Seguidores

terça-feira, 3 de setembro de 2013

A IGREJA DE ZÉ PRETO

Por: Clerisvaldo B. Chagas, 3 de setembro de 2013. - Crônica Nº 1080


A IGREJA DE ZÉ PRETO

Velhos sertões cheios de histórias e lendas, ricos em folclore e na coragem sem fim. Lembro-me das grandes cheias do rio Ipanema quando convocava o povo da minha terra para se debruçar na Ponte Cônego José Bulhões. Corrente arrasadora que metia medo e espanto aos santanenses boquiabertos com tanta disposição do rio. Lá na ponta da Rua Barão do Rio Branco, a última casa, a casinha de taipa que servia de residência e bodega a Lulinha, o baixinho bedel do Ginásio Santana, era ponto referencial das águas. E os carneiros maiores que se formavam no estreitinho do poço do Juá, faziam inveja ao riacho Camoxinga que represava suas marradas na força maior do pai velho de Pesqueira. Os comentários ferviam sobre a ponte iguaizinhos aos fervedouros e panelas no lombo do rio macho. Dia de festa, dia de alegria, motivado por aquela investida feroz proveniente do norte. Canoas nessas horas, companheiro, nem pensar! Quem quisesse partir para o outro lado, teria que seguir rio acima, descendo pelo lugar Volta, passando pela ponte da Barragem, iniciada em 1949 e terminada em 1951, sobre o mesmo rio Ipanema.

E lá na saída da cidade, lambendo terras das olarias, as águas do Panema deixavam ou não suas marcas na pedra do Sapo, debruçada na margem direita do caudal. Foi ali naquele cocuruto de granito que o vendedor de bugigangas na feira, Zé Preto, resolveu construir minúscula casinha de oração, como motivo de promessa. Ajeitou a ermida, colocou os santos combinados, deixou escada de cimento para possíveis visitas das imediações e deu por encerrada sua missão cristianizada. Mas os esforços bem intencionados do vendedor de mangalhos não surtiu efeito externo. Com pouco tempo, os vândalos profanaram e destruíram parte da igrejinha. Não sei se Zé Preto ainda vivia quando o lamentável ato aconteceu. Creio, porém, que o pobre homem fez a parte dele, não deixando dúvidas nenhuma aos santos mentores da promessa. Quem hoje passa por uma vereda perto das antigas olarias, há de ver as ruínas no cimo da pedra do Sapo. Os degraus de cimento, negros de lodo, ainda oferecem subida à curiosidade das interrogações. O que teria sido isso aqui? – indaga o caminheiro. Alguns ouvem uma voz que responde: Aqui era A IGREJA DE ZÉ PRETO.

http://clerisvaldobchagas.blogspot.com.br/2013/09/a-igreja-de-ze-preto.html

http://blogdomendesemendes.blogspot.com

AS FOLHAS E O OUTONO DA AMENDOEIRA

Por: Rangel Alves da Costa*
Rangel Alves da Costa

 AS FOLHAS E O OUTONO DA AMENDOEIRA

Ao entardecer desta segunda, passei por uma pequena praça nos arredores de minha casa e me encantei com o que pude avistar. Os canteiros e o chão totalmente tomados por folhas das imensas árvores ali existentes, e certamente plantadas desde mais de cinquenta anos. Talvez bem mais que isso.

Paisagem inusitada, pois ainda no inverno e aquela feição de outono com seus desbastamentos. Folhas do tamanho e até maiores que uma mão aberta, todas encobertas de uma cor de cobre antigo, num misto de vermelho abrasado e marrom de argila queimada. Grossas, ainda firmes, deixavam transparecer veias que vão se abrindo até a borda. Lindas demais para estarem jogadas ao chão. Tristes demais por estarem assim.
Avistei duas varredeiras, ou margaridas como oficializaram chamar, na difícil tarefa de juntar aquela enormidade de folhagens espalhadas. E quanto mais juntavam mais elas despencavam lá de cima. Perguntei de qual árvore eram aquelas folhas tão grandes e tão bonitas e logo uma, olhando para o alto, respondeu “É folha de almenda”. E a outra completou que “Dessas almendeira aí”.

Compreendi muito bem. Aquelas enormes árvores eram amendoeiras, ou pés de amêndoas. Contudo, não estava compreendendo porque aquela enxurrada de folhas caindo, quando geralmente isso ocorre durante o outono. Como elas estavam muito ocupadas, resolvi que não tomaria mais tempo e a minha dúvida seria resolvida por outra pessoa, pois já estava avistando uma velha vendedora de cocadas e outras guloseimas.

Sorridente, ao ouvir minha pergunta ela olhou detidamente para o alto e depois me deu uma inesperada resposta. Disse que acabava de olhar para as árvores das coisas inesperadas na vida, dos acontecimentos que não estão programados para acontecer e acontecem; dos casos que vão surgindo e desafiam nossas mentes em buscas de explicações. E disse mais.


Afirmou que o jeito diferente de ser daquelas árvores já havia lhe causado muita dor e sofrimento. E não somente a ela como em todo ser humano que de repente se vê surpreendido por difícil e inaceitável acontecimento. Derramou uma lágrima fina pelo canto do olho e em seguida, percebendo que eu não estava entendendo bem suas palavras, resolveu explicar melhor.

Olhou mais uma vez em direção às árvores, as folhas caindo e o chão tomado de seus despojos, e afirmou que o que acontece com as amendoeiras, sempre perdendo suas folhas fora do tempo certo de acontecer, quando na maioria das outras árvores se dá sempre no outono, é o mesmo que acontece na vida humana. As pessoas vivem suas estações e esperam a chegada do mais triste dos outonos. Mas nem sempre acontece assim com todo mundo.

Pessoas existem, prosseguiu a velha senhora, que possuem amendoeiras como destino e são como suas folhas quando vão desaparecer dessa vida. A maioria sabe muito bem e aceita ou não que o seu o último outono um dia chegará. E, como a folha seca que de repente cai, um dia será levada pela ventania, pelo vento tempestuoso da morte. Isso acontece no normal da vida, mas não com aqueles que possuem as amendoeiras no seu caminho.

Dói dizer, afirmou a velha, mas nem todo mundo tem a sorte de partir no outono comum da vida. Com destino da amendoeira, de repente se torna numa simples folha que inesperadamente cai. Igualmente às folhas das amendoeiras, vê seu percurso de vida tomado por inesperado acontecimento e jogado ao chão bem antes de o outono chegar. A morte se apodera do seu destino e torna o viver numa folha que amanhece cheia de seiva e ao entardecer já estará caída num canteiro qualquer.

Toda explicação já estava dada. Um tanto mais triste, apenas agradeci e a deixei melancolicamente olhando para o alto. Eis que uma folha caiu bem ao lado do seu tabuleiro. Já estava adiante quando ouvi sua voz. Retornei para encontrá-la com a mão estendida e nela a folha caída. Tome, é sua, disse ela. Guarde com devoção e jamais será surpreendido pelo outono da amendoeira. A sua estação estará na distância que Deus quiser.

Poeta e cronista
blograngel-sertao.blogspot.com

http://blogdomendesemendes.blogspot.com

Hoje é dia GECC - cariri cangaço!


Convite!

Aos sócios e amigos do GECC
(Grupo de estudos do cangaço do Ceará)

Reunião - logo mais, nesta terça-feira, dia 03 de setembro.
Endereço: sede da ABO-CE
Associação brasileira de odontologia,
Rua Gonçalves ledo 1630 - bairro Joaquim Távora
(Entre av. Heráclito Graça e Rua Padre Valdevino)
Início: 19 horas.
Contamos com sua presença.
Ângelo Osmiro Barreto
Presidente GECC

Manoel Severo
Cariri Cangaço


Fortaleza-CE

http://cariricangaco.blogspot.com.br
http://blogdomendesemendes.blogspot.com


O TREM DA ESPERANÇA

Por: José Mendes Pereira
http://blogdomendesemendes.blogspot.com

Quem não se lembra do antigo "Trem da Esperava", que em período de política, vinha para Mossoró ou iria para outras cidades do Rio Grande do Norte, aquelas que tinham linhas férreas?

www.substantivoplural.com.br

Nos anos sessenta, quando o ex-governador Aluízio Alves sentia fragilidade na sua campanha política, e achando que o seu candidato estava difícil eleger-se em determinada cidade do Rio Grande do Norte, criou o passeio de trem, de uma cidade para outra, conhecido como "Trem da Esperança". 

Aluízio Alves  acreditava que o trem levava esperanças para o seu candidato. E diversas vezes, deram certo, elegendo o seu candidato preferido em municípios que o seu eleitorado era pequeno.

blogcarlossantos.com.br

O ex-governador Aluízio chegou a ser chamado pela população do Rio Grande do Norte de cigano feiticeiro. Mas isso aconteceu, porque ele era um grande orador, aliás, o maior orador deste Estado, e sabia muito bem conquistar o eleitorado, conversando, expondo os seus projetos, o que deveria ser feito para melhorar a educação, a saúde, a segurança...

cleilsonferreira.blogspot.com

Muitos políticos tentaram acabar com o seu prestígio, mas quanto mais denegriam a sua imagem, mais o ex-governador do Rio Grande do Norte, Aluízio Alves recebia o apoio do povo sofrido.

acessopotiguar.blogspot.com

E as vigílias, lembram? Já próximo às eleições, Aluízio Alves e seus candidatos passavam 72 horas sobre caminhões, percorrendo bairros inteiros, para tentar mudar o quadro político das cidades, quando as pesquisas indicavam que a votação eleitoral, não era favorável para eleger o seu candidato a prefeito.

Em 1968, aconteceu o não esperado. O cigano feiticeiro, Aluízio Alves foi manchete em rede nacional, derrotara a mais poderosa família de Mossoró, a "Rosado", com uma maioria de mais de 60 votos para o seu candidato a Prefeito Antonio Rodrigues de Carvalho.


www.azougue.org

Somente Aluízio Alves teve o privilégio de derrotar esta família, que desde a década de 20, do século passado,  que ela mandava em Mossoró. Mas em 1972 a família "Rosado" toma o poder e até hoje é a manda chuva de Mossoró.


Mas disse o poeta Crispiniano Neto que Mossoró quando não é administrada por "Rosado" de Calça, é administrada por "Rosado” de saia.

Mas a família Rosado merece o nosso aplauso.

Minhas Simples Histórias

Se você não gostou da minha historinha não diga a ninguém, deixe-me pegar outro.

http://blogdomendesemendes.blogspot.com
http://sednemmendes.blogspot.com
http://mendespereira.blogspot.com

O CANGAÇO - Entre anjos e cangaceiros

Por: Frederico Pernambucano de Lemo
Foto: O CANGAÇO

LIVRO

ENTRE ANJOS E CANGACEIROS (RECOMENDO)

De: Frederico Pernambucano de Melo

Livro resgata a saga do sírio-libanês Benjamin Abrahão Botto, que imigrou para o Nordeste brasileiro na década de 1910 e entrou para a história por se tornar braço direito do padre Cícero e ter sido o único a filmar Lampião e seu bando.

O CANGAÇO

LIVRO

ENTRE ANJOS E CANGACEIROS (RECOMENDO)

De: Frederico Pernambucano de Melo

Livro resgata a saga do sírio-libanês Benjamin Abrahão Botto, que imigrou para o Nordeste brasileiro na década de 1910 e entrou para a história por se tornar braço direito do padre Cícero e ter sido o único a filmar Lampião e seu bando.

Fonte: /www.facebook.com/geraldo.antonio.716

http://blogdomendesemendes.blogspot.com

NOVO LIVRO SOBRE A SEGUNDA GUERRA – “U-BOAT, MERGULHANDO NA HISTÓRIA”

Publicado em 03/09/2013 por Rostand Medeiros
uboats_nestor1

“…ajoelhar-se na areia branca do fundo do mar, escutando somente o chiado da nossa respiração, em silencioso respeito e observar aquele elegante casco, mesmo desmantelado por uma morte violenta, é ser tomado por uma grande emoção. E eu senti isto…”

Realmente uma visão majestosa, intimidadora para muitos, carregada de sentimentos tão variados quanto profundos, mas que certamente culminam na contemplação. Uma das armas de guerra mais desenvolvidas de sua época, que cobrou preços altíssimos aos seus inimigos e estendeu o poder militar do Terceiro Reich por todo o planeta – agora calmamente eternizada no leito dos oceanos.

Acredite se quiser, um brasileiro passou as últimas décadas percorrendo o mundo para conhecer esses monstros de aço mortalmente feridos, apaixonado desde a infância pelas histórias da guerra naval e seus protagonistas. Conheceu mais de perto do que qualquer outra pessoa aqui no nosso país o verdadeiro mundo dos U-Boats, os submarinos alemães da Segunda Guerra Mundial.

Nestor Magalhães é um mergulhador profissional, que roda o mundo atrás de destroços submersos da Segunda Guerra, nos brindando sempre com histórias únicas e imagens espetaculares.

uboats_nestor2

Pois é exatamente isso que ele nos conta em “U-Boats: Mergulhando na História” (Redes Editora, 272 páginas), um relato de sua série de mergulhos pelo mundo, para conhecer os lobos cinzentos da Kriegsmarine.
Se a natureza da missão já é singular, o mesmo pode ser dito da escrita da obra, construída em tom leve e apaixonante, ricamente ilustrada e referenciada com curiosidades históricas do maior conflito mundial. Ao chegar à França para mergulhar a caça de um submarino, o leitor viaja junto com Nestor pelas praias da Normandia, seus museus e locais famosos. Não há como largar a leitura!

E quem já leu as histórias do Nestor sabe que ele, melhor do que ninguém, sabe se meter “em altas confusões” no melhor estilo Sessão da Tarde – casos que ele faz questão de entremear na narrativa. Sua “visita” ao U-171, na costa francesa, já foi resumidamente compartilhada aqui na Sala de Guerra, e dá um perfeito exemplo do que estou dizendo! No livro, com a narrativa expandida, muitos outros momentos impagáveis aparecem.


Extraído do blog Tok de História do historiógrafo e pesquisador do cangaço Rostand Medeiros

http://tokdehistoria.wordpress.com
http://blogdomendesemendes.blogspot.com