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sexta-feira, 9 de novembro de 2018

CATIVANTE PASSADO

*Rangel Alves da Costa

Alguém já disse que o passado é o novelo de linha que carregamos à mão, caminhando sem perder a ligação com o ontem. E muitas vezes nos dá vontade de puxar essa linha e com ela trazer aquele carrinho de brinquedo cheio das coisas boas vivenciadas.
Ali a criança, ali o adolescente, ali o estudante, ali o sonhador, ali o homem já feito. E se tudo ali foi importante demais, e onde quase tudo foi vivido e feito, então o que restaria do homem de agora? Talvez a saudade, a lembrança e a recordação, mas também o construir para a memória de amanhã.
Duas canções, dentre tantas outras, exemplificam a necessidade que o ser humano possui de reviver seu passado, de querer voltar no tempo para viver novamente momentos bons e inesquecíveis. A primeira é “Rua Ramalhete”, de Tavito e Ney Azambuja, e a segunda “Meus Tempos de Criança”, de Ataulfo Alves:
“Sem querer fui me lembrar/ De uma rua e seus ramalhetes/ O amor anotado em bilhetes/ Daquelas tardes/ No muro do Sacré-Coeur/ De uniforme e olhar de rapina/ Nossos bailes no clube da esquina/ Quanta saudade!/ Muito prazer, vamos dançar/ Que eu vou falar no seu ouvido/ Coisas que vão fazer você tremer dentro do vestido/ Vamos deixar tudo rolar/ E o som dos Beatles na vitrola/ Será que algum dia eles vêm aí/ Cantar as canções que a gente quer ouvir?”.
“Eu daria tudo que eu tivesse/ Pra voltar aos dias de criança/ Eu não sei pra que que a gente cresce/ Se não sai da gente essa lembrança/ Aos domingos, missa na matriz/ Da cidadezinha onde eu nasci/ Ai, meu Deus, eu era tão feliz/ No meu pequenino Miraí/ Que saudade da professorinha/ Que me ensinou o beabá/ Onde andará Mariazinha/ Meu primeiro amor, onde andará?/ Eu igual a toda meninada/ Quanta travessura que eu fazia/ Jogo de botões sobre a calçada/ Eu era feliz e não sabia”.
Não só a partir das letras citadas, mas por uma série de fatores, se constata que o passado está mais presente no consciente das pessoas do que qualquer um possa imaginar. Por mais que muitos tentem apagar a memória do que passou, principalmente daquilo que surge como amargura ou sofrimento, verdade é que buscam nos tempos idos o amparo para atuais motivos de alegria.
Ora, o passado é a história da própria vida, a construção da identidade, a formação de uma teia de relacionamentos que possuem continuidade. Ademais, por mais que fujam das relembranças, nada pode apagar completamente as realizações e as vivências de outros tempos. Desde o nome e sobrenome, que é uma junção da linhagem familiar, até as conquistas na vida, tudo é passado. Neste sentido, o passado constrói o futuro.
Verdade é que ninguém pode dizer que não se lembra dos tempos de criança, das tantas brincadeiras e meninices, das peraltices que fazia prendendo latas no rabo dos gatos ou pulando a cerca do vizinho para saborear a fruta mais madura. Do mesmo modo ninguém se esquece da adolescência, do primeiro amor, das primeiras paixões, dos planos feitos e dos sonhos surgidos.
Aquela rua onde se morou por tanto tempo, a menina bonita que morava numa casa mais adiante, a velha professora que reclamava de tudo, a vizinha que não fazia outra coisa senão fofocar, a bola quebrando a vidraça, a primeira vez que beijou uma boca e também a primeira vez que se entristeceu pela sede de beijo que sentiu. Tudo isso é passado, chegando sempre como um tempo bom que dá vontade de retornar.
Se as pessoas não vivessem envoltas no passado não haveria motivos para as boas e doces lembranças, para as recordações afetivas, para as relembranças daquilo que poderia ser feito de forma muito diferente. As memórias e reminiscências se tornam, assim, o elo entre o agora sentimental e o ontem valioso demais na vida. E não há como caminhar, seguir em frente, sem ter de olhar pra trás e buscar nas realizações os exemplos encorajadores para o passo seguinte.
Contudo, não é somente o passado pessoalmente vivido que povoa a mente de recordações. Eis que o ser humano vive envolto em recordações de outros tempos onde as praças eram lugares de encontro de amigos, famílias e apaixonados; os cinemas anunciavam em grandes letreiros os sucessos cinematográficos; os meninos passavam anunciando as manchetes dos jornais e outros com tabuleiro de doces para todos os gostos; o leite chegava cedinho à porta, o padeiro era amigo e confidente, o velho sentado no banco da praça era o sábio das grandes lições.
Havia um tempo de pouca violência, de escândalos pontualmente retumbantes, das cantoras do rádio, do futebol como paixão e arte, de cidades grandes com aspectos interioranos, do rádio como amigo inseparável, dos bolinhos do céu na casa da vovó, dos amigos sentados nas calçadas para falar sobre coisas amenas.
E é esse tempo que dá saudade, principalmente nesses tempos de tantos contratempos.

Escritor
blograngel-sertao.blogspot.com 
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DECLAMANDO AO LADO DE LÍGIA SARAIVA NO ANIVERSÁRIO DO POETA ANTÔNIO FRANCISCO NO MEMORIAL DA RESISTÊNCIA.

Poema declamado: LADOS DA VIDA

Do armador do presente
Pro armador do passado,
Armei a rede da vida
E me deitei sossegado
Pra ver o tempo passar
E ao mesmo tempo dar
Uma espiada de cheio
Com toda atenção caída
Na linha que marca a vida
Do ser humano no meio.

Do lado leste dos anos,
Gravurados pela paz,
A cem metros vi um monte
De sonhos azul-lilás
E um rio de alegria
Despejando poesia
No mar das inspirações
Que vomitava inocência
Tocado pela essência
Das flores das ilusões.

Vi no pináculo do riso
A transparência do belo
Auxiliar o amor
Na construção dum castelo
Murado de regozijo
Pra servir de esconderijo
Pra vida ainda criança
Que dava seus passos ternos
Nos primogênitos invernos
Do jardim da esperança.

Do lado oeste da vida,
Vi veredas de cansaços
Feitas pelos pés dos nos
Carregados de embaraços;
Presenciei a tristeza
Se banhar na correnteza
Do riacho da saudade,
Que arrastava os arquivos,
Guardiões dos negativos
Das fotos da mocidade.

Assisti cenas grotescas
Do filme da impotência
Gravadas pelo destino
Nas páginas da existência;
O rádio dos desencantos
Tocava a canção dos prantos
Chorados pela velhice
Que, cheia de desenganos,
Pagava o bonde dos anos
Pro reino da caduquice.

Depois desarmei a rede
Da vida pra terminar
De viver os últimos dias
De vida sem reclamar
Das derrotas e tristezas,
Desânimos e incertezas
Pelo destino cativo…
Mesmo de olhos cansados,
Foi bom olhar os dois lados
Da vida que ainda vivo.

Autor: José Ribamar Alves

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O CANGACEIRO ZÉ BAIANO ASSASSINOU O FAZENDEIRO MARTINHO DE SOUZA FREIRE...

Material do acervo do pesquisador do cangaço Joel Reis

Em 10 de março de 1934, em terras sergipanas, o grupo de Zé Baiano assassinou o fazendeiro Martinho de Souza Freire, o vaqueiro Joãozinho de Vítor e o pai deste. Por essa razão, Antônio Conrado, sobrinho do Velho Martinho, comunicou o crime ao Interventor Federal, Eronides Ferreira de Carvalho. Logo, pediu-lhe para incluir os filhos do finado no combate ao Cangaço. Com o pedido aceito, criaram uma Força Volante, composta de 10 homens, sendo 5 deles filhos do Velho Martinho: Felinto, José, Filomeno, Pedro e Alcino, e mais 05 parentes.

Essa volante deu vários combates com os cangaceiros e, em um deles, auxiliando a volante do Tenente Zé Rufino, mataram o cangaceiro Zepelin.

Local: SE

Data: 1935 (provavelmente)
Foto: Autor Desconhecido
Fonte Imagem do livro: SOUZA, Antônio Conrado de. Momentos da minha vida. [S.l.: s.n], [19--].


Referências:
ALMEIDA, João Hélio de. Carira [S.l.: s.n], 24 out. 2014. Disponível em: <http://meucarira.blogspot.com>. Acesso em: 25 out. 2018.
RABELO, Olímpio. Retalhos de História. [S.l.: s.n], [19--]
RABELO, Olímpio. Memórias. [S.l.: s.n], [19--]

 https://www.facebook.com/photo.php?fbid=2014397571958462&set=gm.2066601273652373&type=3&theater&ifg=1

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A ENIGMÁTICA E MAJESTOSA PEDRA DO REINO NO CARIRI CANGAÇO

Por Manoel Severo

O segundo dia de Cariri Cangaço São José de Belmonte ainda reservava momentos de intensa emoção. Da Serra do Catolé; local da "casa de pedra", refúgio de Virgulino Lampião em 1924; a Caravana Cariri Cangaço partiu para a outra extremidade do Platô , para a Serra Formosa, ou Serra Bonita, onde despontam as "Duas Torres" da Extraordinária Pedra do Reino, cenário de uma das mais célebres e trágicas manifestações do Sebastianismo no Brasil...

Dom Sebastião - O Desejado, obra de Cristovão de Moraes
Museu Nacional de Arte Antiga 
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"O Sebastianismo foi um movimento místico-secular que ocorreu em Portugal, durante a segunda metade do séc. XVI. Foi causado pela morte do rei D. Sebastião, durante a batalha de Alcácer-Quibir, no ano de 1578, no Marrocos. Como D. Sebastião não possuía herdeiros, o trono de Portugal ficou sob o poderio do rei Filipe II, da Espanha. O Sebastianismo, foi, portanto, uma esperança na vinda de um salvador, adaptado às condições lusas. Seria traduzido como uma inconformidade, um sentimento de insatisfação com a situação política da época, e uma expectativa de mudança (salvação), mesmo que para isso acontecer fosse necessário um verdadeiro milagre, como a ressurreição do rei morto, D. Sebastião - "O Desejado". Em Portugal foi divulgada uma lenda de que o Rei ainda estava vivo, esperando o momento certo para retomar o trono e afastar o rei estrangeiro, lenda que foi encorajada pelo fato de o povo não aceitar a história de que o corpo do Rei haveria sido transportado para Belém."

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Pouco a pouco o deslumbrante cenário descortinado pelas "Duas Torres" ia tomando todo o cenário, enfim o Cariri Cangaço pisava o solo sagrado da Pedra do Reino e do sangrento episódio de 1836. A Pedra do Reino é formada por duas grandes rochas; uma com 30 e outra com 33 metros de altura; na Serra do Catolé Município de São José do Belmonte. A magia e o encantamento do lugar, a beleza natural da Serra Bonita margeando as divisas pernambucanas, cearenses e paraibanas, contrastavam com os terríveis acontecimentos perpetrados pelos fanáticos da Pedra do Reino nos idos entre 1836 a 1838; o sangue derramado naquele inicio do século XIX seria reverenciado pelo Cariri Cangaço e a história.
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 Louro Teles
 Célia Maria
 Juliana Pereira
 Rosane e Geraldo Ferraz
Ivanildo Silveira
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"O sebastianismo tem suas raízes na concepção religiosa do messianismo, que acredita na vinda ou no retorno de um enviado divino, o messias; um redentor, com capacidade para mudar a ordem das coisas e trazer paz, justiça e felicidade. É um movimento que traduz uma inconformidade com a situação política vigente e uma expectativa de salvação, ainda que miraculosa, através da ressurreição de um morto ilustre.Chegou ao Brasil, principalmente ao nordeste brasileiro, no século XIX. Unindo fanatismo religioso com idéias socialistas, o movimento se redescobriu no sertão nordestino, assumindo características próprias através de símbolos e do imaginário popular."
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"Tempero do Reino" anfitrião no alto da Serra Formosa
 Quininha e Clênio Novaes: A Festa do Cariri Cangaço alto da Serra...
 Restaurante "Tempero do Reino" e o almoço recepção ao Cariri Cangaço
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A recepção, acontecida de maneira inusitada no ousado Restaurante "Tempero do Reino" de dona Quininha, foi preparada com esmero para receber os mais de 200 pesquisadores da Caravana Cariri Cangaço. Sob um sol escaldante de 32ºC em pleno meio do dia, o restaurante tipicamente sertanejo, numa "casa de taipa" se vestiu de luxo para o grande acontecimento. O almoço nos fez provar as mais requintadas receitas dos velhos fogões a lenha da casa de nossas avós: Galinha caipira, pirão de leite, sarrabulho, carneiro guizado, cuscuz, feijão temperado, angu, enfim, vivíamos uma autentica festa sertaneja celebrando o legado do grande Ariano Suassuna...

"A Tragédia da Pedra Bonita, ocorreu num lugar denominado Pedra Bonita, localizado na Serra Formosa, no município de São José do Belmonte, sertão de Pernambuco. Um grupo de fanáticos sebastianistas, liderado por João Antônio dos Santos, fundou uma espécie de reino, com leis e costumes próprios e diferentes dos do resto do país. Seu líder era chamado de rei e usava até coroa feita de cipó. Nas suas pregações ele dizia que o rei Dom Sebastião lhe havia aparecido e lhe mostrara um tesouro escondido; e que o rei estaria prestes a retornar e iria transformar todos os seus seguidores em pessoas ricas, jovens, bonitas e saudáveis. O grande número de pessoas pouco esclarecidas que seguiu os fanáticos de Pedra Bonita preocupou o governo, os fazendeiros e a Igreja Católica. Foi enviado o padre Francisco José Correia de Albuquerque para tentar fazer as pessoas voltarem ao seu lugar. O padre conseguiu convencer João Antônio a parar com a pregação, mas este deixou em seu lugar o cunhado João Ferreira, que se tornou o mais fanático e cruel rei da Pedra Bonita. Ele pregava que Dom Sebastião só voltaria se a Pedra Bonita fosse banhada com sangue de pessoas e animais, comandando um grande massacre de pessoas inocentes em maio de 1838. Entre os dias 14 e 18 morreram 87 pessoas. No dia 18 de maio o arraial da Pedra Bonita foi destruído pelas forças comandadas pelo major Manoel Pereira da Silva."
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Monumental recepção do Rei e Rainha com toda côrte ao Cariri Cangaço
 
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O segundo momento da programação constou da visita à extraordinária Ilumiara da Pedra do Reino; monumental obra arquitetada pelo gênio sertanejo; brasileiro de raiz; do grande Ariano Suassuna, como uma sala de visitas diante da magnitude das "Duas Torres" da Pedra do Reino; um conjunto belo e harmonioso que num semi circulo traz o sentimento e a homenagem ao sagrado e ao profano diante da arte armorial e ao legado do escultor Aleijadinho. 
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"Ariano construiu o Santuário denominado Ilumiara da Pedra do Reino, em São José do Belmonte, em frente à conhecida e mítica Pedra do Reino, inspiração de seu Romance. E prossegue dizendo: "Então eu resolvi erguer, e conclui, as dezesseis esculturas gigantescas em granito, feita por um grande escultor de origem popular, Arnaldo Barbosa. [...] As duas pedras que já existiam ficam sendo as torres da igreja". Uma fica do lado da Paraíba, no município de Misericórdia; a outra fica do lado de Pernambuco, no município de São José do Belmonte. Então, Ariano conta que resolveu fazer lá o santuário, dizendo que fez "um círculo dividido em dois hemisférios: o hemisfério do sagrado e o do profano [...]; no centro tem um marco, que eu coloquei ali e na frente tem [a inscrição] 'Ilumiara Pedra do Reino' e atrás tem 'Uma homenagem a Aleijadinho'."
 
 
 
Rangel Alves da Costa
Wescley Rodrigues
Clênio Novaes e Louro Teles
 Juliana Pereira
Daniel Walker e Bosco André
Nerizangela e Kydelmir Dantas
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A Associação Cultural Pedra do Reino desenvolve um trabalho extraordinário de perpetuação das tradições culturais de São José de Belmonte, promovendo anualmente a Cavalgada à Pedra do Reino, sempre no mês de Maio, quando centenas de cavaleiros se deslocam da Matriz de São José e vencendo 26 km, sobem a Serra Bonita para reverenciar a sua história, as tradições ibéricas e sertanejas como também a memória de Ariano Suassuna. Pela primeira vez em sua história; à exemplo da Cavalhada Zeca Miron; os principais representantes da Cavalgada da Pedra do Reino realizaram sua apresentação fora da época de sus própria festa; e assim, contando com toda a côrte do Rei e da Rainha; anfitrionaram no Sítio Histórico ao Cariri Cangaço; isso não tem preço !

Imagens YouTube - Raul Meneleu Mascarenhaso

"O sertão selvagem, duro e pedregoso vira o Reino da Pedra do Reino, e enche-se de Condes calamitosos e Princesas encantadas,eles vestidos de Pares de França das Cavalhadas, e elas de Rainhas do Auto dos Guerreiros. O pobre tabuleiro sertanejo vira um enorme tabuleiro de Xadrez ou Mesa de Baralho, dourado pelo sol glorioso e ardente." 

Ariano Suassuna o

 
 
 
 
Carlos Alberto
Augusto e Conceição Martins, Nerizangela e Kydelmir Dantas
Ingrid Rebouças
Edson Araujo, Quirino Silva e Francimary Oliveira 
Lili Conceição e Beto Souza
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Ato contínuo tivemos a apresentação da Ilumiara da Pedra do Reino por Manuel Dantas Suassuna; filho do Mestre Ariano Suassuna; que por sua vez convidou a pequena Francine Maria para declamar a Obra e o Sentimento de Ariano numa apresentação que trouxe emoção a todos os presentes... As palavras do Conselheiro Cariri Cangaço, pesquisador e colecionador do cangaço, de Natal, Ivanildo Silveira:"O Cariri Cangaço é mais que um encontro. É um sentimento de nordestinidade, de cultura, de amizade, alegria e muito mais ".
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Manoel Severo, Manuel Dantas Suassuna, Francine Maria e Geraldo Ferrraz
 Francine Maria declamando "Ariano"...
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O Conselheiro Cariri Cangaço, pesquisador de Custódia, radicado em João Pessoa, Jorge Remígio revela:"Quem não pôde comparecer por alguma razão a esse grandioso evento, perdeu uma das maiores edições do Seminário Cariri Cangaço em nove anos de existência. O Município de São José do Belmonte é muito rico na história do Cangaço, do Messianismo, do Coronelismo e nas manifestações culturais que deram origem ao Sertão como identidade cultural. O Sertão é uma sociedade forjada na luta, no trabalho árduo, na lida com todas às dificuldades inerentes ao arcaísmo da época, na arma, na bala, na violência e na disputa com o índio pelo espaço geográfico. Bem, quero parabenizar a toda comissão organizadora pelo belo e organizado evento de grande magnitude. Abraço nos amigos Edízio Carvalho e Valdir José Nogueira, eficazes e muito solícitos durante todo evento. Já bateu saudades desse evento que entrará para história", retratam a emoção do momento.
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Kydelmir Dantas e Francine Maria
Luiz Antônio, Francine Maria e Edvaldo Feitosa

Imagens Youtube - Raul Meneleu Mascarenhas

Rossi Magne e Francine Maria
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Depois da apresentação da Associação Cultural Pedra do Reino e de Manuel Dantas Suassuna a Caravana Cariri Cangaço retornou ao "Tempero do Reino" e novamente anfitrionados pelo casal Valdinho e Quininha; ele, morador e guardião do local e bisneto de Luis Padre, ela, nossa cozinheira e anfitriã do almoço do Cariri Cangaço na Pedra do Reino; o Curador do Cariri Cangaço, Manoel Severo, tomou a palavra para conduzir mais um ato solene dentro da programação do evento. 
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A homenagem da tarde ficou a cargo da Conselheira Cariri Cangaço; filha do casal de cangaceiros, Moreno e Durvinha; Neli Conceição e da professora Rúbia Lóssio que em nome do Cariri Cangaço passaram às mãos de Valdinho e Quininha, proprietários do "Tempero do Reino" o diploma de "Equipamento Imprescindível para a Perpetuação da Memória e Tradição do Sertão". O Cariri Cangaço presta essa homenagem diante da iniciativa de manter um empreendimento com as características próprias de nosso sertão bem no alto da Serra Bonita tendo como testemunha as Pedras do Reino...
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 Manoel Severo e a homenagem do Cariri Cangaço ao "Tempero do Reino"
Lili Conceição, Valdinho, Quininha e Rúbia Lóssio
"Nunca ninguém tinha feito nada disso por nós, muito obrigado pelo reconhecimento" Quininha, proprietária do "Tempero do Reino"
Quininha e Manoel Severo
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A magia do lugar acaba envolvendo todo o ambiente, os moradores da pequena vila, a floresta de catolés, o clima típico da serra e o fantástico acolhimento do casal Valdinho e Quininha nos davam a certeza do grande encontro do Cariri Cangaço no "Tempero do Reino" em pleno império da Pedra do Reino.
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Conselheiros Cariri Cangaço; Sousa Neto e Ivanildo Silveira; com descendentes de 
Luis Padre, moradoras da Pedra do Reino...
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"A Serra Formosa, continua magnífica guardando sua beleza e seus mistérios, ali todas as terras pertenciam à família Pereira, ali Sinhô Pereira e Luis Padre tinha guarita garantida e ali Luis Padre acabaria mantendo um romance com Ana Maria de Jesus e teria duas filhas; Emília e Agostinha Pereira da Silva." o
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Ainda dentro da Programação do Cariri Cangaço São José de Belmonte, em plena tarde na Serra Formosa, tivemos a conferência do escritor e poeta Ernando Alves de Carvalho sobre as origens e os episódios marcantes e trágicos de maio de 1838 na Pedra do Reino quando fanáticos liderados pelos "reis"da Pedra Bonita perpetraram dor, sangue e morte a seus seguidores em nome da volta de "Dom Sebastião - O Desejado".

Dr Ernando Carvalho e Manoel Severo
 
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Vamos recorrer ao anfitrião em São Jose de Belmonte, Valdir Nogueira que nos revela à luz dos depoimentos a repressão aos fanáticos a partir da força do major Manuel Pereira: "Após ouvir a narrativa do fugitivo, identificado no processo como José Gomes, o major Manuel Pereira, então chefe de polícia, partiu para a sede da Comarca (Flores), onde comunicou os fatos ao juiz de Direito, que ordenou a mobilização de alguns homens para, juntamente com a força policial, seguir para o local dos acontecimentos. O major Manuel Pereira convocou seus três irmãos, Simplício, Cipriano e Alexandre, e mais 30 moradores da cidade, os quais, ao todo, formaram uma força de 60 combatentes. No dia 18 de maio, a tropa deslocou-se em cavalgada, atingindo a região dos eventos ao entardecer do dia seguinte. Foi cerrado, então, grande combate. Depois de mais de uma hora de luta corpo-a-corpo, inúmeros cadáveres jaziam no chão, dentre eles, dois irmãos do major Manuel Pereira: Alexandre e Cipriano. Foram feitos também muitos presos. Alguns fugitivos foram chacinados pela força do capitão Simplício Pereira da Silva. A maioria dos homens teve que enfrentar a justiça. Alguns foram levados acorrentados em lúgubre procissão de sombras esqueléticas e esfarrapadas, para os cárceres da ilha de Fernando de Noronha. As mulheres tiveram penas variadas, em função dos crimes apurados, e as crianças foram postas em liberdade e distribuídas com a população de Flores para que as criassem."
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 Edízio Carvalho e Ernando Carvalho
 Valdir Nogueira  
Edízio Carvalho
Caravana Cariri Cangaço e a história da Pedra do Reino
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"Quanto a João Antônio – o primeiro rei da Pedra Bonita – foi perseguido e capturado no Estado de Minas Gerais, juntamente com sua mulher, Maria. Algemados foram transportados de regresso a Pernambuco. Todavia, durante a viagem, a polícia com medo que os presos sucumbissem de uma febre palustre que foram atacados, resolveram matar João Antônio. Quanto a Maria, foi levada para a prisão, sendo posteriormente indultada por decreto do presidente da Província de Pernambuco, o barão Francisco do Rego Barros (futuro conde da Boa Vista).No dia 25 de maio de 1838, o então prefeito de Flores, o coronel Francisco Barbosa Nogueira Paz, escreveu uma carta ao presidente da Província de Pernambuco, Francisco do Rego Barros, dando-lhe ciência do “Caso mais extraordinário, mais terrível, nunca visto, quase incapaz de acreditar-se”, ocorrido na Pedra Bonita. Essa carta foi publicada no Diário de Pernambuco, em 16 de junho de 1838.O padre José Francisco Correia, o mesmo que tentara demover João Antônio de suas idéias, esteve no local dois meses depois, reuniu as ossadas das vítimas e lhes deu sepultura. Sobre elas levantou uma cruz de madeira e rezou uma missa. Encerrou a cerimônia com um pedido de perdão para os sebastianistas." 


Ernando Carvalho e o massacre da Pedra do Reino
Imagens de Raul Meneleu Mascarenhas - Canal YouTube

Manoel Severo e Thiago Gontijo
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Muitos amigos viveram suas primeiras experiências na participação de um Cariri Cangaço, o músico mineiro de Belo Horizonte, Thiago Gontijo revela um pouco dessa emoção: "E assim me despeço , do Cariri Cangaço , do sertão , da grande iluminaria da Pedra do Reino , tendo a certeza que o sangue pesa nessas horas , e mesmo sendo mineiro de nascimento , sei que hoje se divide em 70% nordestino e 30%mineiro, essa cultura e regionalidade grita quando se trata de nordeste , agradeço a todos os membros do Cariri Cangaço em nome de seu herói ; pois não vejo outra palavra para descrever este grande Manoel Severo Barbosa que vi nestes dias , um carinho , uma gana de que tudo dê certo , a preocupação individual com todos os participantes e em especial com este mineiro que vos fala , a todos os participantes que me acolheram com carinho , aquele carinho quente do nordeste, um cuidado com a gente de fora que é inacreditável... Olha de verdade família Cariri cangaço eu tô que escrevo aqui mas de verdade não acho as palavras para descrever o quanto foi bonito e importante este evento , e menos ainda , palavras para agradecer do fundo do coração por tudo que fizeram aí por min , por tudo e que fazem pelo nordeste , por tudo que fazem pelo Brasil e sua cultura , senhores segue do fundo do meu emocionado coração os votos de agradecimento , fica aqui registrado , toda a gratidão e carinho deste membro caçula , meu caloroso abraço a todos a obrigado."
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 Beto e Kevyla Souza
Jair Tavares e João Andrade
 Augusto Martins, Ernesto Carvalho, Dantas Suassuna, Quirino Silva, 
Louro Teles e Mestre Régis
Ernesto Carvalho, Isalete Alencar, Dantas Suassuna, Quirino, Manoel Severo, 
Louro Teles e Mestre Régis
Clênio Novaes, Luiz Forró, Mestre Regis, José Irari, Quirino Silva, Louro Teles e Associação Cultural Pedra do Reino
Narciso Dias
Betinho Numeriano, Manoel Severo e Cícero Aguiar
Daniel Walker, Sousa Neto, Veridiano Dias e Jorge Remígio
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A extraordinária visita do Cariri Cangaço à Pedra do Reino dentro da programação em São José de Belmonte teve seu encerramento em clima de absoluta festa revestida de muita música, alegria e emoção. Em princípio a tradicional e já aguardada performance do casal de cangaceiros do Cariri Cangaço; Quirino Silva e Célia Maria; trouxeram para o alto da serra a magia e o encantamento da arte cangaceira do teatro e da música, sensacional !
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Célia Maria e Quirino Silva, um show a parte no Cariri Cangaço na Pedra do Reino...
Luiz "Forró Cangaço Natal" e Quirino Silva 
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O último ato da grande e diversificada programação na Serra da Pedra do Reino acabou "pegando" a todos de surpresa...Logo após a apresentação do casal cangaceiro Quirino Silva e Célia Maria o ambiente foi tomado pelo "emocionante hino" que exalta a tradição e a força de São José de Belmonte com a cultura de suas exuberantes, Cavalhada, Cavalgada e a inesquecível festa na Pedra do Reino. O talento de Alcymar Monteiro invadiu a grande festa do Cariri Cangaço São José de Belmonte 2018.  
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 Manoel Severo e Raul Meneleu
Juliana Pereira e Afranio Gomes

 
 
 
 
 
 
 
 
 
Fatima Pereira, José Irari, Mestre Regis, Waguinho Ferraz, 
Valdir Nogueira e Abreu Mendes
Luiz Antônio e Manoel Severo
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"Amigo Manoel Severo,mestre, temos só que agradecer . Um espetáculo cultural dessa magnitude na terra onde nasci, não tenho palavras pra agradecer a todos. Além de todos que fazem o Cariri Cangaço, um agradecimento especial aos amigos e conterrâneos Clênio Novaes, Valdir José Nogueira, Edízio Carvalho, Clécio Novaes, Ernesto Carvalho e todos que fazem parte da Associação Pedra do Reino" festeja o pesquisador Cícero Aguiar. "Oxente meninos! Foi mais do que pedimos" revela um entusiasmado Kydelmir Dantas, Conselheiro Cariri Cangaço.



Alcymar Monteiro (YouTube) e a festa do Cariri Cangaço São José de Belmonte

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O restaurante tipicamente sertanejo "Tempero do Reino, numa encantadora "casa de taipa" se vestiu de luxo para o grande almoço  e nos fez provar e relembrar as mais requintadas receitas dos velhos fogões a lenha da casa de nossas avós: Galinha caipira, pirão de leite, sarrabulho, carneiro guizado, cuscuz, feijão temperado, angu e pirão, enfim, vivíamos uma autentica festa sertaneja celebrando o legado do grande 
Ariano Suassuna...  
 Ingrid Rebouças, Ana Gleide, Aderbal Nogueira e Carlos Alberto
De Assis e Francimary Oliveira
Lili Conceição, Helga Novaes e Ingrid Rebouças
Valéria Alencar e Rodrigo Honorato
Manoel Severo e Valdir Nogueira
Divanildo, Betinho Numeriano, Aninha Ferraz, Manoel Serafim, Amélia Araujo, Waguinho Ferraz, Magda Novaes, Lili Conceição, Debora Cavalcantes, Mabel Nogueira
Ana Gleide e Isalete Alencar
Fracine Maria, Valéria Alencar, Arthur Holanda e Aninha Ferraz
 
Cleonildes e Fred Santos
Junior Almeida, Angela, Betinho Numeriano e Socorro Martins
Thiago Gontijo e Rangel Alves da Costa
Helga Novaes e Bruno Novaes
Ivanildo Silveira, Nivaldo e Fátima Pereira e Abreu Mendes
Ivanildo Silveira, Mabel Nogueira, Leonardo Gominho e Amélia Araujo
 Neidinha, Cristina Couto, Manoel Belarmino e Abreu Mendes
Angela e Luiz Ruben
Maria Júlia e Francivaldo Romão
Manoel Serafim, Augusto Martins, Manoel Severo, Tony e Divanildo 
Ingrid Rebouças e Louro Teles
 Francivaldo Romão, Divanildo, Rúbia Lóssio, Louro Teles e Antonio Feitosa
Camilo Lemos 
Manoel Serafim e Luiz "Forró-Natal"
Família Cícero Aguiar
Igor Freire e Jair Tavares
Rodrigo Honorato
Yasmin e Ranaise Almeida, Clênio e Helga Novaes
 Dra Amélia Cardoso, Lili Conceição e Comendador Mariano
Arthurzinho...
Rosália Freira, Eliana Pandini e Ingrid Rebouças
De Assis e Rita Pinheiro
Francine Maria
Josué Santana, Junior Almeida, Afrânio Oliveira, Elane e Archimedes Marques
Nivaldo Pereira, Ivanildo Silveira e Sousa Neto
Mestre Regis, Célia Maria, Lili Conceição, Rosalia e Ingrid Rebouças
Edvaldo Feitosa e Narciso Dias
Augusto Martins, Manuel Dantas Suassuna e Mestre Régis
Carlos Alberto, Josué Santana, Jair Tavares, Edvaldo Feitosa, Rosane Ferraz
Ivanildo Silveira, Thiago Gontijo, Vanessa Costa, João Andrade
Ingrid Rebouças
Júlio César, Nerizangela e Kydelmir Dantas
Ingrid Rebouças, Manoel Severo e Ana Gleide 
Luiz "Forró-Natal", Yasmin Almeida, Francimary Oliveira e Nivaldo Pereira

Valdir Nogueira, Manoel Severo, Rossi Magne e Clênio Novaes


Raul Meneleu, Edvaldo Feitosa, Narciso Dias e Sousa Neto


Luciano Costa e Vanessa Costa
Maria Oliveira e Rose Souza
Afrânio Gomes, Beto Souza e Josué Santana

E mais um dia de Festa de Cariri Cangaço na Terra da Pedra do Reino...

 
 
 
 
 

 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 



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