a família Paula, Lampião e seus homens passaram pelo local sem criar problemas, pois o proprietário era amigo de Massilon.

Segundo Dona Maria Emília da Silva, estas marcas circulares foram deixadas pelos canos dos fuzis dos cangaceiros, no umbral da porta principal da casa do seu pai, no Sítio Panati. Para ela, a existência destas marcas é fator de orgulho.

Dona Terezinha Queiroz, Sítio Juazeiro, zona Rural de Marcelino Vieira. Ela reclama que os mais jovens da região não se interessam mais pelas histórias da passagem de Lampião.

Segundo Dona Terezinha Queiroz, foram estes baús que os cangaceiros arrombaram quando invadiram o Sítio Juazeiro.

 
Marcos simbólicos existentes as margens do Açude da Caiçara no distrito homônimo. Conhecido como “O Cruzeiro do soldado”, existe para recordar o “Fogo da Caiçara”.


   
Detalhe


Na capela da Comunidade do Junco, construída no local original onde foi rezada a primeira “missa do soldado”, em 1928. Todo os anos, sempre no dia 10 de junho, a comunidade local não esquece o sacrifício do soldado José Monteiro de Matos e realizam uma missa em sua homenagem.


Placa comemorativa do trigésimo aniversário do “Fogo da Caiçara”.


Da direita para esquerda vemos o professor de geografia da rede municipal de ensino de Marcelino Vieira, Ênio Almeida, o Secretário de Cultura desta cidade, professor Romualdo Antônio Carneiro Neto, o comerciante Francisco Assis da Silva e o autor deste trabalho. Com a ajuda destas pessoas foi possível levantar a história da memória em relação a passagem de Lampião e seu bando por Marcelino Vieira.


Aspecto atual da cidade de Marcelino Vieira.


Marcas de fuzis, mantidas preservadas na porta principal da casa da fazenda Lajes, zona rural de Marcelino Vieira.


Aspecto atual da abandonada casa do Sítio Cascavel, na zona rural do município de Pilões. Esta foi à primeira casa “visitada” pelo bando na manhã de 11 de junho de 1927.


Após o Sítio Cascavel, vemos o Interior da casa do Sítio São Bento, igualmente invadida pelos cangaceiros.


Pelos caminhos de Lampião, muita dor, sangue e lágrimas.


Segundo os moradores da região, esta ermida, em honra a Jesus, Maria e José, foi uma obra edificada para o pagamento de uma promessa feita pela família do coronel Marcelino Vieira da Costa, proprietário da fazenda Caricé.


Marcas da passagem do bando, na porta da antiga residência do morador José Nonato, na Fazenda Caricé.
Nesta residência, na Fazenda Nova, zona rural do município de Pau dos Ferros, até hoje é comum a apresentação de cantadores de viola afamados da região e até de outros estados, onde o público se acomoda nestas toras de carnaúba colocados em forquilhas. Sempre é solicitado aos cantadores que narrem à história do fazendeiro Antônio Januário de Aquino, que em 11 de junho de 1927, pediu a Lampião que não deixasse seus homens fazerem mau a suas três filhas e ele foi atendido. A fundo da fotografia vemos os contrafortes da Serra de Martins.


Vista da Serra da Veneza, a partir da estrada que liga as cidades de Pilões e Martins. O ponto branco, bastante distinto na foto, localizado praticamente no meio da serra, é uma capela dedicada a São Sebastião e construída como uma promessa pelo fato de três familiares terem escapados incólumes das garras de Lampião.
Casa da Fazenda Morcego. Abandonada e sem conservação.
Uma entrevista, um diálogo sobre o cangaço, ou sobre a passagem de Lampião e seu bando pela região, é sempre foi sempre bem aceito pelos sertanejos, que em nenhuma ocasião se negaram a receber este pesquisador.
A capela de Santo Antônio. Construída 1901, estava em festa quando da passagem dos cangaceiros pela vila de Boa Esperança, atual município de Antônio Martins.


A Prefeitura Municipal de Antônio Martins criou uma insígnia honorífica, no formato de ma pequena placa de acrílico, personalizada, em honra das vítimas da passagem do Bando de Lampião.


Na ocasião em que visitamos Antônio Martins, tivemos oportunidade de presenciar o nosso amigo, o Secretário Municipal de Turismo e Cultura, Chagas Cristovão, entregando uma das ordens honorificas a um dos familiares de uma das vítimas da passagem do Bando de Lampião.


No Sítio Cruz, na zona rural de Frutuoso Gomes, encontramos o agricultor Glicério Cruz e sua família. Aos 96 anos, seu Glicério continua altivo e memorioso, onde recordou o medo das pessoas da região quando da passagem de Lampião e seu bando. Este agricultor participava da manifestação folclórica conhecida como Rei Congo, ou Rei do Congo, onde atuava no papel do monarca. Último remanescente deste grupo folclórico lamenta que a atual juventude não se interesse mais por este tipo de manifestação cultural.


Marcas deixadas pelos cangaceiros em uma das janelas da casa do Sítio Serrota.
Placa onde a comunidade de Lucrécia homenageia as vítimas do bando de Lampião.
Na zona rural desta cidade temos a casa do Sítio Serrota e os membros da família Leite na atualidade. Na noite de 11 de junho de 1927, o fazendeiro Egídio Dias da Cunha foi sequestrado pelos cangaceiros e sua esposa, Donatila Leite Dias passou por sérios apuros.
Após o sequestro de Egidio Dias, um grupo de parentes e amigos tentou buscar seu resgate na antiga vila de Gavião, atual município de Umarizal. No trajeto o grupo encontrou o bando de cangaceiros e três homens foram mortos. As margens da RN-072, este monumento, conhecido como “A cruz dos três heróis” marca o local do combate.
Na comunidade rural do sítio Caboré atua uma organização denominada Grupo Juventude Unida de Caboré, que atua no desenvolvimento da cultura local, utilizando principalmente o teatro como ferramenta e meio de expressão, através de um grupo de teatro denominado “Tribo da Terra”. Conhecemos o grupo e ficamos sabendo que eles desenvolveram uma peça teatral denominada “Na boca do povo e das almas”, onde tratam exclusivamente dos trágicos episódios vividos pela incipiente comunidade em junho de 1927. Este grupo de teatro, liderados pela estudante de pedagogia Adriane Maia Dias.


Na zona rural do município de Umarizal visitamos uma das mais belas e bem preservadas propriedades rurais existentes no trajeto, a Fazenda Campos, que foi invadida na manhã de 12 de junho de 1927.
O agricultor Pedro Regalado da Costa, memória viva da passagem do bando na comunidade Traíras, zona rural do município de Apodi.


Aspecto da casa principal do Sítio João Dias, invadido pelo bando, se mostra muito bem conservada e original na sua arquitetura tradicional.
Antiga casa grande da Fazenda Santana, atualmente prestes a desabar por falta de conservação. Aqui o prisioneiro Antônio Gurgel do Amaral teve o primeiro contato com Lampião.


 Antonio Gurgel, neto e esposa.


Marcas do projeto em várias localidades do Rio Grande do Norte, como aqui em Itaú.
O agricultor João de Deus de Oliveira no caminho que segue para a Ladeira do Mato Verde, onde o bando de cangaceiros galgou a Chapada do Apodi.


No alto da Chapada do Apodi, com meu “Cavalo de aço”, atrás do rastro dos cangaceiros 83 anos depois.


No Sítio Arapuá, zona rural de Felipe Guerra, conhecendo um pouco dos fatos relativos à passagem do bando junto ao agricultor Edmundo Paulino da Silva (de óculos escuros) e seus familiares.


Na região do Sítio Carnaubinha, onde existia uma pousada conhecida como “pouso de Pregmácio”, atacada pelos cangaceiros, o senhor Francisco Barbosa de Lima, de 87 anos, conhecido em toda a região como “Caiolin”, aponta o caminho que seu pai afirmava ter sido originalmente percorrido pelo bando.


No Sítio Camurim, zona rural da cidade de Governador Dix Sept Rosado, junto a José Euzébio de Freitas, filho de Cícero Secundino, onde narrou como o bando levou um bom cavalo de seu pai.
Às margens da rodovia estadual RN-117, na atual zona rural do município de Mossoró, no Sítio Lagoa dos Paus, encontramos o agricultor Expedito Evangelista de Oliveira, que narrou as agruras que seu sogro, João Abdias de Araujo, passou junto ao bando.


Deitado na rede de uma das casas do Sítio Cajueiro, Lucas José da Silveira, nascido em 1924, narra os episódios que envolveram o sequestro do seu parente Pedro José da Silveira, proprietário do lugar em 1927.


À direita vemos o amigo da cidade de Governador Dix Sept Rosado, Jonathan Halyson, que muito ajudou neste projeto. Ao seu lado este senhor conduz tropas de jumentos e burros entre as cidades da região.
Luís Ferreira da Silva, morador do Sítio Bonito, zona rural da cidade de Governador Dix Sept Rosado. Nascido em 19 de agosto de 1910, de aspecto frágil, possui, entretanto uma impressionante memória, onde ainda declama versos sobre lendas locais e a passagem dos cangaceiros pela região.
Feliz por estar a apenas sete quilômetros de Mossoró, na casa do Sítio Picada, invadida na manhã de 13 de junho de 1927, onde foi sequestrado o fazendeiro Azarias Januário de Oliveira.
Seguindo pelas estradas existentes nas margens do Rio Apodi, os cangaceiros seguiram em direção a Mossoró.


Utilizando a antiga ponte ferroviária de Mossoró, um idoso agricultor, segue todos os dias para o seu roçado. Sob esta ponte, após o ataque frustrado a cidade, mesmo ferido, o perigoso cangaceiro Jararaca atravessou o Rio Mossoró, buscando fugir da polícia potiguar.

Final do trajeto e uma pausa para uma última conversa.


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