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quarta-feira, 29 de agosto de 2018

NO TRONO DA CRÔNICA

Clerisvaldo B. Chagas, 29 de agosto de 2018
Escritor Símbolo do Sertão Alagoano
Crônica: 1.974


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CONVITE AMOL -ASCRIM/PRESIDENCIA – CONFIRMAÇÃO E RETRANSMISSÃO AO CONVITE DA AMOL – “SESSÃO SOLENE DE POSSE DA ESCRITORA-POETISA E PESQUISADORA TANIAMÁ VIEIRA DA SILVA BARRETO” -OF. Nº 047/2018.

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ASCRIM/PRESIDENCIA – CONFIRMAÇÃO E RETRANSMISSÃO AO CONVITE DA AMOL – “SESSÃO S0LENE DE POSSE DA ESCRITORA-POETISA E PESQUISADORA TANIAMÁ VIEIRA DA SILVA BARRETO” -OF. Nº 047/2018.


MOSSORÓ-RN, 28 de AGOSTO de 2018.

REENVIADO A PEDIDOS
  ‘RECEBES ESTE EXPEDIENTE PORQUE A ASCRIM O(A)VALORIZA E RESPEITA, PELO ALTO NÍVEL DE QUEM TEM O PRESTÍGIO DE SER ASSIM CONSIDERADO(A).’ 

   É PRAXE DESTA PRESIDÊNCIA, QUANDO OFICIALMENTE CONVIDADO(VIA EPISTOLAR OU ELETRÔNICA), TEMPESTIVAMENTE(ATÉ HORAS ANTES DO EVENTO), DIGNAR-SE RESPONDER AOS ECLÉTICOS CONVITES DOS EXCELENTÍSSIMOS PRESIDENTES DE SUAS CO-IRMÃS, EXEMPLO QUE NOTABILIZA O VIÉS DE UM DIRIGENTE INTELECTUAL CORRESPONDER A ESSE ECLETISMO, PORQUE SABE A DIFERENÇA ENTRE O LIAME DA PARTILHA E DO PRESTÍGIO QUE ASCENDE E CRESCE, NO INTERCÂMBIO, ENTRE OS QUE PRESTIGIAM OS ABNEGADOS DEFENSORES DA CULTURA MOSSOROENSE.
   NESTA SINTONIA, UM CONVITE PARA PARTICIPAÇÃO EM EVENTOS CULTURAIS E A CONFIRMAÇÃO, INTERCAMBIADOS, ENTRE PARTICIPANTES E ENTIDADES SINGULARES, MERECE E FUNCIONA COMO UM “FEEDER”, EVIDENTE, REPASSADO A TODOS OS ACADÊMICOS E INTEGRANTES DE SEUS CORPOS ADMINISTRATIVOS/SOCIAIS, PELO SEU PRÓPRIO DIRIGENTE, CUJO ESSE FEEDBACK ALIMENTA, NATURALMENTE O FERVOR E A CONSIDERAÇÃO EM QUE SINGRAM OS INTELECTUAIS E SERVIDORES   DESSAS PLÊIADES.

   DESTA FORMA, AGRADECENDO PELO CONVITE, AO EXCELENTÍSSIMO DR. ELDER HERONILDES DA SILVA, M.D. PRESIDENTE DA ACADEMIA MOSSOROENSE DE LETRAS(AMOL), RESERVO-ME ATRIBUIR MESMO VALOR DE PARTILHA, DIZENDO QUE É UMA HONRA CONFIRMAR PRESENÇA A “SESSÃO S0LENE DE POSSE DA ESCRITORA-POETISA E PESQUISADORA TANIAMÁ VIEIRA DA SILVA BARRETO” QUE OCUPARÁ A CADEIRA Nº 08. A REFERIDA SESSÃO ACONTECERÁ NO PRÓXIMO DIA 30.08.2018(QUINTA-FEIRA), ÀS 19H30MIN, NO AUDITÓRIO DA BIBLIOTECA MUNICIPAL NEY PONTES DUARTE,17, CENTRO(PÇA DA REDENÇÃO DORIAN JORGE FREIRE, NESTA URBE.
    O PROCEDIMENTO DA ORAÇÃO E SAUDAÇÃO ACADÊMICA SERÁ PROFERIDA PELO VICE-PRESIDENTE DA AMOL, ESCRITOR ANTONIO FILEMON RODRIGUES PIMENTA.
    O HINO DA AMOL SERÁ INTERPRETADO PELA DIRETORA DE ASSUNTOS ARTÍSTICOS DA ASCRIM, A MUSICISTA MARIA GORETTI ALVES DE ARAÚJO E ACOMPANHAMENTO INSTRUMENTAL DE JOSÉ ERIBERTO DE OLIVEIRA MONTEIRO, ESCRITOR ACADÊMICO DA ASCRIM.
    
   PORTANTO, REPASSO A TÍTULO DE LEMBRETE O ASSUNTO DO ALVO CONVITE(ANEXO) DE IGUAL MODO, POR CÓPIA,A0S INSIGNES DIGNITÁRIOS ELENCADOS NO “POST SCRIPTUM”, -OS QUE DISPONIBILIZARAM, GENEROSAMENTE, SEUS ENDEREÇOS ELETRÔNICOS-, POR SER DO INTERESSE, CLARO, DOS MESMOS, TOMAREM CONHECIMENTO E DIGNAREM-SE, DO SEU MISTER, CONFIRMAR SUAS HONRADAS PRESENÇAS, JUNTAMENTE COM AS EXCELENTÍSSIMAS FAMÍLIAS CONSORTES.  
    CONCLAMANDO AOS ACADÊMICOS E POTENCIAIS CANDIDATOS A ACADÊMICOS DA ASCRIM, COMPARECEREM AO EVENTO SUPRAMENCIONADO, OPORTUNIDADE DE CONGRATULAR A ACADÊMICA DA ASCRIM DRA. TANIAMÁ BARRETO, COMUNICO, DEVEM CUMPRIR O RIGOR OBRIGATÓRIO ESTATUTÁRIO DE USO DO UNIFORME OFICIAL DA ASCRIM, CONSOANTE NORMA ESTATUTÁRIA, ATRIBUTO SIGNATÁRIO DO DECORO INTELECTUAL E ORGULHO DA MORAL QUE ASSIM OS IDENTIFICA, ENTRE OS PARES, EM ATIVIDADES CULTURAIS DESSA GRANDEZA.

   NA OPORTUNIDADE, ESTE PRESIDENTE REQUER DIGNE-SE O EXCELENTÍSSIMO PRESIDENTE DR.ELDER HERONILDES DA SILVA, AUTORIZAR SEJA A BANDEIRA OFICIAL DA ASCRIM COLOCADA JUNTO AO PAVILHÃO DA ACJUS, NO MAGNO EVENTO. 

SAUDAÇÕES ASCRIMIANAS,

FRANCISCO JOSÉ DA SILVA NETO
-PRESIDENTE DA ASCRIM-

P.S.: 1. CONSIDERANDO A ESSÊNCIA DA HUMANIDADE INTELECTUAL, INSERIDA NA REPRESENTATIVIDADE DE TODOS SEGMENTOS SOCIAIS ABAIXO RELACIONADOS, ENCAMINHA-SE ESTA CÓPIA ORIGINAL, EM CARÁTER PESSOAL DIRETO AOS  INSIGNES DIGNITÁRIOS:
  
EXCELENTÍSSIMO(A)S PRESIDENTES, DIRIGENTES E AUTORIDADES DE ENTIDADES GOVERNAMENTAIS, JURÍDICAS, MAÇONICAS E MILITARES.
REVERENDÍSSIMO(A)S PRESIDENTES, DIRIGENTES E AUTORIDADES DE ENTIDADES RELIGIOSAS.
MAGNÍFICOS REITORES E AUTORIDADES DE UNIVERSIDADES.
EXCELENTÍSSIMO(A)S PRESIDENTES DE ENTIDADES E INSTITUIÇÕES PÚBLICAS E PRIVADAS.
EXCELENTÍSSIMO(A)S PRESIDENTES DE ENTIDADES CULTURAIS E INSTITUIÇÕES CONGENERES.
ILUSTRÍSSIMO(A)S DIRIGENTES DE INSTITUIÇÕES FILANTRÓPICAS, EDUCACIONAIS E DE CIDADANIA.
ILUSTRÍSSIMO(A)S JORNALISTAS E COMUNICADORES.
DIGNOS ACADÊMICO(A)S DA ASCRIM.
POTENCIAIS CANDIDATO(A)S A ACADÊMICO(A)S DA ASCRIM.

LEMBRETE: LEIAM O SITE PROVISÓRIO DA ASCRIM CLICANDO NO LINK https://assocescritoresmossoroenses.com/ (MATÉRIAS IMPORTANTES ENTRE OUTRAS: DETALHES DA ATIVAÇÃO DA ACADEMIA DOS ESCRITORES DA ASCRIM, POTENCIAIS CANDIDATOS A ACADÊMICOS DA ASCRIM SERÃO CONVOCADOS NA CONDIÇÃO DE NEÓFITOS C/PREVISÃO DE POSSE EM OUT-NOV/2018, CONCLUSÃO DO FORUM PERMANENTE HISTORIOGRAFIA ORIGEM E CONTINUIDADE DO POVOAMENTO DE MOSSORÓ=DEFINIÇÃO DO MARCO ZERO DE MOSSORÓ, DIAGNÓSTICO DA INTELECTUALIDADE, A PREFEITURA DE MOSSORÓ IMPULSIONA A CULTURA, ACADEMIAS E ENTIDADES CONGÊNERES E MOSSORÓ PARTICIPARÃO DO I FOPHPM DA ASCRIM, ETC.)

Enviado por asescritm@hotmail.com

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PADRE MANOEL FIRMINO

 Padre Manoel Firmino Pinheiro - 12/12/1870, Penedo – AL - 23/ 06/1954, Itaporanga - PB


Dois momentos deste sacerdote na saga lampiônica

Na história do cangaço figuram diversos padres que tiveram um envolvimento direto ou indireto na saga lampiônica. Vide José Kherle, Arthur Passos, Padre Lima entre outros. 

De acordo com o escritor Daniel Lins, na pág. 08 do seu livro ‘Lampião: o homem que amava as mulheres’, o padre Manoel Firmino Pinheiro foi pároco da histórica São José do Belmonte, PE entre 1914 e 1916, que nesta época pertencia a diocese de Floresta, teria sido o padrinho de Crisma do menino Virgolino em 1912. 

Pouco mais de duas décadas depois, este sacerdote teria nova participação quando o cangaceiro Mariano teria entregue o seu filho recém-nascido aos seus cuidados.

Eis o conteúdo do bilhete

“SR. PADRE FIRMINO“
Mando essi minino para o senhor criar.
Pode criálo que ele não é culpado dos mal-feitos do pai.
Nasceu no dia 21 de abril, ás 8 horas da noite. 
Filho de MARIANO LAURINDO GRANJA E OTÍLIA MARIA.
Peço ao senhor para ser o padrinho e Nossa Senhora a madrinha.

(Fonte: Livro: Almas do Nordeste de C. Nery Camello.


 Mariano Laurindo Granja, sua companheira Otília e o filho do casal.

Marcou época quando de sua passagem pela Paróquia de Belmonte. Portando sempre uma "pistola Parabellum na cintura", definia-se ele próprio através de uns versos que gostava de recitar:

Me chamo Mané Firmino
Fui vigário em Viçosa
Visto batina custosa
Do ornamento mais fino
Para tudo tenho um destino
Dou provas nesta cidade
Na igreja ao pé da grade
Fazendo a lei de Cristo
Conforme a roupa que visto
Na batina sou um Padre
Sou chefe municipal
Sou homem particular
Gosto da sociedade
Sou amante da vaidade
E quero que cresça o meu nome
Para que ninguém o tome
Sou protetor de assassino
Sou Padre Mané Firmino
E na batina sou bom Padre.
Nos panos sou forte homem
Na pena faço figura
Na farda sou bom soldado
Na justiça magistrado
Nas armas faço bravura
Gosto também da fartura
Ando garboso e faceiro
Sou galo do meu terreiro
Isto herdei do meu avô
Morro, mato, apanho e dou
Nas armas sou cangaceiro.

Político e polêmico

O padre Manoel Firmino gostava tanto de política que ao chegar em Mata Grande, sertão de Alagoas, se aliou  a família  Malta e depois se tornou um ferrenho adversário, principalmente do então Coronel Zé Malta. O padre já havia sido exercido um mandato de Deputado Estadual provavelmente antes de ir para aquela cidade,  ser pároco e prefeito do aludido município.

O religioso residia na Rua de Cima e promovia festas noturnas com o intuito de tirar o sossego daqueles que não eram correligionários e não podiam frequentar o ambiente. 

Criava um casal de cachorros  e o  macho ele denominou de “Vosmicê”. Quando alguém perguntava o nome do cão ele respondia Vosmicê e logicamente quem estava presente dava muitas gargalhadas. O padre, brincalhão, também gostava disso e sorria bastante.

Certo dia de domingo aconteceu justamente com um matuto que, desconfiado das gargalhadas ficou bastante acanhado. Instantes depois passou a cadela e o matuto inocentemente perguntou: Padre aquela é a mãe de vosmicê?

Quando o Coronel Zé Malta voltou ao poder o padre teve que sair de Mata Grande.

Contam  que ao sair contra a vontade rogou uma praga no adversário, dizendo que ele tinha que morrer sofrendo muito, e que seus descendentes haveriam de brigar entre si até a quinta geração e que a cidade ainda ia ser coberta por melões de São Caetano.



Segundo conta o paraibano Antonio Caíca, nascido na cidade  de Santana dos Garrotes, o Padre Manoel Firmino,  da carreira que deu de Mata Grande, foi parar na paróquia de  Misericórdia no Estado da Paraíba onde assumiria em 1º de dezembro de 1935. Como tinha o sangue político correndo e fervente em suas veias chegando em Misericórdia se candidatou a Prefeito e ganhou dos políticos locais, que se reuniram e na eleição  seguinte retomaram o poder.

Reza a lenda que, como o nome Misericórdia era nome da igreja os políticos mudaram o nome  deste município para Itaporanga e quem chamasse a cidade de  Misericórdia era preso e levava umas palmadas.

Tanto que certo dia um matuto foi se confessar com o Padre e como tinha muitos pecados foi obrigado a rezar ali mesmo, no confessionário , um Pai Nosso , uma Ave Maria e uma , Salve Rainha. O matuto se saiu bem, porém na vez da Salve Rainha disse: Salve Rainha, Mãe de "Itaporanga", vida doçura...”

Foi o Padre Manoel Firmino quem  mandou erguer o o atual Cruzeiro no Monte Santo em Itaporanga, substituindo o antigo.

Com informações dos pesquisadores Valdir José Nogueira
Ivanildo Silveira e de Germano Mendonça Alves  blog Matagrandense

Adquirido no blog do pesquisador do cangaço Kiko Monteiro 

http://lampiaoaceso.blogspot.com/2018/08/padre-manoel-firmino.html

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TESTEMUNHAS

Dona Luzia Carmina -Foto Ricardo Beliel
DONA LUZIA VIU A VOLANTE MATAR SEU PAI


Pelos lados do Riacho do Mundé, distrito de Floresta, PE vive, há quase cem anos, Dona Luzia Carmina, num punhado de braças de terra, na mesma propriedade em que presenciou a morte de seu pai  Antônio José de Souza, o caboclo Garapu, em 24 de Junho de 1927.

Em meio à sequidão, cria cabras e cultiva uma pequena horta de subsistência na companhia do filho, Zé Caboclo. Sua mãe era prima de três cangaceiros de Lampeão, os irmãos Marinheiro, e quando o bando passava por essas terras tinham o apoio que necessitavam. As roupas esfarrapadas, depois de curtidas por longos períodos na agrura da catingueira, eram trocadas por novas, feitas por sua mãe.

Certo dia, o primo Zé Marinheiro e outro cangaceiro, Sabiá, resolveram não acompanhar mais as andanças quilométricas e diárias do chefe Lampião, preferindo agir em dupla nos rincões do Capim Grosso e do Mundé.

Por um ano viveram amoitados nos espinhaços das caatingas para atacar e extorquir os que lá moravam. Certo dia atacaram as fazendas Panela D´Água e Tapera e estupraram sem piedade Marcolina e Lucia, que também costuravam, com a mãe de Luzia, as roupas encomendadas por Lampião.

Bêbados e sabedores do mal cometido, foram buscar refúgio com a prima de Zé Marinheiro. Carmina de Garapu implorou não poder ajudá-los, mas o tempo para as palavras foi de súbito substituído pelo medo da morte. Nesse momento, doze soldados da volante de Floresta já cercavam a casa. Zé Marinheiro iniciou o confronto com um tiro certeiro na cabeça de um soldado que avançava a poucos metros. Sabiá, da janela dos fundos, liquidou outro inimigo e logo em seguida também acabou com a vida do praça Sinhozinho, que comandava o grupo.

Em meio ao tiroteio, o soldado Zé Freire mal teve tempo de perceber Zé Marinheiro pulando através da porta com o fuzil engatilhado em sua direção. Sorte de um, azar do outro. A bala inimiga "bateu coco", falhou, e Zé Freire como um raio disparou um balaço explodindo o cérebro do cangaceiro.

 Zé Freire

Sabiá, um dos cangaceiros mais perversos de então, manteve o fogo contra Zé Freire e o soldado Zé Tinteiro até cair baleado no terreiro em frente à casa. Com fratura exposta na perna e as vísceras escorrendo para fora da barriga, destroçadas por balas volantes, morreu rodopiando na terra como um pião. Grunhindo como um porco sacrificado com o fuzil nas mãos a cuspir balas em todas as direções.

Dona Luzia nos conta que seu pai, o Caboclo Garapu, pressentindo sua morte, anunciada aos berros, findo o combate, pelo soldado Zé Freire em frente à casa, se despediu da mulher e dos sete filhos, caminhou em direção à porta e enfrentou o soldado rival.

Tentou um primeiro golpe com uma faca, mas em resposta levou um tiro fatal na cabeça. Luzia, com idade de sete anos, seus seis irmãos e a mãe morreram um pouco também naquele dia. Marcadas pela tragédia, continuaram na mesma casa por toda a vida, onde hoje Luzia nos recebe para compartilhar sua história. Com as feições enrugadas de uma pura índia Tuxá, confidencia com a voz afogada por um profundo desconsolo "nós fiquemos sem pai pra sofrer..."

Com informações de Ricardo Beliel, Luciana Nabuco, Marcos De Carmelita

Adendo de Joel Reis (Grupo Lampião, Cangaço e Nordeste)

Sabiá I - Morreu em Mata Grande - AL em 1922.

Sabiá II - citado no texto, Manoel, entrou no cangaço em 1923, participou do ataque à Fazenda Tapera, Combate da Serra Grande, do ataque a Mossoró... Morreu em 29 de junho de 1927 pela Força de Floresta. Encontraram no bornal dele as orelhas do Ten. Francisco Oliveira que havia sido sangrado no combate do Serrote Preto. (Esse é o Sabiá do Texto).

Sabiá III - Era da Família Engrácia

Sabiá IV - João Alves dos Santos (João Preto) de Poço Redondo - SE, morreu em combate na Fazenda Barra Salgada, Canhoba - SE, no final de 1937.

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ESSE ÓDIO INJUSTIFICADO PELA REDE GLOBO

*Rangel Alves da Costa

Plim-plim! Que raiva, que ódio, que ojeriza. Ou não? Ou o ódio pela Rede Globo, principalmente pela TV Globo, não passa de uma encenação partidária? Então vem a vinheta do Jornal Nacional! A fúria, a raiva maior, o rancor. Ou não. Ou a aversão ao noticiário global não passa de um inconformismo injustificado?
Já dizia um conhecido que a Globo está no mesmo patamar de time de futebol. De um lado aqueles que admiram e até amam, e de outro os odientos, os que se comprazem em negar suas virtudes e lançá-la aos lamaçais. Máxima verdade. Mas fato é que os apreciadores justificam suas estimas pelas qualidades das produções, pelo profissionalismo de sua equipe e pelo empenho em todos os dias mostrar o melhor aos telespectadores. Já os depreciadores, sempre repetem velhos motes de negação: cria da ditadura e porta-voz do poder. Ou mesmo coisas mais popularescas: a televisão da politicagem e da mentira.
Em períodos eleitorais, quando os noticiários políticos se tornam mais efervescentes e rotineiros, bem como se faz necessário falar mais sobre os fazeres dos candidatos, as críticas se tornam muito maiores contra a Globo. Logo surgem acusações de proteger alguns candidatos e deturpar a imagem de outros, as alegações de ter candidato próprio e, por isso mesmo, transforma seu noticiário em palanque eleitoral. Mas será que é assim mesmo? Difícil compreender as insatisfações quando os eleitores de todos os candidatos fazem a mesma reclamação.
O petismo escrachou a Globo pela cobertura dada ao episódio Lula. O mesmo petismo que já havia escrachado a emissora no percurso do impeachment da presidente Dilma. Eleitores que já haviam propagado ter sido a Globo a responsável pela vitória de Collor. E agora não vai ser diferente. Certamente irão dizer que o jornalismo da emissora trabalha para afundar as candidaturas de uns e alavancar a de outros. Mas não é só com relação à política, pois as críticas vão desde a programação, ao teor das novelas e até aos filmes repassados. Críticas e mais críticas de todo lado. Mas será que todo esse ódio se interioriza nos odiosos ou é apenas uma forma de atirar pedras naquilo que dá frutos?
A verdade é que muita gente comenta e faz postagens esculachando a Globo, como se o canal televisivo fosse o responsável por tudo o que há de ruim no Brasil. Ou tais pessoas são domadas pela mídia ou não sabem o que dizem. É a Globo que manda político roubar, que fez semear em Brasília e nos demais recantos a crescente corrupção? É a Globo que vai para a urna votar ou aquele que a critica? É a Globo que escolhe o candidato de cada um ou o próprio eleitor?


Muitos pedem até uma retaliação geral contra a Globo, de modo que não assistam seus noticiários, suas novelas, seus programas. Ora, é muito fácil. Nas suas casas, simplesmente não liguem a televisão na Globo, mas não pretendam que os outros façam o mesmo, principalmente quando todo mundo sabe que o Brasil inteiro gosta e aplaude suas produções. Falam mal e não perdem uma novela. Criticam da boca pra fora e não perdem um telejornal. Esculacham com o plim-plim e não perdem uma partida de futebol.
Queiram ou não, critiquem ou não, a Globo é poderosa não só pela qualidade de suas produções como pela força informativa que possui. Certamente que sua notícia passa a ter mais amplitude que aquela disseminada pelos demais canais, mas tal força de penetração não tem o poder de mudar a realidade política, social ou econômica do País. E não pode principalmente por que cada um é livre para votar, para escolher suas mazelas políticas. Se depois os escolhidos se mostram corruptos, a culpa não é da Globo. Esta, como dito, não vota, não elege os governantes ou os parlamentares, não faz aumentar o gás e a gasolina, não eleva o preço do pão nem do remédio. A Globo não abre inquérito, não denuncia criminalmente, não processa nem julga, apenas noticia o andamento dos feitos. Enquanto canal informativo, logicamente que informa. Quem aparece no seu noticiário o fez por alguma razão.
O problema é que o brasileiro acostumou a criticar aquilo que não lhe convém. Então a Globo não presta por que mostra os podres de muitos, por que não mente para dizer que é santo um imprestável. Tem-se, pois, que a culpa por tudo isso está no próprio telespectador, e principalmente neste enquanto eleitor. Não sabe votar, não sabe escolher, não passa de um fanatizado partidário, e depois vai culpar o noticiário.
Por isso que antes de desligar a TV ou resolver não assistir mais a Globo, necessário que se tenha o cuidado de não ficar na janela do vizinho de olho em tudo o que passa no plim-plim. Antes de dizer que é anti-globista, primeiro veja se a culpa é do canal ou do lamaçal que o seu endeusado está envolvido.

Escritor
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LANÇAMENTO DO LIVRO...


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TETÊ ESPÍNOLA

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DANDARA, PRINCESA NEGRA


Dandara, apenas Dandara. Era o seu nome que significa “princesa negra”. Apenas isso. E assim, ficou conhecida. Sua origem é também incerta, mas é tida como símbolo de resistência e heroína negra do Brasil Império. Guerreira, defensora dos oprimidos, lutava com armas e golpes de capoeira na defesa da sua raça.

Historiadores acham que ela veio da África ainda menina e ficou nas imediações da Serra da Barriga, Alagoas. Casada com o líder Zumbi dos Palmares, com quem teve três filhos, o casal passou a ser símbolo de heroísmo e resistência. Dandara lutava com armas e golpes de capoeira contra os portugueses em defesa do quilombo.

Foi presa em 1694 e preferiu morrer. Jogou-se de uma pedreira para não ser escrava. Sua imagem é também desconhecida, mas sabe-se que era alta, forte, negra e obstinada pela liberdade.

Neste mês de novembro, da Consciência Negra ela recebe homenagens.

http://www.mulheresdocangaco.com.br/project/dandara-princesa-negra/

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LUIZ GONZAGA


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QUEM MATOU CHICO CHICOTE? POR:HÉRLON FERNANDES GOMES

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Hoje, no aniversário de Brejo Santo, compartilho com vocês do primeiro capítulo de Quem Matou Chico Chicote? Uma novela sobre o "Império do bacamarte" (ou seria um romance?), que explora o episódio do Fogo das Guaribas, ocorrido em 1927. Boa leitura.
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CAPÍTULO I - INFÂNCIA 
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Donina pôs a mão no peito para segurar a dor daquela visão. Sentia que ia desfalecer. Manuelzão vinha às pressas com seu filho nos braços, Chico, de doze anos. Acompanhavam-nos um séquito de mais uns seis homens, todos envolvidos na escavação de uma cacimba ali nas proximidades. A senhora pôde observar, também, que Domingos, o moleque de mandados e de recados, trazia arrastada pela estrada uma cobra morta. - Uma cascavel, Donina. A traiçoeira tava entocada num pé de juá. Pegou o menino. Só ouvimos o grito. Mas ele tá vivo!
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A mãe, aflita, nada conseguia verbalizar. Em sua cabeça só aparecia a figura de Araci, uma velha índia mestiça, grande curandeira daquelas bandas, tantas vezes lhe socorrera em situações difíceis. - Mandem buscar Dona Araci, já! Minha Nossa Senhora! Coloquem o menino na cama. O garoto estava mais para outro mundo do que para este. Uma febre alta fervia seu corpo. Donina lembrava que há menos de um ano uma cobra igual dera fim a um cavalo da fazenda... O pensamento fazia-a intensificar os argumentos de suas orações, para todos os nomes de santos e anjos que surgiam na memória.
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O marido chegou esbaforido. Tinha sido informado do acidente. Encarou o desespero da mulher, tentou exprimir um olhar de confiança, embora soubesse que só um milagre salvaria o filho. Em um discurso mental, repreendia o filho. Que menino mais atentado! Poderia estar na escola, como os irmãos! Incutiu de se meter com as coisas dessa cacimba. Não fazia dois meses que quase havia morrido naquela peraltice de tirar mel de um enxame... Agora de novo... Se tivesse lhe dado ouvidos... Jovino percorria a estrada em trote largo. O patrão lhe entregou o melhor cavalo. De longe pôde divisar Araci a varrer o terreiro. A velha fez um olhar de insatisfação ao receber aquele portador, pois lhe adivinhava que precisava deixar sua tapera e a calma da sua solidão. Mas era o dever chamando.
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Arrumou um pequeno matulão com seus saquinhos de ervas e vidros com suas poções misteriosas e, por último, sua memória centenária lembrou que precisava cumprir uma diligência no meio do caminho, em busca da cura. Era um preparo difícil, ela não tinha mais idade para rituais dessa espécie...Pediu para que o desconfiado capataz a suspendesse na garupa do burro. Recomendou prudência com a velocidade, pois suas juntas enferrujadas de artrite poderiam não suportar. Um sacrifício desses, só sendo pra Donina. A caridosa senhora lhe compensava com justeza as rezas que fazia nos seus filhos.
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Em determinada parte do caminho, ordenou que o rapaz parasse o cavalo e a arriasse nas proximidades de um brejo, onde se empoçava a água de um riacho. O encarregado sem indagar, cumpriu o pedido da velha. No seu vagar, a senhora levantou a barra do vestido até pouco acima dos joelhos e entrou na água lamacenta. Permaneceu em silêncio por cerca de cinco minutos. Jovino, em busca de entender o que acontecia, benzia-se sem parar. Dona Araci era cheia de magia, respeitada e temida naquelas bandas. Ou se salvavam por suas rezam, ou se perdiam nas suas pragas. Que tipo de oração era aquela? Surpreendeu-se ao ver as pernas da rezadeira, ao sair da água, apinhada de prastadas negras, que a ela destacava uma a uma, deixando fios de sangue nos cambitos engelhados. Eram sanguessugas.
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- São suficientes. Vou precisar de pelo menos uma dúzia dessas para limpar o sangue do garoto. Se houver tempo...Os horrendos bichos foram depositados dentro de uma cabaça com água. - Se apresse e me ajude, Jovino.
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Desde quando foi avisada do que havia sucedido ao menino, sabia que era caso difícil, mas não poderia dizer impossível. Às vezes os santos, com a intervenção das coisas sagradas podiam conseguir uma segunda chance, um milagre, uma saída. Era o jeito ouvir o que tinham a dizer os espíritos da mata. Achegou-se perto da cama, tomou o pulso do menino, sentiu a temperatura de seu corpo: crepitava em febre e respirava imperceptivelmente. O veneno já lhe arroxeava a brancura da pele. Era preciso agir rapidamente. Avaliara a necessidade de se fazer umas sangrias na criança, para isso, meteu-se à caça das sanguessugas.
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Juntou um molho de galhos de pinhão roxo, fez o sinal da cruz e passou a encampar uma batalha invisível sobre o corpo desnudo de Chico, interrompida por suores intensos e um eterno balbuciar de palavras, nomes sagrados de um linguajar ininteligível. Abriu os olhos, acendeu um boró, e passou a dispor as sanguessugas em uma simetria misteriosa no corpo do infante. Aquele veneno maldito e peçonhento misturava-se ao sangue do menino, misteriosamente forte, afinal, a cobra não sobrevivera ao próprio bote. Estranho tudo aquilo. O menino tinha um sangue valente. Seu destino se desenhava trágico... A índia sentiu os velhos espíritos da mata lhe segredarem coisas horríveis: um mar de sangue... Após horas e horas de transe e dezenas de folhas de pinhão murchas espalhadas pelo chão, a última sanguessuga despregou-se morta do corpo de Chico.
o
Exausta e cambaleante, a centenária apoiou-se no braço de Donina e vaticinou: - Seu menino tem uma luta difícil a travar pelo resto da vida. Ele tem um destino... Agora esse veneno temperou-lhe o gênio. Há certas coisas na vida que não podemos evitar. Entregue-o às bênçãos de uma Santa Maria para que não lhe falte luz. Queime essas folhas secas de arruda, deixe essas janelas abertas. Amanhã ele estará bom novamente. A mãe pouco prestou atenção àquele mistério. Bastava-se lhe a tranquilidade daquela promessa, de que ele estaria bem.
O menino acordou fraco, mas sem febre. A primeira pergunta que fez foi sobre se já tinham terminado de cavar a cacimba. O pai riu, Donina passou a recomendar que o filho caçula, depois daquele livramento, tivesse uma rotina de vida igual a dos quatros irmãos, de escola e catecismo. Chico prometeu cumprir o pedido materno, todavia, duas semanas depois, seus pais receberam a visita do professor Mino Krebs, preocupado com a saúde do menino, afinal, há dias os irmãos Manuel, Joaquim e João informavam que o irmão não comparecia porque estaria doente.o

A inesperada visita acabou delatando as mentiras de Chico e lhe rendeu uma surra do pai. Afinal, descobriu-se que o filho faltava às aulas, para jogar pião e empinar pipa com as crianças, em um campo de várzea, onde todos tinham como única preocupação a brincadeira. Para comprar o silêncio dos irmãos, prometia-lhes piões e pipas que arrebataria nas competições às quais se destacava como exímio ganhador. 

Diante desse cenário, após se aconselhar-se com o Padre Abath, Donina convenceu Francisco que o filho deveria ser educado em um ambiente mais rígido de disciplina e, a contragosto do menino, mandaram-no ao Seminário do Crato, cerca de vinte léguas de casa.

o
o
Seminário Episcopal do Crato, 13 de Abril de 1894
Ilustríssimo Senhor Capitão Francisco Pereira de Lucena,
Por meio desta missiva que segue com o portador, venho explicar os motivos que levaram a direção a afastar o menino Francisco, seu filho, do quadro de alunos desta casa de venerandas e ilustres tradições.

Com efeito, a vocação sacerdotal é um chamado, do qual o seu filho não aparenta aptidão. Ontem, tive de intervir energicamente contra uma contenda envolvendo seu filho que, após discussões frívolas com o também interno Horácio Teixeira, se armou de um punhal, passando a investir contra a integridade física do outro garoto, não consumando seu intento porque me pus entre os adversários.
Este lugar é um ambiente em que a paz deve ser regra de ouro, firme nos ensinamentos do Pai, motivo pelo qual tenho a desagradável incumbência de informá-lo sobre a expulsão do discente Francisco Pereira de Lucena, por conduta incompatível 
com os preceitos deste Seminário.
Deus abençoe a V.M. e a toda sua família.

Dom Quintino Rodrigues de Oliveira
o
De volta ao lar, o menino Chicote sentiu que poderia respirar novamente, longe daquele ambiente sufocante de paredes altas e silêncio mórbido, cheio de rotinas enfadonhas e atividades que não lhe rendiam nenhum prazer. Nascera para correr livre, para montar seu cavalo. Estava livre. Prometera a si mesmo, pela milésima vez, que se comportaria; tentaria segurar seus impulsos de raiva e altivez que lhe renderam por último aquele desgosto dado ao pai. No lombo de Furacão, percorreu as terras da família avaliando os descuidos que sua ausência, de poucos meses, trouxe. O velho pai tinha era é de ter consciência que ele era muito mais útil ali, para executar com zelo os comandos que precisavam ser feitos.
O velho Francisco, entretanto, respeitado pela comunidade inteira por sua patente de capitão, temia aquele espírito indomável e beligerante do filho, em sempre querer impor as próprias vontades a tudo. É bem verdade que o rapazinho não era preguiçoso. Realmente nascera para os negócios. Encaminhara o menino ao Seminário por insistência de Donina, apegada à crença de que a fé nos ensinamentos cristãos abrandassem aquele temperamento inconsequente.
Continua...
Hérlon Fernandes Gomes
Pesquisador e escritor
Brejo Santo, Ceará

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